Gallien caminhava pela floresta completamente alheio ao perigo que seus alunos enfrentavam, seu cabelo solto ao vento, ele estava sem saco para amarrá-lo naquela manhã.
Ele havia combinado um treino com seus alunos mas na verdade era ele que não queria treinar, ele estava cansado e frustrado com os acontecimentos recentes. Tudo começou com o Eterno do Chase.
Tudo que ele queria era esquecer que um dia ele sequer teve um Eterno, aquilo não era um presente divino, não, os Eternos são uma maldição, tudo que eles traziam era dor e sofrimento, qualquer um estaria melhor sem eles.
Mas por uma ironia do destino os Eternos estavam de volta em sua vida em um período em que ele já os estava esquecendo, e agora ele teria que ver outra pessoa ser destruída por essa praga sem poder fazer nada. Chase ainda tinha uma longa vida pela frente, para seu azar.
Agora sua vida longa seria carregada de desgraças, seu sofrimento tinha apenas começado.
Ele parou.
Estava ali pela primeira vez em anos, como queria que esse momento nunca tivesse chegado e ele não tivesse que ver aquela maldita árvore outra vez.
Mas a realidade nunca nos favorece e alí estava ele cara-à-cara com aquela enorme árvore no centro da ilha, as flores e frutas gigantes balançando levemente com o vento, ele ponderou se ela ainda se lembrava dele, sua resposta veio logo quando as folhas escondendo a entrada se afastaram sozinhas, dando espaço para que ele adentrasse.
O lado de dentro ainda estava exatamente como ele se lembrava, todos as dez portas continuavam alí, cada uma com um objeto pendurado ao lado e cobertos por lençóis brancos, o painel de controle ainda estava em perfeito estado, tudo com um leve toque de poeira e mofo que o tempo deixaria qualquer lugar no mundo. As luzes do chão e do teto se acenderam quando ele deu o primeiro passo para dentro do local.
Uma onda melancólica de nostalgia o atingiu, fazia muito tempo não é mesmo?
-Vejam só! Se não é o nosso velho amigo!-Uma voz familiar ecoou pela sala, um calafrio subiu pela espinha do professor, seu corpo todo estremeceu, ele queria fugir dali, não queria encarar a verdade por trás do seu erro, mas agora já era tarde demais, a porta atrás dele havia se fechado.
Os lençóis foram puxados por uma força invisível, revelando os dez espelhos ovais por baixo, aqueles rostos... Gallien pediu aos Deuses para nunca mais vê-los outra vez, aquelas nove figuras o olhando do outro lado do espelho eram de pessoas com quem ele um se importou e amou, mas que agora não eram nada além de fragmentos do ser que uma vez foi conhecido como o mal encarnado.
-Levou tanto tempo assim pra enxugar as lágrimas?-A voz de outro espelho zomba do professor.-Por um momento você quase me fez acreditar que realmente não voltaria, o quê? Decidiu que as lápides falsas a alguns quilômetros daqui não eram lembrança suficiente da sua fraqueza?
Todas as nove figuras soltaram gargalhadas debochadas, ele estava tentando irritá-lo.
-Não tô aqui pra te ouvir falar merda, e não ache que só porque você tem a aparência deles vai conseguir me tirar do sério.-Gallien já tinha jogado aquele jogo, sabia bem como ele operava e não deixaria que ele o afetasse.
-Sempre bancando o durão, acha que vai conseguir manter a pose até quando? Se eu tivesse que apostar, diria que você voltará a ser o mesmo fracote de sempre depois que um dos seus preciosos alunos morrer, e virar parte de mim, vamos ver se você vai conseguir ser forte quando isso acontecer!
Ele voltou a gargalhar através de todas as suas formas, mas parou quando Gallien socou a parede logo ao lado de um dos espelhos, fazendo a árvore toda tremer com a força do impacto.
-Jamais ameace os meus alunos outra vez.-O tom ameaçador e o olhar fixado do professor não assustou a criatura, ele apenas continuou o encarando e sorrindo de forma maliciosamente maligna.
-Ou o que Gallien? Vai quebrar o espelho? Você sabe que isso só me libertaria, imagine, o titã mais poderoso de todos, a criatura que jamais morrerá pelas mãos de um mortal, ser libertado porque você teve um surto de raiva. Nem mesmo a sua força bruta seria o suficiente pra me parar e você sabe disso.
-É, eu sei.-Mas para a surpresa da criatura, Gallien não exibiu frustração ou raiva, ele parecia bastante ciente da situação, por isso exibia um sorriso calmo e sereno.-Eu sei que um dia você vai inevitavelmente sair desse espelho, e vou ter que lutar contra você outra vez, mas saiba de uma coisa: Se você for burro o bastante pra matar qualquer um dos meus alunos, é bom que esteja pronto pra passar pelo maior inferno da sua vida, porque eu posso até não ser capaz de te matar, mas vou continuar batendo em você, de novo, e de novo e de novo, vou quebrar todos os ossos do seu maldito corpo, esmagar cada um dos seus órgãos internos, te esmagar até você não ser nada mais que uma poça de sangue no chão, e quando você se regenerar vou fazer tudo de novo até meus punhos sangrarem e nem mesmo aí eu vou parar.
A dinâmica daquela conversa havia mudado, o ser do espelho antes sarcástico e desafiador mostrava medo pela primeira vez em toda a sua vida, seu corpo todo tremia com a visão daquele semideus que ele sempre julgou como fraco lhe fazendo uma ameaça tão brutal.
Gallien virou-se para sair e disse ao monstro enquanto lhe observava por cima do ombro:
-Eu te desafio Tifão, mate algum dos meus alunos, ouse colocar um pé sequer pra fora desses espelhos...-A aura do professor se manifestou alí, uma aura alaranjada, tão brilhante e intimidadora que até mesmo a árvore estremeceu perante a sua presença, aquela aura era mais do que uma manifestação de seu poder, era toda a sua raiva, seu ódio por aquele titã desprezível.-Me dê um motivo pra libertar o monstro que acabou toda sua raça, eu tenho esperado muito tempo pra poder liberar toda a minha fúria em alguém.
Esse dia foi marcado na história como o dia em que Tifão, o maior e mais poderoso titã da história, sentiu medo de um mortal.
...
-Una mattina mi son' svegliato
O bella ciao, bella ciao, bella ciao, ciao, ciao...
Acordar com uma canção de sua infância lhe despertava uma grande nostalgia, se olhos se abriram lentamente por conta da luz do sol batendo em seu rosto, uma brisa calma balançava seu cabelo lhe dando uma sensação de paz que ele nunca havia sentido antes, a superfície em que sua cabeça estava deitada era firme mas bastante confortável, a dor em suas costas havia sumido completamente, por acaso ele tinha morrido e estava agora no céu?
Quando seus olhos se acostumaram com a luz e ele olhou em volta, percebeu que já não estava na batalha, o lugar onde ele se encontrava era um campo verde com uma perfeita grama balançando suavemente com o vento, já o lugar onde ele se deitava, as pernas de alguém, a pele verde e os músculos definidos denunciavam quem era, isso se a pessoa não estivesse cantarolando aquela música
-Quem é você?-Sua voz saiu falha e fraca, talvez ele ainda estivesse sentindo os efeitos do forte golpe nas costas.
-Eu devia adivinhar que você não me confundiria com ela.-"Toga" abaixou o olhar e sorriu com ternura em sua direção.
-Eu não contei pra Toga que Bella Ciao é minha música favorita.
-Porque fala de liberdade e resistência, e também porque a sua mãe vivia cantando ela pra você quando era pequeno. Vocês dois não sabem muita coisa um do outro mas mesmo assim já são tão próximos, me faz lembrar do meu marido.
-Por acaso seu marido é o Hades?
Soltando uma leve risada, aquela mulher o respondeu.-Tão perspicaz e tão encrenqueiro ao mesmo tempo, você me lembra muito dele.
Zakk já se cansava de todo aquela papo furado, ele não tinha tempo para conversas agora, tinha que voltar para o mundo real, levantou-se e olhou Perséfone de cima a baixo, com aquelas roupas ninguém jamais a confundiria com Toga, aquele longo vestido branco e quase transparente era algo que a orc jamais usaria, talvez um vermelho ou preto, e com certeza não usaria um decote tão grande, pelo menos não em lugares públicos, ele com certeza a via usando algo assim para provocá-lo.
-Já é o segundo Deus que eu encontro, espero que você também não queira tomar meu corpo.
-Não preciso tomá-lo, eu já sou parte de você.
-O quer dizer com isso?
-Você logo vai entender, mas agora nós precisamos ir, Hades e Toga estão causando o caos lá fora, precisamos pará-los.
-E como vou fazer isso? Eles tem o poder de um Deus.
-Eu disse que era parte de você não disse?-Perséfone estendeu-lhe a mão.-Faremos isso juntos.
Ao pegar a mão da Deusa, Zakk percebeu outra diferença dela para a orc, as mãos de Perséfone eram delicadas, macias, mesmo com os músculos ele podia perceber.
Já as mãos da orc ásperas, surradas, até tinham algumas cicatrizes, nem mesmo Zakk, que por muitos anos trabalhou como consigliere da Horseman, tinha as mãos naquele estado. Algo que ele gosta em uma pessoa, se uma pessoa não tem tempo de cuidar das próprias mãos então provavelmente é alguém trabalhador, esforçado, aqueles que conhecem o valor do trabalho duro, são umas das únicas pessoas merecedoras do respeito e admiração do mafioso.
Assim que a Deusa estava de pé, Zakk se viu de volta ao campo de batalha.
...
"Não fica assim Morgana, ela não quis dizer aquilo."
Jun-ho tentava acalmar a vampira, ele odiava vê-la daquela maneira mas também não conseguia achar as palavras certas, aquele era um caso complicado.
-Eu sei que não, e mesmo não querendo dizer aquilo, ela tá certa.-Jun-ho começou a gesticular uma resposta, mas foi interrompido por ela.-Eu sei que você vai me dizer que não é verdade, mas é sim, eu fui uma covarde a minha vida toda, você não faz ideia...
Jun-ho queria dizer que a entendia, mas isso seria uma mentira, ele podia ser um garoto doce e inocente aos olhos de todos, mas ele jamais fugiu de uma luta, por mais que estivesse em desvantagem, ele foi treinado para isso afinal de contas.
"Não entendo, mas se você me contar o porque você se acha uma covarde eu talvez possa te ajudar."
Morgana tinha prometido a si mesma que nunca contaria sobre seu passado a ninguém, mas Jun-ho era diferente, ele era como um pequeno raio de sol(Por mais que ela odiasse o sol por motivos óbvios.), ele sempre compreendia a situação, sempre tentou manter a paz no grupo e mesmo quando não conseguia, ele não desistiu, sempre tentou unir a equipe sendo o apoio emocionou do grupo.
Por essa razão ela começou a falar.
-Antes de ser uma vampira eu os caçava eu não lembro meu nome ou se eu tinha uma família antes de ser transformada mas eu sei que era uma novata naquilo, usava dádivas de fogo básicas contra eles, mas não passavam de vampiros fracos. Um dia eu enfrentei alguém muito mais forte, um vampiro chamado Vlad, um ser totalmente desprezível, ele me venceu facilmente, mas ao invés de me matar ele me transformou e fez de mim a sua esposa, eu passei séculos presa a ele, Vlad me batia, estuprava e me mantinha longe de qualquer posição de poder na côrte dele, eu nunca tentei lutar ou fugir dele por medo, medo de que ele me matasse ou pior, que decidisse me torturar por mais algumas décadas antes de se livrar de mim, um dia eu descobri que estava grávida dele, nesse dia eu decidi que eu fugiria, eu pedi ajuda a alguns membros da côrte pra fugir...-Aquelas memórias ainda machucavam Morgana, ela sentia as lágrimas vindo, mas mesmo assim, ela conseguiu juntar forças para continuar.
-Naquele dia o Vlad descobriu tudo, eu ainda estava em algumas semanas de gestação então ainda podia me mover com certa agilidade, mas eu jamais venceria o Vlad em uma luta, o membro da côrte que me ajudou lutou com ele mas Vlad acabou chegando até mim, ele me atacou na barriga propositalmente, ele queria matar minha filha, eu acabei soltando uma dádiva e o palácio começou a pegar fogo, o homem que me ajudou a fugir disse pra eu correr, ele iria manter o Vlad ocupado. Foi exatamente o que eu fiz, eu nunca olhei pra trás, não sei quem saiu vivo daquela luta, mas já fazem seis anos e o Vlad nunca veio atrás de mim, minha filha acabou morrendo pelo golpe dele.
Jun-ho ouvia tudo boquiaberto, ele não fazia ideia que Morgana havia passado por tudo aquilo, ninguém realmente fazia, mas ainda tinha mais, a parte mais importante vinha agora.
-Durante os longos anos que passei presa a ele, meu nome antigo nunca foi usado, na verdade, ele nunca usou um nome pra se referir a mim, eram palavras humilhantes como: vagabunda, cachorra, puta, escrava... Depois que eu fugi eu conheci o Zakk, o olhar que ele tinha sempre me lembrou do Vlad, mas diferente dele, a primeira coisa que ele me disse não foi alguma palavra degradante, ele me perguntou o meu nome, e eu respondi: Morgana, o nome que eu ia dar à minha filha.
Apesar de impactado, Jun-ho agora sabia o que dizer, Morgana não sabia mas...
-Você não é uma covarde.-A voz de Jun-ho soou convicta da boca de Fang, tanta convicção sobre uma suposta força após uma história demonstrando tantos exemplos de covardia assustou Morgana.-Você passou pelo inferno nas mãos daquele homem, resistiu a tantos abusos e mesmo sendo fruto de um estupro você amou sua filha o suficiente pra carregar o nome dela até hoje, você não foi covarde por ter corrido, você fez o possível pra sobreviver e no final você sobreviveu, jamais deixe a palavra covarde te definir, porque até mesmo o seu nome é a definição de coragem.
As lágrimas que Morgana tanto lutava para conter rolaram por seu rosto, Jun-ho abriu seus braços a chamando para um abraço que ela logo aceitou, afundou o rosto em seu ombro e finalmente desabou, ela não fazia ideia do quanto precisava ouvir aquelas palavras, ela não sabia mas se Zakk estivesse presente, expressaria o quanto concordava e como se orgulhava dela por ter passado por tudo aquilo e não ter se tornado um monstro como ele se tornara.
Mas o que eles não sabiam era que estavam sendo observados, uma figura misteriosa os observava a poucos metros acima deles através da luneta de um rifle de precisão, a mira telescópica estabilizada na cabeça de Jun-ho. A pessoa misteriosa pensava:
Todos estão mortos, aqueles babacas me disseram várias vezes que eu era o mais fraco, que eu só os atrapalharia e olhem só que ironia, quase todos eles estão mortos, Abigail, Desmond, a Gueixa e até mesmo o piloto de colosso que a CONTROL mandou rodaram, e o inútil aqui é o único vivo!
O dedo no gatilho estava pronto para puxá-lo, apenas alguns mais alguns centímetros e seu alvo estaria morto.
Eu fiz bem em seguir esses dois, tenho certeza que aquela piloto aliada deles ainda está por perto, mas quando ela voltar já vai ser tarde demais, ouvi dizer que esse garoto elfo é alguém importante. Se eu, Viper, o matar, não só provarei que não sou inútil, como também serei o único a completar minha missão, me desculpe garoto, mas você morre agora.
Com um simples gesto de seus dedos, uma das esferas no colar do elfo se lançou na direção do franco atirador que acabou se assustando e errando o tiro, por não saber a posição exata do inimigo, a esfera de metal acabou acertando o tronco de uma árvore próxima, mas aquilo foi o suficiente para deixar Viper em alerta.
-O que foi isso!?-Morgana havia se assustado com o som estrondoso do tiro e se afastou rapidamente de Jun-ho.
-Alguém procurando encrenca, vá avisar a Mila e o Germund, eu cuido dele.
-Sozinho?-Jun-ho sentia o receio na voz da vampira mas seu sorriso caloroso a acalmou.
-Não se preocupe, você alguma vez me viu fugir de uma luta?-Morgana assentiu antes de correr pela floresta.-Dádiva Animal: Crescimento Espontâneo!
Fang rugiu ao tornar-se adulto e avançou na direção de Viper, o tigre lançou-se contra o tronco da árvore onde o franco atirador se sentava arranhando e tentando escalá-la, ao tentar apontar sua arma no animal viu duas esferas voarem em sua direção e saltou para longe da árvore.
Apontou seu punho para outra árvore e um gancho foi disparado através de um dispositivo em seu pulso direito, Viper se lançou com seu gancho pela floresta e desapareceu entre as árvores, parou quando achou que os tinha despistado e se escondeu atrás de uma pedra, seu peito subia e descia enquanto tentava controlar sua respiração, decidiu que esperaria alguns dias na floresta antes de tentar outro ataque furtivo, pegou seu rádio para mandar um relatório à sua chefe mas foi surpreendido por uma voz atrás dele.
-Correu e se escondeu quando percebeu que estava em menor número não é?-Seu primeiro instinto foi lançar seu gancho outra vez para fugir do elfo da floresta, Jun-ho quebrou com um forte soco.-Muitos chamariam de covardia...-Jun-ho rodopiou com sua perna levantada, acertando um estilhaço da pedra e o mandando na direção de Viper que foi atingido em cheio e acabou fraturando uma de suas costelas, ao invés de se lançar para cima de uma pedra, o franco atirador atingiu o chão.-Pra mim isso é sensatez.
Viper grunhiu de dor enquanto o elfo se aproximava, as esferas em seu pescoço girando como se o orbitassem.
-Com um pouco mais de experiência em combate você se tornaria um ótimo oponente.
Seu rifle estava a poucos metros de seu alcance, em um ato desesperado, Viper agarrou sua arma e a apontou na direção de Jun-ho, só para ter seu olho direito acertado por uma esfera que havia o acertado através da luneta, seu grito de dor ecoou pela floresta.
-Cada uma dessas esferas contém a alma de um animal sagrado que as concedem efeitos especiais, a que eu lancei em você era a esfera da serpente que é imbuída com um veneno fraco porém bastante eficaz, sinto muito, mas esse olho jamais enxergará outra vez.
O franco atirador temia por sua vida, tanto que ignorou a dor de sua órbita e começou a se arrastar pelo chão para fugir.
-Não tirarei sua vida, mas não posso garantir o mesmo dos meus amigos.-As esferas finalmente se acalmaram e voltaram a ser um colar inofensivo.-Vá embora e não volte mais, não contarei sobre você aos outros, então aproveite essa oportunidade para mudar de vida.
O elfo se levantou e encarou Viper no fundo de seus olhos antes de continuar:
-Eu sou Jun-ho Kim, príncipe de Lorcan, a maior das nove tribos dos elfos da floresta, vá até eles, eles podem te dar um olho novo, é só dizer "o príncipe justifica" e eles entenderão.-O elfo lhe dando as costas.-Espero que nos encontremos em circunstâncias melhores da próxima vez.
Jun-ho não deu nem dois passos antes do franco atirador dizer:
-Meu nome é Viper, sou o único mercenário homem das Black Reapers, tenho dezenove anos e juro a você que no nosso próximo encontro estarei muito mais forte e nesse dia, teremos uma revanche.-Viper ignorou a surpresa no rosto do elfo e continuou.-Se fortaleça também, ou será uma vitória fácil pra mim.
Agora livre da surpresa, Jun-ho sorriu divertido, como sempre, ele não recusaria o desafio:
-Desafio aceito Viper.-Jun-ho lhe fez uma breve reverência.-Vamos ver do que você é capaz.
Os dois logo seguiram seus caminhos, mais tarde, com o olho enfaixado e com planos de viajar até a Coréia, Viper pegou o rádio dado a ele pelas Black Reapers e ao invés de usá-lo para chamar por elas...
Ele o jogou no mar.