Chapter 4 - Bullywug

Pulando pra alcançar a maçaneta saio da sala, a guilda ainda está cheia.

Me pergunto, por que tanto caos, em troca de um mundo mágico, você ganha também um mundo caótico? Bom essa é SkyTerra, um lugar que subiu aos céus misteriosamente causando vários acontecimentos catastróficos, como ajudante do criador desse mundo, existe outros três ou quatro continentes.

Mas como sou somente um ajudante não tenho muitas outras informações, espero que dê tudo certo apenas, no entanto qual certo é esse eu não sei.

Passa-se pouco tempo, meros 15 minutos para me chamar de volta.

"Alfaar, iremos aceitar sua proposta, não precisa de itens como poção de mana, iremos repor essa parte pra você. Nos vemos amanhã de manhã às 6 horas não se atrase" -Castiel

Foi curto e objetivo, não vou reclamar, pois não vejo problema.

Logo iniciamos a tática de guerrilha, planejávamos ir a fundo com as montarias do Mosteiro, e por ser uma parte não explorada vamos percorrer com calma e procurando pistas.

Se for necessário o combate a Virmana vai para frente chamando a atenção de todos eles para perto do grupo, então Castiel puxaria o aggro com o provocar dele. Nesse meio tempo Diveon irá castar sua habilidade de enraizamento, os danos que o grupo sofrer vão ser curados por mim, que tenho cura em área e cura solo e se for realmente necessário utilizarei outras magias.

Quando encerramos a reunião final já era a hora do almoço por isso fui procurar um restaurante de um amigo meu.

Seu restaurante se chama |Barriga de porco| é de fato um lugar bom, ele me ajudou muito quando não tinha dinheiro para sobreviver, não vivi encostado nele e sim me arranjou um emprego com um salário melhor do que o normal, mas não chega ao exagero.

Aí está.

BARRIGA DE PORCO|

O local estava com o tempo enchendo, recém meio dia ainda tinha tempo para as pessoas chegarem, mas eu não estava afim de pagar pela minha comida, vou fazer o de sempre, usar minha voz para alcançar meus objetivos.

Me movendo para dentro sem ser notado por ninguém, um homem invisível, na verdade todas as pessoas aqui são invisíveis, quem lembrará delas? Ninguém, serão engolidos pela história, por isso cantarei, só sei fazer isso e vou dar tudo de mim.

Vejo a minha frente um palco miniatura no meio do bar feito exclusivamente para mim.

Pego a cadeira pequena, mas com pernas longas, motivo? Personalizada para caber o bongo e ainda conseguir sentar.

Já estando preparado para tocar quando momentaneamente

//Ding Requisitos foram alcançados, a vontade dos bardos reverbera em você//

Voz espectral: Bardos que tocam 3 ou mais equipamentos sentem ainda vontade de cantar, seus desejos foram ouvidos por uma entidade superior, assim permitindo aqueles que realmente quisessem tocar com todo seu coração agora poderia cantar do mesmo jeito.

Eu não sabia que isso era possível, além do mais não tem nenhuma catalogação de alguma habilidade semelhante, e nem desse sistema, os players que deveriam escolher suas próprias habilidades.

Não vou reclamar, veio com objetivo de me ajudar e eu ainda não completei o meu objetivo, vamos então testar essa habilidade.

Já com todas minhas ferramentas, escolho cuidadosamente a música.

'Essa mesma, João e Maria de Chico Buarque, da minha terra, do meu país Brasil'

Começo com um violino solo, aumentando o som de acordo com o tempo e as pessoas ao redor reparam e começam a diminuir o próprio som com o tempo.

♪ Agora eu era o herói e o meu cavalo só falava inglês ♪

♪ A noiva do cowboy era você além das outras três ♪

♪ Eu enfrentava os batalhões, os alemães e seus canhões ♪

♪ ..... ♪

♪ Agora era fatal que o faz de conta terminasse assim ♪

♪ Pra lá deste quintal era uma noite que não tem mais fim ♪

♪ Pois você sumiu do mundo sem me avisar ♪

♪ Agora eu era um louco a perguntar ♪

♪ o que é que a vida irá fazer de mim? ♪

Paro com os outros instrumentos e volto para o solo de violino, agora abaixando o som de acordo com o tempo e o som dos aplausos fervorosos aumentando com cada momento.

'Foi um sucesso, A habilidade não precisa ser ativada nem nado do tipo, precisa apenas pensar em cantar que já funciona, é como se sempre fizesse parte de mim, como um braço ou uma perna'

Eu me reverencio diante de minha plateia, pego minhas coisas e vou para a cozinha do restaurante, lá estava meu amigo me observando tocar e cantar.

"Cara, por que você nunca tocou essa aqui? Pelas barbas do profeta, essa é muito boa!!" -Amigo

Glaive era seu nome, Imany negro alto e forte com uma boa constituição física além de ter uma mão cheia na cozinha, tanto que abriu o Barriga de porco com os seus discípulos.

"Hehe, eu encontrei outros kobolds do Leste e eles disseram ser uma música da minha terra natal" -Alfaar

"Sinto feliz por você, vai ir visitar aquelas terras? Vou sentir saudades se você for, mas irei te apoiar, pode ter certeza" – Glaive

Glaive é realmente um cara muito gente fina, será que um dia apresento Patrice pra ele e ele para Patrice? Talvez seja amor à primeira vista, quem dera?

Passasse um tempo, já comi o bom e do melhor, muitas pessoas foram atraídas pela música que novamente eu toquei.

***

Finalmente chego em casa e me jogo na cama, levantando feno pra tudo que é lado, me viro e olho para as frestas que tem no teto.

'O céu está lindo de mais, o que será que tem nos outros planetas? Alias, o que tem em baixo de nós? Estamos flutuando em meio ao nada, dessa vez os terraplanistas ganharam ein'

'Por que os outros tem dificuldade de enxergar os kobolds? O que causou isso? Quem fez isso? É uma benção ou uma maldição?'

'Na noite sou de fato mais sensível... e também... estou com saudades de algumas pessoas, eu poderia ter morrido sem problemas, mas ter outra vida em quanto sabe da sua passada custa muito para a minha sanidade'

Meus olhos fecham-se com o tempo, amanhã vai ser um longo dia, espero que de tudo certo, mas por que eu quero que dê certo?

***

Antes mesmo do sol nascer já estou de pé preparando-me, não demoro muito, vamos ir pra floresta suja, sim esse é o nome da floresta. As pessoas daqui não sabem o que é um pântano.

Uma parte do caminho poderemos fazer com os cavalos, mas logo vai ser impossível por conta da lama.

'Não posso esquecer de levar duas baquetas, hehe já decidi a música da viajem'

Chego primeiro que todo mundo, mas nem tanto pois logo aparece o grupo.

Vou em direção deles, preparado para desviar de qualquer ataque por reflexo deles.

"Bom dia. Chegaram cedo né?" -Alfaar

"A- Vai ser difícil acostumar com isso" -Roxxan

"Vamos lá, acalmem-se, parem com isso já, eu estou dizendo isso para vocês duas"

- Diveon

Pelo o que parece Diveon, não tem nenhum preceito ou preconceito, gente fina ele.

"Vocês se importariam se eu tocasse alguma música no nosso caminho? Sabem, eu sou um bardo, não consigo ficar sem tocar algo"

"Não vejo problema em você fazer isso, pode fazer até a gente ficar de cavalo, pode ser" -Castiel

Assim que monto no cavalo (com a ajuda do Castiel é claro, não tinha como eu alcançar o cavalo, seria melhor se tivessem trazido um pônei pra mim) pego meus instrumentos e começo minha sinfonia de viajante.

Kamaitachi – Canção de viagem.

Quando começo com o meu bongo, solto um longo assovio que parecia ter um tom mágico ecoando por toda a cidade e no mesmo instante todos os cavalos relincharam para então começar a marchar.

Ninguém sabia que isso era possível, aliás nem eu.

Seguindo com a minha gaita, os cavalos seguiam meu ritmo, todos do grupo estavam assustados e em choque.

♪ Estrada, estrada longa nos trotaremos ♪

♪ De nova austin até lemoyne é chão de mais pra trotar ♪

♪ Na estrada existirá saqueadores ♪

Cada timbre espectral atingia um novo patamar, o vento parecia cortar mais forte, o clima mais seco, os cavalos socavam suas patas no chão com mais força e a terra parecia tremer.

O sol poente então parte no nascer do sol, A música se espalhava pela cidade parecia trazer o prenuncio de uma revolução, de novas terras, de novas leis.

Cerca de 3 horas a cavalo depois...

♪ As luzes de San Denis costuma iluminar quem passa por lá ♪

♪ E os ratos tomam os becos daquele lugar ♪

♪ Os pântanos de lemoyne ♪

♪ A noite é de assustar ♪

♪ Nem o mais corajoso fora da lei ♪

♪ Ousar lá passar ♪

"Paramos por aqui" -Castiel

Seguimos o rio por um bom tempo, mas o solo cada vez mais ficava enlameado a cada passo que dávamos, ali parecia o fim do rio, mas na verdade não era.

O rio se misturou com a lama, as árvores tinham todas características pantanais.

"Vai ser um saco passar por isso, tenho apenas 1,40" -Diveon

Todos nós suspiramos, não quero nem imaginar se eu cair em uma poça movediça.

"Alguém pode me levar? Eu não alcanço o chão" – Alfaar

"Virmana, leve ele nos seus ombros, com sua velocidade não vai ser problema" –Castiel

"O QUE!?" -Virmana

"Não questione minhas ordens, você prometeu" -Castiel

"Está bem" -Virmana

Ela olha como se me fuzilasse com os olhos, agora que eu me pergunto, por que ela sente tanto ódio e desprezo? Chega a um nível que não faz nem sentido.

Ela me pega pelo colarinho e me joga nos seus ombros, pra me ajeitar melhor fico em volta do pescoço dela, como uma garupa.

O cabelo dela cheira bem, além de ser um vermelho fogo, condizente com o temperamento dela.

Pra tirar ela do sério, coloco minhas mãos sobre a cabeça dela e faço cafuné, no mesmo instante ela treme e belisca a minha perna o suficiente pra sangrar.

"Isso não conta como PK não!?" – Alfaar

"Oh, foi sem querer senhor bardo, estava apenas coçando meu ombro, esqueci que você estava aí" -Virmana

Meu Deus, por que eu insisto eu procurar a morte? Sauhuashusausah (Isso é uma risada)

Continuo a estrada sem preocupação, mas estranhamente se olhassem minha perna iriam ver que estava mais roxa e vermelha que o esperado, misteriosamente o cabelo de Virmana também estava muito bagunçado e acima de sua cabeça tinha um kobold com o rosto deformado de tanto soco.

" (^་།^) " -Alfaar :P

" (」°ロ°)」 " -Virmana

"....." – Resto do pessoal

"Fiquem sérios, a partir daqui não temos mais nenhuma informação" -Castiel

Todos fecham a cara em um instante, não deixando um rastro se quer das expressões distraídas que havia antes.

"Virmana, vá investigar junto com o Alfaar, não deixem passar nada" -Castiel

"Entendido" -Virmana

"Virmana, posso conjurar uma magia de detecção, caso você não consiga encontrar nada?" -Alfaar

"Beleza"

Sua investigação é apurada não deixando nada para trás, mas infelizmente esse não é um lugar familiar para ela, existem muitos animais que passam por aqui e o chão por ser muito maleável retorce todas as informações.

"Não consigo, não tem nada aqui é tudo tão confuso" -Virmana

"Vou tentar usar minha magia me protege por favor" -Alfaar

Ao tocar meu violino tento me comunicar com as plantas do local para ver tudo que aconteceu por ali.

As informações eram quase infinitas, parecia que minha cabeça ia explodir. Mas realmente tinha algo estranho, pareciam ser... Bullywugs, isso não está certo, não criamos Bullywugs nesse mundo, por que então? Espere, eles estão escravizando os mineradores clandestinos e aqueles que não podem ser escravizados são comidos.

"Achei" -Alfaar

"Mas você só tocou o violino, você não conjurou nada" -Virmana

"Minha música é minha conjuração" -Alfaar

"São Bullywugs, sapos humanoides, eles estão raptando todos os seres vivos desavisados que rodeiam por aqui, normalmente eram para ser apenas assassinos de sangue frio com poucas ou nenhuma emoção sentindo apenas prazer por matar, mas eles estão escravizando algumas das vítimas" -Alfaar

"O Que raios você está falando!? Primeiro como você sabe o que são essas coisas, eu literalmente nunca ouvi falar deles e segundo você viu tudo isso tocando?" - Virmana

"Eu vi eles em um livro de conto de fadas e eu me comuniquei com as plantas através da minha música, eu não falei que seria de boa ajuda pra vocês?" -Alfaar

"Ok então vamos recuar e falar isso pra eles, lá você conta mais detalhes sobre o que você sabe" -Virmana

Ela volta correndo numa velocidade surpreendente, não por terra, mas pelas árvores, não deixando espaço para qualquer possível seguidor desejado.

...

Mas, no local onde estavam agora a pouco começa a se contorcer, mostrando o que parece ser 3 sapos que estavam camuflados ali, os olhos deles parecem se comunicar sem a necessidade de fala para enfim voltarem nadando desaparecendo de vista.