Chereads / Tragédia no Morro / Chapter 13 - O Acordo

Chapter 13 - O Acordo

No caminho de volta, todos seguiram em silencio. Leco por sua revolta ainda não ter acabado e Andressa e Carla porque não queriam que ele ouvisse o que tinham para conversar. Andressa estava decidida a não contar para Andrey ainda. Era como um pressentimento recém adquirido. Algo lhe dizia que não era o melhor momento para ele saber. Guardaria segredo de todos. Apenas Carla saberia. Precisava dela para fazer o acompanhamento médico e também a considerava sua melhor amiga.

O que Andressa não imaginava era o que ocorria na mansão onde vivia enquanto saíra para o médico.

Andrey encontrou Francine em seu escritório e isso não o agradou, contudo não disse isso a ela, pois só naquele momento se deu conta de que ela estava presente no almoço. Ele foi até a prateleira e também se serviu de conhaque. Foi até a janela e ficou observando os homens se reunindo animados.

_ O que faz aqui Francine? – Ele perguntou finalmente, vendo que ela estava perdida em seus pensamentos.

Francine pareceu despertar imediatamente.

_ Andrey, sei que seu tempo é curto, mas o que tenho para lhe propor, pode lhe ser útil desde agora.

_ Então diga sem rodeios. – Ele disse impaciente, acreditando que ela não tinha nada para lhe oferecer que ele realmente precisasse naquele momento.

_ Eu estou disposta a passar para você a fidelidade dos homens que já tenho do meu lado e o comando dos morros que meu marido pensa que ainda tem alguma voz.

Andrey se voltou para ela com o brilho de interesse no olhar.

_ Como faria isso?

_ Uma ligação minha e eles viram imediatamente a qualquer chamado seu.

_ E o que você quer em troca?

_ Quero que permaneça solteiro por três anos seguidos. Nesse tempo tentarei conquistar seu coração, e só comigo poderá se casar dentro desse prazo.

_Feito. – Ele disse rindo com a sua sorte.

_ Não é só isso.

Andrey respirou fundo e se sentou na cadeira.

_ Mais o que?

_ Me receberá aqui na mansão. Passarei a morar aqui. Não posso voltar para onde vivi tantos anos com meu marido. Ele pode colocar alguém lá dentro que seja leal e dar um jeito de acabar comigo. Trarei dona Glória comigo. Ela faz alguns pequenos serviços para mim, que são de grande utilidade...

_ Mais alguma coisa? – Andrey perguntou consultando o relógio.

_ Quero que mande Andressa embora. Não me importo se pagar aluguel para ela e continuar se deitando com ela, pois sei que ela ainda exerce fascínio em você e se eu exigir que pare de se deitar com ela, isso pode se tornar mais emocionante ainda para você. Creio que em breve você vai acabar se fartando dela. Mas quero que ela saiba que o lugar dela na sua vida sempre será de amante. Que esse é o mais alto grau que ela poderá alcançar em relação a você. Quero ter voz ativa aqui também, como se fosse a dona da casa. – Francine disse e esperou pela resposta dele.

Andrey ficou pensativo e agora não parecia mais tão apressado.

_ Francine... Aceito o acordo com você, mas sobre mandar Andressa embora... O que você quer é ficar em um lugar em que eu esteja mais presente, e se eu alugar um apartamento para Andressa, vai ser de lá que passarei a comandar todo meu território. Então, se sua intenção é nos separar, isso não vai adiantar pois eu vou ficar onde ela estiver. Então peço que repense nesse pormenor.

Francine estava de boca aberta. Não conseguia parar de pensar no quanto fora burra e estupida por não pensar naquele detalhe... Ela permitiria, não tinha saída. Ele pensara rápido demais. Andressa permaneceria na mansão, mas Francine faria da vida dela um inferno.

_ Está bem, mas quando você for sair, sou eu quem vai te acompanhar.

_ De acordo. Por três anos ficarei solteiro. – Andrey disse se levantando.

_ Não vai querer a ajuda dos homens que lhe prometi?

_ Não. Ainda não os conheço e nem confio neles. Mas amanhã marcaremos um lugar para que eu me reúna com eles. – Andrey disse se levantando e dando aquele assunto por encerrado.

Francine se levantou também.

_ Precisarei de alguns de seus homens para me ajudar a ir lá no morro buscar meus pertences... Não quero deixar meus bens pessoais para trás.

Andrey caminhou até a porta e abriu-a, mas antes de sair, respirou fundo e se voltou para Francine com voz grave.

_ Meus homens estão todos ocupados. Sabe que hoje é um dia de combate. Não creio que qualquer um deles vá querer deixar suas obrigações para levar você até um lugar onde estarão vulneráveis. Ligue para seus amigos. Não disse que eram leais a você? Deixarei ordem para que deixem o carro que tiver você dentro passe pelo bloqueio. – Ele disse e saiu deixando uma Francine com muita raiva.

Ela correu para a varanda e ficou observando eles partirem. Assim que não ouviu mais nenhum ruido deles, ela voltou para dentro. Subiu as escadas devagar e foi direto para o quarto de Andressa. Agora não era nenhuma prova contra ela que buscava. Dona Glória lhe fizera acreditar que Andressa seria uma pessoa volúvel e que logo estaria traindo Andrey, mas se ela fazia isso, era muitíssimo discreta. Deixara se levar por essas palavras e estava sempre estava à procura de algum deslize ou falta de cuidado da garota. Mas naquele dia era diferente. Ela seguira Carla e ouvira toda conversa delas. Andressa estava grávida. E ela precisava encontrar o teste que comprovava isso. Ainda não sabia o que faria com ele, mas tinha esperança que quando sua mente clareasse e ela poderia, de alguma forma, usar isso contra Andressa.

Procurou por todo quarto e até nas gavetas de roupa, mas sua busca foi inútil. Frustrada, entrou no banheiro sem saber ao certo o que faria ali, quando avistou o teste encima da pia. Ela correu e o pegou com um brilho de alegria no olhar. Foi para o quarto em que pretendia passar a habitar, já que sabia que com Andrey, ela não conseguiria dividir o quarto, e escondeu em uma gaveta o teste, mas antes tirou várias fotos com seu celular. Feliz da vida, desceu as escadas e foi para a sala, onde serviu-se de um conhaque e ligou para sua casa. Mandou que a empregada arrumasse todas as suas coisas e as de dona Glória e mandasse o motorista a esperar. Ela terminou o conhaque sem pressa e depois foi para sua casa. Esperava voltar a tempo de receber Andressa, sem a presença de Andrey.

Andressa chegou em casa já se sentindo bem melhor. Decidiu que voltaria aos preparativos da canjiquinha. Contudo, temia que Andrey não fosse experimentar, já que saíra para uma batalha. Tinha medo de que aquele almoço, tivesse sido o último que fizeram juntos. Enquanto trabalhava, seus olhos se encheram de lágrimas ao pensar que seu filho poderia vir a crescer sem o pai. Sabia que aquela vida era perigosa, apesar de considerar que todo modo de vida oferecia riscos e que ninguém morria antes da hora, e que um dia ele poderia não voltar vivo para casa.

Carla chegou e começou a questiona-la aos cochichos e isso foi um alivio para Andressa, que teve outra coisa em que pensar. Ela já tinha vontade de saber como seu bebê seria. Com quem ele se pareceria. Amava-o tanto, que se sentia capaz de voar por ele. Nem acreditava que ainda mais cedo, passou por sua cabeça, não o deixar vir ao mundo. Agora ele era seu mundo.

Queria que ele passasse a ser o mundo de Andrey também, pois se assim fosse, sabia que Andrey era homem de muitas posses e muito rico, e poderiam viver longe dali. Começar uma nova vida. Em um lugar em que ninguém os conhecesse.

Ela ouviu um barulho de carro entrando na mansão e ficou intrigada. Não podia ser Andrey e os seus homens. Ainda era cedo, apesar de já ter se passado cinco horas que partiram. Ela só o esperava, dali uma hora no mínimo.

Não foi até lá fora receber quem quer que tivesse chegado. Se fosse ele, logo saberia, pois a casa ficava mais barulhenta, por causa dos homens que falavam e riam alto.

Passaram-se alguns minutos e Andressa estranhou o silencio. Decidida a saber o que estava acontecendo, deixou a cozinha com a canjiquinha pronta, só faltando jogar a cebolinha por cima e foi para a copa. Mas lá não havia ninguém. Ouviu a voz de Francine vindo da sala de estar e seguiu para lá. Não se surpreendeu de ver que sua mãe estava com ela. Parou no batente e ficou as observando em silencio, até que perceberam sua presença. Francine sorriu arrogante e ofereceu um conhaque, levantando o copo.

_ O que faz aqui Francine? – Andressa perguntou ignorando o convite mudo de se juntar a ela.

_ Andrey ainda não te contou? – Ela perguntou fingindo indignação.

_ O que ele tem para me contar que justifica sua presença aqui?

_ Eu não queria que soubesse por mim, mas acho errado ele te deixar no escuro, sobre as decisões que toma. – Ela disse fazendo suspense. – Agora também vamos morar aqui.

_ Vamos? – Andressa disse tranquila, mas no fundo começou a sentir medo.

_ Sim. Eu e sua mãe acabamos de nos mudar. Não é maravilhoso? Por falar nisso, você e as outras empregadas, podem pegar nossas coisas e levar para nossos quartos. O meu fica ao lado do seu. E sua mãe vai ocupar o antigo quarto dela.

_ Pensei que Andrey disse que não era bem-vinda para ficar aqui. Apenas como mera visitante ele iria tolerar sua presença...

_ Ah os homens! Mudam de ideia tão rápido né? – Francine disse se levantando e se servindo de mais conhaque. – Que a sorte a minha né?

_ Bom, espero que seja verdade, ou ele vai ficar muito aborrecido. Vamos servir o jantar assim que ele chegar.

_ O que teremos de diferente hoje? – Francine perguntou a tratando como empregada.

_ Deu sorte. Fizemos uma canjiquinha.

Dona Glória se voltou para Andressa com os olhos brilhando. Era o prato preferido da mãe verdadeira de Andressa. Porque será que ela escolhera justamente esse? Sabia que ela não podia se lembrar.

_ O que é isso? – Francine perguntou com cara de nojo.

_ Isso é nossa janta. Se não for de seu agrado, pode ir fazer algo que a satisfaça. – Andressa disse com um falso sorriso cortes e já ia se retirando, quando algo passou por sua cabeça e voltou-se uma vez mais. – Quanto a arrumar suas tralhas, não espere por isso, ou ficará sem pijama para se deitar. – Andressa disse divertida e se retirou.

Andressa chegou na cozinha e pediu a Carla que dissesse a todos os empregados que não obedecessem a ordens de Francine. Não era para ajudá-la com nada. A proposta que que soube que ela fizera para Andrey realmente devia ter sido muito boa. Ela sentia um mal pressentimento. Já ia levando a mão ao ventre, como se assim pudesse proteger aquele que passara a ser o ser mais precioso e importante de sua vida, quando se lembrou que alguém podia perceber o gesto e desconfiar que ela estava grávida.

Andrey chegou três horas depois desses acontecimentos e foi direto para o banho. Enquanto isso, Andressa correu para a cozinha e esquentou a canjiquinha e preparou a mesa com todo cuidado. As empregadas foram dispensadas e correram para se deitar e descansar, mas Andressa sabia que não conseguiria pregar os olhos enquanto Andrey não chegasse, pois sabia que ele não estava em alguma festa, mas sim em algum lugar onde poderia ser ferido e até morto. Ela respirou fundo quando voltava da cozinha com a bebida preferida de Andrey e vira sentadas sua mãe e Francine a mesa. Ela não reclamou. Voltou até a cozinha e pegou mais dois pratos e talheres. Colocou diante delas e depois ocupou seu lugar ao lado da cadeira de Andrey. Não queria falar com nenhuma delas e detestava ter que ouvir as insinuações sobre seu gosto peculiar para comida. Francine deixara claro que gostava de salada e arroz com batatas fritas e bife. Achava que Andressa estragaria o paladar requintado de Andrey com suas criações e invenções. Andressa não respondeu a nenhuma de suas provocações, achando estranho que sua mãe concordasse com Francine, mas mantinha um certo silencio pensativo. Andressa tinha quase certeza que aquela refeição lembrava algo a dona Glória, porém sabia a inutilidade de questiona-la.

Andrey chegou e sorriu para Andressa com aquele brilho nos olhos que derretia o coração dela. Sentou-se em seu lugar e Andressa se apressou para servi-lo. Depois as outras se serviram também.

_ Mas... Que coisa é essa? – Andrey perguntou com desgosto nítido em sua voz.

_ O nome é canjiquinha... Não sei porque me lembrei, mas sei que é muito saborosa. Não julgue antes de provar. Por favor... – Andressa disse decepcionada com a reação dele, e com a felicidade que aquilo fez brilhar nos olhos de Francine.

_ Também acho muito... Estranho comer isso no jantar... – Francine disse debochada e pegando a colher, experimentou. Andressa esperava o pior, porém Francine olhou surpresa para Andrey.

_ É realmente muito gostoso... Espero que tenha ensinado as cozinheiras a fazer. Logo vou querer repetir esse prato. – Francine disse arrogante, mas verdadeira.

_ Elas já sabem como fazer, porém sempre que Andrey quiser, farei questão de eu mesma preparar... – Andressa disse feliz olhando para Andrey que também parecia surpreso e resolveu experimentar.

_ Realmente é fabuloso. – Ele disse alegre agora, o que abrandou a opressão no peito de Andressa.

Dona Glória fitou Andressa que comia com apetite invejável sua canjiquinha. Não só ela, mas Andrey e Francine também.

_ De onde tirou a receita para fazer esse prato? – Ela perguntou tentando soar despreocupada e acabou que sua voz saiu parecendo um rosnado.

Andressa a fitou levando a última colherada até a boca. De uma certa forma, seu sexto sentido, desde que descobriu que ela não era sua mãe, a alertava para ter cuidado com aquela mulher. Sentia um tipo de mal estar perto dela, que nem mesmo Francine conseguia causar.

_ Nunca fez esse prato mamãe? Porque me lembrei dele, como se já tivesse provado muitas vezes... Achei que fosse um prato que você tivesse costume de fazer quando eu era pequena...

_ Talvez foi alguma de minhas freguesas que lhe deu. Nunca fiz isso. Parece alimento de galinha. – Dona Glória disse com cara de nojo e se retirou sem tocar na comida.

Andressa sabia que tinha que ser cuidadosa perto dela. Não podia revelar que conhecia sua verdadeira procedência, pois isso poderia sair caro para Carla. E não desejava prejudica-la. Ela ainda queria vingar sua mãe e a família que aquela mulher destruíra. Mas ainda não sabia como. Nada do que pensava lhe parecia cruel o suficiente.

Francine e Andrey provaram para Andressa que ela não sabia calcular a quantidade de comida que devia ser feita. Se os homens de Andrey tivessem vindo para jantar, ela passaria vergonha, pois os dois rasparam a panela de canjiquinha.

Andrey subiu de mãos dadas com Andressa para o quarto. Sabia que tinha que contar a ela sobre o acordo e não queria aquilo lhe tirando o sono. Por esse motivo, resolveu que era melhor aguentar o ataque de fúria que Andressa, com razão, teria e tentar acalma-la de uma vez, que ficar com isso dentro dele, o preocupando. Também sabia que Francine devia estar doida para jogar coisas na cara de Andressa e tinha que deixa-la prevenida. Não seria justo que ela fosse pega de surpresa.

Assim que entraram no quarto, se despiram e se deitaram. Andressa estava muito fogosa, então Andrey resolveu que seria melhor conversar com ela, depois de saciada, além disso, o fogo dela o contagiou e não conseguiria mesmo se concentrar no que tinha que ser dito.

Depois do amor, ambos se cobriram com um lençol, ainda nus. Andressa, como fazia toda noite, apoiou sua cabeça em seu ombro com intenção de dormir.

_ Andressa, há algo que preciso lhe falar...

_ Amanhã... – Ela disse sonolenta.

_ Preciso alerta-la sobre o acordo que fiz com Francine. Não posso deixar para amanhã. Você deve querer saber porque ela voltou para cá...

Andressa sentou-se alerta na cama. Ela queria sim, saber o motivo da presença de Francine ali. E era bom mesmo que Andrey contasse, pois dependendo do que ele dissesse, ela fugiria dali. Sabia que se outra pessoa contasse, seu coração traiçoeiro ficaria esperançoso que não fosse verdade. Ela sentia um aperto no peito, mas tinha que ouvir o que ele tinha a dizer.

Andrey percebeu, preocupado, o interesse de Andressa. Estava totalmente desperta o fitando com desconfiança. Aquele olhar, era um dos que ele não queria mais ver. Não para ele. Sentia seu coração apertar quando ela não estava com o brilho apaixonado nos olhos. Já se habituara a ele. E mesmo que antes não admitia, queria ver aquele brilho por todos os dias da sua vida. Contudo teria que esperar para contar isso para Andressa.

Ao ver a impaciência dela, pois esfregava as mãos sem parar, quebrou o silencio e contou tudo que ele e Francine conversaram aquela tarde. Não deixou nenhum detalhe de lado. Andressa ouviu tudo com olhar arregalado. Quando Andrey acabou de contar, não sabia distinguir o que expressava os olhos cinzas de Andressa.

_ Diga alguma coisa Andressa. Sei que deve estar furiosa comigo.

_ Furiosa? Não é bem a palavra que define o que sinto...

_ Não sei dizer... Você não está demonstrando reação alguma e isso está me preocupando.

_ Andrey... Não me importo com nada disso. Deixe-a ter o que quer. Acho até que é uma boa ideia. Porque se após o prazo que ela própria estipulou, você não ter se casado com ela e nem voltado para a cama dela, significa que... você nutre mesmo sentimentos fortes por mim. Na verdade, ela está me fazendo um favor. Ela está tirando qualquer resquício de duvida que podia existir em meu coração. E ela está certa. Quando conversou comigo, falou com certeza que um dia se cansaria de mim e por isso queria que eu estudasse...

_ Lamento muito a forma como a tratei...

_ Isso não importa mais. Mas sabe o que me intriga? Você nunca perguntou o curso que resolvi fazer...

_ Perguntei sim. Mas não para você. Não queria que achasse que estava muito interessado em sua vida e no que fazia... Algum motivo especial para ter escolhido fazer Direito?

_ O salário, entre todas as outras profissões, me pareceu atraente.

_ Médicos podem ganhar mais que um advogado se ele for bom.

_ Eu tenho problemas com sangue e agulhas.

Andrey percebeu que o brilho apaixonado voltara aos olhos dela.

_ Então, para você, tudo bem sobre Francine?

_ Sim... Quem me preocupa é minha mãe... – Andressa disse e se arrependeu logo depois. Ele não podia saber que ela conhecia a verdade. Contudo, sua curiosidade aumentava. Porque Andrey não queria que ela soubesse? Isso não afetaria ele em nada afinal...

_ Porque? Não é a única família que lhe sobrou?

_ Depois que ela me vendeu, não penso mais nela como mãe, mas como inimiga e a considero perigosa. Ela fez tudo por minhas costas. Me criou como um porco para o abate. – Andressa disse e abraçou Andrey. Não diria a ele, mas ele e a criança que esperava era a única família que precisava.