Ray tentou lutar contra o boneco mais quatro vezes. Cada vez, terminava em sua humilhante derrota.
Porém, na quarta vez, ele estava completamente nocauteado, incapaz de se levantar. Se não fosse pelo fato de sua preocupada mãe ter saído para procurá-lo e o encontrado desacordado no chão frio e lamacento do celeiro, ele teria congelado ali mesmo.
Ray nem conseguiu reclamar.
A espada de madeira do boneco não causou muitos danos a ele.
Porém, foi uma experiência dolorosa lutar contra o boneco, então ele decidiu que precisava de uma pausa. Além disso, Ray também pensou que não era bom ser atingido repetidamente com seu corpo frágil.
Quando ele acordou, saiu para tomar um pouco de ar fresco, limpar a cabeça e tentar descobrir uma maneira de derrotar o boneco de treinamento. A vila era um lugar agradável e tranquilo, e Ray apreciava muito a paz. O lugar ficava perto da fronteira do Reino de Alure e do Império Crune.
A vila era uma vila de mineração que frequentemente negociava com ambas as partes. Para manter o fluxo constante de recursos naturais, os dois lados frequentemente enviavam soldados para proteger a vila de criaturas monstruosas. Mas apenas ao longo da fronteira do reino e do império.
Ray saiu por conta própria para poder praticar longe dos olhares curiosos de qualquer um. Ele descobriu um topo de colina logo fora da vila. Ele correu em direção ao topo da colina e ficou sob a sombra de uma árvore próxima.
Depois de se certificar de que ninguém estava por perto, ele deu um suspiro profundo e varreu seu olhar pelas vistas à sua frente. A vila inteira podia ser vista, a vista era de tirar o fôlego.
Ray não sentia tanta paz e via uma vista tão bonita há muito tempo. Era tudo o que ele queria naquela época. Infelizmente, todos os seus dias pacíficos no passado sempre eram interrompidos. No entanto, essas interrupções lembraram-lhe por que ele tinha que treinar arduamente todos os dias.
Ray se levantou e tirou sua espada. Ele fechou os olhos e visualizou o boneco. Em sua mente, ele sabia o que fazer, ele podia ver todos os passos que precisava dar para a vitória. Ray abriu os olhos e começou a balançar com força. Seus movimentos eram rápidos, mas para Ray pareciam insuficientes.
Ele podia sentir que seu corpo não conseguia acompanhar seu cérebro.
Ray treinou por algumas horas até se sentir exausto. Coberto de suor, ele sentou-se à sombra da árvore e fechou os olhos.
Quando ele abriu os olhos novamente, surpreendeu-se ao ver uma garotinha olhando para ele. Ele ficou tão assustado que se levantou, mas acabou batendo a parte de trás da cabeça na árvore.
"Você está bem?" A menina disse com uma voz preocupada.
"Você me assustou! Por que fez isso?"
Ray disse enquanto esfregava a cabeça que colidiu contra a árvore.
Ray olhou diretamente para a menina, ela parecia ter a mesma idade que Ray. Vestindo um pequeno vestido vermelho com uma cesta na mão. Ela tinha olhos azuis e seu cabelo loiro chegava até a clavícula.
Ela apontou para a vila.
"Está ficando tarde e o sol está começando a se pôr. Acho melhor voltarmos para a vila agora. Eu estava apenas pensando em como te acordar, e foi por isso que eu estava te encarando. Surpreendentemente, você acordou antes de eu poder fazer qualquer coisa." Um sorriso estava estampado em seu rosto.
Ray olhou para o céu e descobriu que o sol já estava se pondo.
'Eu devo ter adormecido sem perceber.'
"Como você sabia que eu estava aqui?" Ray perguntou.
"Do que você está falando? Eu estive aqui o tempo todo."
Notando a confusão de Ray, ela apontou para o outro lado da larga árvore onde Ray se deitou antes. Um sorriso envergonhado apareceu no rosto de Ray e ele não pôde deixar de se sentir estranho ao perceber que não havia conseguido detectar a presença dela.
"Meu nome é Amy… Este é o meu lugar. Eu venho aqui sempre."
"Meu nome é Ray…"
Ela sorriu para Ray ao ouvir seu nome.
"Eu sei… Você é bem famoso na vila."
Ray sabia muito bem o que ela queria dizer.
Foi por causa da tão chamada maldição da família Talen trazida pela súbita aparição de seu cabelo vermelho.
Justo quando Ray estava começando a descer a colina com Amy. Um grupo de meninos apareceu na frente deles. Um deles era quase idêntico a Amy. Exceto pelas roupas e cabelo curto, não havia nada que se pudesse usar para diferenciar os dois.
"Afaste-se da minha irmã!" Esse menino gritou.
"Ele não fez nada comigo, Gary!" Amy interveio, percebendo que uma discussão poderia explodir.
Gary verificou se Amy estava bem, chegou a verificar se a cor do cabelo de Amy estava começando a mudar, o que era um claro insulto a Ray, "Se eu te ver se aproximando da minha irmã novamente, você está morto!"
Ele olhou severamente.
Os outros dois meninos concordaram, "Faça-nos um favor e deixe a vila, por favor…"
"Menino amaldiçoado…"
"Sua mãe e seu pai também deveriam deixar a vila, são tão culpados quanto por terem um filho amaldiçoado como você."
Ray estava muito irritado. O sangue começou a correr para sua cabeça. Ele não se incomodaria em fazer nada contra eles se os insultos fossem direcionados apenas a ele, mas eles mexeram com seu ponto fraco...
Além disso, seu pai e mãe claramente protegeram a vila nos últimos anos. Esses idiotas claramente não sabiam nada sobre o que seus pais haviam feito pela vila. No entanto, eles ousaram insultar sua mãe e seu pai? Eles ousam insultar sua nova família.
'Esses meninos precisam aprender como a vida pode ser dura.'
Ray correu em direção ao menino que disse aquelas últimas palavras. Ray enviou diretamente um soco para o rosto espantado do menino, mas foi bloqueado por Gary. No entanto, Gary claramente não esperava o poder por trás do soco, então ele cambaleou para trás e levantou a outra mão para apoiar sua mão.
"Por que você parou meu soco? Eu só queria acertar quem insultou meus pais.'
Disse Ray.
"Se você quer lutar, eu vou te dar essa chance..." Gary declarou.
"Eu não me importo, todos vocês... Podem vir lutar comigo juntos."
Isso era o que Ray precisava, experiência real de luta, e contra um grupo de crianças de sua idade seria uma boa medida para ver onde suas habilidades estavam.
Ray debochou e levantou os braços em preparação para a luta.