Pela manhã, ao tentar entrar no quarto, foi impedida por Maira,que trancou a porta. O sangue subiu à cabeça e o que teve foi vontade de despejar palavrões.
Ora, ela sofrera até os onze anos, fora despejada de casa e jogada na rua,onde teria ficado, se Allan não tivesse aparecido.
Também não era santa!Sim! Estava com raiva da filha . Iria para o trabalho, tentar se acalmar.
Encontrou-se com Nika na entrada da clínica e teve vontade de abraça-la e nessa hora, sem nenhum instinto sexual, apenas chorar, envolvida em seus cabelos negros.
Pediu que se encontrasem no restaurante, apenas para conversar. Estava com problemas em casa e talvez elapudesse ajudar.
Como para justificar as últimas mudanças, contou ao doutor Celso o que acontecera em casa.
Ele ouviu atentamente e disse não poder ajudar muito. Há anos era divorciado, os filhos trabalhavam e tinham suas próprias famílias. Apesar da separação ter ocorrido na adolescencia dos mesmos, eles não causaram problemas.
Mas mesmo não podendo aconselhar, estaria sempre pronto para ouvir.
Na hora do almoço, encontrou Nika sentada a lhe esperar. Hoje, ela teria que ser a amiga e ouvinte.
– Como você reagiria ao ser abordada pela primeira vez por sua mãe, quando precisassem ter uma conversa séria? – Meio sem jeito, perguntou-lhe.
E ficou surpresa quando Nika disse que não tinha mãe. Ficara órfã aos sete anos e quando o pai casou novamente, a madrasta não a aceitou.
Passara a morar com uma tia que quando soube de sua opção sexual, mandou que ela procurasse outro local para morar.
Como ela já trabalhava, alugou aquele apartamento próximo à clínica.
Nika tocara no assunto e surgiu a oportunidade para Bia perguntar o porque do final do relacionamento.
– Eu gostava tanto dela! – Nika abaixou os olhos para responder, por isso não viu um brilho de tristeza nos olhos de Bia ao ouvir tal frase.
– Mas sem explicação, ela começou a se comportar de maneira estranha. Costumávamos nos encontrar nos finais de semana e nos víamos na faculdade.
Porém ela começou a chegar à sala de aula bêbada e segundo comentários, drogada.
Tentei conversar, mas ela não aceitou. Foi o fim. Mas eu não quero mais falar nisso. Passou!
Para Bia, pareceu que não... Pareceu que uma sombra marcara os olhos de Nika enquanto falava.
Pensou em perguntar se eram colegas de classe e muitas outras coisas, mas resolveu calar-se.
A noite ao chegar em casa, fez diferente. Perguntou por Maira e disseram que havia saído.
– Pelo menos deve ter ido para a faculdade. –Pensou.
Allan estava cansado e ela também. Se para Bia nunca houvera clima para sexo, agora havia menos ainda.
Pela manhã, entrou no quarto de Maira. Ela estava dormindo. Pelo menos voltara para casa.
Percebeu que a filha estava muito magra e pálida. Estaria assim há quanto tempo?
– Por Deus! Não sei! Esqueci-me de cuidar das minhas filhas!
Mas o desejo se manifestava ao encontrar Nika...
E novamente saíram para o apartamento dela. Ao chegarem, o mesmo pensamento... O banheiro.
Jogaram as roupas na sala e correram para lá.
Abraçadas debaixo do chuveiro, beijavam se com desejo.
Bia teria que tentar... Queria retribuir o prazer que recebera.
Sugou os belos seios molhados de Nika e entreabrindo suas coxas, mergulhou sua cabeça entre elas, sentindo o gosto agridoce do seu sexo.
Nika gemia de prazer e Bia satisfazia-se em saber que estava proporcionando esse prazer à sua amada.
Riram ao lembrar que vinham almoçar e sempre se esqueciam da comida.
Na verdade, para elas isso era o que menos importava.