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Chapter 4 - Tornando-se um Mago

O segundo aniversário de Ray estava chegando e ele estava mais animado do que nunca.

Por quê?

Porque toda criança com dois anos de idade poderia ser testada para verificar se tinha a habilidade de se tornar um Mago.

Como o filho de um Aventureiro e uma Mago. Era compreensível que os talentos de Ray precisassem ser testados se o ditado de que o filho do tigre não geraria um cachorro fosse verdade. Os pais de Ray o levaram para o Centro da Cidade do Reino de Alure.

Sua cidade natal era bem pequena e não possuía os equipamentos necessários para testar suas capacidades mágicas, então seus pais decidiram levá-lo à cidade mais próxima para realizar o teste.

Acontece que, se um de seus pais fosse mago, você teria uma boa chance de se tornar mago também! Embora a chance não fosse de 100%. Ainda era melhor do que nada. Na verdade, um bom número dos Magos dos tempos atuais veio da linhagem de magos anteriores.

Claro, Ray não tinha dúvidas de que poderia se tornar um Mago. Ele era um dragão anteriormente. Os dragões eram governantes da magia. Ele tinha mais poder mágico do que qualquer humano poderia sonhar. No entanto, seria mentira dizer que ele não se sentia inseguro.

Afinal, ele pode ter sido um dragão em sua vida anterior, mas agora ele era um ser humano. Ele não estava tão presunçoso a ponto de pensar que não tinha chances de falhar. 

Ray e seus pais finalmente chegaram ao Centro da Cidade e ele notou algumas diferenças imediatamente.

Parecia haver um número maior de Aventureiros e Magos aqui. Muitas pessoas caminhavam com ferramentas mágicas ao redor, mas ao mesmo tempo, Ray ficou entristecido quando percebeu a lacuna entre pobres e ricos.

Os ricos e poderosos recebiam prestígio e atenção, mas os pobres e os mendigos não recebiam nada além de desprezo. Ele estava triste e frustrado com o fato de que os humanos não pareciam ajudar aqueles que eram mais fracos que eles. 

Em vez disso, eles desprezavam e zombavam deles como seres inferiores a eles, mesmo que todos fossem seres humanos.

Ray uma vez fez de sua obrigação proteger os fracos, mas apesar de seus melhores esforços.

Ele falhou.

Depois de caminhar pelo Centro da Cidade segurando a mão de sua mãe, eles finalmente chegaram ao seu destino. Ray estava cansado de toda a caminhada; seu pequeno corpo não aguentava mais. E soltou um pequeno bocejo. 

'Estes seres, quando nascem, nem sequer conseguem se defender, e agora essa maldita maldição.'

Parecia que o pai de Ray tinha algo a fazer e deixou os dois enquanto voltava para casa antes dos outros.

Ele olhou para o edifício semelhante a uma catedral à sua frente e descobriu que era maior do que quatro dragões adultos combinados.

No entanto, era uma vista magnífica.

Scarlett, mãe de Ray, foi rápida em explicar que o prédio era uma escola chamada Academia Roland e que tinha uma política rigorosa onde aceitava apenas Magos. Essa era a escola que ela frequentava quando era mais jovem e esperava que Ray também pudesse se tornar seu estudante.

Eles se afastaram do prédio da escola e chegaram a um prédio adjacente. Este prédio parecia menos impressionante quando comparado ao prédio principal, mas era fácil ver que o prédio não era feito de materiais menos impressionantes.

O número de pessoas dentro do prédio era espantoso. Praticamente não havia espaço para se mover.

A maioria das pessoas lá dentro eram pais com seus filhos. Eles se sentavam e esperavam pacientemente na sala de recepção. De vez em quando, alguém entrava na sala de recepção, segurando uma lista em suas mãos e chamava pelo nome de alguém.

Os pais e a criança entravam na sala onde o teste estava sendo realizado e, após cinco minutos ou mais...

Eles saíam.

Na maioria das vezes, chorando…

Alguns minutos depois, a mulher saiu carregando a lista novamente.

"Ray Talen, sua vez de ser testado..." Ela anunciou enquanto olhava para a multidão.

Ray se levantou de sua cadeira e sorriu.

Ele seguiu sua mãe e andou com a mulher. 

No caminho, Ray passou por uma criança que estava chorando furiosamente.

Além da pena, Ray só podia balançar a cabeça e zombar.

O mundo era injusto.

Sempre foi.

Ray seguiu a mulher para a sala que havia vislumbrado anteriormente e descobriu que havia uma mesa e duas cadeiras em cada lado da mesa. Em cima da mesa havia um grande orbe de cristal e, sentado em frente a esse orbe, estava um homem de aparência velha vestido em um manto branco.

O outro assento estava vazio.

Scarlett sentou-se naquele assento vazio e pôs Ray no colo.

Ele se sentiu envergonhado por ter que ser ajudado a se levantar por um mero humano.

Ele queria conversar consigo mesmo, mas o homem de aparência velha já estava falando.

"Por favor, peça ao seu filho para colocar ambas as mãos no orbe à sua frente. O orbe emitirá luz se ele tiver alguma habilidade mágica. A cor correspondente da luz mostrará em qual elemento ele se destaca."

Ray riu por dentro.

Uma única frase era o suficiente...

Ray fechou os olhos, levantou as duas mãos para o ar e pegou a bola de cristal pelos lados.

"Vrá... Vrá... Vráaa!"

Ray riu por dentro, esperando um grande resultado.

Então, ele ouviu alguém soluçar sufocadamente.

A voz era familiar, parecia ter vindo de sua mãe?

Ray foi agradavelmente surpreendido.

Seria seu talento tão incrível que sua mãe não conseguiu se conter por mais tempo e começou a chorar de alegria?

Ela deve ter ficado tão feliz em me ver me tornar um Mago. Talvez eu tenha despertado o Elemento do Fogo, o mesmo da minha mãe. Ray abriu os olhos e percebeu que a bola de cristal não tinha reação alguma.

Nenhuma luz, nenhuma cor, nada...

O que?

"Meus pêsames, mas seu filho não tem aptidão mágica."

O velho disse enquanto balançava a cabeça e acariciava sua barba.

Absurdo!

Um dragão sem magia?

Ele deve estar errado!

Ray pulou na mesa, cuidadoso para não derrubar a bola de cristal no chão acidentalmente. Ele começou a caminhar até o velho e murmurou.

"Não miwte..."

"Eu tenho mawgia..."

Ray olhou furiosamente para o velho enquanto apontava para si mesmo.

"Sinto muito, jovem, mas não há nada que eu possa fazer."

O homem de aparência velha deu um suspiro e pediu desculpas, mas Ray não se convenceu. Ele agarrou a barba do velho de tanto que ficou frustrado. 

Ele era um dragão!

Ele era o Grande Dragão Sen!

Como ele poderia não ter aptidão mágica?

Esse velho deve estar mentindo e ele está tentando esconder meus grandes poderes de minha mãe para nos enganar!

Ray puxou com mais força a barba do velho enquanto ficava mais irritado com o resultado do teste.

Scarlett agarrou seu braço, tentando arrancá-lo da barba do velho. Mas como Ray resistiu com força, seus esforços fizeram com que alguns fios da barba do velho se soltassem.

Quando o cabelo caiu no chão, Ray ficou tão divertido que começou a rir.

"Ga, ga, gaaa..."

O velho finalmente conseguiu se desvencilhar de Ray enquanto se levantava e gritava.

"Tirem esses dois da minha vista, agora mesmo!"

Ray permaneceu em silêncio durante toda a viagem de volta para sua cidade natal. Sua mãe ainda estava bem irritada pelo que ele havia feito ao velho. A mãe e o filho se deram o gelo enquanto Scarlett finalmente adormecia.

Mas Ray ainda estava bem acordado.

O que estava acontecendo?

'O mundo está me punindo pelo número de humanos que matei naquela época?'

'Isso não faz sentido...'

'Caso contrário, por que eu teria recebido essa segunda chance? Se o mundo decidisse que eu merecia algum castigo, então ele não teria me deixado reencarnar.' Ray assentiu para si mesmo. Ele achou que o mundo deve estar me testando.

'Se eu não puder me tornar um Mago, então devo encontrar outra maneira de me vingar.'

Ray reafirmou sua determinação.

Ele então pensou em seu pai.

Quando finalmente chegaram em casa, Scarlett contou a Jack sobre a notícia infeliz. Jack ficou compreensivelmente chateado, mas não tanto quanto Scarlett.

Na manhã seguinte, a família sentou-se em frente à mesa de jantar. Tendo finalmente dominado o uso da colher e do garfo, Ray percebeu que esses itens tornaram a experiência de comer significativamente melhor do que antes e não havia necessidade de se limpar e limpar a bagunça que ele fez depois.

Uma vez terminado o café da manhã, Ray colocou decisivamente sua colher e garfo na mesa e olhou fixamente nos olhos de seu pai.

"Papai... Vcê póde me ensinar a lutar?"

Caiu um silêncio.

Mas, no momento seguinte, os olhos de Jack começaram a brilhar em uma luz empolgada.

Parecia que seu sonho estava prestes a se realizar.