Visão de Make:
* ..... O que essa garota disse? Ela quer que eu os leve junto comigo? ....ela com certeza é ousada ..... eu não veria problema em leva-los caso os mesmos sejam úteis a mim .... mas ainda assim, não faço a menor ideia de suas capacidades .... o que eu faço? ... *
Make estava pensativo, o que a garota havia proposto era claramente algo semelhante a um absurdo, eles podiam sim ser úteis nesse andar, mas fora dele seriam completos ignorantes, isso sendo semelhante a Make que era um novato, o homem que parecia ser pai dela falou sussurrando a ela:
-" Trinity o que esta pensando? Nós nem sequer sabemos quem ele é-"
-" Ele não é uma pessoa ruim, em momento algum ele teve a intenção de nos matar ou machucar, ele apenas desejou informações!"
O homem colocou a mão sobre a cabeça em sinal de desespero, ele logo suspirou e soltou o ar preso em seus pulmões, olhando o rosto de sua filha, ele notou que ela estava mais que determinada a seguir em frente, passando a mão sobre a cabeça, ele foi franco com Make:
-" Olha .... realmente seria uma boa ..... nós ... nos pudessemos cooperar para escapar deste andar ..... só que nem sabemos nossos nomes e eu sendo sincero .... não confio nem um pouco em você."
Make olhou ele de forma séria, com uma pequena bufada ele alegou:
-" Compartilho do mesmo pensamento que você ... é muito estranho vocês terem conseguido ficado aqui um ano preso nesse andar .... isso não é algo normal, vindo de pessoas que anseiam por vazar dessa merda .... mas acho que ..... talvez ter gente a mais não seja uma má ideia ..... só que antes-"
Make levantou abruptamente e alertou os dois que recuaram dois passos, o "pai" da garota estendeu a mão dizendo que não ia deixar chegar nela, percebendo o que significava ele apenas falou para a garota:
-" Vocês até podem vir comigo, contudo vocês vão ser úteis? Vão conseguir me auxiliar nas dificuldades e afins? Eu posso até relevar não serem úteis a mim .... mas se me atrapalharem eu vou os abandonar? Entendido?"
Make soou de uma forma fria e egoísta, todavia nas suas falas não havia ódio e nem rancor, e sim uma tristeza camuflada com essa frieza, o homem e a garota se entreolharam e pensaram um pouco, o homem que era o pai da garota queria recusar seguir juntos com um estranho e a garota estava apavorada para poder tê-lo no grupo, foi quando os dois se decidiram após uma conversa com sussurros inaudíveis, o homem discursou de sua posição aparentemente segura:
-" Nós com certeza não seremos um peso morto a você ..... só que ainda não confio em você e assim sendo andaremos a uma distância segura de você? Tudo bem se for assim?"
Make apenas olhou para eles e assentiu de uma forma firme, o homem ia assentir quando sua filha falou um tanto alto:
-" Que bom, eu esqueci de lhe falar meu nome, prazer sou Trinity King Bell, espero que possamos nos dar bem!"
Seu pai ficou boquiaberto com o modo e fala brusca de sua filha, ele falou para ela com um olhar desesperado:
-" Filha não fale tão alto e se eles puderem nos ouvir? Como deveríamos lidar com eles?"
-" Tudo bem pai, esse homem bonito consegue lidar com eles facilmente, aliás eu queria saber, porque seu cabelo é tão longo? É algum estilo seu?"
O homem bonito a quem ela se referia era Make, ele possuía cabelos pretos longos lisos e isso se destacava conforme as pessoas o vissem, ele sabia que não podia revelar ser alguém de uma era atrasada e antiga, então ele apenas sorriu e balançou sua cabeça em um sinal positivo, em seguida ele articulou:
-" Prazer em conhecer vocês, Meu nome é Make Ouruga, espero que possamos trabalhar bem juntos."
Ouruga não era de fato o sobrenome dele, sua vila tinha esse nome e como muitas pessoas de outros ambientes estavam nesse lugar chamado Backrooms, esse sobrenome não seria nenhuma estranheza, no entanto o pai e a filha acharam o soar um pouco estranho ... mas ignoraram e continuavam a discutir sobre o tom alto de Trinity.
Assim começou um pequeno grupo de 3 pessoas, um grupo onde haveriam felicidades, tristezas, raiva, medo e que causaria muita dor em Make, em um futuro não tão distante ......
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Visão de Pedro:
Pedro olhava para aquela parede amarela com um rosto derrotado, ele estava cansado daquele andar e não via a hora de vazar do mesmo, em um corredor ele estava sentando e Pedro jogava um jogo mental, um jogo onde ele tentava achar o erro nessas paredes aparentemente semelhantes, ele fez isso para passar um tempo e esquecer sua recente solidão, jogando sem parar ele não achou sequer uma diferença, ele deitou para lidar com sua recém derrota.
-" Quanto tempo estou aqui? Eu devia ter contado .... pelo menos não estaria entediado ..... o teto é estranho .... ele até parece falso-"
Um estalo aconteceu em sua cabeça, ele nunca tinha tentado abrir o teto ou tocar nele para ver se era tão firme quanto essas paredes, Pedro lembrou que a alguns quilômetros ele tinha visto salas que possuíam camas e cabeceiras anormalmente grandes, ele então agiu em busca de fazer o teste da sua teoria ...
3 horas se passaram sem sua cabeça perceber, o amarelo ja estava gravado em sua mente e aquilo não o incomodava mais tanto quanto antes, ele estava a poucos passos das salas com mobílias de quarto, no canto de olho ele viu uma sala que tinha essas duas mobílias, sem perder tempo ele analisou o teto e percebeu uma coisa estranha, logo ele vê uma parte em que o teto era mais baixo, toda essa sala tinha um teto irregular, algumas partes eram mais altas e outras mais baixas, poucas salas tinha um teto irregular igual a dessa sala.
No canto mais ao norte do quarto, sendo o direito, tinham uma parte ligeiramente mais baixa que as outras, arrastando a escrivaninha até este lado, ele subiu desajeitadamente e não foi necessário esticar muito seu braço para chegar no teto, com apenas um toque de seu dedo um som meio vazio passou para seus ouvidos, foi necessário apenas um neurônio para se ter uma conclusão, aquele espaço acima de sua cabeça era oca, ou seja, existia um espaço vago acima de sua cabeça.
Sem perder tempo ele quebrou o teto com socos sem parar, sua mão estranhamente não doía nada e muito menos machucou os ossos e peles de sua mão, quando estava quebrado o suficiente para ele passar, o que se revelou foi simplesmente um espaço gigante e o local inteiro era escuro de primeira vista, quando subiu .... a escuridão era bem mais presente do que esperava e sua lanterna foi de grande ajuda, o espaço era realmente gigantesco, tanto para cima como para os lados, era como esperado um espaço plano e que podia-se andar livremente, não existia fios e qualquer resquício de canos, também não existia cheiros marcantes nesse andar, parecia como estar ao ar livre, com curiosidade Pedro apontou a lanterna acima ... para apenas ficar imóvel ao ver o teto.
Não era um teto com alguma cobertura chique ou aquele amarelo enjoado, mas sim era um lugar aberto e o céu estranho estava acima, no céu coisas com formatos estranhos pareciam se contorcer, quando ele focou melhor suas vistas seu corpo tremeu, ele viu coisas semelhantes a olhos que residiam na paisagem, eram milhares de olhos de pupila preta que começaram a olhar diretamente para ele, seu coração doía com tanta adrenalina percorrendo suas veias, esses olhos parecia ser gravados por uma câmera que não apresentava imagem com cores, porém nesses olhos podia se sentir a curiosidade, Pedro queria correr para ir o mais longe possível, se seus músculos não tivessem paralisados, parecia ser uma espécie de efeito daqueles olhos.
Cada segundo que passava a agonia encobria Pedro de um forma assustadora, isso apenas acabou quando os olhos pararam de o olhar e ficaram fixamente olhando para frente, ele caiu de joelhos no chão e depois deitou, ele estava com um estresse marcante em seu corpo .....
Na tamanha pressão ele acabou dormindo, quando acordou e percebeu que não foi um terrível pesadelo, ele olhou no céu e os olhos ainda estavam lá e também residiam na mesma posição, sem perder tempo ele correu de volta ao buraco, quando estava quase descendo, ele ouviu um som de algo pesado caindo no chão, o som o alertou, como seu coração não batia loucamente deveria ser algum tipo de objeto, quando avistou o arredor uma porta verde estava perdida no meio do nada, por um momento ele se esqueceu de tudo que tinha acontecido a um tempo atrás, como se estivesse hipnotizado ele cambaleou até la, ao sair de sua hipnose ele percebeu o que ocorreu e queria virar as costas e sair correndo, entretanto toda vez que fazia isso ele dava de cara novamente com aquela porta.
Ele se rendeu, seu destino era entrar naquela porta e assim ele notou que tinha que ser, na maçaneta havia um papel com fita adesiva grudado nela, uma pergunta acabou escapando de sua boca:
-" Quem deixou esse bilhete?"
Quando o pegou, a escrita era horrível e a tinta era um azul escuro, o que tornou aquilo quase que uma criptografia, ao decifrar o que estava escrito, ele ficou em choque por alguns instantes.
Em sua forma mais bizarra que uma escrita poderia ser, Nela estava escrita:
{ Parabéns por aguentar incríveis 38 segundos de minha pressão, como recompensa você pode ir ao próximo andar, aproveite essa chance!}
O olhos que estavam abismados com ele, era uma espécie de entidade, e era muito forte mesmo, tremendo com esse fato ele acabou abrindo a porta rapidamente para escapar o mais rápido que podia, e como se fosse fantasia, atrás da porta tinha uma escuridão profunda, nem com a lanterna podia-se iluminar e ver por detrás da escuridão, ele apenas quis correr para fora e chorar, Pedro estava sendo obrigado a entrar naquele lugar, tentando reunir um pingo de sua coragem perdida, ele deu o primeiro passo e seu corpo ficou mais leve ...
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A paisagem antes medonha vista por Pedro, é trocada pela visão de outras pessoas, agora há longos corredores com ramificações para todos os lados, no chão um carpete que normalmente reside em locais luxuosos tampava o chão por todas as direções, a luz branca transmitia um sinal de pureza e bondade em um local que não pareceria assim sem a luz, as paredes são de cor acinzentada escura, a cada 5 metros existe uma coluna imensa que ia até o teto daquele andar que passava facilmente dos 10 metros de altura, as lâmpadas ficavam lá no topo, mas sabia-se que eram tremendamente fortes pois cobriam boa parte do chão, passos ecoaram pelo corredor de longa extensão, os passos eram suaves e despreocupados, qualquer um podia confundir aquilo com passos em um dia ensolarado em um belo parque.
Porém a pessoa que andava não era um idiota despreocupado qualquer, e sim um homem bem longe no corredor, a uma distância considerável tinha uma pessoa logo atrás, no caso era uma mulher considerada alta, conforme foram se aproximando suas características ficaram mais visíveis, o homem tinha uma pele meio morena, parecia que ele era bronzeado artificialmente, contudo ele tinha nascido assim, ele tinha uma barba meio curta, um anel de aparência ordinária por entre seus dedos da mão esquerda, seu rosto o lembrava que parecia ser um descente árabe, sua camiseta era branca com uma imagem de praia estampada bem no meio, sua calça era jeans e seu tênis era bem ordinário, ele portava uma mochila de cor preta fosco, graças a mesma apresentar um tecido especial que destacava das demais cores de tecidos, só que a mesma parecia aparentar residir o nada.
A mulher atrás dele podia ser considerada muito atraente, seu cabelo era loiro claro, liso e até brilhante, sua camiseta era uma estampa preta com um nome escrito de forma quase ilegível, isso se devia que era de uma banda de rock, sua calça também era jeans e ela usava algo parecido com um sapato, em seu rosto não tinha nenhuma maquiagem, o que mostrava o quão ela era bonita, enquanto caminhavam sua boca se retorcia para perguntar ao homem que andava logo a sua frente, desistindo da timidez ela comentou:
-" Porque você me salvou daquelas entidades? Por acaso você deseja a-"
O homem a interrompeu com um olhar duvidoso, ele olhou direto em suas pupilas marrons e acabou gargalhando alto, ele riu por um longo período de tempo, gargalhando como se não estivesse em um lugar perigoso, a mulher estava visivelmente incomodada com a situação e falou sussurrando a ele:
-" Seu idiota, pare de rir agora, as entidades podem estar vindo-"
Ela olhou a longitude do grande corredor, uma entidade muito a frente deles saiu de um dos caminhos dos lados, o monstro saiu em uma raiva incontrolável, quando os avistou, com seu alto grito e seus movimentos grotescos, ela começou a correr em direção daqueles dois, a criatura era muito semelhante a do andar 0, mas poucas pessoas haviam sobrevivido depois de avistar a tal entidade, em seu desespero mais puro esta mulher tentou correr o mais rápido que podia, o homem no entanto a parou apenas fechando a sua mão, ela caiu no chão e ficou paralisada, ele em uma forma de zombaria disse:
-" Vocês da Backroom-ZZ são uma comédia mesmo, morrendo de medo por um Curch? Hahaha patético!"
A criatura corria incansavelmente em direção a eles, a mulher estava em pânico e gritava para quem estivesse ouvindo palavras de lamentos:
-" Deus, Buda ou seja la quem for, perdoe-me sei que pequei e-"
-" Para de chorar e cola a visão no pai!"
Quando a criatura estava a 2 braços de distância dele, ela instintivamente fechou seus belos olhos, ela esperou pela morte e também esperava pelos gritos do homem .... todavia eles nunca vieram, estranhando a situação, quando abriu seus olhos ela olhou o mesmo homem, segurando aquela entidade ... ela pensava em como isso era impossível, um humano batendo de frente com uma entidade, ela achava aquilo surreal.
-" C-como ... o-o que é-é você-ê?"
O homem olhou para ela e deu um sorriso bem grande, ele esmagou a garganta daquele monstro que acabou morrendo rapidamente, quando ele largou o corpo, parecia como uma pena caindo no chão, quase não houve barulho, logo após a criatura virou cinzas, vendo seu rosto surpreso o homem dissertou:
-" Não sei se sabe, mas essas criaturas são bem diferentes em aspectos comparados aos nossos .... mas isso você ja sabia, só não sabia que seus corpos não são formados por átomos e sim por outra coisa ..... mas isso não vem ao caso."
A pressão sobre a mulher em seguida havia desaparecido, ela agora se movia como se estivesse livre e podia enfim andar novamente, tendo medo ela se afastou alguns passos e respondeu de forma nervosa:
-" O que quer de mim? ... eu não tenho nada que você queira, além da minha vi-"
-" Eu não desejo sua vida e muito menos algo como sexo, se for isso que estiver pensando, na real eu possuo outra coisa em minha mente hehe."
Seu sorriso era de satisfação e ele coçava seu queixo de forma suspeita, entretanto seus pensamentos se tornaram claros logo em seguida:
-" Eu pensei ... que tal se juntar ao meu grupo? Creio que você possa ser de muita utilidade a mim!"
Ela ficou com um rosto bem confuso, ela estava claramente desconfiada de suas reais intenções, com seu grande poder ela tinha certeza que não poderá oferecer nada em troca além claro de sua miserável vida, com certo receio ela acentuou:
-" Eu não serei útil para nada, até esse momento apenas me esquivei e consegui milagrosamente chegar nesse andar, o andar 21° isso só foi sorte-"
-" Apenas uma correção, esse é o andar 20°, o "primeiro" andar é o 0, ou seja, você só chegou até o andar 20°."
Com um olhar perplexo pelo seu grande conhecimento e por ter sido refutada, como consequência ela ficou em um pequeno transe, para passar a sensação ela balançou sua cabeça e "acordou" de seu pequeno transe, contudo antes de falar, ele a interrompeu dizendo:
-" Apenas aceite, eu vou te treinar para ficar mais forte e poder bater de frente com essas criaturas!"
-" ..... mas ainda assim eu-"
-" Bem eu tentei ..... se não quiser se juntar, por mim tudo bem, então até logo, já que teremos que nos despedir aqui mesmo."
Acenando com sua mão, ele se despediu dela e planejava entrar na próxima ramificação a esquerda, em menos de meio segundo de sua partida ela ja tinha gritado por sua atenção, suas falas foram bem diretas:
-" E-eu quero entrar em seu grupo, meu nome é Elizabeth, posso saber seu nome?"
O homem olhou nos olhos delas e com seu sorriso gracioso ele afirmou:
-" Meu nome é um segredo, mas meu apelido não ..... Ashbat, é um prazer te conhecer Elizabeth e um ainda maior em você fazer parte de meu grupo."