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Ascenção de Zharok: O Predador das Estrelas

kakachi_sensei
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Chapter 1 - Ascenção de Zharok: O Predador das Estrelas

Capítulo 1 - O Despertar na Escuridão

Era uma noite sem estrelas em Arath'dhor, a floresta onde a luz do sol nunca ousava tocar. A brisa carregava um frio estranho, e o som da vida parecia ter cessado. No centro da floresta, onde um lago negro repousava como uma ferida aberta, algo despertava.

O ovo não era comum. Sua superfície era áspera, marcada com runas que brilhavam em tons carmesim. Era grande o suficiente para que um homem pudesse usá-lo como abrigo, e mesmo assim, parecia pequeno comparado à força que continha. Com uma rachadura lenta e um ruído que parecia um trovão abafado, o ovo se partiu.

Zharok emergiu, escorregando de sua casca, pequeno e indefeso, mas estranho. Suas escamas eram negras como o vazio, refletindo um brilho fantasmagórico quando a luz da lua o tocou. Seus olhos, no entanto, eram sua característica mais marcante: vermelhos, como brasas que nunca se apagavam, e pareciam conter algo… infinito.

Ele rastejou até a beira do lago, encarando sua própria imagem. A água refletiu mais do que sua forma; ele viu um fragmento de algo muito maior, uma sensação de propósito que ainda não compreendia.

Nos primeiros dias, Zharok vagava pela floresta sem direção. Sua fome era uma presença constante, mas ele não entendia o que ela pedia. Ele tentou comer os frutos das árvores — doces, mas insatisfatórios. Tentou caçar pequenos animais, mas não sabia como capturá-los.

Na terceira noite, tudo mudou.

Um grupo de lobos sombrios o cercou. Suas garras eram como lâminas, e seus olhos brilhavam com uma inteligência cruel. O líder do bando avançou, rosnando, seus dentes expostos. Zharok recuou, instintivamente abrindo a boca para rugir. Mas o que saiu não foi som.

Uma névoa negra emergiu, fria como a morte. O lobo parou no meio do salto, seus olhos se apagando enquanto sua alma era consumida. O restante do bando hesitou, mas a fome de Zharok o impulsionou. Ele respirou novamente, e a floresta ficou silenciosa.

Pela primeira vez, ele se sentiu saciado.

Capítulo 2 - O Vale da Perdição

Os dias passaram, e Zharok cresceu rapidamente. Ele começou a entender seus poderes, embora não soubesse de onde vinham. Quando caçava, não apenas matava suas presas; ele drenava algo delas, algo que parecia mais valioso do que carne ou sangue.

Com o tempo, a floresta de Arath'dhor começou a mudar. Onde Zharok passava, as árvores murchavam, os riachos secavam, e o ar tornava-se pesado. Os pássaros deixaram de cantar, e até os insetos abandonaram a área. O coração da floresta — uma vez vibrante — tornou-se um deserto de cinzas.

Foi nessa época que Zharok encontrou sua primeira ameaça real: um Veilkor, uma criatura nebulosa que flutuava entre as árvores, suas formas mudando constantemente.

"O que és tu, criatura do vazio?" a voz do Veilkor sussurrou, reverberando em todas as direções. "Tu consomes mais do que vidas. Consomes o equilíbrio. Isso não pode ser permitido."

Zharok não respondeu. Ele ainda não tinha palavras, apenas instintos. Quando o Veilkor avançou, Zharok se defendeu, liberando sua névoa sombria. Mas, para sua surpresa, a criatura resistiu.

"Tu és jovem, mas perigoso. Se não fores parado agora, destruirás tudo o que tocas."

Zharok sentiu algo novo: medo. Mas com ele veio algo mais forte: raiva. Ele saltou para o Veilkor, suas garras penetrando a forma nebulosa da criatura. A batalha foi feroz, mas, no final, Zharok prevaleceu, absorvendo a essência do Veilkor e crescendo ainda mais.

Agora, ele tinha palavras.

"O equilíbrio não me importa", Zharok murmurou para o vazio. "Eu sou fome. E a fome não tem limites."

Capítulo 3 - O Chamado do Vento

Conforme os anos passaram, Zharok continuou a crescer. Suas asas começaram a se formar, frágeis no início, mas logo se tornaram poderosas o suficiente para levantá-lo do chão. Ele explorou a floresta além de Arath'dhor, alcançando um vale onde uma aldeia humana estava escondida.

Os aldeões chamavam o lugar de Vale da Perdição, um nome dado pelas lendas que cercavam a floresta. Eles acreditavam que espíritos sombrios protegiam as árvores, mas não esperavam encontrar um dragão.

Zharok observou-os por dias. Ele não sentia curiosidade sobre sua cultura ou costumes; ele só via presas. Mas algo o intrigava: as luzes das fogueiras. Elas dançavam na noite, brilhando como estrelas.

Uma noite, ele finalmente desceu. Os aldeões acordaram com o som de suas asas, e gritos encheram o ar. Guerreiros tentaram enfrentá-lo com lanças e flechas, mas Zharok não era mais uma criatura frágil. Ele exalou sua névoa, e a vila caiu em silêncio.

Quando o sol nasceu, o vale estava vazio, exceto por Zharok. Ele olhou para o céu, onde o vento parecia sussurrar seu nome. Pela primeira vez, sentiu que o mundo era pequeno demais para ele.

Capítulo 4 - Ecos do Vale

O massacre no Vale da Perdição não passou despercebido. Quando os viajantes chegaram à vila e encontraram apenas cinzas e silêncio, os rumores começaram a se espalhar. Histórias de um dragão negro com asas tão vastas que cobriam o céu chegaram aos ouvidos de reis e mercadores. No reino de Kaelgar, ao norte, o soberano, Rei Arthovar, reuniu seus conselheiros.

"Se essas histórias forem verdadeiras," ele disse, "então estamos lidando com algo além da força mortal. Mandem batedores. Quero saber o que estamos enfrentando."

Enquanto os humanos se mobilizavam, Zharok avançava, sem saber que estava atraindo atenção. Ele continuava crescendo. Suas asas eram agora tão poderosas que, ao baterem, criavam ventos capazes de derrubar árvores. Ele experimentava novos poderes, frutos de sua fome incessante.

Ao devorar a essência de criaturas mágicas, ele começou a manifestar habilidades únicas. Quando devorou o Veilkor, adquiriu a habilidade de desaparecer em sombras, movendo-se como um espectro. Dos Elangrens, pássaros místicos da floresta, absorveu a capacidade de sentir o pulsar da magia ao seu redor, como uma melodia que apenas ele podia ouvir.

Capítulo 5 - O Primeiro Opositor

Uma semana após a destruição do Vale da Perdição, um grupo de cavaleiros de Kaelgar, liderados por Sir Edrian Thorne, foi enviado para investigar. Sir Edrian era um homem jovem, mas conhecido por sua bravura. Montado em seu cavalo branco, ele liderava os cavaleiros pela borda de Arath'dhor, observando as árvores mortas e o silêncio que reinava.

"Esta terra está amaldiçoada," um dos cavaleiros murmurou.

Edrian desceu do cavalo e tocou o solo. Havia uma estranha frieza que subia pelos dedos, como se a vida tivesse sido drenada dali.

"Isso não é uma maldição comum," disse ele. "Algo está roubando a essência deste lugar. E eu temo que não seja natural."

Naquela noite, eles acamparam perto de um rio seco. O silêncio era absoluto, mas Edrian não conseguiu dormir. No meio da noite, ele ouviu um som distante — um bater de asas, tão profundo que parecia um trovão. Ele se levantou, com a mão na empunhadura de sua espada.

"Sir Edrian," chamou um cavaleiro, apontando para o céu.

Zharok estava lá. Ele não atacou imediatamente. Em vez disso, pairou sobre eles, suas asas bloqueando a luz da lua. Edrian sentiu um medo que nunca havia conhecido, mas também uma determinação inabalável.

"Segurem suas posições!" ele gritou.

Zharok desceu, pousando com um estrondo que rachou o solo. Ele olhou para os cavaleiros com olhos que brilhavam como fogo líquido.

"Vocês são diferentes," ele murmurou, sua voz reverberando como trovões distantes.

Edrian puxou sua espada, que brilhou com um leve tom azulado — uma arma encantada, forjada com a benção dos magos de Kaelgar.

"Criatura das trevas, se és a causa desta destruição, viemos para deter-te."

Zharok rugiu, um som que fez os cavalos empinarem e os homens recuarem. Mas Edrian permaneceu firme. Ele atacou, movendo-se com rapidez e precisão, a espada cortando o ar em direção ao peito de Zharok.

Zharok desviou com facilidade, mas sentiu algo incomum — a lâmina brilhava com uma força que parecia repelir sua sombra. Ele lançou seu hálito sombrio, mas a espada de Edrian cortou a névoa, criando um espaço de luz no vazio.

"Interessante," Zharok pensou.

A batalha foi feroz, mas Zharok não estava disposto a prolongá-la. Ele percebeu que Edrian não era um oponente comum. Embora pudesse derrotá-lo, algo o intrigava: a coragem do cavaleiro e o brilho daquela arma.

"Tu não és fraco como os outros," Zharok disse antes de alçar voo, suas asas levantando uma nuvem de poeira. "Nós nos encontraremos novamente."

Edrian observou o dragão desaparecer no horizonte, ciente de que o conflito estava apenas começando.

Capítulo 6 - A Aliança dos Povos

Após o encontro com Zharok, Sir Edrian retornou a Kaelgar com notícias perturbadoras. Ele relatou tudo ao Rei Arthovar, que imediatamente convocou um conselho. Representantes de outros reinos foram chamados, incluindo os elfos de Sylara, os magos de Isvaris, e até mesmo os anões das Montanhas de Ferro.

Na reunião, Edrian descreveu o dragão:

"Ele não é como os dragões das histórias. Sua fome é diferente. Ele não procura ouro ou riqueza. Ele busca algo mais profundo… algo que não podemos entender. E seu poder cresce a cada confronto."

Os elfos foram os primeiros a falar. A líder do conselho, Lyrien Elaris, uma alta elfa de cabelos prateados, olhou para os demais com olhos sérios.

"Se essa criatura é o que pensamos, ele pode ser uma manifestação do Caos Primordial. Há registros antigos de um dragão que traria o fim do equilíbrio, mas tais textos foram considerados mitos."

Os magos de Isvaris, liderados por Arcanista Valthar, concordaram.

"Se esse dragão consome mais do que matéria, ele pode estar acumulando poder suficiente para romper as próprias leis que sustentam nosso mundo. Precisamos agir antes que seja tarde demais."

No final do conselho, ficou decidido: uma aliança seria formada para deter Zharok. Humanos, elfos, magos e anões uniriam suas forças. Mas mesmo com todo o conhecimento e poder reunidos, havia dúvidas.

"E se for tarde demais?" Edrian perguntou.

Capítulo 7 - O Conselho dos Sábios

Na cidade dourada de Isvaris, onde as torres de cristal se erguiam até tocar as nuvens, o Conselho dos Sábios se reuniu. Representantes de várias raças estavam presentes: humanos, elfos, anões, e até os misteriosos Sylphari, seres alados que raramente deixavam suas montanhas.

No centro da sala circular, Arcanista Valthar levantou a mão. Sua voz era firme, mas carregava um tom de urgência.

"O dragão Zharok é mais do que um monstro. Ele representa um perigo para as fundações do nosso mundo. Sua fome não é apenas de carne ou energia. Ele devora a própria essência das coisas — a magia, a vida, e talvez até a ordem do cosmos."

"E o que sugeres?" perguntou Thranor Pedraferro, o representante dos anões. "Construiremos armas? Forjaremos armaduras? Ou confiaremos em palavras mágicas enquanto ele destrói tudo ao nosso redor?"

Lyrien Elaris, a elfa de Sylara, interveio. "Este não é um inimigo que pode ser enfrentado com força bruta. Ele aprende com cada batalha, cresce a cada vitória. Precisamos entender o que ele é antes de podermos detê-lo."

Valthar assentiu. "Exatamente. Há registros antigos que falam de um ser semelhante a Zharok, um dragão que quase destruiu os reinos antes da Era dos Reis. Se pudermos encontrar esses textos, talvez possamos descobrir seu ponto fraco."

O Conselho decidiu enviar uma expedição às Ruínas de Altharion, uma cidade perdida onde os textos antigos estavam supostamente guardados. Sir Edrian Thorne foi escolhido para liderar a missão, acompanhado por Lyrien Elaris e uma pequena escolta de magos e guerreiros.

Enquanto isso, Zharok continuava a crescer.

Capítulo 8 - O Sangue da Terra

Nas profundezas das Montanhas Cinzentas, Zharok encontrou algo que chamou sua atenção. Era uma fenda no solo, de onde emanava uma luz dourada. Ele desceu, suas garras cravando-se na pedra, até alcançar o fundo da caverna.

O que ele encontrou foi fascinante: um rio de energia pura, conhecido pelos anões como o Sangue da Terra. Esta substância mágica era usada pelos anões para alimentar suas forjas e criar armas lendárias.

Zharok aproximou-se, sentindo a força pulsante do rio. Ao tocá-lo com sua garra, a energia reagiu, subindo por seu corpo como chamas líquidas. Ele rugiu, um som que ecoou pelas montanhas.

Seu corpo começou a mudar. Suas escamas, antes apenas negras, agora tinham um brilho dourado nas bordas, como brasas prestes a explodir. Ele sentiu suas asas se fortalecerem, e uma nova habilidade despertou: Zharok agora podia criar explosões de pura energia, devastando áreas inteiras com um único rugido.

Mas sua interferência não passou despercebida. Os anões, que guardavam o Sangue da Terra como um segredo sagrado, foram alertados. Thranor Pedraferro, ao saber do ocorrido, jurou vingança.

"Ele tocou no coração das nossas montanhas," Thranor declarou ao Conselho. "Esse dragão não será apenas caçado. Ele será destruído, nem que isso custe minha própria vida."

Capítulo 9 - O Guardião de Altharion

Enquanto Zharok se fortalecia, a expedição liderada por Sir Edrian chegava às Ruínas de Altharion. A cidade, outrora um centro de conhecimento, agora era apenas um esqueleto de pedra, tomada pela vegetação e habitada por sombras.

"Tenham cuidado," Lyrien avisou, seus olhos escaneando o ambiente. "Há algo aqui. Algo que não pertence a este mundo."

Eles encontraram a biblioteca central após horas de busca. Dentro, pergaminhos e livros antigos estavam espalhados, protegidos por uma barreira mágica que ainda resistia ao tempo.

Valthar quebrou a barreira com um feitiço, mas ao fazer isso, despertou o Guardião de Altharion: um Golem de Ébano, uma criatura imensa feita de pedra negra e magia antiga.

"Quem ousa perturbar este santuário?" a voz do Golem ecoou, profunda como um terremoto.

Sir Edrian avançou, sua espada brilhando. "Viemos buscar conhecimento, Guardião. Não queremos destruir este lugar."

O Golem hesitou, mas algo no brilho da espada chamou sua atenção.

"Essa lâmina…" ele murmurou. "Ela é feita do coração da estrela caída. Apenas aqueles dignos podem portá-la."

Edrian manteve sua postura firme. "Permita-nos passar, ou nos defendemos."

O Golem inclinou a cabeça. "Muito bem, cavaleiro. Se é conhecimento que buscas, encontrá-lo-ás. Mas saiba disso: o que quer que estejas tentando deter, não pode ser destruído. Apenas contido. E mesmo isso tem um preço."

O grupo recuperou os textos antigos, que revelaram uma terrível verdade: Zharok não era apenas um dragão. Ele era um Fragmento do Vazio, uma entidade que existia antes mesmo da criação do mundo. Sua fome era um reflexo de sua natureza — um eco do caos primordial que existia antes da ordem ser imposta ao universo.

"Se ele crescer demais," Lyrien disse, sua voz vacilando, "ele pode romper a barreira entre os mundos. E se isso acontecer, nada poderá contê-lo."