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Chapter 2 - A Saga de Emma

Emma estava apavorada no banco de trás do carro. Seu pai dirigia como um louco pelas ruas de Nova Iorque. Ela olhava para trás a todo momento. Ele estava os alcançando. Seu pai precisava ser mais rápido. O homem de olhos azuis, que ela conhecera sua vida toda e que era seu padrinho, exigia que seu pai a entregasse para que fosse recompensado, por sua mãe não o ter escolhido. Estava fora de si desde quando seus pais começaram a pensar em divórcio, mas desistiram no último minuto, descobrindo que se amavam demais e que apenas o orgulho estava os afastando. Seu padrinho havia dito a cada um em segredo, mentiras sobre o outro, que foi desmascarada quando estavam na frente do juiz. Descobrindo assim que o padrinho de sua filha havia mentido para separa-los. Ele chamou uma gangue para ajudá-lo. Não tinha escrúpulos e queria a jovem filha do casal. E agora estavam atrás deles no trânsito. Seu pai era um homem pacifico e nunca gostou de armas. Mas não iria entregar a filha que tanto amava para ser abusada. Ele virou-se para trás e começou a falar alguma coisa, mas Emma só via o caminhão que vinha em direção a eles. Ela estava muda pela surpresa e tudo aconteceu muito rápido. O motorista praticamente jogou o caminhão na frente deles. A batida fez com que ela saísse voando pelo vidro da frente. Estava sem cinto de segurança. Viu o carro pegar fogo e explodir com seus pais desmaiados dentro dele, momento antes de apagar.

Quando acordou, estava no hospital. Viu olhos azuis a fitando irado, e parecia que só estava se contendo por causa da presença dos médicos. Ela sentou-se e viu que estava ligada a soros.

_ Quem é você? – Ela perguntou para o homem de olhos azuis e viu a ira dele se transformar em surpresa.

O homem olhou para o médico. A enfermeira se aproximou e a fez se deitar.

_ Onde estou?

_ Está confusa. – A enfermeira disse olhando para o médico e ele se aproximou.

_ Qual é a última coisa que se lembra?

Emma ficou pensativa por alguns minutos.

_ Não tenho lembrança alguma...

O médico se voltou para o homem de olhos azuis.

_ Podemos conversar lá fora?

O homem o seguiu para fora do quarto.

_ A perda de memória de sua afilhada pode ser permanente. Ela sofreu um traumatismo muito grave e se essa for a única limitação após ela ficar mais de um mês em coma, posso dizer que ela teve sorte.

Henrique sorriu assim que o médico se retirou. Não podia acreditar em sua sorte. Respirou fundo e voltou ao quarto de Emma. Ele havia sido nomeado tutor dela desde quando ela nasceu, o que significava que a fortuna dos pais dela estaria a sua disposição, pois ela não se lembrava de nada, e não se lembraria desse detalhe também.

Emma estava assustada por não lembrar seu nome e pensava nisso quando o homem de olhos azuis, voltou ao seu quarto.

_ Oi querida. – Ele disse se aproximando. – Eu sou seu tio... Assim que o médico a liberar, vou leva-la para casa. Talvez em um ambiente comum, você se lembre de alguma coisa...

Ela o fitou desconfiada.

_ Porque estou aqui? Em um hospital?

_ Você sofreu um acidente de carro. Estava dirigindo embriagada. – Ele mentiu.

Emma o fitou assustada. Não se sentia uma pessoa capaz de fazer algo assim e colocar a vida de outras pessoas em risco. Mas não disse nada. Ela não se conhecia.

_ Como é meu nome? Onde estão o resto de minha família? Meus pais?

_ Seu nome é Emma. Não restou mais ninguém. Seus pais morreram há muitos anos e eu e minha esposa a adotamos.

Emma ficou pensativa. Pelo menos o nome lhe soava familiar.

_ Não quero ficar aqui.

_ Assim que o médico liberar, vai voltar para a sua rotina, minha querida.

E a partir daquele dia, Henrique não deixava mais o quarto. Tinha medo que alguém falasse com ela sobre a verdadeira história e motivo pelos quais estava ali. Os médicos não se importaram com sua presença, e duas semanas após Emma acordar, Henrique a levou para sua casa, onde sua esposa, Anne, já havia decorado um quarto para Emma e colocado fotos dela com Henrique juntos. Quando Emma entrou, ela estava no sofá fumando e jogando as cinzas no chão. Emma percebeu que ela parecia drogada e não demonstrou nenhuma afeição quando a cumprimentou.

_ Venha Emma. Vou mostrar seu quarto. – Henrique disse a puxando pela mão.

Emma entrou no quarto todo rosa. Até a colcha da cama era rosa e o detestou. Descobriu que não gostava daquela cor. Havia algumas bonecas e ursos em estantes de parede e ela os fitou indignada. Como podia ser tão infantil? Não gostava de nada do que via. Se aproximou da cômoda e viu uma foto sua, toda sorridente com seu tio, não parecia real, não se sentia aquela moça da foto. Sentiu as mãos dele sobre seus ombros e não gostou. Ela se afastou para fugir daquele contato e o encarou séria.

_ Eu gostava dessas coisas?

Henrique riu.

_ Claro. Você mesma decorou seu quarto. Olhe as roupas que estão no seu armário. – Ele disse para ver a reação dela. Eram as roupas dela que ele havia mandado Anne pegar na casa dos pais de Emma, e depois a alugou.

Ela abriu o guarda-roupas e viu as roupas. Elas eram a segunda coisa que achava familiar. Respirou aliviada quando não viu a cor rosa entre elas. Voltou a sentir as mãos de Henrique sobre seus ombros e mais uma vez se afastou. Ele a fez se virar para ela.

_ Não lembra mesmo de nosso amor? – Henrique perguntou magoado.

_ Do que está falando?

_ Você e eu somos mais que parentes. Somos amantes.

Emma se sentiu enojada. Ele devia ter idade para ser seu pai.

_ Anne...

_ Ela não se importa. As vezes até se junta a nós... Vai ficar mais a vontade se eu chamar ela?

_ Não. – Emma sentiu-se como se a jogassem no mar sem saber nadar. Se ela era amante dele, com certeza iria querer voltar a se deitar com ela e não sentia nada por ele além de uma certa rejeição. – Me dê um tempo, tio. Preciso me lembrar...

_ Não dá para dar mais tempo. – Ele disse e colocou o membro dele para fora. – Olha como estou... Já esperei tempo demais.

Emma ficou nervosa. Não sabia como fugir daquilo.

_ Eu... Não estou bem o suficiente para...

_ Está sim Emma. Não vai querer me deixar aborrecido! – A voz dele saiu ameaçadora e ela teve medo. Por isso, quando ele se aproximou ela não recuou. Talvez seria algo que ativaria sua memória.

Henrique tirou o vestido dela, aproveitando para passar a mão por todo aquele corpo jovem e virgem. Ela tremia, mas ele não se importou. Até gostava. Era muito parecida com a mãe, que era a mulher que amou e morreu protegendo sua filha. Era sua vingança e pedia aos céus que os pais dela o pudesse ver agora. Ele esmagou os lábios dela, mas ela não correspondeu. Deixou que a tocasse, mas porque acreditava ser sua obrigação. Ele arrancou as roupas intimas dela e a deitou na cama a beijando em todo corpo, se demorando em seus seios duros e intocáveis até então, mas ela não reagia como se tivesse sentindo prazer, mas sim repulsa. Ele abandonou seu carinho com a língua no sexo dela e a fitou. Ela estava mesmo sentindo repulsa por aquele ato. Ele ficou irado. Abriu as pernas dela e a penetrou sem cuidado. Ela fechou os olhos e ele soube que ela sentiu a dor. Ele a fustigava e depois a usou de todas formas possíveis. Em algumas ela chorou. Ele saiu de cima dela após três horas e mandou que fosse para o banho. Ela saiu com o rosto banhado em lágrimas e foi para o chuveiro. Henrique trocou o lençol manchado com o sangue da pureza dela e depois de se vestir, levou-o para a lavanderia.

Henrique abusava de Emma todos os dias. Ela chegou a propor a ele que dessem um tempo, pois ela não conseguia sentir nada. Ele lhe bateu e Anne passou então, a participar das sessões de abuso a Emma. Durante o dia, Henrique e Anne ficavam jogados no sofá, enquanto Emma limpava a casa e fazia todo o trabalho. Até mesmo cozinhava para eles. Anne tinha verdadeira tara pelo corpo jovem durinho e os seios de Emma, e os sugava as vezes durante o dia e mordia os mamilos até Emma chorar de dor. Ela gostava de usar a língua em Emma. A noite era abusada pelos dois. Não entendia como eles ganhavam a vida, pois saiam apenas para beber com os amigos. Ela gostava muito dessas ocasiões, pois geralmente chegavam muito bêbados e Anne desmaiava em seu quarto e Henrique não conseguia usa-la com a violência habitual. E logo se cansava. Emma sentia dor toda vez que ele a penetrava.

Com o tempo, começaram a dar a ela cada vez mais obrigações. E uma delas passou a ser de buscar o leite e o jornal em uma banca. Coisa que ela amava. Era o único momento que eles a deixavam livre. Algumas vezes pensou em fugir, mas não tinha para onde ir. Tinha medo que o desconhecido, fosse ainda pior do que o que ela vivia naquela casa.

Em uma dessas idas a banca, ela conheceu Elena, uma moça rica e mimada pelos pais. Mas gostou dela imediatamente e começaram a conversar. Emma não contava o que acontecia com ela e a amizade delas foi crescendo. Emma não podia levar Elena para conhecer seu tio, pois ele a proibira de ter amigos e também porque tinha vergonha deles.

Um dia Elena contou a ela que estava sendo perseguida por alguns colegas de escola. Emma reconhecia a beleza de sua amiga e não achou que fosse algo anormal, os rapazes se interessarem por ela. Era chefe de torcida e seus cabelos louro cacheados e olhos da cor do mel e um corpo perfeito, devia ter colaborado para que um desses rapazes, passasse a persegui-la. Emma só entendeu que os avanços dele não era apenas uma paixão adolescente, quando Elena disse que ele havia ido a escola armado e apontou a arma para ela exigindo que fosse a namorada dele. Ela fingiu aceitar e teve que deixar que ele dirigisse seu carro e a levasse para a casa. Não contou aos pais, por medo do rapaz e por vergonha.

Emma convenceu Elena a ir na delegacia e fazer queixa contra o rapaz. Não foi fácil, mas o rapaz começou a querer manter relações sexuais com ela e isso ela não admitiria e enfim, deixou que Emma a ac9ompanhasse até a delegacia. A polícia agiu imediatamente e o rapaz foi preso, pois encontraram a arma com ele. Foi só então que Elena fez a pergunta que tinha na mente desde quando conhecera Emma.

_ Você estuda em casa?

_ Eu não... Estudo. – Emma se deu conta disso também naquele momento.

_ Parece ter a mesma idade que eu... – Elena disse e a fitou como se ela lhe lembrasse alguém. Os olhos verdes e cabelos negros, lisos como a seda, lhe pareciam familiar. – Onde você mora?

Emma então, contaminada pela mesma coragem com que fez Elena denunciar seu perseguidor, contou tudo que se passou com ela desde que acordara no hospital. Elena Ouvia tudo lívida.

_ Emma! Porque não me contou isso antes? Estão abusando de você todo esse tempo! – Ela disse com lágrimas nos olhos.

_ Ele disse que éramos amantes antes do acidente...

_ Não Emma. Ele deve ter lhe enganado. Sexo não é só dor. Tem algo de estranho nessa história...

_ Preciso voltar para casa. – Emma disse se levantando do banco ao da barraca de jornal. – Eles me esperam para...

_ Vou contratar um detetive. Me encontre aqui amanhã e decidiremos o que fazer.

Emma não sabia mais sorrir, mas abraçou Elena em sinal de agradecimento e voltou para a casa do seu tio. Talvez as coisas mudariam no dia seguinte.