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Chapter 3 - Capítulo Dois

O sabor da vingança é doce, mas as consequências são amarga…

   Deveríamos deixar o passado ir se ele nos fere, mas lembrá-lo torna-nos mais forte para não esquecer dos nossos objetivos se um deles for a vingança. O ódio motiva para perseverar e não sucumbir diante das barreiras imposta e das perdas ocasionada por suas escolhas, que não são poucas, como o amor e o acolhimento de uma família.

   Sua presença não era mais bem-vinda há anos, todavia faltava coragem de alguém para barrar sua entrada ou capacidade para inibir os escândalos que sem dúvidas faria. Ninguém é tolo o suficiente para entrar em conflito com ela sem proteção. Seus contra-ataques são enigmas, mas certos.

   Sua mãe a olhava com pesar, com pena da mulher que se tornou perguntando-se onde errou, seu padrasto a encarava com raiva e os mesmo sentimentos desprezíveis se fazendo as mesmas perguntas, no entanto, por mais dificultoso que fosse tentavam disfarçar. Pois como sempre, Victor odiava deixar legíveis suas expressões. Ao contrário do seu irmão e futura noiva que nada fazia para ocultar sentirem asco com sua presença, ampliando o sorriso perverso em seus lábios pintados de vermelho. Entretanto, o melhor sem dúvidas e o olhar do seu tio com coisas ocultas que só ela sabe decifrar, e o odeia mais por isso. Ele a odiava mais do que todos naquela mesa, e o sentimento era recíproco, e nenhum dos dois fazia esforço para esconder.

  Faziam um casal lindo, Jade não nega. Mas o que vivem e a mesma ilusão que sustenta a imagem do império para o mundo, um teatro, uma mentira, que nem contada mil vezes tornara-se verdade. Nem ao menos conhecem seus gostos, o acordo palavreado de anos de juntá-los finalmente tornou-se verdade, porém não se preparam o suficiente para enfrentar seu maior desafio, não solidificaram nem mesmo uma amizade para juntos lutarem contra Jade. Um ano saindo junto, e cinco meses de namoro assumido para a pronúncia do noivado, contra uma mulher que planeja por anos destruir tudo que vivem. Duvidava ao menos que se beijavam fora do público.

— Quase fiquei sentida quando não recebi o convite. — diminuir o repuxar nos lábios fingindo decepção — Mas uma sorte não me importar com vocês.

   Os patriarcas levantaram-se das suas cadeiras, um baque alto soando pela sala de jantar. Um olhar de repreensão sobre Jade alertando a para não prosseguir. Nélio tenta dá passos a frente, mas a mão de Victor o impede de chegar até sua sobrinha.

   A intimidade do jantar não permite um escândalo. Empregados não são surdos nem cegos, e toda provocação de Jade e uma armadilha perigosa.

    Jade não hesitaria em pagar uma alta quantia para alguém espalhar o ocorrido.

— Tio, quanto tempo. — aproxima-se mais da mesa, obrigado os dois homens a largarem sua cintura, ficando dois passos atrás. Como seguranças prontos para agir.

— Não é bem-vinda aqui. — a mulher do seu tio toma coragem para dizer. — Nem um de vocês é. — se refere aos dois homens com Jade.

— Como não? — destila seu sacarmos. — A união dos pombinhos afeta a mim, vocês querendo ou não sou a dona de um dos impérios.

   Silêncio. Não tem como ir contra a verdade. Jade é uma Mazarratti e não deixe que ninguém esqueça o fato.

— Que viesse no jantar de domingo. — Ayla se pronuncia recebendo a atenção da prima.

    Jade a estuda com soberba, olhando a da cabeça aos pés, reprovando como sempre tenta evidenciar uma inocência que não tem. Roupas claras, sem decotes chamativos, sorrisos contidos, maquiagem delicadas. Jade agradecia que não se parecessem em nada, nem fisicamente.

   Ayla faz o mesmo consigo, fazendo uma expressão de reprovação diante de sua aparência chamativa, ou melhor, provocativa. Não entendia o porquê da exibição excessiva de sua prima, optando sempre por vestimentas decotadas, valorizando cada parte do seu corpo. O vestido vermelho de seda hoje, com decote profundo em V e a fenda em sua perna e as alças finas, evidenciavam os motivos das suas desaprovações.

— Não teria graça, não receberia a atenção que mereço. — faz um gesto com as mãos chamando a empregada. — Mais três pratos na mesa, afinal meus convidados logo farão parte da família, prometo que nossa festa de casamento não será o velório que será a sua priminha.

   A expressão de desgosto foi evidente, não entendiam que tipo de relacionamento Jade tinha com os dois homens, mas nunca o aceitaria, era desbravado demais para suas mentes. Para Nikolas principalmente, ele odiava qualquer homem que sua irmã ousasse apresentá-los, porque sabia que ela escolhia os piores para irritá-los, ele em especial. E conseguia, por mais que nega-se, Jade o atingiria sempre.

   Tanto, que não disfarçou a expressão raivosa encarando os outros dois se perguntando quando Jade os largaria como fez com os outros. Ansiava como nunca pelo dia que faria, conseguia aguentá-la com um amante, dois era demais.

  Entretanto, para seu desagrado, ela raramente o faria. Ambos estavam há muito tempo em sua vida, que se pergunta o porquê só há um ano deram a entender terem algo. Dúvida agora se não estavam juntos muito antes.

   A ordem só foi atendida quando Victor autorizou, três novos pratos posto a mesa. O de Jade ao lado da prima com a intenção de irritá-la, e de seus convidados a sua frente.

   Por mais que deseja-se provocar, Jade se manteve quieta, encarando todos em silêncio, demorando-se no seu irmão, abrindo um sorriso de escárnio quando ele sustentou seu olhar. Todavia, quando ficou insuportável, ele desviou focando sua atenção na sua noiva que tentava há minutos ganhá-la.

   "Se a doce Ayla e todos soubesse do seu segredinho sujo meu irmão..." espanta seus pensamentos balançando a cabeça, escondendo seu sorriso atrás da taça de vinho.

— Será uma das madrinhas Jade. — seu tio disse com vontade de provocá-la.

— Não sabia que dariam me essa honra.

— Para o mundo a inimizade de vocês e uma brincadeira de boas amigas.

   Mais uma mentira, uma das que mais odiava. Nem como tábua de salvação sua prima seria sua amiga.

   Ela compactuou para destrói seus sonhos quando eles renasceram das cinzas. Ayla comparou-se com um demônio quando sorriu enquanto chorava pedindo socorro.

   Aquela noite a atormenta até hoje em pesadelos, os gritos, a dor, a sensação de impotência nunca a deixaram. Daria tudo, tudo que tem para esquecê-la se pudesse e matar Ayla, como ela ajudou que a matasse por dentro.

— Pena que uma mentira não pode se sustentar para sempre. Tudo um dia caí querido tio.