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Chapter 7 - Capitulo 7: Despedida

 Emma estava profundamente abalada, mas a disposição repentina de Zoe a fez levantar do chão. Subitamente, o som de um machado atravessando brutalmente a porta encheu o ar, fazendo Emma e Zoe saltarem de susto.

Os olhos de Emma se encontraram com os de botão e, sem perder tempo, ela agarrou a mão de Zoe e começou a correr. O urso tentou atingi-las com seu machado, mas falhou pateticamente em seus golpes. O ambiente da delegacia começou a distorcer ao seu redor, criando múltiplas portas e corredores cada vez mais amplos.

Emma abria uma porta após a outra, e cada uma delas parecia levar a um local idêntico. O urso continuava se aproximando rapidamente, aumentando a tensão a cada segundo. Cada porta aberta representava apenas mais um segundo desperdiçado.

Então, finalmente, Zoe encontrou a porta que levava de volta ao mundo real. Ela chamou desesperadamente por Emma, que estava bem atrás dela, e ambas escaparam do labirinto aterrorizante antes que fosse tarde demais.

Assim que Emma e Zoe finalmente retornaram à delegacia, as duas amigas se abraçaram com alívio. A confiança de Emma sobre seus labirintos haviam aumentado, pois embora difíceis e perigosos, ainda tinham uma saída. Franklin, Melissa e Joey, que estavam esperando ansiosamente por elas, se aproximaram com olhares de alívio misturados com preocupação.

Franklin foi o primeiro a falar: "Ei, onde diabos vocês estavam? Ficamos preocupados!"

Emma tentou recuperar o fôlego antes de responder: "É uma história longa e... estranha. Vamos explicar.. Só, vamos embora, contamos ao longo caminho."

Melissa estava com um olhar de preocupação profunda em seu rosto. "Vocês duas estão bem? Parecem ter visto um fantasma."

 Zoe assentiu, ainda um pouco trêmula: "Sim, estamos bem agora, mas... vocês não vão acreditar no que aconteceu."

Joey, um pouco impaciente, perguntou: "Bom, então, o que aconteceu? Por que vocês sumiram desse jeito?"

Emma e Zoe compartilharam olhares nervosos antes de começarem a contar a história, explicando os labirintos, o urso de pelúcia e a luta pela sobrevivência dentro daquele pesadelo bizarro. À medida que descreviam a experiência, a preocupação nos rostos de seus amigos só aumentava.

Franklin estava boquiaberto: "Isso é loucura. Vocês realmente passaram por isso?"

Melissa ainda tentava assimilar tudo: "Então, esses labirintos são como... criações dos seus piores medos e preocupações?"

Zoe assentiu: "É exatamente isso."

Joey parecia cético, mas preocupado: "E como vocês conseguiram sair de lá?"

Emma suspirou, ainda se recuperando do choque: "Foi por um triz. Encontramos uma porta que nos levou de volta ao mundo real. Toda vez é uma experiencia horrível.. Mas eu não sei como não passar por isso de novo.."

Os amigos de Emma e Zoe trocaram olhares preocupados entre si. Era uma história incrível, e todos sabiam que havia muito mais por trás disso do que podiam entender naquele momento. A noite havia se transformado em um pesadelo surreal, e o mistério dos labirintos estava longe de ser resolvido.

A noite logo despertou de seu pesadelo quando o dia se manifestou. No Sanatório, Anna já não parecia ter dormido há muito tempo. Perturbada, ela se escondeu em um quartinho de vassouras, tentando desesperadamente encontrar algum descanso. Enquanto isso, lá embaixo, na recepção do Sanatório, um grupo de policiais estava reunido com o detetive Arles e Sargento Rodriguez, tentando colocar as peças do quebra-cabeça juntas.

"Encontramos evidências de que alguém está se movendo através das tubulações. Além disso, há mensagens escritas em sangue e aquele massacre horrível na cozinha." Disse um dos policiais.

"Eles não eram bem cuidados mesmo.. Isso é tudo?" disse Arles.

"Mas vocês encontraram algum dos três assassinos, algum paciente ou uma evidencia dos desaparecidos?" Rodriguez comentou, franzindo a testa de frustração.

Um dos policiais assentiu, e com um suspiro, comentou: "Não senhor, o que temos até agora são a movimentação estranha nas tubulações."

"Como é possível uma equipe inteira de oficiais não conseguir pegar três malucos?" Disse Rodriguez, exasperado "Estão perdendo tempo com tubulações ao invés de achar algo realmente importante!"

Rodriguez continuou falando, enquanto isso, Arles reparou que faltava um membro da equipe, Smith. Logo, comentou com o resto a respeito:

"Pera ai.. tá faltando um.. O Smith ainda tá lá dentro?"

Todos olharam ao redor, confusos e preocupados, sem ter ideia do que havia acontecido com o policial desaparecido.

Rodriguez estava visivelmente irritado com a falta de competência e responsabilidade da equipe que estava conduzindo a investigação. três assassinos a solta, vários desaparecidos, e agora um próprio membro de sua equipe havia sumido. Ele sentia que precisavam de mais recursos e pessoal para lidar com a situação cada vez mais complexa. Antes que ele pudesse expressar sua frustração novamente, Arles o chamou para um canto isolado para discutir as provas coletadas até o momento.

Arles olhou para Rodriguez enquanto sussurrava: "Essa situação está ficando cada vez mais bizarra. Definitivamente não estamos lidando com só três assassinos."

 Rodriguez assentiu, compartilhando a mesma preocupação.

"Concordo. Os eventos aqui não se encaixam em um simples caso de homicídio em série. Há algo maior em jogo, e eu tenho a sensação de que não estamos vendo todo o quadro."

Arles continuou, sua voz carregando um tom de determinação. "Precisamos descobrir quem está por trás disso, quem está manipulando os eventos. E não podemos descartar Jonathan. Ele pode ter mais informações do que aparenta."

Rodriguez concordou com a cabeça. "Vamos nos aproximar dele discretamente, fazê-lo falar. Talvez ele tenha mais do que o suficiente de informações sobre Bruce."

Os dois detetives trocaram um último olhar antes de se separarem, Arles foi até seu carro e Rodriguez continuou na investigação. Arles estacionou seu carro na delegacia e dirigiu-se para dentro, onde logo encontrou a cela de Jonathan. Ele se aproximou, e Jonathan parecia aliviado ao vê-lo, esperando ansiosamente por informações sobre o progresso da investigação.

"O que vocês descobriram?", perguntou Jonathan, com um misto de preocupação e esperança em sua voz.

Arles entrou na cela e se aproximou de Jonathan, mantendo um tom de voz cauteloso. "Descobrimos algumas coisas, mas ainda não temos todas as respostas. Uma das coisas que precisamos saber é mais sobre Bruce Tompson. Como você o conheceu?"

Jonathan hesitou por um momento antes de responder. "Bruce sempre foi uma pessoa reservada. Eu o conheci por meio de um evento de caridade, e aí ele se aproximou de mim e começou a puxar assunto. Ele financiou muitos dos nossos projetos e tratamentos. Ele era um homem de negócios e raramente se envolvia diretamente nas operações do Sanatório."

Arles continuou a fazer perguntas, mantendo um olhar fixo em Jonathan. "Você sabe onde ele mora? Qualquer informação que possa nos ajudar a rastreá-lo?"

 Jonathan suspirou, parecendo pensativo. "Eu realmente não sei onde ele mora. Ele sempre foi muito discreto sobre sua vida pessoal. Mas há algo que talvez vocês possam investigar... Ele tem uma filha. Emma. Ela poderia saber mais sobre ele do que eu."

Arles assentiu e anotou a informação em seu caderno. "Pode me dar mais informações sobre ela?" perguntou Arles, tentando obter qualquer detalhe que pudesse ajudar na investigação.

Jonathan assentiu e começou a descrever a filha de Bruce. "Ela é uma jovem de cerca de 1,60 de altura, com cabelos castanhos de pontas azuis. Geralmente, ela está acompanhada por um grupo de amigos, embora eu não saiba os nomes deles. São dois garotos e duas garotas. Emma é uma garota inteligente, mas também tem seus problemas. Às vezes, ela parece perturbada, obcecada com coisas que ela tem na cabeça dela."

Arles anotou as informações em seu bloco de notas, agradecendo a Jonathan por compartilhar esses detalhes. "Isso é útil, Jonathan. Vamos usar essas informações para tentar localizar Emma. Caso você saiba de algo mais que possa nos ajudar, não hesite em me informar."

Jonathan concordou e parecia aliviado por estar cooperando com a investigação. Arles saiu da delegacia e voltou ao Sanatório, onde Rodriguez e a equipe continuavam a investigação. Ele se aproximou de Rodriguez e compartilhou as informações que obteve de Jonathan sobre a filha de Bruce Tompson.

"Ela pode ter informações valiosas para nossa investigação, considerando que seu pai é o dono do Sanatório. Eu vou fornecer uma descrição dela e acredito que devemos encontrá-la e conversar o mais rápido possível."

Rodriguez assentiu, percebendo a relevância dessa pista. "Ótimo.. Vou mandar quatro unidades patrulharem pela cidade."

A equipe se organizou para iniciar a busca por Emma, enquanto Rodriguez e Arles continuaram a coordenar os esforços da investigação no Sanatório.

As quatro viaturas da polícia se espalharam por Maryvill em busca de Emma Tompson. Enquanto isso, Emma esperava na parada de ônibus, cumprindo sua promessa de voltar para casa antes do almoço.

Ela estava nervosa devido aos eventos do labirinto, temendo de que arraste um de seus amigos novamente e não consiga levá-los de volta.

De repente, um policial se aproximou dela e pediu que a acompanhasse. Emma, confusa e surpresa, concordou e entrou na viatura com o policial. Não entendia por que estava sendo abordada pela polícia, e ficou visivelmente preocupada, pensando nos motivos por qual o policial estaria a levando. O policial comunicou ao resto da equipe que havia encontrado Emma, e isso gerou alívio entre os investigadores, que agora teriam a oportunidade de questioná-la sobre seu pai.

Enquanto Emma estava na viatura policial, sua mente estava repleta de perguntas. Ela não entendia por que estava sendo levada pela polícia. Seus amigos não iriam a denunciar para o governo, né? Enquanto a viatura seguia pela cidade, ela podia ouvir a conversa do policial pelo rádio, informando que havia a encontrado. Finalmente, a viatura chegou à delegacia, e Emma foi conduzida até a sala de interrogatório.

Ao entrar na delegacia, Emma deparou-se com a visão surpreendente de Jonathan atrás das grades. Agora, tudo começava a fazer sentido gradualmente.

A sala de interrogatório encontrava-se desocupada, embora um policial lhe pedisse com gentileza para se sentar e aguardar o detetive para ser interrogada. Passaram-se cerca de dez minutos, durante os quais Emma aproveitou para compartilhar a notícia com seus amigos. Finalmente, Arles adentrou a sala e a cumprimentou:

Arles: Emma Tompson, certo? Tudo bem?

Emma: Ah, sim, tudo bem. Desculpe, é que do nada..

Arles: Eu sei.. Eu sei.. É uma situação estranha, sabemos perfeitamente que você não esperava isso, mas estamos atrás de Bruce Tompson. Você conhece ele?

Emma: Sim, é o meu pai.

Arles: Ah, okay.. Bem Emma, como é a relação de você e seu pai?

Emma: É complicada. Meu pai é muito distante, trabalha muito e raramente tem tempo para mim. Ele é um homem reservado, e nossa comunicação é mínima.

Arles: Você tem alguma ideia de onde ele pode estar agora?

Emma: Talvez em casa.. ou.. no Sanatório..

Arles: O Sanatório está em investigação, Emma. Por isso precisamos dele.

Emma estava começando a ficar preocupada com toda essa situação envolvendo seu pai e o Sanatório. Ela olhou para Arles e Rodriguez com olhos cheios de dúvida.

Emma: Vocês não vão me dizer o que está acontecendo? Por que meu pai está envolvido nisso? O que aconteceu no Sanatório?

Arles suspirou, decidindo ser mais transparente com Emma.

Arles: Bem, nos últimos seis meses, houveram aproximadamente cinco casos de desaparecimento no Sanatório, todos de funcionários que trabalhavam lá. Três assassinos estão a solta, e tudo indica que eles não saíram de lá, por alguma razão. Sabe quantos prêmios aquele Sanatório recebeu?

Emma: Sim.. O Sanatório foi reconhecido por seu trabalho com pacientes de saúde mental. Meu pai sempre mencionou o orgulho que sentia pelo que eles realizaram lá.

Arles: Pois é. É difícil acreditar que algo que nunca falhou possa falhar de repente. Jonathan é só um dos nossos suspeitos, mas seu pai é o principal.

Emma ficou chocada ao ouvir sobre os desaparecimentos e a possível ligação de seu pai com esses eventos terríveis. Ela não conseguia entender como algo tão terrível poderia acontecer em um lugar que sempre foi visto como uma instituição exemplar para a cidade.

Emma: Isso é horrível... Eu nunca imaginei que algo assim poderia acontecer no Sanatório. E meu pai... Ele pode ser rude.. mas não é uma pessoa violenta. Não consigo entender como ele estaria envolvido nisso.

Arles assentiu, compreendendo a preocupação de Emma.

Arles: Entendemos que essa situação é difícil para você, Emma. Mas precisamos encontrar seu pai o mais rápido possível para esclarecer essas questões. Você pode nos dar alguma pista de onde ele poderia estar?

Emma hesitou por um momento, ainda processando as informações que havia acabado de receber.

Emma: Bem, ele costuma passar muito tempo no escritório em casa. Ele fica imerso em seu trabalho e raramente sai. Talvez ele esteja lá agora.

Arles agradeceu a informação e fez uma ligação para a equipe, compartilhando a possível localização de Bruce Tompson. Enquanto isso, Emma ainda se sentia angustiada com a situação, esperando que seu pai estivesse bem e que tudo pudesse ser esclarecido em breve.

Rodriguez ouviu atentamente e, em seguida, deu ordens para que dois oficiais o acompanhassem até o endereço fornecido. Ao chegarem na recepção do prédio, Rodriguez se identificou ao porteiro, exibindo seu distintivo, e solicitou que ele abrisse a porta do apartamento de Bruce Tompson. O porteiro, visivelmente nervoso, concordou e acompanhou os policiais até o elevador.

No décimo quinto andar, o porteiro abriu a porta do apartamento 1504 e saiu apressadamente. No entanto, assim que entraram, um odor fétido dominou as narinas do detetive e dos oficiais, tornando-se ainda mais insuportável. Um dos policiais notou uma poça de sangue se formando ao redor de uma poltrona, e lá, encontraram o corpo de Bruce, com sua cabeça totalmente aberta por um tiro de espingarda. Todos ficaram surpresos com a descoberta e imediatamente comunicaram a situação a Arles, que ainda estava na delegacia junto de Emma.

"Arles, Bruce.. Já era.. Achamos ele sem vida." disse Rodriguez, com um tom sério.

As palavras atingiram Arles como um soco no estômago. Ele sentiu um nó na garganta e uma sensação de angústia invadiu seu peito. Seu primeiro pensamento foi para Emma: Como ele poderia contar a ela sobre a perda de seu pai?

Arles rapidamente fechou a cara, as peças do quebra cabeça surgiram em sua mente, mas o peso era tão forte que não conseguia as encaixar no momento. Ele se virou e voltou para a sala de interrogatório, onde Emma o olhou, esperando que já pudesse ir embora.

Arles fechou os olhos por um momento, buscando forças. Então, olhou para Emma e disse com a voz trêmula: "Emma, acabamos de receber uma notícia.. horrível, sobre Bruce."

Emma não entendeu o porque Arles falava nesse tom. A seriedade contaminou o ambiente por completo, embora Emma ainda não tivesse sido atingida pela gravidade da situação. Arles olhou para Emma, Emma olhou para Arles, até que as palavras de seu pai ecoaram em sua mente.. "Eu sinto muito, querida... Por tudo... Mas saiba que eu sempre vou te amar."

As lágrimas escorriam pelos olhos de Emma enquanto a realidade do que Arles estava dizendo finalmente a atingia. Ela olhou para ele com olhos arregalados, incapaz de acreditar que seu pai tinha se suicidado.

"Não, não me diga que é isso, por favor...", sussurrou Emma, sua voz trêmula de choque e tristeza. Ela começou a tremer, incapaz de controlar suas emoções

Arles a segurou com firmeza, tentando oferecer algum conforto em meio à devastação. "Eu sinto muito, Emma", murmurou Arles, sua voz embargada.

Emma se agarrou a Arles, suas lágrimas molhando sua camisa. Era o começo de um longo e difícil caminho de luto para Emma, e Arles estava disposto a ser seu apoio durante todo o percurso.