Era uma vez, na pequena cidade de São Miguel, uma senhora extraordinária conhecida por todos como "Vó da Maria José". Nascida em 1887, a Vó da Maria José era uma testemunha viva de um século de histórias e transformações. Apesar de seus 134 anos, ela mantinha um vigor juvenil que encantava todos que a conheciam.

Com uma pele negra suavemente enrugada, olhos hazel brilhantes que contavam inúmeras experiências e cabelos loiros que traziam memórias de juventude, a Vó da Maria José era uma figura notável. Seu corpo, apesar de oscilar entre a obesidade e a magreza, carregava a história de uma vida cheia de altos e baixos, literalmente.

Vivendo com várias deficiências, ela enfrentava cada dia com uma resiliência que inspirava toda a comunidade. Seus movimentos lentos eram uma dança de sabedoria acumulada, e sua risada, uma melodia que ecoava pelas ruas estreitas da cidade.

Apesar de sua aposentadoria, a Vó da Maria José não estava disposta a se acomodar. Com um sorriso acolhedor, ela sentava-se em sua cadeira na praça central, vendendo chicletes para os transeuntes. Seus clientes não compravam apenas chicletes, mas também levavam para casa uma história ou um conselho sábio da enciclopédia viva que era a Vó.

Católica agnóstica, ela tinha uma fé profunda na humanidade, acreditando que todos têm uma história digna de ser ouvida, independentemente de crenças religiosas. Sua neta Maria José era sua luz, o elo entre o passado e o presente, e juntas, compartilhavam risos, lágrimas e lições que transcendiam o tempo.

A Vó da Maria José tornou-se uma lenda viva na cidade, uma fonte de inspiração para as gerações mais jovens e um farol de compaixão para todos. A cada pôr do sol, ela contemplava a vida com gratidão, sabendo que sua jornada deixaria um legado duradouro nas memórias da cidade de São Miguel.