Chereads / A salvação do Shinigami / Chapter 9 - Capítulo 9

Chapter 9 - Capítulo 9

Após terem-se reunido de novo com Izanami, a própria Deusa achou que a segunda opção seria uma mais-valia, pois os humanos eram muito engenhosos e se alguém a pudesse encontrar seriam eles. Kado depois de deixar o orgulho de lado acabou por concordar com todos. Estava na hora de Hiro explicar como podiam pôr o plano em prática.

- Conheço um miúdo que trabalhava na altura comigo, ele era muito inteligente, mexia muito em computadores, sei que na altura ele chegou a dizer-me que às vezes fazia uns trabalhos ilegais... posso tentar encontrar ele e falar com ele.

- E qual é a desculpa que vais usar para ele procurar a pessoa? - questionou Kado enquanto brincava com o seu relógio de bolso.

- Isso eu logo vejo na altura, mas desde que eu tenha como lhe pagar duvido que ele faça muitas questões.

Izanami foi para os seus aposentos durante alguns momentos e quando voltou tinha uma pequena estatueta de um dragão feita de ouro maciço. Entregou-a nas mãos de Hiro e depois sentou-se no seu trono enquanto era bajulada pelas suas servas como de costume. Hiro sentiu que pelo peso, aquela estatueta era mais do que suficiente para que trabalho fosse feito, até sentiu pena de nunca ter sido recompensado com uma estatueta assim no seu tempo em que tinha trabalhado junto com os humanos.

- Esse pagamento será suficiente? - perguntou ela olhando para a estatueta. Hiro acenou que sim com a cabeça e fez uma pequena vénia em sinal de agradecimento. Agora estava na hora de Hiro começar a procurar o rapaz de quem tinha falado. Kado não o acompanhou, tinha assuntos do submundo para poder resolver, ao que parecia a questão da superlotação estava a fazer com que vários Shinigamis se recusassem a cumprir as suas funções e por isso mesmo ele tinha de ir tentar apaziguar os ânimos antes que a catástrofe que eles estavam a tentar impedir acontecesse mais cedo do que o previsto.

Hiro passou pela árvore que marcava a entrada do submundo. Ainda não estava habituado ao facto de ser de novo um Shinigami e usar os seus poderes recém-devolvidos por Kado requeriam um certo treino antes de os utilizar para evitar ir parar a todos os lugares menos o que ele quisesse, mas não havia tempo para isso, Kado havia-lhe dito que existia uma expressão que os humanos gostavam imenso de usar "é como andar de bicicleta, nunca se esquece", mas o problema de Hiro é que ele nunca tinha andado de bicicleta, daí a sua preocupação naquele momento. Hiro fechou os olhos e concentrou-se no lugar onde queria ir, e esperou que isso fosse o suficiente para lá chegar. Sentiu um frio imenso à sua volta como se tivesse mergulhado em um congelador. Quando voltou a abrir os olhos estava em Tokyo de novo. Nada tinha mudado, tudo parecia estar igual e ele só esperava que se mantivesse sempre assim. Estava tonto,nauseado, já não usava os poderes há demasiado tempo, tinha de se habituar rapidamente a essa realidade para não ter de depender da ajuda de Kado.

Chegou à porta do restaurante onde tinha trabalhado até há bem poucos dias, pelas portas transparentes viu que já estava alguém a substituir o seu falecido patrão. Angustiado, respirou fundo e entrou lentamente na loja, os seus colegas cumprimentaram-no, já não o viam desde a morte de Hidetaka, pensavam que ele tinha tirado uma licença por estar chocado com o sucedido e ele para disfarçar disse que teria sido mesmo isso e acabou por perguntar por Joshua, o rapaz que normalmente tratava de todos os sistemas informáticos da loja.

- O Joshua está na parte de trás da loja. - respondeu o homem que estava a gerir o restaurante. Hiro olhou para ele e decidiu imediatamente que não ia gostar dele caso algum dia tivesse de ali voltar a trabalhar. Alto, extremamente magro, cabelo perfeitamente alinhado com alguns "litros" de gel, as calças da farda extremamente apertadas por um cinto que fazia com que quem olhasse para ele pensasse que ele tinha duas barrigas, pele extremamente pálida, digno quase de ser considerado um fantasma. Ele não gostava nem do aspecto dele nem da personalidade. Nem necessitou de perguntar nada aos colegas para perceber que eles também não gostavam dele, pois mal ele dava alguma ordem, eles, nas suas costas faziam caretas.

- Eu vou lá falar com ele, estou com um problema no meu cartão de entrada...- comunicou ele entrando na área de serviço da loja rapidamente para que não houvesse tempo de reclamações ou impedimentos.