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Chapter 8 - Uma Nova Ideia

Os dois meninos ao lado de Gary deram um passo à frente. Mas assim que o fizeram, ele estendeu a mão para detê-los.

"Eu posso acabar com ele sozinho." Ele disse.

Gary tirou a espada presa à cintura e a jogou no chão.

"Sem armas."

"Tudo bem…" Ray respondeu.

Ray fez o mesmo que Gary. Sendo honesto, ele estava encantado que Gary sugeriu que não usariam armas. Isso porque ele fez questão de nunca matar crianças. Crianças eram inocentes, uma tela em branco para Ray. Eram os adultos que as levavam pelo caminho errado.

"Eu deveria conseguir fazer isso." Ray convenceu-se. Ele nunca havia ganhado uma luta contra seu pai, mas esta seria a primeira vez que lutaria contra alguém de sua idade. Era uma boa oportunidade para testar a si mesmo.

Ray decidiu atacar primeiro. Ele jogou seu punho em direção ao rosto de Gary. Gary se inclinou para trás e desviou do soco. Em seguida, ele agarrou a mão de Ray e puxou seu corpo na direção dele.

Seus movimentos foram tão fluidos que, quando Ray percebeu o que havia acontecido, Gary já havia acertado um joelho em seu rosto.

Os dois meninos atrás de Gary começaram a rir. Ray lançou um olhar de soslaio na direção de Amy e percebeu que ela tinha uma expressão triste no rosto. Ela estava se culpando pelo que estava acontecendo, mas não fez nada de errado.

Tudo isso aconteceu por causa da natureza humana.

Gary estava esperando que Ray fizesse outro movimento. 

Ele começou a lembrar daquele maldito boneco de treinamento que ele queria derrotar.

A batalha continuou e Ray fez um falso ataque.

Vendo isso, Gary se inclinou novamente para evitar o soco, mas como era uma finta…

Ray usou o ímpeto de seu soco para girar e desferir um chute diretamente em Gary.

Infelizmente, Gary ergueu os braços em forma de cruz acima da cabeça e bloqueou o chute com os antebraços a tempo. 

Então, ele desapareceu do campo de visão de Ray.

Quando reapareceu, Ray se viu olhando para o céu.

Gary se moveu por baixo dele e deu um chute varrendo os tornozelos, fazendo-o perder o equilíbrio. A luta terminou ali.

Gary pegou seus pertences e começou a se afastar com seus amigos e irmã.

Mas antes que ele pudesse ir muito longe, virou-se e deixou algumas palavras finais para Ray.

"Você recebeu treinamento do seu pai e ainda é inútil assim. Devia se dedicar a algo em que já é bom."

Ray ficou ali deitado no chão, a dor havia passado, mas ele não conseguia evitar pensar nas últimas palavras de Gary. Eventualmente, algo despertou na cabeça de Ray quando ele se levantou, querendo testar suas teorias imediatamente.

Gary e Amy chegaram em casa em segurança, e Amy começou a reclamar com o irmão. Ela protestou, dizendo que Ray não fez nada de errado e que ela foi a pessoa que se aproximou dele.

"Eu só estava cuidando de você, Amy... Nada de bom vem de alguém que tem essa maldição vermelha." Gary explicou.

"Eu te odeio…" Amy resmungou.

Amy chorou e bateu a porta atrás dela ao entrar em seu quarto. Ao entrar no seu próprio quarto, Gary começou a tirar suas roupas. Ele estava usando uma armadura leve de couro. Ele notou algo estranho em seus antebraços.

Ele tirou as proteções da armadura que envolviam e protegiam seu antebraço. Lá, ele percebeu que as placas metálicas estavam totalmente destruídas. Duas amassados enormes, do tamanho de uma bola de beisebol, podiam ser vistos.

"Isso deve ser o resultado de bloquear aquele chute… Aquela luta… Foi mais acirrada do que eu pensei."

Gary estava certo em seu pensamento. Se ele não estivesse usando as proteções, aquele chute teria quebrado seus braços. Ray teria vencido aquela luta. O que Ray não sabia era que ele tinha lutado bem naquela luta.

Se ele tivesse enfrentado qualquer outra pessoa de sua idade na vila, além de Gary, ele teria ganhado com facilidade.

Era um exagero dizer que ele era um lutador incrivelmente bom, mas ele era alguém que não deveria ser subestimado. Gary treinava para ser cavaleiro desde que começou a pensar sobre isso. 

Ele tinha o sonho de que um dia conseguiria tirar sua família da pobreza em que viviam.

Ray decidiu ir direto para casa depois da luta.

Depois de perder para alguém de sua idade, Ray finalmente tomou uma decisão.

Para que a mudança acontecesse, algo devia ser mudado. Ele não podia continuar fazendo a mesma coisa repetidamente enquanto esperava resultados diferentes. 

Lembrando das palavras de Gary, Ray decidiu que deveria seguir o que o menino havia dito e se concentrar primeiro no que ele já era bom e melhorar ainda mais. Ray pensou bastante depois daquela luta sobre em que aspecto da luta ele realmente se destacava.

Até que, finalmente, Ray descobriu do que estava buscando.

Algumas semanas se passaram desde a luta.

Ray vinha subindo o topo da colina por vários dias apenas para praticar sua nova ideia.

Toda vez que ele subia a colina, Amy estava sempre em seu lugar. 

Os dois conversavam frequentemente e Amy o tranquilizava, dizendo que seu irmão não faria mais nada de ruim contra ele.

No entanto, Ray estava desconfiado se isso era verdade, pois sempre que eles estavam prestes a descer a colina, ela sempre ia à frente e verificava se havia alguém esperando para emboscá-los.

Finalmente, Ray estava de volta ao celeiro.

Depois de semanas de esforço, era finalmente hora de testar sua nova ideia e ver se ela funcionaria contra o boneco de treinamento. Ele se aproximou do boneco e disse as palavras, "Nível um.".

A luz roxa envolveu o boneco mais uma vez e a batalha finalmente começou.

Poucos segundos depois, a mesma luz roxa envolveu o boneco novamente. Desta vez, a voz mecânica que a acompanhava disse as palavras, "Nível um. Passou."

Ray ofegou e resfolegou.

Ele estava suando.

Não por causa dos poucos segundos de luta, mas por causa da pressão e do estresse mental. Ele realmente não saberia o que fazer se seu novo estilo de luta falhasse. No entanto, saboreando os frutos de seus esforços, um sorriso apareceu no rosto de Ray.

Ele voltou-se ao boneco de madeira e disse, "Nível 2."

Ele sentiu que estava pronto.

Ele sentiu que era hora.

Hora de ver até onde ele poderia se esforçar.