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Chapter 7 - O 1° andar

Visão de Make:

Voltando algumas horas no tempo, Make acabou falhando em encontrar a saída do andar 0 por conta própria, assim sendo ele também acabou naquele corredor com apenas ida e volta, ele ficou em dúvida sobre qual escolher, já que o mesmo não possuía informação privilegiada igual Pedro, logo ele optou em seguir em frente, ao abrir a porta de saída de emergência, um clarão atingiu os olhos de Make que instintivamente fechou-os na mesma hora .....

Quando ele abriu, ele estava em um cômodo com pouca luz, ainda assim ele conseguia ver as paredes que possuíam coloração preta, o teto era igual ao piso do chão, os dois eram de madeira de Carvalho, a sala não era muito grande possuindo no máximo 10 metros quadrados, a sala não possuía nenhuma porta além da saída, tendo recebido conhecimento de alguém do século 21, ele sabia exatamente o que era uma porta e o conceito de uma casa, não tendo muita escolha ele andou até a porta de saída ....

Fora daquele cômodo o seu arredor era muito estranho, havia outras salas que pareciam cópias de onde ele saiu, estavam tanto para a esquerda quanto para a direita, longe de sua vista também pareciam haver mais coisas para frente, a distância dessas salas uma para a outra devia ser uns 50 metros de cada sala, existia uma espécie de "ponte" sem sustentação, olhando para baixo e para cima, um vazio escuro e sem fim encobria todo o lugar, tinham outras pessoas saindo das outras salas.

Elas também estavam surpresas com tudo que estavam olhando, Make até tentou observar para ver se encontrava algo, contudo ele acabou não encontrando nada, a "ponte" era simplesmente pisos de mármore flutuando no ar, elas seguiam em linha reta e davam de frente com um salão enorme, passando de 5 quilômetros de extensão, todas as " ponte" iam para aquela localidade, Make tinha apenas essa escolha e desse único jeito ele seguiu ....

Make parou um pouco antes de entrar naquele enorme lugar, ao olhar por dentro, parecia ser apenas um salão para eventos ordinário, mas tinha algo estranho, antes diversas pessoas haviam entrado naquela localidade, então porque ele não conseguia ver ninguém? Make não sabia se devia entrar ou tentar achar outra "saída", ele tentou procurar esperançosamente ... e acabou desistindo depois de uma procura infrutífera de achar uma outra entrada, quando ele deu um passo para dentro do enorme salão, o seu arredor novamente mudou, porém foi bruscamente e deu uma sensação que ele tinha mudado sem qualquer aviso, agora ele estava em um lugar que era bem parecido com um estacionamento de carros subterrâneo, ele surgiu logo debaixo de uma lâmpada fluorescente, a frente dele tinha uma pequena poça d'água, ainda mais para frente parecia haver uma subida para os carros que desejavam sair do estacionamento, apesar de que naquele lugar não havia nenhum carro, entretanto nesta subida ... não havia muita luz para iluminar o espaço ao arredor.

Make ficou parado por alguns instantes, ele chegou até falar em voz alta:

-" Esse lugar é bem exótico ..... a minha raça realmente criou lugares fantásticos, mas ainda assim eu sinto que algo .... esta me olhando .... e parece vir da minha parte de trás-"

Ele tomou um grande susto, pois ao olhar novamente para o local escuro, diversos pares de olhos estavam o observando, antes quando tinha olhado pela primeira vez, eles não estavam ali ... após um tempo de observação, ele notou que aquelas coisas se limitavam a área escura, isso se confirmou quando uma luz mais a sua direita acabou cedendo e apagou, na mesma hora aqueles monstros a ocuparam com fervor, eles pareciam detestar a luz, Make apenas podia confiar na eletricidade, sabendo que a qualquer momento sua luz poderia acabar, ele saiu em busca de um lugar seguro.

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Visão de Pedro:

Estamos agora de volta aos tempos atuais, Pedro estava perambulando por esses corredores amarelados, ele ja estava enjoado de tudo aquilo, seu estado mental tinha melhorado grandemente, mas seu trauma ainda estava o atormentando, ele ainda via nas sombras aqueles olhos malditos que degustaram sua carne, em suas buscas desesperadas pela lanterna, ele parou em mais uma sala exótica, nela não parecia haver nenhuma "saída" além da porta que entrará, esse cômodo era uma sala maior que o normal, não tinha nenhum papel de parede antigo nas paredes, apenas um amarelo irritante, o lugar lembrava um pouco um campo de basquete, isso se devia pelo fato de estar presente nessa sala duas cestas de basquete, e um campo completo de madeira com todas as marcações do jogo que conectava as duas cestas, Pedro ficou um pouco aliviado pela sala não ser exatamente igual as outras, então ele se animou um pouco mais ....

No lado direito e esquerdo da cestas, haviam algumas arquibancadas de madeira, as que eram mais perto das saídas eram menores, as mais distantes ocupavam a sala inteira, Pedro começou pelas menores ..... ele acabou encontrando apenas o vazio, foi então que ele tentou a sorte nas arquibancadas maiores .... realmente não era o dia- talvez a semana? Ou mês? Resumindo ele estava sem sorte nesses últimos tempos, para seu descanso mental ele se sentou na arquibancada que era maior, ele ficou boa parte do tempo de cabeça baixa, foi nesse momento que ele percebeu algo vermelho por debaixo da arquibancada, era uma cor que chegava a brilhar, parecia que tinham ilustrado ela, quando ele foi checar o que era ... ele não acreditou em seus olhos.

Ele finalmente tinha encontrado uma lanterna, quando a pegou no mesmo momento ele testou se ela ligava ... ela não acendeu mesmo depois de dar muitos tapas nela, ele enfim cedeu a raiva, assim ele gritou:

-" Vai se ferrar essa merda, porra porque nada dá certo? Que desgra-"

Antes de completar seu xingamento, seu coração ficou estranho, ele ficou meio agitado sem um motivo aparente, aquilo só podia significar uma coisa .... o monstro estava perto dele, ele ficou em pânico e viu que o ambiente a sua volta, não o favorecia para ser um bom esconderijo, apesar de existir a arquibancada ela era muito aberta e o monstro poderia vê-lo ali.

-" Droga o que faço? ..... que se dane, vou arriscar embaixo da arquibancada!"

Sem muita escolha ele correu para se esconder, quando enfim estava "escondido" a situação de seu coração parecia ficar mais e mais agitado, chegou a ponto que ele parecia que ia ter um ataque cardíaco, foi então que ele ouviu o choro de um homem velho, o mesmo que Make tinha ouvido, os passos daquela coisa eram pesados, Pedro estava muito ansioso e a tensão tinha chegado em seu rosto, sua apreensão apenas piorou quando a entidade entrou naquela sala, ele era fino e preto, parecia haver algo semelhante a tentáculos que saiam por detrás de seus ombros, ele parecia vagar deliberadamente sem um rumo bem definido.

Ele ficou uns 20 minutos vagando de um lado a outro, em momento algum ele chegou perto da arquibancada maior, ele apenas ia de uma cesta a outra, sem parar em nenhum momento, quando estava perto de sair, Pedro cometeu mais um erro ... ele suspirou alto.

A criatura olhou exatamente para onde tinha vindo o som, cambaleando ele andou até a arquibancada, Pedro estava tremendo de adrenalina, seu corpo estava em um estado de medo e pavor inimaginável, conforme a criatura se aproximou a tensão sobre ele se intensificou, a criatura fina parou em frente da arquibancada, ele parecia estar fungando algo, ele olhou para a arquibancada com curiosidade .... então ele acabou virando as costas e saiu daquela sala com campo de basquete, dessa vez Pedro demorou 10 minutos para enfim suspirar alto ...

Quando Pedro saiu de seu esconderijo ele respirou mais aliviado, foi quando ele tinha percebido que a faca tática ainda estava em seu bolso, quando a tirou ele olhou firmemente por um bom tempo, com a ponta da faca ele furou no meio da palma de sua mão, então ele a fechou e sussurrou:

-" Caso algum monstro, coisa ou qualquer ser que essas coisas sejam ..... eu devo lutar, mesmo que eu morra ... não posso viver com esse maldito trauma para sempre!"

Pedro estava finalmente mostrando algum progresso, claro que ele era pequeno se comparado a caminhada a percorrer, mesmo assim isso era um bom sinal de que em breve ele iria superar este desafio, após esse "pacto" que ele próprio fez, o mesmo saiu em busca de baterias para sua lanterna vermelha ......

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Visão de Make:

Make estava correndo de um lado ao outro, ele não encontrava nenhum lugar para poder se abrigar, as luzes a sua volta estavam se apagando uma atrás da outra, mesmo sendo um homem com físico considerado muito bom, ele ja estava começando a cansar, seu medo era de perder um presságio de vida logo em seu início nessa corrida dos Backrooms, quando ja ofegava, em sua visão periférica ele viu um pequeno pedaço de uma porta, ao olhar a porta certinho, era uma porta de vidro que deslizava para a direita, dentro parecia possuir uma luz que não cederia, felizmente esse tipo de conteúdo estava expresso no conteúdo que foi passado em suas memórias, ele correu em direção a ela, ele a abriu e em seguida fechou ... ele se sentou no chão e descansou por alguns minutos, lá fora todas as luzes ja tinham sido apagadas, muitos pares de olhos observavam Make através da porta de vidro, ele falou em direção a elas:

-" Quero ver conseguirem me pegar aqui seus merdinhas .... agora onde estou? Que lugar curioso."

Ele estava em um corredor que seguia mais a frente, tanto do lado esquerdo quanto do direito havia prateleiras de escritório, ao seguir mais a frente, tinham apenas três portas de madeira por onde seguir, uma a esquerda, outra a direita e uma que seguia mais a frente, por início Make optou pela porta mais a esquerda, dentro dela haviam apenas mais prateleiras de escritório, resumindo era inútil para ele, já na porta a direita estava cheio de calçados, roupas e outros acessórios, ele até pensou em sair de cara, contudo ele testou algumas roupas para ter certeza se alguma serviria nele ..... convenientemente muitas serviram nele, no entanto ele optou por usar uma camisa preta, uma calça de exercícios cinza e botas militares, sua escolha se devia ao fato, que todas essas roupas dariam vantagem a ele na escuridão se visse mais pessoas como aqueles bostas dos andares anteriores.

-" Essas coisas chamadas de roupas ..... elas são meio desconfortáveis .... mas com certeza parecem úteis para utilizar na escuridão ..... a próxima porta é a que segue em frente ... essa porta é meio ameaçadora."

A porta a frente de Make parecia gigante em relação a ele, mesmo assim ele a enfrentou de frente e seguiu o caminho ..... o lugar se assemelhava a uma recepção padrão, isso porque haviam mesas onde os secretários ou secretarias iam ficar, e possuíam algumas cadeiras que serviam como um lugar de espera, a luz branca que vinham daquelas lâmpadas eram semelhantes com todo o resto daquele pequeno espaço, mais a frente tinha uma porta dupla de vidro, atrás dela apenas havia escuridão ..... tirando essa porta de vidro, não havia mais nenhuma saída .....

Como não tinha nenhum lugar para ir, ele se sentou em uma mesa aleatória e esperou o tempo passar, quando as luzes finalmente se acenderam, ele estava indo em direção a porta, nesses exatos segundos que se aproximava da porta de vidro, duas sombras chegaram correndo e abriram a porta, Make recuou e pegou seu facão, porém a escondeu quando viu que era um homem de 40 e poucos anos e uma adolescente que devia ter no máximo 15 anos, eles ainda não tinham visto ele e pareciam bem ofegantes.

O homem tinha uma pele escura e era careca, ele usava uma camisa polo com uma calça jeans moderna, seus sapatos eram requintados e deviam custar uma fortuna, a menina tinha pele morena e usava um moletom azul, uma calça legging e um tênis branco novo de caminhada, eles pareciam estar segurando facas de cozinha em suas mãos, Make estava em dúvida se conversava ou se atacava eles, antes de concluir seu pensamento a menina gritou de medo, o homem que parecia ser o pai dela, apontou a faca em direção a Make e falou com nervosismo:

-" Q-quem é v-você? Está com eles?"

-" Eles quem? Não sei do que você esta falando, eu quero saber quem são vocês?"

Make argumentava enquanto tinha suas mãos levantadas para cima, em sinal de que nada possuía em suas mãos, o homem em seguida gritou com ele:

-" Não tente fingir ignorância! V-você deve fazer parte do Omni divino, s-só assim para estar n-nessa área!"

Aquele homem estava nervoso demais para raciocinar naquele momento, ele avançou bruscamente rumo a Make, entretanto o jeito que veio, a forma como a faca vinha e a velocidade dele, indicava apenas uma coisa, ele era um completo amador, alguém que jamais tinha levantado a faca ou alguma arma para outro humano, Make já era diferente ... sua jornada sempre teve morte e sangue, então sua calma era justificada, sem muito esforço ele imobilizou o homem e o nocauteou, a filha dele caiu no chão e proferiu chorando:

-" P-pai? Papai? Você esta-"

-" Ai menina, eu não matei ele, apenas esta desmaiado e descansando, agora me diga .... o que raios esta acontecendo? Porque vocês me atacaram? O que é Omni divino? E quem raios são vocês?"

A menina estava chorando, ela sabia que seu pai estava vivo e que aquele homem estranho não tinha a intenção de feri-los, ela se acalmou aos poucos e falou após:

-" Nós estávamos ofegantes pois .... estávamos correndo das pessoas do culto Omni divino ..."

-" Omni divino ..... que nome estranho ..... eles cultuam o que?"

Com os olhos semelhantes a um vazio profundo e escuro, ela terminou:

-" Cultuam essas coisas que chamamos de monstros ..."

Um novo grupo de pessoas ruins, estava próximo novamente de Make, seu encontro seria mais breve que pensava .....