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Lohicäärme: Crônicas de magia

🇧🇷Nailan
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Synopsis
Em um mundo de magia existem humanos, elfos, formigas humanóides, lobos humanóides e um misto de todas os tais. Todas as raças se encontram em um único país dividido em quatro estados e por conta disso existem muitos conflitos gerados por meio de preconceitos. Em meio a esses conflitos, se destacou o das bruxas. O reino em conjunto decidiu que o meio que elas usavam para obter sua magia era inapropriado. Por conta disso as bruxas se revoltaram e acabaram iniciando uma guerra contra todo o país.
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Chapter 1 - Mudança

As terras do governador Nordir, ou terras Nordicas. Terras mortas onde não se cresce grama, pouca água bebível disponível. Sério, não consigo ver um ponto positivo. Então porquê?... porquê aqui?

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Porquê meus pais vieram para cá?

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E nem me venham com conversinhas como "foi para o seu bem" ou "nós vimos uma melhor chance de sobreviver aqui". Porquê não posso eu mesma dizer o que é melhor para mim?

— Há "dois anos e meio" viemos para cá, cabrinha que come até neve, como não tenho nada pra fazer o dia to —

Aquela cabra estava me olhando estrando, decidi que era melhor me afastar e manter distância. Há pouco tempo ouvi falar que elas comem até pessoas, caso precisem.

— Um pouco mais para cima, você deve manter a postura! — Falou seu pai com um sorriso no rosto ao ver sua filha entusiasmada.

"Nos últimos tempos ela tem progredido bastante, acho que já pode até derrotar um inimigo fraco, mesmo com 10 anos" Pensou.

Ao ver a sua evolução, a chamou com os braços abertos, após o treinamento, para lhe dar um abraço, e ela vem correndo. Equanto fazia cafuné em sua cabeça, falou:

— Sarah, você está progredindo rápido, não fazem nem duas semanas que te ensino. Sinceramente, parabéns, você pode ficar muito forte, até mais que eu.

Não conseguindo imaginar alguém mais forte que seu pai, ela pula de alegria e abre um imenso sorriso no rosto.

— Vamos para casa, papai! — Falou enquanto andava com seus braços abertos e dando passos largos, soltando um "hihihi" a cada passo.

Por um momento, deixando de lado a poeira, a comida a fazer e a dor nas costas, Bárbara foi até a janela admirar a paisagem e avistou ao longe seu marido e filh- "HAHAHAHA", gargalhou ao ver sua filha andando. Era tão fofinha. Ela ainda mantinha o sorriso. Logo Bárbara conteu as gargalhadas e resmungou:

— O que disse a ela dessa vez? — Falou se esforçando para não rir "Gyahahahahhahaha" gargalhou Magnus ao ver um sorriso trêmulo se formando. Ele a abraçou e entrou com as duas para casa.

Alguns meses se passaram. Sarah já não aguentava mais costurar com sua mãe, treinar com seu pai e conversar com aquela cabrinha, a qual carinhosamente nomeou. Sif era seu nome. Todavia sentia muita falta de seus amigos do outro lugar. Eles eram tão legais… Só que agora parecia que ela estava destinada a passar o resto da sua vida conversando com uma cabra.

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Amigos do outro lugar

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Sarah se encontrava jogada. Literalmente, ela se jogou ao chão no meio da sala e olhando para o teto e franzindo a testa pensava como era bom…

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— Sarah, Sarah, Apareceu um novo livro do Artie Lyra na biblioteca! A Srta. Asthra falou que apareceu da noite para o dia— Falou Anja eufórica.

As duas correram.

—Será que é um daqueles com um enigma?

—Tomara que sim, quero tentar desvendar de novo.

Seu fôlego as levou à casa de Marck, que também apreciava as obras de Artie. Ele foi fundamental para desvendar boa parte dos enigmas anteriores.

Srta. Asthra sopra uma mecha de cabelo enquanto limpa o balcão de recepção, quando de repente escuta a voz de crianças por perto, logo se anima e finge que já estava há tempos virada tirando o pó de uma estante velha de livros. Quando os três chegaram e perceberam que ela estava "desatenta", correram e a abraçaram.

— Srta. Asthra!!! — gritaram

— Shhhh crianças, aqui é uma biblioteca!

— Mas nunca tem ninguém aqui.

Virando o rosto um pouco de lado, falou:

— Sabem quanto tempo eu espero pra falar isso?

Todos caíram na gargalhada.

Como uma boa bibliotecária, e com tempo livre, Asthra leu o novo livro para as crianças. Mas logo foi questionada:

— Por quê não nos ensina a ler? Assim não teria que fazer isso pra a gente.

Essas palavras bateram fundo no coração da Srta. Asthra, que sempre quis ter sua própria escola. Ela derrama lágrimas, mas não de tristeza.

Marck percebe que lágrimas escorriam em seu rosto e vai até ela.

— Não chore, estamos com você — falava enquanto enxugava suas lágrimas. Simultâneamente Sarah e Anja também a abraçavam.

Ela não aguenta e chora mais uma vez.

— Vocês três são meus tesouros mais valiosos.

Todos choraram e riram. Era tudo muito bom, era uma sensação de simplicidade e acolhimento.

Naquelas terras, as terras governadas pelo governador Berith, Sarah era genuinamente feliz, por que lá também habitava o kathra dela, seu querido, seu "amigo favorito".

///

Alguns dias se passaram e Sarah ainda estava entediada. O que uma menina de dez anos vai fazer no meio da neve?

Em um certo momento, cansada de não fazer nada ela decide brincar com Sif e ela acaba caindo no chão… Logo se levanta e segue a cabra até a floresta alí perto.

Ela ainda não confiava nela, pensava não ser uma cabra comum.

Após algum tempo andando floresta a dentro e Sarah percebe um movimento estranho de Sif. Ela se vira, olha para seus olhos. Sif fica em pose de guarda e começa a pegar fogo, olhando para ela, agora, com um olhar de ira.

Sarah se pôs na posição de defesa que seu pai lhe ensinara, ela estava pronta para enfrentá-la caso necessário. Já colocava a mão sobre a empunhadura, esperando pelo primeiro movimento.

Se ouvem passos apressados vindos da floresta e Magnus pula em encontro a grande fera.

— CORRA SARAH — Gritou enquanto tentava conter a fera.

—NÃO PAI! — gritou Sarah, vendo que seu pai estava se machucando.

A cabra, sem ver chances de se livrar dos braços do grande Guerreiro, incinera a floresta inteira, derretendo toda neve e gelo próximos, e claro, queimando seu pai.

Sarah corre incansavelmente até sua cabana, gritava por ajuda com todas as suas forças, seus pulmões estavam gelados, ela não mais corria direto. Até que em dado momento ela tropeça e cai na neve.

Acorda…

—Pai ?! Cadê você? — Disse Sarah com medo. Mas logo seu pai responde

—Opa, como é que tá? — Na maior tranquilidade.

Após esse evento, algo que já existia no coração de Sarah, se intensificou: A desconfiança por parte daquela cabra.

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Mamãe está mal!

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Mamãe está um pouco mal, acho que está "enferma". Heh, papai me ensinou essa palavra mais cedo, disse que é assim que os adultos falam. Sarah se aproxima dela, que já quase dormindo olhava para ela. Logo deu uma volta em uma mecha de cabelo que incomodava sua mãe e o moveu de forma a ficar preso atrás da orelha.

— Mamãe está bem filha, pode dormir sossegada, amanhã será um longo dia. Ah, à propósito amanhã seu pai vai estar fora, ele vai até a cidade para trazer um guapêh, ele vai cuidar da mamãe.

Logo dormiu, acompanhada de um beijo na testa.

Era chegado o dia, Sarah teria que cuidar de todas as tarefas diárias. Envolviam elas: Lavar roupas, cozinhar para sua mãe e para si própria, alimentar Sif com as sobras, esticando o braço para não chegar perto, claro.

Terminadas as tarefas diárias, foi ver como sua mãe estava. Era cabisbaixa. No canto da cama se deitou e ficou a observar as flores, descabelada, sem brilho no olhar, apenas balançava as pernas como uma criança para mostrar sinal de vida.

— Como está hoje, mãe? Melhor? Pior? Precisa que eu faça algo?

— Oh, minha filha, nem te vi entrar, venha cá!

E acariciando sua cabeça continua:

— Preciso que vá até o bosque. Pegue os cogumelos mais vermelhos que achar, estes, assim como essa ilustração do livro, eles vão aliviar a minha dor e fazer a febre passar.

Sarah se anima, um sorriso nada em seu rosto até as extremidades. "Minha primeira missão, e ainda sozinh-" pensou. Ela decidiu levar Sif junto dela. Ela pode realmente ter um poder de fogo muito forte, isso seria muito útil.

Sarah se prepara, veste botas anti urtigas, uma calça de cultivador, luvas, não podemos nos esquecer delas, e por fim uma camisa com mangas longas.

— Está linda, minha filha — Disse sua mãe antes que ela partisse.

Arregaçou as mangas e foi andando confiantemente. Chegando a entrada da vila ela foi parada.

— Não permitimos crianças fora da vila, é perigoso.

— Por que não? Eu já moro aqui desde antes de você moço, conheço essas terras como a palma da minha mão — falou certa de que o convenceria, sua lábia era incomparável. Assim pensava, mas logo foi desiludida quando o moço a segurou pela gola da camisa.

Sarah já não sabia o que fazer.

— Vá você então, traga-me os mais belos cogumelos vermelhos do bosque.

Sem entender ele apenas aponta para a direção contrária

— O bosque é para o outro lado, oh grande conhecedora dos territórios. Além de ser dentro da vila.

Resmungando e já sem a mesma empolgação ela cruza a vila no sentido oposto, chegando ao bosque se depara com uma luz azul no chão. Perseguindo a luz percebe o enfraquecimento da mesma. Sumiu, desapareceu…

— Vamos atrás dos cogumelos, foco!

— Esses? — Falou Sif.

— Não, esses são pouco vermelhos.

— E esses? — Repetiu.

— Não, esses são quase rosas.

— Já estou desistindo viu, você não está me ajudando muito Sif.

— E esses? — Falou já resmungando.

— Sim! Perfeitos, vermelhos como o sangue mais puro. Não entendo como, mas algo me dizia que eram esses o tempo todo. Será que tem haver com as luzes azuis, Sif?

Sarah volta saltitante. Sua primeira missão cumprida sem nenhuma perda grave. Por mais que simular a voz de uma cabra seja um pouco preocupante.

Chegando em casa, Sif pulou em cima da cama e esfregou seus pequenos chifres no braço de Bárbara.

— Acorde, humana inferior!

Sarah viu aquilo acontecendo e olhou com um olhar penetrante, e surpreendentemente Sif obedeceu seu olhar e desceu da cama, abaixando a cabeça em sinal de respeito. Nem mesmo Sarah esperava essa reação.

Sarah inclina a cabeça com dúvida e logo em seguida é assolada com uma dor de cabeça infernal.

— Não posso deixar minha mãe esperando, eu posso sofrer isso depois. Artie Lyra disse uma vez que a dor era psicológica.

— Que droga! A dor não é psicológica — Descobriu ela da pior forma.

— Mamãe, consegui, você já pode tomar a sopa. Elas se sentaram lado a lado enquanto tomava a sopa.

O médico chegou com seu pai. Logo foi diagnosticada, havia sido picada por uma aranha das neves.

— Ela se alojou no local da ferroada e em breve congelaria todo o seu corpo. Cogumelos carmesim são extremamente letais para essas pequeninas. Meus parabéns, sua filha é uma heroína!

— Sarah, você sabi — Foi interrompida ao ver que Sarah estava caindo desmaiada. Seus pais olharam para ela e pensaram "Você fez mais do que era capaz, nossa heroinazinha".

  1. é usado para se referir à pessoa pela qual alguém tem interesse amoroso
  2. Curandeiro