Um evento peculiar agitou São Miguel, espalhando um zumbido de excitação por toda a cidade. Era o mês da colheita, e os moradores se reuniam para celebrar a abundância que a terra generosamente oferecia.
A Vó da Maria José, conhecida por sua sagacidade e intuição, trouxe à luz um mistério antigo. Ao redor da praça central erguia-se uma árvore centenária, cuja sombra acolhedora abrigava segredos guardados por décadas.
Curiosos, os habitantes de São Miguel se reuniram ao redor da árvore, olhando para seus galhos que pareciam sussurrar histórias antigas. Sovaco, Janelinha e Maria José também se juntaram à multidão, ansiosos para desvendar o enigma.
A Vó da Maria José, com um brilho nos olhos, começou a compartilhar uma lenda que ecoava através das gerações. Dizia-se que a árvore centenária era testemunha silenciosa do amor proibido entre dois jovens de famílias rivais, um conto que se desenrolara há muitos anos.
Janelinha, com sua mente empreendedora, sugeriu que a árvore poderia abrigar um tesouro escondido. Intrigados, os moradores começaram a cavar ao redor da base da árvore, esperando encontrar vestígios do passado.
Sovaco, aproveitando a atmosfera de mistério, compôs uma melodia única para acompanhar a busca. Seu violão ressoava, ecoando a emoção que envolvia o enigma da árvore centenária.
Enquanto a escavação continuava, uma caixa de madeira enterrada há muito tempo foi descoberta. Com expectativas elevadas, os moradores abriram a caixa, revelando cartas antigas, fotografias amareladas e um medalhão desgastado.
A Vó da Maria José pegou o medalhão com reverência. "Este é um pedaço do nosso passado", murmurou ela.
O medalhão pertencera aos jovens amantes da lenda. As cartas e fotografias contavam uma história de amor e coragem que desafiou as convenções da época.
São Miguel, agora enriquecida com essa descoberta, celebrava não apenas a colheita da terra, mas também a colheita das histórias que ligavam as gerações passadas e presentes.