Chereads / Exorcism Paranormal: Supranormal [Versão Português] / Chapter 2 - A reunião e o subterrâneo [Parte I]

Chapter 2 - A reunião e o subterrâneo [Parte I]

Numa sala do escritório da agência de conjuradores, está ocorrendo uma reunião de extrema relevância em que será debatida a questão das mortes incessantes dos integrantes da agência. São indivíduos de grande importância para a agência, vestindo-se com trajes negros característicos dos exorcistas.

"Então, você está me contando que existe um assassino de exorcistas?" — Um dos integrantes, sentado em uma das cadeiras com um gato branco no colo, relutou em aceitar a afirmação feita por um dos colegas que apresentou um acontecimento.

"Eu não estou faltando com a verdade. O número de fatalidades entre os nossos companheiros tem se elevado ao longo desses dezesseis meses." — Este indivíduo apoiou o cotovelo no apoio da poltrona, colocou o queixo apoiado no punho e cruzou as pernas.

"Ele está completamente correto. Isso é algo que não podemos negligenciar." — Expressou uma mulher de tez pálida como um corpo sem vida e com um tapa-olho no olho esquerdo, enquanto segurava um guarda-chuva próximo à janela do prédio.

Enquanto debatiam entre si, o padre encontrava-se com uma expressão séria, apoiando os cotovelos na mesa de madeira e entrelaçando os dedos; metade de seu rosto permanecia envolto em sombras.

"Os Exorcistas Basilares não devem se preocupar com exorcistas fracos que morrem no exercício do dever." — Disse um homem de cavanhaque e corpo musculoso, enquanto limpava seus óculos em uma poltrona.

"Concordo, não devemos nos preocupar com isso." — Concordou o padre.

Todos olharam, exceto o homem que limpava seus óculos, e ficaram surpresos com a afirmação do padre.

A mulher que segurava um guarda-chuva não concordou com a escolha do padre e disse: "Padre, reflita sobre isso. Não devemos ignorar tal situação. Tenho certeza de que lidar com isso posteriormente será tarde demais."

Então, uma aura emanou ao redor do corpo do padre e encheu a sala com uma atmosfera carregada, fazendo com que todos se arrepiassem.

"Não há motivo para preocupações, trata-se apenas de um exterminador de exorcistas, alguém que mata sem provocação, por mero prazer." — O padre, enquanto mantinha um semblante austero, encarou os presentes com um olhar intimidador.

Após isto, o padre encerrou a reunião. "Estão dispensados."

Alguns saíram da sala insatisfeitos, enquanto outros concordaram com a decisão do padre.

Assim que a porta se fechou, o padre permaneceu sozinho, mantendo sua expressão séria, e abriu uma gaveta em sua mesa à direita, retirando um envelope.

Ao retirar um papel branco de dentro do envelope, sua expressão séria desvanece e seu rosto assume uma aparência preocupante

"Tenho absoluta certeza... O responsável por esses assassinatos... É filho daquele homem", murmura ele, enquanto o suor escorre pelas bochechas até o queixo e pinga no chão. O papel em branco revela um documento pertencente a um antigo exorcista da agência, um homem de cabelos brancos.

"Como o filho daquele homem sobreviveu?... Eu estava certo de tê-lo matado", diz o padre, colocando a mão esquerda no rosto enquanto amassa o documento com a direita.

"Maldição..." — O padre range os dentes.

"Se ele realmente for o filho daquele homem, eu já sei o objetivo dele." Disse o padre com uma expressão calma. "Porém, habilidade normais não pode parar o filho daquele homem." O padre suspira, e sai do prédio da agência e pega seu carro e se dirige até uma igreja.

Ao chegar lá, o padre se depara com a igreja fechada. Ele retira uma chave dourada do bolso e abre o portão principal da igreja para entrar. Uma vez dentro, dirige-se ao altar e retira o tapete. Ao remover o tapete, é revelado um alçapão. Com isso, o padre o abre, revelando uma escada que leva ao subterrâneo, rodeada pela escuridão.

O padre desce pela escada e finalmente seus pés tocam uma superfície plana. Velas se acendem, iluminando uma espécie de caminho. No fim desse caminho, encontra-se uma caixa de vidro reforçado contendo um boneco de palha dividido em seis partes.

Da palha emanava uma aura sombria, porém o padre não demonstrava nenhum remorso por estar ali.

"Se me unir a você, serei capaz de derrotar qualquer criatura. Até mesmo um divino." Disse o padre, seu sorriso se estendendo de orelha a orelha, enquanto continuava a falar: "Um poder proveniente de um ser maligno, desprovido de fraquezas... Um ser perfeito. Dessa forma, posso até ultrapassar a grandiosidade divina, e todos se renderão perante minha presença sublime." O padre solta uma risada repleta de malícia.

"Maleficies possuem uma energia amaldiçoada intensa", afirma o padre ao retirar uma bússola de seu bolso.

"Essa bússola não é uma bússola comum. Trata-se de uma bússola indicadora de energia negativa. Ela aponta para uma fonte de energia negativa, ou seja, as maldições e demônios" O padre encara a bússola e declara: "E quando a energia negativa é poderosa, o ponteiro da bússola treme e a bússola... se quebra". O padre aponta para o boneco de palha e a bússola se parte e para de funcionar.

"A fonte de energia negativa do diabo é superior a todas as outras maldições e demônios, afinal, ele é o verdadeiro rei demônio", o padre coloca as mãos para trás e analisa o ambiente: "Satanás, é uma entidade maligna, que não pode ser contida com um simples selamento. Para isso, os exorcistas do passado criaram esta sala, conhecida como sala de selamento. A fim de manter o diabo aprisionado por séculos, eles capturaram os Zangbetos e os selaram dentro de diferentes bonecos de palha que cercam essa caixa de vidro onde satanás se encontra."

O padre caminha em direção a um boneco de palha à sua direita.

"Os Zangbetos são poderosas maldições, eles atacavam em conjunto, e esse movimento era conhecido como A marcha de Zambetos." O padre segue em direção ao centro da sala e para — "Todos esses Zangbetos são utilizados como instrumentos para selar o poder de satanás. Se todos os Zangbetos forem libertados, o boneco de palha onde o diabo está selado não será suficiente para conter tamanho poder. Como precaução, os exorcistas dividiram o boneco de palha em seis partes, separando a parte superior e inferior do tronco, enfraquecendo assim o diabo."

"No entanto, nessa sala, podemos encontrar um total de 500 Zangbetos." — O padre retira cinco pregos de seu bolso delicadamente, posicionando um entre os lábios e os outros quatro entre os dedos. Em seguida, com requinte, ele arremessa os quatro pregos de forma precisa, atingindo a cabeça de quatro Zangbetos.

Os bonecos de palha começam a tremer e logo param. "496..."

Com um sopro, o prego em sua boca é disparado contra a cabeça de mais um boneco de palha: "495..."

Ele coloca ambas as mãos nos bolsos e tira oito pregos. Com elegância, ele lança quatro pregos para cada lado, atingindo oito bonecos de palha.

"487..."

O padre continua retirando vários pregos e lançando-os sucessivamente contra os Zangbetos da sala.

"350... 342..."

"Removerei os Zangbetos para que meu sonho se torne realidade... Eu, Padre Ludovicus, criará um novo mundo com minhas próprias mãos..."

"300."

Num local distante, um homem com trajes de exorcista contempla o pôr do sol no terraço de um prédio.

Logo atrás dele, uma mulher de cabelos negros também vestida como exorcista observa. Seus olhos sem brilho parecem mortos.

"Alina, sabe qual é a coisa mais bela desta ilha?", indaga o homem com um sorriso, enquanto seu rosto é iluminado pelo pôr do sol.

"Não, senhor", responde Alina.

"O pôr do sol e o advento da noite", declara o homem.

"Senhor Raven, por que você acha o cair da noite tão belo?" Perguntou Alina.

"O sol traz serenidade, e a lua o caos."