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Chapter 32 - Doce cafeteria

— Ah! Me desculpa, Theodore! Estou muito atrasada?

Theodore se mantinha encostado no muro da escola, arqueando a sobrancelha para a baixinha garota que se apoiava nos próprios joelhos. Assistira Lilian correndo em sua direção desesperada, já que fazia alguns minutos que o sinal da saída havia tocado.

— Estava fazendo prova?

— Aham. De português. Quando a professora pede pra fazer algum tipo de texto eu sempre me demoro. Mas tudo bem — Virando-se para o prédio da escola, a garota beta unia ambas as mãos em uma saudação — Vou tirar boa nota, amém.

Rindo da garota, Theodore se desencostara do muro para seguir Lilian pelas ruas. Era um tanto quanto estranho ele ser visto com outra pessoa que não Nicolas. Ou então com Gabriel. Pior ainda com uma garota.

Mesmo assim, não chegava a ser desconfortável. Imaginava ser a semelhança entre ela e a pequena Lisa que Theodore sempre se lembrava. A garota baixinha parecia um anjo com sorriso inocente e pueril. Os olhos claros brilhavam como uma boneca nova. Até mesmo o tom de voz dela era calmo. Fofa seria a melhor definição.

— É muito longe o lugar aonde vamos?

— Não, é bem pertinho. Aliás, você tinha algum compromisso depois da aula?— Questionava a garota virando a cabeça curiosamente para o loiro. Percebendo o arquear de sua sobrancelha, logo ela explicara. — Seu amigo disse que tinha treino.

— Ah, não. Não tinha nada marcado pra hoje. Na verdade, nem sei porque ele disse aquilo.

Deveria ter perguntado à Gabriel sobre seu comportamento com Lilian mais cedo? No final das contas apenas o deixara falar sobre a conversa da noite anterior. Respirando fundo escolhera não pensar no assunto. Não queria ter de lidar com os sintomas do amor na frente de uma garota.

A cafeteria que Lilian levara Theodore era de fato perto da escola. Pequena e aconchegante, com tema dos anos oitenta tanto na decoração quanto nas músicas que tocavam baixinho. Os atendentes da pequena cafeteria usavam roupas características, deixando Theodore encantado com a energia do local.

Os dois jovens escolheram uma mesa perto da janela, estando afastados dos demais clientes. O cardápio fora entregue para eles, e Theodore se via ainda mais deslumbrado com as diversas opções de café adocicado. Acabara escolhendo um com bastante chantili, nozes e um pouco de chocolate. Enquanto Lilian pedira um chocolate quente bem decorado com doces.

— O que achou daqui, Theodore?

Olhando em volta ele assentira com a cabeça abrindo um ligeiro sorriso.

— Curti até. É a primeira vez que venho em uma cafeteria.

— Imaginei. É da minha família. — Ria a garota diante da surpresa de Theodore.

— Da sua família? Uau, tiveram uma boa sacada...

— Escuta... Esses machucados no seu rosto... Você está bem?

Theodore dera um ligeiro sorriso nervoso para a garota. Havia se esquecido completamente de que ainda estava machucado.

— Vou ficar bem. Então, sobre o concurso...

— Ah sim! Vamos ao que interessa, não é mesmo? Teremos um festival depois das provas a fim de promover uma torcida pro time de vôlei nas eliminatórias. Sabia disso?

Theodore cruzara os braços negando com a cabeça. Apesar de ser assistente do capitão, ninguém havia lhe contado algo sobre esse festival. Questionava-se a possibilidade de o técnico e do capitão saberem daquilo.

Fizera uma nota mental de conversar com Nicolas mais tarde.

— Por que querem fazer isso esse ano? No ano passado tivemos outro campeonato e a escola não se importou muito com isso.

— Me disseram que esse ano a diretoria é nova, provavelmente foram eles que quiseram fazer algo diferente. De toda forma um comitê foi criado pra cuidar dos preparativos do festival, e eles resolveram fazer um evento principal para que os jogadores também participassem.

— O tal concurso de beleza?

— Isso!

Por que raios alguém iria criar um concurso de beleza? Theodore jamais imaginaria que os estudantes da sua escola se importassem com tanto. Além disso, se os irmãos Mckenzie participassem de algo, já ganhariam o apoio dos próprios amigos... E no final das contas pouco importaria a opinião dos demais estudantes.

— Deixa ver se eu entendi direito. Querem fazer o concurso pra que os jogadores do time de vôlei participem, promovendo as eliminatórias desse ano?

— Parece que o novo diretor quer que um deles ganhe pra motivar os estudantes a irem assistir às partidas. Tipo... Uma torcida organizada.

— Não seria mais fácil criar um clube de torcida?

Lilian soltara um riso balançando os ombros, despreocupada.

— Não entendo a mente dos adultos que adoram negociar em seus paletós engomados. A questão é que os professores acharam melhor que todas as classes participassem, não fechando o concurso só para os jogadores.

Theodore reprimira o riso ao imaginar que os professores teriam visionado o possível resultado. Se somente os jogadores participassem, certamente Milles venceria. Não apenas por ser considerado bonito, mas por conta das garotas insistentes que aparecem sempre nas partidas pra gritar seu nome.

Seria mais justo que outros entrassem pra competir à altura.

Professores eram realmente assustadores.

Um atendente se aproximara da mesa deixando os dois pedidos. Theodore e Lilian não se demoraram em bebericar um gole e sorrirem deliciados com o sabor doce. Ambos se entreolharam e riram com a coincidência.

— Está bom o seu? — Perguntava Lilian com os olhos brilhando.

— Uhm, bem doce.

— Também prefere doce? Uaaaau, somos dois. Preciso de doce na minha vida.

O jeito empolgado da garota falar fazia Theodore sorrir. Por um instante eles se esqueceram da conversa principal, compartilhando os seus doces prediletos. Lentamente a atmosfera fora se descontraindo, as desconfianças que formavam uma barreira se desvaneceu dando espaço para novas amizades.

Quando suas taças ficaram vazias e o pequeno prato de bolo, da qual pediram pra experimentar, também se encontrava vazio, os dois adolescentes se encostavam na cadeira satisfeitos.

— Voltando ao assunto, por que me escolheu pra representar a sua turma?

Lilian erguera os olhos claros e se apoiara na mesa abrindo um singelo sorriso.

— Porque eu gostei de você.

Pego desprevenido, Theodore sentira vontade de esconder o rosto entre suas mãos. Parecia os ataques certeiros que sua irmã lhe dava, deixando encabulado o pobre ômega. Então coçara a cabeça abrindo um sorriso envergonhado.

— Como poderia? A gente não se conhece...

— Não esperava que se lembrasse de mim — Ria Lilian se ajeitando na cadeira, baixando os olhos para as próprias mãos repousadas em seu colo — Na verdade, teve uma vez, no ano passado, em que me perdi dos meus pais em um evento que teve aqui na cidade. E você me ajudou.

Theodore encarava a garota perdido em pensamentos. Um estalo fizera sua memória trabalhar, recordando-se de uma pequena garota de cabelos curtos que estava prestes a chorar no meio da multidão. Fora em um dia que um circo havia chego na cidade, fazendo a maior festança ao ponto de visitantes das cidades vizinhas também assistirem ao espetáculo.

O loiro havia ido com sua família, e percebera a garota perdida.

Piscando para Lilian, percebia ser realmente ela. Apesar de agora seus cabelos estarem mais compridos e ela estar com um sorriso no rosto ao invés de lágrimas nos olhos.

— Então nos reencontramos.

— Parece destino, não é? — Ria a garota apoiando os cotovelos na mesa e o rosto sobre as mãos. — Obrigada por me ajudar daquela vez, foi como encontrar um grande irmão... Um irmãozão? Haha.

Com aquele risinho infantil, Theodore parecia enxergar flores sendo emanado de Lilian. Não controlara, as mãos cobriram seu rosto envergonhado.

Theodore definitivamente tinha um fraco por garotas fofas.