Depois que Dan se levantou com ajuda de Ogar e Constance, as coisas voltaram ao normal sem problemas, com o diferencial que os recém chegados agora estavam mais empenhados em ajudar (até alguns ainda não bem recuperados ainda) que antes. Quanto ao involuntario incitador, Henri, ele só recebeu uma bronca (bem longa) de Ogar, afinal todos sabiam que ele não agiu de má fé como alguns poderiam pensar, apenas disse que ele achava verdade com a raiva e o ressentimento de te visto o pai morrer para os goblins e perder um amigo quando a casa se Sam queimou e os responsáveis conseguiram se safar antes que a milícia da aldeia pudesse alcança-los.
Em meio a tudo isso Sofi só ficou parada olhando como as coisas se desenrolaram. Tudo que tinha acabado de acontecer há fez se lembrar um pouco do passado, dos momentos bons e dos ruins, até do tempo em que muitos recorriam ha deuses para remediar coisas banais nunca obtendo resposta, inclusive em assuntos mais sérios.
Só de pensar nisso a raiva indistinta de Sofi ressurgia mas ela ainda conseguia suporta-la, era mais fácil que aguentar a dor constante e no momento crescente que a acompanha, ainda que não muito.
Ela sabia que não podia ficar ali muito mais tempo, quanto mais tempo ficasse perto do cajado mais raiva ela iria sentir e mais a dor em seu âmago que ela geralmente conseguia ignorar iria amentar.
"Se me derem licença vou voltar para minha cabana para preparar mais alguns chás, unguentos e tentar entender a poção." Ela disse há Gerard e Ivan que em um acordo relâmpago prometeram não incomoda-la a menos que fosse crucial.
Sofi logo saiu da praça o mais rápido que conseguia escondendo de todos seus pensamentos, a única evidência de seu estado emocional seria a mão cerrada com tanta força que as unhas fizeram pequenos filetes de sangue aparecer, por sorte todos já estavam muito ocupados com a espada, um pouco com o cajado e com Dan pra notarem esse pequeno detalhe.
Ou quase todos.
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Assim que Sofi chegou em sua cabana na borda da floresta ela se recostou na porta fechada e deixou o corpo deslizar até o chão.
'Porque?'
Ela ouvia a voz do aldeão que tinha dito isso várias e várias vezes, a mesma pergunta que ela não se permitia fazer desde a noite passada. Graças a poção ela teve algo para distrai-la, tanto é que ela só percebeu que ficou acordada a noite toda estudando-a quando Agatha veio pedir ajuda dela e viu que o sol já tinha nascido.
'Porque agora?, porque não podia ter aparecido antes, porque não pode salva-los, porque eu não pude salva-los'
Ela se perguntava várias vezes com lágrimas escorrendo pelos olhos. Logo ela levantou a cabeça e viu um bracelete na única estante que tinha na cabana.
Ela se levantou o pegou e ficou encarando a peça, para olhos destreinados era um bracelete de ferro enfeitado com uma joia no centro, bonito e certamente valeria alguma coisa se vendido, mas assim como o cajado esse item não era algo que você deveria olhar superficialmente.
Os enfeites eram encarnações complicadas que distorciam o espaço e o tempo e davam acesso há um pequeno rasgo na realidade que poderia ser acessado a qualquer hora, contanto que a pessoa soubesse como.
Sofi respirou fundo, colocou o bracelete no braço e se preparou. Instantes depois uma dor intensa se abateu sobre ela, ela até mesmo chegou a arquear o corpo pela intensidade da dor mas não fez nenhum som, era como se facas incandescentes fossem enfiadas no braço que tinha o bracelete, facas essas que seguiam uma trilha até o mesmo, lentamente a joia começou a brilhar levemente.
Quanto mais a jóia brilhava mais intensa a dor no pulso de Sofi piorava, se ela sentia facas incandescentes passando pelo braço, no pulso ela sentia como se alguém estivesse espremendo lentamente cada osso que estivesse coberto pelo bracelete, mas mesmo sentido essa dor ela não emitia nenhum som e continuava há direcionar a energia para a pedra.
*Thump*
Logo um cilindro de pouco menos 1 metro apareceu na cabana e Sofi desmoronou no chão arfando por ar e o mais rápido que conseguia tirou o bracelete mesmo sabendo que isso não ajudaria a fazer a dor passar ela sempre fazia isso, ela sempre sentia que o ar ajudava a se recuperar mais rapido. Estranhamente no lugar onde o bracelete estava não havia nenhuma marca, perfuração, nem nada assim como no braço de Sofi.
"Levou mais tempo que geralmente, acho que isso não deve ser um bom sinal, não acha?" Sofi disse em direção ao cilindro de ferro.
Ela se levantou com dificuldade se apoiando na parede e se aproximou do cilindro, que tinha uma camada de cristal transparente na parte superior. Dentro dele era possível ver um líquido azul claro que mesmo com o cilindro parado ainda se movia levemente, e nesse líquido era tinha um corpo.
Bom meio corpo, era o torço de um jovem sem o braço esquerdo e com a mão do direito ainda preso ao resto do corpo por apenas alguns filetes de pele e carne, e claro nada da área da cintura para baixo.
O rosto do jovem tinha alguns cortes mas ainda assim podia ser dito bonito, com maxilar forte, nariz reto mas não muito longo e maçãs do rosto protuberantes que davam um ar que misturava maturidade com ainda o frescor da juventude. Ele parecia estar na metade dos vinte anos, só um pouco mais jovem que a própria Sofi.
Com dificuldade ela colocou a mão sobre o revestimento de cristal perto do rosto e o acariciou lentamente, mesmo sabendo que não podia tocar o rosto dele de fato só fato de velo já a confortava, o toque do cristal seria presumivelmente frio mas esse estava morno e lentamente esfriando mais, oque era um sinal de alerta para Sofi.
"Como imaginei as plantas estão começando a perder o efeito de antes, a Corrupção está espalhando mais rápido que imaginei mesmo aqui." Ela disse com um olhar preocupado.
Depois de alguns minutos quando se sentiu forte o suficiente Sofi foi com dificuldade até sua mala que deixava mais afastada na cabana. Ela assim como o bracelete também tinha duas pedras nos deixa que abriam, mas felizmente esse na exigia muito dela, Sofi só sentiu uma leve pontada, forte sim mas breve, nos polegares.
Assim que a maleta abriu ela se expandiu e de dentro dela quase como se por conta própria saiu uma mesa com diversos líquidos, tubos de metal e ervas dispostas em pequenas quantidades em sua superfície, a mesa instantaneamente cobriu a maior parte da parede da cabana (por volta de 3 metros).
De uma das gavetas ela pegou duas garrafas com o mesmo líquido azul que no cilindro, ela então se colocou na parte superior do cilindro onde um tinha um símbolo ø, onde com grande prática ela colocou a barra em uma posição vertical e abriu um buraco ali, metódica ela derramou o conteúdo das garrafas e logo fechou outra vez.
O líquido azul então ficou mais escuro e quando colocou outra vez no cristal o sentou esquentar levemente.
"Mesmo que estejam perdendo a potência ainda funcionam, ainda bem." Ela disse um pouco mais aliviada.
Mas o alívio durou pouco, sim ainda conseguira manter o corpo fresco por mais tempo mas quanto tempo a alma dele aguentaria nesse estado, já faziam mais de 200 anos desde que ela o colocou nesse cilindro para salva-lo e desde então ela vem viajando por cada canto do mundo (que ainda conseguia ir) procurando uma forma de recupera-lo sem sucesso.
Ela logo foi em direção há um baú, onde poderiam ser visto vários livros e pergaminhos, vários em em línguas estranhas e outras quase indecifráveis mesmo para estudiosos aplicados, mas ela conseguia ler cada um deles. Ainda mais porque todos tinham um ponto comum.
[A Arte da Ressurreição e Reavivamento]