— Alô Jenny, bom dia amor... — Allec telefonara pra ela, era sábado às 9h da manhã e ainda não tivera notícias de seu irmão e Acira da noite anterior. — Que horas eu posso passar aí hoje?
— Bom dia amor. — Jennifer respondeu com uma voz doce, porém hesitante. Ela se desculpou, dizendo que não poderia falar naquele momento, porque estava para receber visitas em sua casa e continuou: — Qualquer coisa eu te ligo mais tarde, tudo bem?
— Tá tudo bem amor? — Allec sentira sua voz nervosa.
— Está, estou bem... Mais tarde a gente se fala, ok?
— Tá bem, beijos, te amo.
— Também te amo, beijos. — e ela desligara o telefone.
Por um momento Allec supôs, que poderia ter acontecido algo de ruim com a família dela. Esperava que tudo estivesse bem, mas logo despertou de seus pensamentos ao ouvir a porta destravar e sorrisos invadirem o cômodo.
— Al! — Acira correu ao seu encontro e o abraçou. — Que bom que você está bem!
— Eu que pergunto... Vocês estão bem? — retribuiu o abraço e olhou pro seu irmão desconfiado, que sorria pra ele.
— Melhor do que nunca mano!
Acira se soltou e foi abraçar John, enquanto dizia:
— Temos novidades Al...
— O que é?
— A partir de hoje, Acira será parte de nossa matilha. — John sorriu e a beijou na frente de Allec.
— Eu já suspeitava! — Allec riu e se levantou da bicama. — Seja bem-vinda oficialmente Acira!
— Obrigada Al! Eu amo estar com vocês... Há muito tempo eu vaguei sem um lar, mas agora com vocês me sinto mais segura! — e apertou, John que a abraçou e sorriu.
Jennifer e sua mãe Eleonora foram de carro ao local do incidente, após receberem o telefonema de Marcus. Seu pai se encontrava junto de Robert, irmão da vítima, que também trabalhava para a polícia e recebera a denúncia da testemunha, que encontrara o corpo e já estava na delegacia. O homem morto era primo de Jennifer de 2º grau, por parte de pai. Ele tinha acabado de chegar de viagem e não possuía muito contato com ele. A adolescente sempre acompanhava seus pais nestas ocasiões, desde seus sete anos de idade e na maioria das vezes ficava animada para investigar junto de sua família, porém desta vez seus pensamentos estavam distantes e em outra pessoa. Allec. Nunca havia passado por sua cabeça arranjar um namorado, mas como as coisas simplesmente aconteceram, ela começou a mudar seu modo de pensar. As investigações que antes eram divertidas, agora sentia-se entediada e ao mesmo tempo chateada consigo mesma, por ter mentido para Allec, porque estar junto dele a fazia esquecer dos problemas.
— Suponho que tenha sido um casal, há pegadas grandes e menores ao redor do corpo... — comentou Marcus apontando para elas.
— O coração dele está intacto não é? Então, por que o matariam? — perguntou Robert.
— Se realmente for um casal, eu suponho que tenha sido uma maneira de cortejar a fêmea, que ao presenteá-la, decorreu a um acasalamento e esqueceram-se dele. — comentou Eleonora.
— Mas afinal, vocês acham que foram transformados ou não? — Robert questionou.
— Bom, ontem era lua cheia, fica difícil dizer... — disse Jennifer.
— Droga... — praguejou Robert. — Transformados ou não, eu vou acabar com esses filhos da puta.
— Sinto muito Robert, mas você precisa se acalmar, não podemos sair assim sem planejar algo. — Eleonora comentou. — E seja lá quem forem, ainda devem estar na cidade.
— E sobre nosso informante pai, sabe de alguma coisa? — perguntou Jennifer.
— Segundo informações, se ainda estiverem na cidade, daqui um a dois dias sairão para caçar novamente, pois como esta vítima ficou intacta, eles precisarão se alimentar.
— Precisamos nos preparar e encontrá-los custe o que custar! — afirmou Eleonora.
Allec não recebera notícias de Jennifer durante o final de semana, chegou a mandar mensagens de texto pelo celular e telefonar, mas ela não retornou. Na segunda-feira, esperou por ela no portão da escola até bater o sinal e quando foi entrar, uma voz familiar chamara seu nome.
— Allec! — Jennifer correu e o surpreendeu com um abraço.
— Jenny! Está tudo bem?
— Me desculpe não ter entrado em contato no final de semana, um primo meu faleceu no sábado à noite e levamos o corpo dele para sua cidade natal...
— Nossa... Sinto muito amor... Não é melhor você ir pra casa?
— Não, eu estou bem... — Jennifer o beijou e em seguida o guiou, puxando-o pela mão para dentro da escola e comentou: — Vamos pra sala, antes que nos peguem no corredor.
John voltava do trabalho e caminhava depressa. Quando estava a apenas uma quadra de distância de sua casa, começara a suar e seus pelos ficaram arrepiados, quase como sempre acontecia antes de se transformar. O inverno já se iniciara e todos na rua caminhavam bem agasalhados, exceto John, por possuir uma temperatura corporal muito elevada. O que causava essa ansiedade nele era o período lunar da lua cheia, que não podia evitar. Ao chegar à sua casa, fechou a porta de maneira estrondosa, que assustou Acira, que mexia no fogão.
— John! Querido, o almoço está quase pronto! Temos bife bem mal passado acebolado! — ela sorriu pra ele.
John permaneceu em silêncio, devorou-a com os olhos e foi em sua direção. Beijou-a profundamente e saciou a ansiedade de suas mãos ao tocá-la. Levantou-a, colocou-a em cima da mesa e sussurrou: — No momento quero comer outra coisa... — ele começou a mordiscá-la e lambê-la na orelha.
— Mas John... Seu irmão chegará daqui a pouco da escola. — disse esfregando as mãos no cabelo dele e já sentia-se excitada.
— Não posso evitar, você é muito saborosa Acira... — disse e levou uma das mãos na parte íntima dela, que ficara com os olhos amarelados.
John apenas retirou a calcinha dela, porque ela usava uma saia. Infiltrou seu rosto entre as pernas dela, que desaparecera entre o tecido da saia e começou a lambê-la. Ela começara a gemer e retirou a camiseta dele rasgando o tecido, enquanto com uma mão, ele desabotoava o cinto da calça. Voltou a beijá-la no pescoço e a penetrou.
— Ahhh... John... Ahhh. — Acira começou a gritar, mas John voltara a beijá-la para silenciá-la.
John agarrou as coxas dela e a pegou no colo, sem pararem o ato sexual e lentamente se sentou no chão, de maneira em que ambos ficassem confortáveis. Acira não parava de se mover, seus olhos, dentes e garras de loba haviam surgido e começou a arranhá-lo nas costas.
Num movimento que John a ajudara a fazer, ela cravou suas garras na carne, o fazendo gritar por um momento, surgindo seu olhar e presas lupinos e ambos trocaram rosnados por alguns segundos. Ele sorriu, se deliciando com o cheiro de seu próprio sangue. Alguns minutos depois, quando chegavam ao clímax, o alarme de incêndio disparou, por causa da comida que Acira esquecera no fogo e começou a molhá-los.
— Ahhh... O quê? — Acira se assustou com o alarme. Olhou pra John de maneira irônica. — Olha o que você me fez fazer!
— Não tem problema, depois a gente seca... — disse e a beijou.
— Assim eu não consigo, depois continuamos isso... — e piscou pra ele se levantando, indo em direção ao banheiro, após desligar o fogo.
John vestira apenas a calça e desligara o alarme, ao se virar recebeu uma toalha na cara desprevenido.
— Vamos tentar secar antes que Allec chegue! — afirmou Acira. Poucos minutos após começarem a secar o chão, móveis e utensílios domésticos, acabaram se empolgando em uma guerra de toalhas, que só foi interrompida quando Allec abriu a porta e perguntou pasmo:
— Mas o que aconteceu aqui?
— O alarme de incêndio disparou... — Acira disse.
— E arruinou nosso almoço... — completou John. — Vamos almoçar fora, porque daqui a pouco terei que voltar para o trabalho.
Após trocarem de roupas, os três foram numa lanchonete, que se encontrava na esquina do quarteirão de onde moravam.
Acira brincava com o pote de catchup, enquanto John e Allec escolhiam os lanches. Após escolher, Allec olhou por um momento na janela e por coincidência, se deparou com Jennifer passando junto de sua mãe e do outro lado da calçada. Ficou com o olhar distante por alguns segundos.
— Hã? — Acira olhou na mesma direção, acompanhada por John e perguntou: — Já vi aquela garota andando pela cidade, você a conhece?
— Sim, ela é minha namorada... — Allec disse voltando o olhar para o cardápio, pois sabia que John não gostou do que acabara de ouvir.
— Sério? — Acira perguntou alegremente. — Por que você não nos apresenta? Ela parece legal e é muito bonita!
— Ela é... Só que... — Allec olhara para seu irmão e fora interrompido.
— Eu já te avisei sobre isto Allec... Isto é completamente proibido. — John disse sério.
— Ah qual é John? — Acira o cutucou no braço. — Deixa de ser mente fechada, não tem nada demais ele namorar ela!
— Viu John, não sou só eu que acho isso! — Allec retrucou.
— Ah é? Por acaso ela sabe o que você é de verdade? — perguntou John ficando furioso.
— E-Eu não tive oportunidade ainda de dizer... Mas...
— E nem vai! Porque se eu desconfiar que ela saiba de algo, você realmente vai me ver zangado! — afirmou rosnando e apertando o cardápio.
— Calma John, também não é tão grave assim... — Acira pegou no braço dele.
John suspirou. — Bom... Está avisado, já que não quer me ouvir.
Allec não falara nada e apenas esfregou os olhos, que estavam lacrimejando. — Me desculpe Acira, eu perdi a fome... — disse se levantando e saindo da mesa bufando a raiva.
— Ah qual é meninos... Hey, Al espera! — Acira se levantou, mas John segurou em seu braço.
— Deixe-o ir...
— Não precisava ter dito aquilo John...
— Ele precisa entender que é para o próprio bem dele, esta garota nunca o aceitará se descobrisse sobre o que realmente somos... Ele vai acabar se magoando.
Acira deitara a cabeça no ombro dele e disse:
— Faça as pazes com ele, afinal é seu irmão e se ele tá a fim da menina, deixe, pois está numa fase de descobertas... E não acho que alguns beijos sejam perigosos... — disse beijando John na bochecha.
— Está bem... Irei falar com ele.
A conversa entre os irmãos a respeito da namorada de Allec ocorreu durante a noite, assim que John chegou do serviço. Acira, que assistia ao jornal local com Allec, se levantou do sofá e foi ao seu encontro, beijando-o num cumprimento de boa noite.
— Vou deixar vocês a sós! — sussurrou ela ao seu ouvido e saiu da casa.
Allec ignorou a presença do irmão e continuou assistindo TV.
John sentou ao seu lado e levou um segundo antes de começar a falar.
— Olha, Allec... Quero que saiba que eu disse aquilo para seu próprio bem... E se você quiser insistir nesta menina, vá em frente...
— Eu a amo John. — disse interrompendo-o sem encará-lo.
John suspirou ainda encarando seu irmão fixamente e continuou: — Com amor ou não, você sabe que esse relacionamento é perigoso pra ambos... Você pode acabar a machucando e...
— Eu sei tá bom! — Allec o interrompeu novamente, o encarando nervoso e ao mesmo tempo preocupado e continuou após desviar o olhar. — Eu... Eu vou tomar cuidado, eu não me perdoaria se a machucasse, mas não me vejo mais longe dela.
Allec voltou a encará-lo e sua expressão era séria. John suspirou mais uma vez e perguntou:
— Você já está ciente do risco que corre se você se expuser, certo?
— Sim, eu não sou mais uma criança... E prometo que tomarei cuidado!
— Eu sei, eu não sou a favor de relacionamentos com humanos, mas quero que saiba que irei me esforçar pra aceitar, ok?
— Obrigado irmão... — disse com um breve sorriso.
John retribuiu o sorriso e em seguida o prendeu com um mata leão o surpreendendo.
— E isto é por ter nos abandonado no almoço hoje!
— Ah qual é John, me larga! — rosnou tentando se soltar.
— Vejo que fizeram as pazes! — Acira entrou na casa. — Fico feliz, o que acham de caçarmos amanhã para comemorar? — e puxou John do sofá, o fazendo largar Allec.
— Eu topo! — Allec disse arrumando o cabelo, que seu irmão bagunçara e levantou para ir até o banheiro.
— Eu também... — John disse bem próximo dela.
— Então está bem! — Acira ameaçou a beijá-lo, mas encostou bem perto de seu ouvido e falou bem baixinho: — Isso me excita! — e o sentiu apalpar de leve suas nádegas, com intenção de iniciar novamente o que começaram no almoço e sussurrou: — Aqui não. — o afastou e foi em direção à porta.
— Não saia daqui Allec, eu e Acira iremos dar uma volta. — alertou seu irmão que estava no banheiro.
— Ok... — Allec sorrira de canto, pois sabia o que eles realmente iriam fazer e esperou os dois saírem para comentar para si. — E lá vão eles de novo.