O jornal "Voz de Maryvill" era um dos principais veículos de comunicação da cidade. Fundado há mais de cem anos, contava com uma equipe de jornalistas experientes e comprometidos em levar a informação de qualidade aos leitores. Entre eles estavam Anna Oliveira, repórter investigativa do jornal, e Julie Stars, editora-chefe conhecida por suas matérias de impacto.
Anna estava imersa em seu trabalho investigativo no caso Maryvill, uma série de mortes misteriosas que estavam acontecendo na cidade há semanas. Ela estava determinada a desvendar a verdade por trás dessas mortes e trazer justiça para as vítimas e suas famílias.
Julie: (suspirando) Anna, você parece bem focada nesse caso do Sanatório. Mais uma vez?
Anna: (olhando para cima) Julie, eu sei que pode parecer obsessão, mas algo não está certo lá. Todas essas mortes sem explicação, pacientes desaparecendo... Eu tenho certeza de que há algo acontecendo nas sombras, e eu preciso descobrir a verdade.
Julie: (cruzando os braços) Eu entendo sua vontade de investigar, Anna, mas você está deixando o resto de lado. O jornal não é só esse caso, sabe? Temos outras pautas importantes para cobrir.
Anna: Eu sei, Julie, e eu estou fazendo o meu melhor em todas as outras matérias. Mas esse caso do Sanatório me perturba profundamente. As famílias das vítimas merecem respostas.
Julie: (franzindo o cenho) Claro, entendo a importância, mas eu estou preocupada com você. Invadir o Sanatório à noite é uma péssima ideia! É perigoso e pode colocar sua vida em risco.
Anna: (decidida) Julie, eu tomei algumas precauções, e eu não posso ignorar os sinais de que algo sombrio está acontecendo lá. Preciso coletar evidências concretas.
Antes que Julie pudesse responder, um jovem jornalista estagiário se aproximou delas, com um ar de excitação.
"Anna, desculpe interromper, mas tem uma ligação urgente para você no balcão principal."
Anna: (surpresa) Para mim? Tá certo, vou atender. Desculpe, Julie, continuamos isso depois?
Julie: (suspirando) Tudo bem, vá atender sua ligação. Mas, por favor, pense bem sobre essa ideia de invadir o Sanatório à noite, ok?
Anna concordou com a cabeça e rapidamente se dirigiu ao balcão principal para atender a ligação. Julie ficou ali, preocupada com a determinação de Anna e esperando que ela reconsiderasse suas decisões arriscadas. Anna atendeu a ligação com o coração acelerado. Uma atendente do hospital, com a voz preocupada, falou do outro lado da linha:
Atendente: Anna Oliveira? Aqui é do Hospital Central de Maryvill. Lamento informar que Denis Venar, seu irmão, sofreu um acidente e está em estado grave. Os médicos disseram que ele pediu para vê-la. É importante que venha o mais rápido possível.
Anna: (em choque) O quê? Meu Deus, estou indo agora mesmo! Onde ele está? Como está o estado dele?
Atendente: Ele está na UTI. Por favor, venha o mais rápido possível. Ele pediu especificamente para falar com você.
Anna desligou o telefone, com os olhos cheios de lágrimas, enquanto um turbilhão de emoções a invadia. Ela não conseguia acreditar no que acabara de ouvir e só queria correr para o hospital.
Com passos apressados, Anna se dirigiu até a redação para se despedir dos colegas e de Julie. Lágrimas escorriam por seu rosto enquanto ela tentava conter as emoções para dar a notícia. Anna chegou apressadamente ao hospital, estacionou seu carro e correu para dentro. Ela estava tão ansiosa para chegar ao quarto de Denis que mal notou a movimentação ao seu redor. Ao avistar um cirurgião próximo ao quarto, ela se aproximou rapidamente e o abordou.
Anna: (preocupada) Doutor, sou Anna Oliveira, irmã do Denis. O que aconteceu com ele? Como ele está?
O cirurgião olhou para Anna com expressão séria e compreensiva.
Cirurgião: Sou o Dr. Martins. Denis chegou aqui em estado grave, após sofrer uma mordida de um animal desconhecido. Ele perdeu uma quantidade significativa de sangue e, infelizmente, seu estado era tão crítico que tivemos que realizar amputações para salvar sua vida.
Anna: (com os olhos arregalados) Amputações? O quê? Mas... mas como ele está agora?
Dr. Martins: Ele está fora de perigo agora, mas ainda está sob cuidados intensivos. Infelizmente, tivemos que amputar ambas as pernas e um dos braços para estabilizá-lo e evitar que a infecção se espalhasse. Ele teve muita sorte de chegar ao hospital a tempo.
As palavras do médico atingiram Anna como uma bomba, e suas lágrimas escorreram involuntariamente pelo rosto. Ela não conseguia acreditar na gravidade da situação de seu irmão mais novo.
Anna: (soluçando) Meu Deus... Isso é terrível. Como isso aconteceu? Que tipo de animal poderia fazer isso com ele?
Dr. Martins: Ainda estamos investigando o que aconteceu e tentando identificar o animal responsável pela mordida. As circunstâncias são incomuns, mas estamos trabalhando para obter respostas.
Anna: (com voz embargada) Por favor, faça o que for necessário para ajudá-lo. Denis é muito importante para mim. Posso vê-lo?
Dr. Martins: Claro, você pode entrar. Ele está inconsciente no momento, mas acredito que sua presença pode ser reconfortante.
Anna entrou no quarto de Denis, onde encontrou seu amigo deitado na cama, conectado a diversos aparelhos. Seu coração doía ao vê-lo naquela condição e pensar no sofrimento que ele havia enfrentado. Ela segurou sua mão e sussurrou palavras de encorajamento, prometendo estar ao seu lado durante todo o processo de recuperação. Denis abriu os olhos de repente, e seu olhar encontrou o de Anna. Lágrimas de alívio e emoção se misturaram em seus rostos, e Anna o abraçou com ternura.
Anna: (chorando) Denis! Oh, graças a Deus..
Denis: (com voz fraca) Eu estou aqui, Anna. Eles não vão me tirar tão facilmente. (pausa) Eles vão pagar por isso, pelo que fizeram comigo...
Anna: (confusa) Eles? Quem você quer dizer, Denis?
Denis: (com determinação) Os gêmeos... Eles me fizeram isso. Se por uma tremenda sorte eu sobreviver, juro que vou caçá-los pelo tempo que for necessário.
Anna sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao ouvir as palavras de Denis. Ela sabia que ele estava falando sobre o mistério sombrio do Sanatório, mas também entendia que, no estado em que ele estava, aquilo poderia ser perigoso demais.
Anna: (com carinho) Denis, eu entendo sua raiva e sua vontade de buscar justiça, mas agora você precisa se concentrar em sua recuperação. Você é uma boa pessoa e não merecia passar por tudo isso.
Denis: (com a voz enfraquecida) Eu só... quero que eles paguem... Não deixe isso morrer, Anna. Não deixe que o que aconteceu comigo seja em vão. Por favor..
Anna: (segurando sua mão com firmeza) Eu prometo, Denis. Eu vou continuar investigando. Mas por favor, se concentre em se recuperar agora.
O coração de Anna se encheu de amor e preocupação por seu amigo, mas, de repente, o monitor cardíaco começou a emitir sons alarmantes. Denis começou a ter dificuldade para respirar, e sua expressão se tornou de angústia.
Anna: (entrando em desespero) NÃO!! POR FAVOR! FIQUE AQUI! SOCORROO, ALGUÉM ME AJUDE!!
Anna gritou. Imediatamente, uma equipe médica correu para o quarto e afastou Anna, pedindo para que ela saísse enquanto eles tentavam estabilizar a situação. O coração de Denis parou, e o quarto foi preenchido pelo silêncio angustiante.
Anna ficou do lado de fora, com lágrimas escorrendo por seu rosto, enquanto ouvia os esforços dos médicos para reanimar seu amigo. Infelizmente, o esforço dos médicos não foi suficiente. Eles olharam para Anna com pesar e abanaram a cabeça. Ela entendeu o significado daquelas expressões e desabou em lágrimas. Dias mais tarde, sol começava já começava a se pôr, e o céu tingia-se de tons alaranjados enquanto Anna permanecia junto ao túmulo de Denis, no silêncio do cemitério. Ela era a última pessoa que ainda estava ali, após o funeral emocionante algumas horas antes. As palavras ditas durante a cerimônia ecoavam em sua mente, e a sensação de perda era avassaladora. As lágrimas haviam secado, mas a dor ainda estava presente em seu coração.
"Descanse em paz, irmãozinho.. Eu não vou desistir até descobrir a verdade e fazer justiça por você", Anna sussurrou para si mesma, como se Denis ainda pudesse ouvi-la.
Enquanto a noite caía, Anna finalmente deixou o cemitério e se dirigiu ao seu carro. Ela sabia que tinha uma missão a cumprir e que precisava ir ao Sanatório para desvendar o mistério sombrio que havia levado à tragédia de Denis.
Ao entrar no carro, sua determinação parecia inabalável. Ela digitou o endereço do Sanatório no GPS e partiu em direção ao seu destino. A sensação de luto ainda a envolvia, mas agora era acompanhada por um senso de urgência e raiva. Anna não podia deixar o que aconteceu com Denis ser esquecido, e estava disposta a arriscar tudo para obter as respostas que procurava. Quando Anna se aproximou do Sanatório, sua determinação foi momentaneamente interrompida pela visão de algumas viaturas policiais estacionadas na frente do local. Ela sabia que aquilo poderia ser um sinal de que a polícia estava investigando o que estava acontecendo ali.
Um policial de plantão a viu se aproximando e a interceptou antes que pudesse entrar no Sanatório.
Policial: (com tom autoritário) Ei, você aí! O que está fazendo aqui? Essa área está interditada para investigação policial.
Anna: (com nervosismo) Oh, me desculpe. Eu sou apenas uma repórter investigativa do jornal "Voz de Maryvill". Estou tentando obter mais informações sobre as mortes misteriosas no Sanatório.
Policial: (desconfiado) Repórter, hein? Bem, não importa quem você é. Ninguém pode entrar aqui sem permissão durante essa investigação. Vá embora agora!
Anna engoliu em seco, sabendo que precisava encontrar uma maneira de entrar. A polícia provavelmente não liberaria o acesso a qualquer jornalista, e ela sentia que estava perto de descobrir algo crucial.
Sem mais alternativas, Anna se afastou da entrada principal e seguiu para os fundos do prédio, onde encontrou uma tubulação de ventilação. Era estreita e escura, mas ela não hesitou em entrar. O caminho tortuoso dentro da tubulação era tenso, e ela se arrastava cuidadosamente, tentando evitar qualquer ruído que pudesse chamar a atenção.
O som das suas próprias batidas cardíacas parecia ensurdecedor, e o medo de ser descoberta a deixava alerta a cada momento. A tubulação era uma teia complexa, e Anna precisava se guiar por intuição para não se perder no labirinto de metal escuro.
Em um momento, quando ela estava quase chegando ao seu destino, ouviu risadas macabras ecoarem pelos corredores do Sanatório. Eram risadas perturbadoras, que pareciam ter saído de dois homens ao mesmo tempo. O som enviou calafrios pela espinha de Anna, mas ela se forçou a continuar.
De repente, uma faca afiada atravessou o metal da tubulação, passando perigosamente perto de Anna. Seus olhos se arregalaram de susto, e ela pressionou a mão na boca para abafar qualquer som que pudesse escapar de seus lábios. As risadas macabras ficaram mais altas, como se os responsáveis pela ameaça soubessem que ela estava lá.
Engolindo o medo, Anna continuou a se arrastar, a faca ainda balançando ameaçadoramente ao redor dela. Ela finalmente alcançou o final da tubulação e emergiu em uma sala escura e abandonada.
Respirando com dificuldade, Anna olhou ao redor e percebeu que finalmente havia chegado onde queria. Ela estava em uma área desconhecida do Sanatório, um lugar sombrio e cheio de segredos. Anna vasculhou a sala escura e abandonada em busca de qualquer pista que pudesse levar a alguma resposta sobre os mistérios do Sanatório. O som constante de gotejamento ecoava pelos corredores, criando uma atmosfera inquietante que incomodava seus sentidos, mas ela não se deixou abalar.
Armários empoeirados e caixas deterioradas revelaram fitas de conversas com pacientes. Anna pegou uma delas e a tocou:
"Olá, Charles, me diga, o que lhe traz aqui?"
"Ah, Bruce... Eu precisava falar sobre Bruce."
"Bruce? Err, vá em frente, Charles."
"O que ele tanto faz naquela sala... que não sai de jeito nenhum?"
"Por que quer saber?"
"EU EXIJO saber!"
"Charles, eu gostaria de responder, mas realmente não sei o que ele faz lá."
"Mentiroso... Eu sei que está escondendo algo, ele é um louco!"
"Eu não sei mesmo, Charles."
"PARE DE MENTIR! EU SEI QUE ELE ESTÁ FAZENDO ALGO TERRÍVEL DENTRO DAQUELA SALA!"
"Charles, se acalme..."
"EU SEI QUE VOCÊ MENTE, EU VOU, EU VOU..."
O som de um choque ecoa.
"Droga..."
A fita acaba. Ao ouvir a gravação intrigante da sala de terapia, Anna sentiu seu coração acelerar. Ela estava cada vez mais perto de descobrir o que realmente acontecia naquele lugar sombrio. A gravação era perturbadora e levantava mais perguntas do que respostas.
Determinada a encontrar mais informações, Anna continuou sua busca na sala de arquivo. Entre os registros, encontrou outros diálogos intrigantes, algumas anotações sobre pacientes desaparecidos e o registro de procedimentos obscuros que eram realizados secretamente.
Enquanto estava imersa em sua investigação, Anna de repente ouviu passos rápidos se aproximando. Sem pensar duas vezes, ela se escondeu rapidamente dentro de um armário próximo, prendendo a respiração. Seu coração batia descontroladamente enquanto ela tentava ficar o mais silenciosa possível.
A porta foi arrombada com um estrondo, e o som de duas vozes sinistras ecoou pela sala. Anna olhou com cuidado e se deparou com uma figura aterrorizante: uma entidade de aproximadamente dois metros de altura, com duas cabeças, uma delas com um olho pendurado e a outra enfaixada, exceto pelo olho esquerdo.
Eram os gêmeos macabros que haviam esquartejado Denis. As palavras da gravação ecoaram em sua mente, confirmando suas suspeitas sobre a identidade desses seres aterrorizantes.
As duas cabeças olharam ao redor, como se soubessem que Anna estava por perto. A cabeça não enfaixada comentou: "Ela não pode ter ido muito longe...". O tom de suas vozes era arrepiante, e Anna sentiu um calafrio percorrer sua espinha.
Anna manteve-se imóvel no armário, o medo tomando conta dela. Os gêmeos pareciam determinados a encontrá-la, e ela sabia que seu disfarce poderia ser descoberto a qualquer momento.
A cabeça enfaixada gemeu macabramente, parecendo insunuar que Anna havia fugido, e enfim, ambos saem da sala para continuar sua busca, deixando a porta aberta. Anna esperou um momento antes de sair cautelosamente do armário, ainda trêmula com o encontro aterrorizante.
Ela sabia que agora não poderia mais depender de disfarces ou da sorte. O perigo era real e estava se aproximando cada vez mais. A revelação das gravações e o encontro com os gêmeos a deixaram ainda mais determinada a prosseguir em sua investigação, não só em busca da verdade, mas também para se vingar daqueles que haviam feito mal a seu amigo. Com um novo senso de propósito, Anna seguiu em frente, navegando pelos corredores escuros e cheios de perigos. A noite estava longe de acabar, mas ela iria desvendar o que aconteceu. Anna avançou pelo Sanatório, seu coração batendo com força em seu peito. O medo se entrelaçava com sua determinação, criando uma sensação de suspense e tensão que a fazia querer sair dali o mais rápido possível. No entanto, sua busca por respostas a impelia a continuar, mesmo que o perigo parecesse estar à espreita.
Enquanto avançava pelo corredor, ela começou a ver vultos na penumbra, ouvir passos ecoando ao seu redor. Cada ruído a fazia se encolher, seus sentidos aguçados em alerta máximo. O medo a tomava, mas ela não queria ser uma vítima, queria ser a caçadora.
Os passos pareciam se intensificar, como se alguém estivesse seguindo seus movimentos, chegando cada vez mais perto dela. Anna não conseguia conter o impulso e começou a correr, buscando uma maneira de escapar daquele pesadelo sombrio.
Finalmente, ao dobrar um corredor, ela encontrou o que parecia ser uma salvação temporária: um elevador. Sem hesitar, ela entrou rapidamente, apertando o botão para o andar mais longe possível do térreo, onde ela estava. As portas do elevador se fecharam, mas o som de passos ainda reverberava em sua mente.
O elevador subiu lentamente, e Anna finalmente chegou ao quarto andar. Esse andar era conhecido por abrigar os quartos dos pacientes, mas não qualquer paciente. Eram os pacientes mais perigosos de todo o Sanatório, um local repleto de histórias sombrias e experiências terríveis.
Enquanto ela avançava pelos corredores, os barulhos de ratos correndo atordoavam o silêncio ensurdecedor. O Sanatório parecia ter vida própria, uma vida repleta de sombras e segredos obscuros.
Ela se aproximou de uma porta de ferro, onde ao lado estava uma placa vermelha com a palavra "PERIGO" em letras garrafais. Essa era a entrada para a sala dos três pacientes mais perigosos de todos. Anna sentiu um arrepio percorrer sua espinha, mas sua curiosidade e determinação a empurraram para frente.
Ao se aproximar da porta, esperava que estivesse trancada, mas para sua surpresa, ela estava aberta. O coração de Anna disparou, mas ela sabia que precisava seguir em frente para descobrir o que estava dentro daquela sala.
Com hesitação, ela empurrou a porta devagar e entrou. A escuridão a cercava, e os ruídos internos do Sanatório pareciam se dissipar, deixando apenas um silêncio opressivo no ar. Anna iluminou a sala com sua lanterna, revelando fileiras de camas vazias e amarradas, como se um segredo inquietante fosse mantido ali.
Em meio à escuridão, Anna sentiu uma presença. Seu coração parecia querer escapar de seu peito enquanto seus olhos vasculhavam a sala, buscando o que quer que estivesse ali. Os olhos de Anna se arregalaram de horror ao perceber que a presença era, na verdade, um manequim velho com a cabeça substituída pela cabeça de uma mulher, uma das vítimas do Sanatório, já em avançado estado de decomposição. A visão grotesca atingiu sua mente como um golpe violento, e um grito de terror escapou de seus lábios.
O choque e o medo se misturavam enquanto Anna tropeçava no chão, retrocedendo alguns passos para se afastar da macabra descoberta. As imagens da cabeça em decomposição do manequim ficaram gravadas em sua mente, atormentando seus pensamentos. Ela tentava controlar sua respiração acelerada, mas o terror a dominava. O coração de Anna parecia querer saltar de seu peito enquanto ela sentia algo atrás dela. Ao se virar, ela se deparou com os gêmeos, Arthur e George, observando-a com um olhar perverso e sinistro. O terror a dominava, e suas pernas pareciam fracas, mas ela sabia que não podia se render ao medo.
Os gêmeos se aproximaram lentamente, suas feições distorcidas causando um calafrio na espinha de Anna. Eles não pareciam querer atacá-la imediatamente, como se estivessem desfrutando do tormento que causavam nela.
Arthur foi o primeiro a falar, sua voz grave e ameaçadora, ecoando pelos corredores sombrios: "Você é bem intrometida, hein? Estávamos esperando que alguém como você aparecesse."
George apenas gemia, sua expressão grotesca tornando o ambiente ainda mais assustador. Anna se perguntava como essas criaturas podiam ser tão terríveis. Os gêmeos sorriram maliciosamente, sabendo que tinham o controle sobre Anna naquele momento. Foi então que eles ofereceram um macabro jogo de pique esconde para ela. Se Anna conseguisse ganhar o jogo, poderia fugir com tudo o que havia descoberto no Sanatório e escapar com sua vida intacta. Caso contrário, ela se tornaria sua próxima vítima. Os gêmeos pareceram satisfeitos com a resposta e começaram a contar até dez, enquanto Anna aproveitava o tempo para planejar sua fuga. Ela se escondeu rapidamente em um canto escuro do corredor, tentando diminuir sua presença o máximo possível.
Quando a contagem terminou, Anna segurou a respiração enquanto os gêmeos começaram a procurá-la. O coração batia forte em seus ouvidos, e ela estava determinada a se mover com cuidado e silêncio. Cada passo era calculado, cada som abafado por sua respiração controlada.
Ela se esgueirou pelas sombras, usando a escuridão a seu favor. Cada pequeno movimento parecia amplificado, e ela se esforçava para permanecer invisível aos olhos atentos dos gêmeos.
Por um momento, Anna achou que tinha conseguido despistá-los. Ela se aproximou sorrateiramente da saída, mas, de repente, a mão esquelética de Arthur agarrou seu ombro, fazendo-a congelar de medo.
"Ah, parece que você não é tão boa em se esconder quanto pensava", ele sussurrou com uma risada sinistra. O coração de Anna parecia querer escapar do peito enquanto os gêmeos se aproximavam dela. O rosto distorcido de Arthur se contorcia por um sorriso sádico, mas algo parecia estar incomodando George. Ele fez barulhos assustadores para o irmão, que recuou por um momento, dando uma oportunidade a Anna para escapar. No entanto, o alívio foi breve, pois Arthur logo mudou os planos.
"Bem, meu irmãozinho também quer brincar, querida. Ele achou tudo isso fácil demais para ele", Arthur disse, sorrindo enquanto desenfaixava a cabeça de George.
Anna observou com horror a distorcida fisionomia de George sendo revelada. Seu rosto deformado era ainda mais assustador do que o de Arthur. Seus olhos não eram retos, seu nariz parecia distorcido e seus dentes eram afiados, criando uma imagem grotesca que a deixou enojada e com medo.
"Vamos intensificar as coisas agora, te daremos outra chance", continuou Arthur com uma voz sinistra. "Só que agora o jogo é... Pega-Pega!"
Anna mal teve tempo de reagir antes que o lado do corpo de George avançasse em sua direção como um animal faminto. Ela virou-se e correu o mais rápido possível pelos corredores escuros do Sanatório. Os passos pesados e rápidos de George ecoavam em seus ouvidos, indicando que ele estava em sua perseguição implacável.
A escuridão parecia se fechar ao seu redor, e Anna sentia cada vez mais que estava em um pesadelo sem fim. Ela desviou das paredes, deslizou por cantos e correu em direção a cada luz que avistava, desesperada para escapar daquela terrível ameaça.
O som dos gemidos e grunhidos de George reverberava, aumentando o pavor que a consumia. Ele estava tão perto, tão perto que Anna podia sentir a respiração ríspida dele em seu pescoço.
Suas pernas pareciam prestes a falhar, mas ela se forçou a continuar. Anna sabia que não podia desistir, que sua vida estava em jogo. A adrenalina a impulsionava a seguir em frente, mas o medo era esmagador.
As luzes do Sanatório pareciam piscar e vacilar, criando sombras inquietantes que a faziam questionar sua sanidade. Ela ouvia os passos de George se aproximando cada vez mais, e a sensação de que o perigo estava prestes a alcançá-la era avassaladora.
Anna então avistou uma porta entreaberta e não pensou duas vezes. Ela se lançou para dentro, esperando que fosse uma saída segura. A porta se fechou atrás dela, mergulhando-a na escuridão.
O som dos passos dos irmãos parou abruptamente do outro lado da porta, e Anna prendeu a respiração, esperando para ver se ele havia parado a perseguição. A tensão era palpável, e ela se perguntava o que aconteceria em seguida. A tensão era quase palpável enquanto os irmãos gêmeos tentavam arrombar a porta, determinados a alcançar Anna. Ela havia bloqueado a passagem com um grande armário, mas sabia que isso não seria suficiente para deter os seres monstruosos que estavam atrás dela.
Anna olhou ao redor e percebeu que estava dentro da cozinha do Sanatório. Sua mente trabalhou rápido, procurando qualquer coisa que pudesse usar para distrair os gêmeos e ganhar uma chance de escapar. Seus olhos se fixaram na geladeira, e ela a revistou em busca de algo que pudesse ser útil.
Para sua sorte, Anna encontrou um filé no lixo, ainda em condições razoáveis para uso. Sem pensar duas vezes, ela o pegou e esperou com a respiração acelerada.
Finalmente, os irmãos arrombaram a porta, e Anna jogou o filé para longe, usando-o como uma isca para distraí-los. O lado de Arthur permaneceu parado, mas a cabeça de George parecia estar desesperada para alcançar o pedaço de carne.
Com um movimento brusco e desesperado, ele esticou seu pescoço, fazendo-o se deslocar de maneira terrível. O rosto de George retorceu-se em agonia enquanto seu pescoço se rompia, levando-o à morte. Arthur entrou em choque e desespero, vendo seu irmão falecer diante de seus olhos. Anna aproveitou a oportunidade e correu o mais rápido que pôde, deixando os gêmeos para trás.