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Chapter 4 - Conversações

"Um mês se passou, tudo corre bem. Neve e gelo cobrem as terras geladas de Nordir. Os alunos refugiados evoluíram consideravelmente. Recentemente tenho recebido algumas crianças daqui mesmo. São os lobinhos da Srta Greta. Em resumo é isso, todos estamos tranquilos.

Ps: Só uma supresinha pra vocês: Nosso lobinho também está aprendendo com as outras crianças. Ele é ótimo, estou orgulhosa.

~Beijos, Sarah."

— Vav, quer mandar uma carta para mamãe e papai?

Logo ele veio correndo ao pé da mesa, puxou uma cadeira e se pôs a escrever. Logo viam o falcão do QG da guarda real, que já se afastava dali levando consigo as suas mensagens.

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Conversações

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As manhãs permaneciam as mesmas, o raiar do sol se fazia presente, a cor viva do crepúsculo lhes doía os olhos. Essa era… Uma manhã de trabalho comum. Sarah logo se preparava para ir de encontro a Skelt quando de repente foi surpreendida com uma surpresa de seu irmão. Via já um copo com suco e pães muito bem organizados, pôde ver abaixo do pano a que se sobrepunham os pães uma carta:

"Querida Sarah, gostaria de te conscientizar que fiquei preocupado com o fato de 'Estar atrapalhando'. Pois bem, decidi arrumar um emprego para ajudar nas despesas. Vou ser engraxate, os lobos do grupo de patrulha precisam ter suas botas limpas após um período de patrulha chuvoso.

Ps: Sei que deve estar morta de preocupação, então irei te tranquilizar: eu comi bastante antes de vir. Claro, não pude me esquecer de minha adorável irmãzinha, então colhi algumas laranjas e te fiz um bom suco, aproveite seu café e trabalhe bastante.". Sarah caiu às gargalhadas. Se apressou e foi trabalhar. Consigo levava um dos pães para Skelt para retribuir o favor que lhe tinha feito alguns dias atrás.

Após saborear aquele pão, que por sinal estava delicioso, Skelt estava de bom humor, tanto que despachou Sarah mais cedo naquela manhã. Ansiosa, Sarah correu até seu estabelecimento onde ensinava as crianças, hoje receberia uma nova turma de alunos. Varria e esfregava o chão, alinhava as espadas de madeira e logo se preparava para os receber, estava pronta ainda com trinta minutos de antecedência.

Lendo seu livro de magias, Sarah aguardava seus alunos, quando viu, de longe, seu irmão caminhando até ali, ele parecia bem cansado.

— Como foi seu primeiro dia de trabalho?

— Bem cansativo, pra dizer o mínimo. Um monte de lobos rabugentos e impacientes pra conta. Suas histórias de grandes batalhas eram impressionantes.

— Parece ter sido legal… Já que chegou cedo por quê não me mostra o que você aprendeu nas últimas aulas?

Vavka projetou todos os movimentos que havia aprendido com maestria. Após realizá-los deu ainda uma descrição detalhada de cada parte do movimento.

Aos aplausos o elogiou Sarah, estava boquiaberta com aquilo que acabara de ver. Sua habilidade e capacidade de evoluir eram tão observáveis quanto as suas próprias.

— Vav, quer me ajudar a dar minha aula de boas vindas hoje?

E assim foi. Após um longo dia de trabalho, estavam os dois novamente em casa. Respirando fundo conversavam.

— De um tempo pra cá, você tem se mostrado muito atencioso, não vou reclamar, claro.

— Nem vem com essa. Vou comer e depois vou direto dormir.

Bagunçando seu cabelo continuou:

— Ora, não tem porque ficar envergonhado. Sobre mais cedo: Amei os pães e o suco, estavam muito bons.

Afastando sua mão:

— Claro que estavam, fui eu mesmo que fiz, não tinha sombra de dúvidas.

Recolhendo os pratos:

— Não seja exibido, foi só um elogio.

— Vou dormir, boa noite.

— Boa noite. Ah, e… você foi muito bem hoje.

Respondeu com um frio fechar de porta.

Com o passar do tempo uma dúvida se arrastava aos pensamentos de Sarah, uma dúvida cruel não a deixava mais dormir. Já não restavam unhas para roer. Dessa vez sem avisar, mandou uma carta para o QG do exército do reino central com esperança de que uma resposta aliviaria sua preocupação. Tudo que ela podia fazer era esperar.

Cerca de uma semana depois um oficial do palácio real anunciava por todo o território nórdico um alistamento de emergência:

— Tenho um comunicado vindo direto do rei Berith. Peço a atenção de todos, não vou repetir. O rei exige que o melhor guerreiro de cada província se faça presente no palácio real. Ele quer recrutar os mesmos para uma missão de extrema importância. Um teste será realizado para julgar se o escolhido é apto ao trabalho ou não. Espero que até o fim do dia tenham pelo menos um nome para me apresentar.

Todos os cidadãos murmuravam. Não havia nenhum guerreiro naquela pequena vila, só…

Imediatamente um daqueles que estavam ouvindo as palavras do oficial correu em direção ao estabelecimento de Sarah e interrompendo sua aula falou:

— Sarah! Tem um momento?

— Claro! Continuem crianças, estão ótimos

— Entendo…— virando-se para as crianças— Vocês estão livres por hoje… mas antes reverenciem o nosso visitante.

Todas as crianças o saudaram.

— Você tem feito um ótimo trabalho com essas crianças.

— Ah, hahaha, não é nada demais— disse, um pouco envergonhada.

Chegando ao centro da cidade, onde estava o oficial do rei, foi possível observar… Calma!? Aquele é o Vavka!?

Puxando sua orelha levemente falou:

— O que você pensa que tá fazendo aqui hein, não acha que é novo demais pra isso?

E enquanto afastava sua mão respondeu:

— Só não me atrapalhe ok? Assista e veja do que eu sou capaz.

De repente o oficial começou a discursar, ele falava sobre os requisitos para passar no teste, estes eram:

Derrotar, com o mínimo possível de energia, um golem feito pelo oficial. O mesmo pode se adaptar, com consentimento, às habilidades da pessoa que o derrotou anteriormente (neste caso foi Naguini das terras ao nordeste)

O guerreiro deve derrotar o mesmo em menos de um minuto, caso contrário o teste se encerra automaticamente.

Se o testado por qualquer que seja o motivo sair da zona de combate ele será desqualificado.

Pouco a pouco a fila diminuía, e a cada minuto Vavka pesava mais a respiração, não podia evitar de olhar ao redor enquanto roía as unhas. De repente fixou os olhos na batalha que havia ignorado há bastante tempo. Redobrou a atenção e percebeu uma abertura no movimento do golem. Naquele momento ele sentiu uma dor insuportável em seus olhos, o fazendo cair de joelhos, percebeu que seu nariz sangrava. Logo lhe veio a memória que algo assim aconteceu com sua irmã enquanto treinava, sua maior lembrança eram os seus olhos, que tinham um aspecto estranho.

Sarah não podia conter sua curiosidade, então logo estava colada à Naguini.

— Você deve ser bem forte né? Ninguém consegue derrotar aquele golem.

— Quem é vo—

— Mas existe uma abertura, até mesmo uma criança como meu irmão é capaz de vê-la, é um erro fatal.

Naguini rangeu os dentes.

— Quem você pensa que é, garota?

— Sou Sarah, filha de Magnus Knag, ex guarda pessoal do rei Morid II

— Tanto faz, ok? Mesmo que ele veja a abertura não há chances dele vencer.

É chegada a vez de Vavka. Ele ainda está um pouco tonto, mas não se deixa abater. A postura do golem se mantinha estática, notou que teria que fazer o primeiro movimento. Rapidamente Vavka se aproxima do golem e lhe desfere um ataque básico, como já esperava, ele desviou com facilidade, mas aproveitou o ponto cego criado para pular atrás do golem, era a oportunidade perfeita. Ele fechou seus punhos e partiu para atacá-lo, aquela abertura se fazia tão legível quanto um livro agora.

— Agora!! — Gritou Sarah.

Mas no momento decisivo sentiu como se não houvesse chão sob seus pés, quando se deu conta já estava caído ao chão sem movimento, sua consciência se esvazia aos poucos. Tudo que sentia era aquela dor insuportável.

Sarah, assim que percebeu, correu até lá, e com um único golpe de energia concentrada derrotou o golem o separando em vários pedaços.

— Quem é você, jovem? — falou o oficial.

—Sou Sarah Valt Knag, senhor.

Logo pegou seu irmão, o colocou nas suas costas e saiu dalí como se nada tivesse acontecido. Naguini chama a sua atenção:

— Ei você! Que tipo de conjuração mágica você usou? — perguntou com um ar de raiva.

— O que é uma conjuração mágica?

Naguini ficou sem reação. Como alguém pode ser tão forte e não ter conhecimentos sobre conjuração mágica!?

O silêncio reinava entre as duas até que Sarah simplesmente foi embora levando seu irmão.

No dia seguinte bateram à porta de Sarah bem cedo. Era o oficial do rei:

— Você foi selecionada para a "Patrulha Angelical". Você virá conosco hoje ao meio dia.

Sarah logo viu que ele era acompanhado por alguns guerreiros:

O primeiro era bem grande, era impossível não o notar. Seu rosto era bonito mesmo que tivesse uma cicatriz de batalha e Sarah o contemplou até que ele percebesse e só então ela virou o rosto para o próximo.

A terceira era pequenina, seu cabelo era bem curto e suas sobrancelhas eram tão pequenas quanto ela.

A quarta era… A Naguini…

E por fim: Era um típico guerreiro, com seus braços bem definidos e passava um ar de confiança. Seu rosto era, era…

— Ark — hesitou por um momento.

— Mas, por quê? Não fiz nada impressionante, só queria pegar meu irmão que estava caído.

— Todos vimos sua grande performance ontem à noite, é fabulosa a sua habilidade. Você foi a única capaz derrotar meu golem. Os outros não foram capazes nem mesmo de o ferir.

Partiremos para as terras centrais ao meio dia, esteja pronta até lá.

Sarah ficou sem reação. Logo todos haviam saído dali para comprar mantimentos.

— Quem era a essa hora?

— Olha, presta bastante atenção no que eu vou te falar agora, ok?