Chapter 9 - Visões

Naquele dia...eu conheci alguém...alguém que mudaria a forma como tratava aquele lugar desde que reencarnei como uma agente funerário em outro mundo.

Sakegi estava sentado à mesa pela manhã, havia se passado 7 dias desde que retornam da viagem, mas ele não parecia muito bem, estava com os olhos cansados e fundos, pele pálida e postura curva.

Sandy: -ai...o que é que você tem? – colocando ovos cozidos no prato de Sakegi. –parece até esses cadáveres que chegam aqui.

Sakegi: -não me compara com os mortos! – pegando um garfo na mesa.

Em uma mesa na cozinha da funerária, havia três pratos, sendo um deles com pequenos ratos e outros dois com ovos mexidos, 3 xicaras de chá em pires, uma toalha de mesa ornamentada com escritas espirituais.

Sakegi: -é aquele sonho de novo... – sem forças nem para falar. –sete dias que sonho com a mesma voz pedindo socorro e única coisa que vejo são olhos de gato. – bocejando. –deve ser uma praga daquela succubus miserável.

Sandy: -isso é tudo culpa da sua perversão... – estreitando os olhos para ele.

Sakegi: -sorte sua que estou com tanto sono...se não lhe dava um cascudo no meio da cabeça pirralha. – tentando colocar o garfo com pedaços de ovo na boca.

Sandy: -que bom saber disso... – sorrindo. –posso fazer o que eu quiser. –apontando a mão para o rosto dele.

Howl: -parrem com isso. – terminado de corner seu prato de café da manhã. -aquela mulher tem um poder sombrio, mas não se trata desse tipo. – tomando chá.

Sakegi: -então me diz o que está acontecendo comigo? – suando frio após comer os ovos.

Howl: -não sei...mas temos que recomeçar nosso treinamento, essa sua habilidade nova de usar seus próprios ossos parece ser promissora porem ela afeta seu corpo de maneira muito grosseira. – colocando mais chá.

Sakegi: -nem me fale... – olhando para o braço com a cicatriz enorme feita pela barbatana de osso. –será que foi isso que me fez ficar assim? – pensativo se aquela nova habilidade poderia ter afetado seu sono.

Madame: -dificilmente... – adentando o local onde estavam comendo o café da manhã.

Sakegi: -era só o que me faltava...você logo cedo da manhã aqui. – fraco demais para tentar sair das garras da Tulipa que se pôs atrás dele a acariciar seu pescoço de maneira a excita-lo.

Sandy: -oi madame mistério! – sorrindo para a mulher. –bom dia!

Madame: -olá minha pequena borboleta, como está? – sorrido de volta para a garota.

Sandy: -estou bem, olha! – mostrando as marcas nos braços. –já estão sumindo!

Tulipa deu a Alessandy uma porção que iria diminuir as cicatrizes feitas em seus braços.

Madame: -muito bom, continue tomando regulamente. – sorrindo enquanto para de acariciar Sakegi que por sua se afasta dela.

Sandy: -sim! Muito obrigado! – abraçando a bruxa que por um instante esquece Sakegi e retribui o abraço.

Howl: -o que os bons ventos lhe trazem aqui tão cedo, madame? – terminado o chá pela segunda vez.

Tulipa: -consegui o que me pediu, Howl. – olhando para a coruja.

Howl: -mais já...nossa que rápido. – colocando mais chá.

Tulipa: -não subestime minha pessoa sua coruja burra. – com um olhar de fúria para ele.

Howl: -mas eu estava te elogiando... – desconfortável com o insulto.

Madame: -muito bem...Stephanie traga a bola de cristal. – fala alto em direção a entrada.

Stephanie: -estou indo mamãe! – entrando na sala com algo embrulhado.

Sakegi: -mamãe? – fala alto.

Stephanie: -você deve ser o tal Sakegi...que minha mãe tanto fala! – olhando para ele como se o comesse com os olhos. –você é mesmo bonito, cheiroso e bem apetitoso. – babando no rosto dele.

Stephanie é uma moça de 19 anos mas com mente infantil, ela vestia um vestido verde escuro na mesma base do de Tulipa, portava um guarda-sol pequeno e um sorriso perturbador além de um olhar penetrante, olhos azuis e uma pele rosada.

Tulipa: -minha filha não babe em cima dos homens, já falei que isso os afasta. – tirando ela de cima de Sakegi.

Sakegi: -só podia ser sua filha mesmo... – limpando o rosto. –vem cá se ela é sua filha quem é o pai? – olhando para Madame.

Madame: -entendeu errado, bruxas como eu não podem ter filhos, ela é minha filha, mas não de sangue...infelizmente, só posso adotar aquelas que assim como eu nasceram bruxas. –Acariciando a cabeça de sua filha.

Sakegi: -ah...tá... – percebendo que falou algo que chateou ela. –então todas as garotas na sua pensão são...

Madame: -sim...são bruxas aspirantes, mas nem todas são minhas filhas...Stephanie é a mais nova de 3. – suspirando fundo.

Sakegi: -entendi... – vendo que era melhor não perguntar nada sobre as outras duas.

Howl: -bom antes de começarmos...tenho que ir ao banheiro. –Após beber mais uma xicara de chá.

Sakegi: -mas também, bebeu três xicaras de chá. – se levantando.

Howl: -vão indo logo... – voando para o segundo andar.

Depois de tirarem a mesa do café, todos se dirigem a sala de estar no local, onde colocam a bola de cristal sobre uma pequena mesa de centro.

Madame: -muito bem, Sandy coloque suas mãos sobre a bola por gentileza. – tirando as luvas.

Sandy: -tá. – se pondo de joelhos e colocando suas mãos sobre a bola translucida que começa a ficar opaca.

Sakegi: -vem cá me explica de novo como isso funciona. – melhor depois de tomar um banho onde Tulipa lavou suas costas aproveitando que Howl estava fazendo xixi.

Tulipa: -bola de cristal é um artefato espiritual antigo que pode idêntica bruxas, caso o brilho dentro dela seja roxo, Sandy é uma bruxa, caso seja branco ela não passa de uma simples humana mas se ficar azul ela é... – vendo que a bola fica com um tom azul muito forte. –uma sensitiva. –admirada.

Howl: -Sandy é sensitiva... – assim como a madame, ele fica admirado.

Sandy: -sensitiva? O que isso significa? – olhando para eles.

Sakegi: -ia perguntar a mesma coisa. – empurrando Stephanie que tenta ficar sentada no colo dele.

Madame: -a muito tempo o termo 'sensitiva" não existia, elas eram chamadas de bruxas assim como nós porem as sensitivas não conseguem usar bruxaria como as bruxas comuns, elas nascem com um único poder que pode a vim a ser forte ou fraco fazendo com que elas nem se diferenciam de humanas, porem na época da inquisição muitas delas foram mortas, fazendo quase que fossem extintas no mundo espiritual e extintas no mundo humano, mas pelo visto temos uma segunda filha de humanos a se tornar sensitiva nesse século.

Sandy: -segunda? – olhando pare Tulipa.

Madame: -a mesma mulher que quando subiu ao posto mais alto do reino unido, diferenciou bruxas de sensitivas, a mulher mais poderosa que já conheci, Rainha Vitoria. – olhando para o brasão real no quadro de Eitor na parede.

Sakegi: -espera ai...a rainha é uma sensitiva? – supresso com aquela situação.

Howl: -e das mais poderosas que já foram catalogadas pela ordem. – voando até ele.

Sandy: -então eu sou como a rainha? – olhando para a bruxa.

Tulipa: -sim, o que é uma lastima...gostaria muito de tê-la como minha filha. – nitidamente desapontada. –mas você é umas das mais poderosas, seu brilho foi intenso e pelo que Howl me contou sua habilidade espiritual é bastante ampla para uma sensitiva. – sorrindo.

Sandy: -obrigada! – sorrindo enquanto uma lagrima escorria pelo rosto, era a primeira vez se sentia importante por conta daqueles poderes. –ouvir isso é tão bom. –limpando as lagrimas.

Madame: -Stephanie porque não vai brincar com Sandy lá nos fundos, mostre a ela seus poderes, ela vai gostar. – olhando para a garota que estava agarrada em Sakegi enquanto Howl tenta solta-la.

Stephanie: -sim mamãe! – indo até Sandy. –vamos brincar lá fora.

Sandy: -tudo bem! – indo com a garota para fora.

Sakegi: -o que acontece com essa garota? – olhando para Madame.

Tulipa: -ela acabou vítima de um amor não correspondido que fez ela regredir mentalmente sua idade...porem ela é uma bruxa muito habilidosa, espero um dia que ela se recupere totalmente desse trauma. – suspirando.

Howl: -Simons... – pensando alto.

Madame: -bom, Howl me contou que está passando por um problema de insônia que não é por minha causa, infelizmente. – colocando a mão no ventre.

Sakegi: -...vocês andam tendo muito tempo para conversar em... – com medo daquela forma dela se expressar.

Howl: -Madame era umas melhores amigas do doutor... – sorrindo ao lembrar da época.

Madame: -tempos bons que não voltam mais... – olhando para o quadro novamente.

Sakegi: -desculpe atrapalhar a nostalgia de vocês, mas tem alguma porção que me faça dormir? – com os olhos vermelhos.

Madame: -parece que sua falta de sono é por algo mais profundo, não creio que seja algo tão humano como má alimentação ou falta de atos carnais.

Sakegi: -...

Madame: -preciso entrar em sua mente e descobrir. – chegando perto dele. –coloque sua cabeça em meus seios. – apontando para seus fatos seios.

Sakegi: -o que? – olhando para ela ajeitando o decote.

Madame: -é o único jeito de manipular minha bruxaria com a máxima potência. – sorrindo de maneira suspeita.

Sakegi: -olha bem no que vai mexer ai...não quero ficar como a doidinha ali. – colocando a cabeça entre os seios dela. –Serio que tenho que fazer isso? – sentindo um doce aroma aflorar.

Madame: -essa é a melhor maneira... – sentindo o corpo quente dele no seu enquanto se concentra.

Sakegi: -ok...espero. – sentindo sua cabeça pesar e apagar logo em seguida. –ei...

Dentro da mente de Sakegi, uma vasta escuridão dá lugar a uma floreta densa e úmida, com uma caverna no centro e várias hortaliças e animais pequenos fugindo de algo que vinha como uma forte onda de fumaça.

Sakegi: -que lugar é esse? – olhando em volta e só consegue ver fumaça. –de onde vem essa fumaça...não vejo fogo... – olhando para cima. –nem luz das chamas...que estranho sinto como se já estivesse estado aqui antes.

O agente começa a perambular pela floresta que estava úmida, como se estivesse chovendo, não tinha lama ou pingos de chuva, somente sentia tudo molhado.

Sakegi: -que frio...e ainda tem toda essa umidade no ar e nas folhas... – percebendo que o ar que saia de sua boca estava aparecendo no ar. –isso não é normal... – se escora em uma árvore.

Após para por um instante ele começa a ouvir sons de passos de alguém correndo no meio daquela fumaceira.

Sakegi: -tem alguém aqui? – olhando na direção do som. – percebendo dois pontos de luz se aproximando pela fumaça que mudava constantemente de direção mesmo sem vento. –tem mais vindo? – vendo que dois pontos de luz amarelos estava logo atrás do primeiro.

-socorro! – Alguém com olhos de gato brilhando no escuro esbara em Sakegi.

Sakegi: -é você...do sonho... – olhando para aquele rosto que estava encoberto pela fumaça a sua frente.

-não pode se esconder para sempre, logo sua alma pertencerá ao lorde. – risadas em meio a passos firmes.

Sakegi: -tem alguém vindo para cá? Não consigo ver, mas sua presença espiritual é assustadora. – olhando a pessoa se agarrar nele após ouvir aquela voz. –ei espera!

-me ajuda...por favor! – pegando na mão de Sakegi. –preciso de você! – com voz de choro.

-não poderá escapar do lorde demônio. – uma onda de fumaça vai até eles após encontra-los.

Sakegi: -sinto algo me puxando...não agora não. – tendo sua forma desfeita.

-venha logo! – Correndo na direção contraria a da fumaça.

Sakegi: -espera! – tentando ira atrás, mas a fumaça o alcança antes e se ver no meio dela sem poder respirar.

-venha! – podendo ser visto o rosto de uma garota com olhos de gato sumir no meio da floresta.

Sakegi: -quem é você? – sentindo um apeto no coração.

-suma! – olhos grandes e amarelos olham para ele de dentro da fumaça.

Sakegi: -aaaaaaa! – sentindo uma dor grande na região do peito.

Tulipa: -aaaaaa! – sentindo a mesma dor do lado de fora.

Howl: -madame?! – tentando acorda-la após Tulipa desmaiar. –essa não, Sakegi. – olhando o jovem deitado no chão ficando roxo.

Sakegi: -escapei? – vendo que estava em outro lugar. -o que é isso...estou vendo memorias da Tulipa? – sem conseguir interagir com o ambiente onde estava, só podia observar.

Tulipa jovem: -eu não posso ficar presa aqui para sempre! – correndo na direção contrária a de uma mulher que estava enferma na cama.

-minha filha! – tentando alcançar a menina mas seu braço desmorona junto dela.

Sakegi: -por que estou vendo isso? – quase incolor naquele lugar.

A visão muda de cenário.

Tulipa adulta: -você não entende, Eitor...é o único jeito! – chorando ao falar.

Eitor: -não... – dando as costas para ela. –não posso fazer isso. – segurando Howl ainda pequeno.

Sakegi: -doutor? – se afastando da cena. –Howl?

Sakegi senti como se fosse expulso de dentro da mente de Tulipa e acorda em cima do colo de Sandy depois de desmaiar no chão.

Sandy: -Sakegi! – com feição de alivio.

Sakegi: -Sandy? Onde está... – olhando para o outro lado. -madame mistério? – sem entender o que aconteceu.

Howl: -Tulipa! – tentando acorda-la.

Stephanie: -mamãe! – segurando a cabeça dela para não tocar o chão.

Sakegi: -Tulipa! – indo até ela.

Tulipa: -...Eitor? – olhando para Sakegi e ver a feição de Eitor –S-Sakegi... – acordando desorientada com a mão na cabeça.

Howl: -o que aconteceu? – assustando com ela ter confundido Sakegi com o doutor depois daquele momento de contato entre eles.

Tulipa: -não sei ao certo. –se levantando um pouco zonza.

Stephanie: -com calma... – colocando ela em uma poltrona.

Sakegi: -Sandy, pegue um pouco de agua na cozinha. – olhando para a garota que estava assustada.

Sandy: -certo! – indo até a cozinha.

Stephanie: -mamãe, seu rosto... – vendo ela ficar com o rosto enrugado.

Tulipa: -pegue meu guarda-sol... – ainda sentido dor.

Stephanie: -sim! – indo até a entrada.

Howl: -Tulipa? O que você viu? – percebendo que ela havia perdido sentido algo que a fez sentir os fatores do tempo.

Tulipa: -aquele demônio maldito...voltou... – olhando pare eles ofegante.

Howl: -essa não... – olhando para um quadro de Eitor na parede. –de novo não.– bastou somente aquelas palavras para Howl saber de quem ela estava falando. –mestre.

Sobre uma montanha ao sul dali, Bartô e Howg estavam a olhar para algo que chama sua atenção no meio de uma floresta bem extensa.

Bartô: -finalmente te encontrei, demônio maldito. – em cima do cavalo, olhando uma densa fumaça que estava se formando em uma floresta chuvosa.