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Chapter 5 - Gritos & Sussurros

'" WHOOAAAAA !! ''

*Batida!

O impacto de nossos corpos na parede colide com o disjuntor, jogando a sala em uma escuridão mortal.

''C-calma... não tenha medo... eu não vou te machucar... '' Rouca era a voz que ouço sair da minha garganta. — Oh meu Deus... Enquanto a voz que a enfermeira ouvia era como um grunhido de um espectro que queria apaziguar sua vítima antes de mata-la

Ela ouviu das outras enfermeiras de como o antigo prédio estava amaldiçoado, que depois da meia-noite os espíritos daqueles que haviam morrido naquele prédio pairavam sobre esse lugar novamente, mas não havia como...! Ela não podia acreditar que realmente havia um em sua frente.

Um criatura pálida, lágrimas de sangue manchavam sua face, os rasgos em sua camisola não escondia as manchas vermelhas no tecido que uma vez foi branco.

Ele não alcançava nem seus ombros, mas a cada segundo sentia como se os arredores ficassem maiores. Seu corpo não respondia a sua vontade.

Ela não estava preparada para isso, era sua primeira semana de estágio em enfermagem! Ela não estava preparada para isso...!

Ouço seu sussurros através das minhas mãos que cobriram sua boca.

"Por favor, deixe-me ir..."

''Por favor...''

''Por favor...''

''Deixe me ir...''

'' Calma... eu vou me afastar e você promete não gritar...? '' Disse enquanto olhava diretamente em seus olhos castanhos claros.

''Hun...'' Após um instante de silêncio, ela acena em confirmação.

Lentamente removo minhas mãos de sua boca, recuando-me igualmente.

Seu corpo tenso relaxa quando ela o vê a três metros de distância, enquanto uma falsa sensação de 'segurança' faz com que perca suas forças restantes; seu corpo desabar no chão.

''....''

''....''

Olhamos um para o outro, seus olhos constantemente tremendo.

'' O que você teme...? A voz rouca quebra o silêncio do quarto exposto em escuridão; enquanto uma atmosfera fria surge.

Sua silhueta era visível, iluminado pela luz do corredor, enquanto seu rosto era completamente escondido na escuridão.

''Diga-me, do que você tem medo?'' Falar só fazia minha garganta doer ainda mais.

''E-eu...'' A enfermeira tenta falar, mas é interrompida por uma súbita voz desconhecida.

''I-irmão...?'' De repente, ouço uma voz atrás de mim, meu corpo congela completamente, uma dor latejante surgem em meu peito, essa voz... Essa voz que não ouço há tanto tempo... A voz de minha amada irmã...

''Número 147... Sim... Você acordou irmão...'' Ouço passos apressados correrem em minha direção e em seguida sou sendo abraçado por braços trêmulos.

''Irmão...! Eu estava tão preocupada... Você...'' Suas lágrimas umedecem minhas costas que estremeciam a cada uma de suas respirações.

''Eu tinha medo que você nunca acordasse irmão... Não me deixe... irmão... Não me deixe... ''

''Deixar...? Não... Como eu poderia...? Não foi você ...? Yuna... eu sofri tanto depois que você morreu... Haahaha... ''

Minha garganta aperta-se, inúmeras memórias passam por minha mente como um loop.

Sentindo o aperto em meu peito, me viro abruptamente e enxergo seus olhos chorosos, seu rosto delicado... Há quanto tempo faz...? Meus braços passam sob os seus e eu a abraço com força, como se quisesse me unir... O seu cheiro que pensei que nunca mais sentiria, senti-o em todo o seu esplendor, como se fosse o único perfume do mundo. Seu corpo trazia um calor que não sentia há muito tempo...

Por um momento, pensei ter visto cores ao meu redor...

Meu peito batia freneticamente, eu precisava falar, precisava contar o que ficou preso em meu peito nesses sete anos de horror.

''Yuna...''

Sussurrava em seus ouvidos.

''Me perdoe...''

''N-não deveria ter deixado você viajar sozinha... Não... Não deveria...''

''Senti tanto sua falta...''

''Tantas noites...''

''Tantas dias de saudade...''

''Um verdadeiro horror...''

''Me perdoe...''

''...Yuna, nesses anos eu finalmente entendi...''

''Você é a único que se importou...''

''Yuna...''

''Eu te amo tanto...''

''Yuna...''

''Não me deixe...

''Yuna...''

''Passei uma vida inteira tentando entender que é o elemento mais importante da minha vida, e entendi, é você Yuna. Você é o elemento mais importante da minha vida... ''

''Yuna...''

''Você é o meu anjo...''

''Yuna...''

''Não me deixe mais...''

''Nunca mais...''

''Irmão...? Eu... eu... Também senti sua falta...''

''Sim...''

Minha voz silenciasse abruptamente no momento em que vi minha irmã mais velha parada ao lado da porta observando em silêncio.

Como se o tempo tivesse parado à nossa volta, continuamos nos braços um do outro.

''Irmão...?''

Meu aperto em seu corpo frágil intensificasse à medida que continuo a olhar nos olhos de quem um dia já tive afeto.

''Ren...?''

''Irmã...?'' Ouço a voz adorável de Yuna com uma timidez perceptível enquanto seu corpo treme quando percebe que não éramos os únicos na sala.

''...Porque seu rosto está manchado de sangue...? '' Olivia dizia com uma voz agitada, uma preocupação clara, mas eu não era qualquer um, não acreditei em sua falsa preocupação, eu já provei seu veneno para querer novamente.

Ela começa a andar em nossa direção.

''Não chegue perto...! Fique longe...! Não se atreva a se aproximar!'' Minhas palavras fazem Olivia parar e me olhar com uma certa estranheza.

''Irmão... Você está sangrando?'' Ouço a voz preocupada de Yuna abaixo de mim.

Yuna afasta sua cabeça de meu peito enquanto estende suas mãos ao meu rosto e aproxima sua face da minha para olhar-me com maior clareza.

Sim... Ela é a única que realmente se importou...

Seu olhar fica apavorado quando percebe meu rosto coberto de lágrimas de sangue.

Eu não entendia isso antes, mas as lágrimas que saíram antes não eram lágrimas normais, mas de sangue... Pensando em como a enfermeira agiu antes e nas palavras de Olivia, tudo fazia sentido.

''Irm...''

'' Yuna, não se preocupe... isso não é nada''

''Irmão...! Como isso não nada?! Temos que cuidar disso!'' Ela se agita e tenta sair dos meus braços, mas não vou deixar. Não agora que a tenho de volta''

''O que está acontecendo?''

''Que confusão é essa filha?''

Imediatamente em minha visão, três novas silhuetas surgem, uma que eu não reconhecia, mas as outras duas... Como poderia não reconhecer...? Como não conseguiria reconhecer aqueles que estilhaçaram com minha vida em pedaços.

''É Ren, mãe... Ele acordou, mas seu rosto está manchado de sangue...''

''Ele acordou...!?'' Naquele momento parecia que a única palavra que seus pais ouviram era a que dizia que seu filho acordou

Seus pais logo se apressam-se para o quarto em sua direção.

''Não cheguem perto...! Não se aproximem!'' Meu corpo se move inconscientemente em direção à escuridão do quarto, trazendo comigo Yuna que eu abraçava com força.

'' Irmão...'' A vozinha de Yuna foi ouvida em meu peito.

Outrora teria vergonha de abraçar minha irmã, mas agora... Agora eu não me importava com nada, só aprendemos a valorizar algo quando o perdemos, e perdi, perdi por uma vida inteira.

'O que está acontecendo filho?'' Sua voz preocupada me dava nojo.

Sinto minhas entranhas se contraírem quando sua palma se aproxima do meu corpo.

''Amor...? Isso é um corpo no canto do quarto? '' Minha mãe olhando em uma certa direção chama meu pai, que corre para ver o que é.

De repente, as luzes que haviam sido apagadas são acesas novamente.

''Espere... Meu Deus... Por que há uma mulher inconsciente aqui?''

''Ren...?''

Minha querida irmã olha para mim em silêncio, ela havia percebido que algo não estava certo comigo.

Abraçando Yuna, observo o tumulto que começa por causa dessa médica inútil. A terceira pessoa que estava ao lado da minha mãe até agora corre em direção à mulher desmaiada, posso dizer pelas roupas que ela estava usando era uma enfermeira.

''Espera... Ary...? O que aconteceu antes de chegarmos...? A enfermeira diz inquieta, olhando diretamente para mim.

''Senhor, você poderia me ajudar a colocá-la na cama?''

''Claro''

Ela segurando seus ombros e meu pai segurando seus pés a colocaram na cama onde eu uma vez costumava descansar.

''Irmão... acho que é hora de me deixar ir...'' Yuna diz timidamente tentando se afastar.

''Ainda não... Você já quer me deixar...?'' Mas eu a seguro com força e não a deixo fugir.

''N-não...! É-é que...'' Ela gagueja, preocupada que seu irmão a tenha entendido mal.

''Então fique aqui... Acabei de acordar e precisamos um do outro...''

''Preciso de você...'' Expresso com a tristeza que senti quando pensei na ideia de deixá-la ir

''Sim...'' Enfim ela aceita quietamente em meus braços.

'' Filho, o que aconteceu? Porque a moça desmaiou? Por que há sangue em seu rosto...?! '' Minha mãe diz com uma voz emocionada quando percebe o sangue em meu rosto

Cada vez que ouvia sua voz, o sentimento de nojo só aumentava, de todos eles, eu simplesmente desejava que todos desaparecessem e eu pudesse ficar completamente sozinho com Yuna...

''Não sei. Quando acordei ela já estava assim. O sangue em meu rosto eu não faço ideia... simplesmente saíram.'' Minha voz completamente seca e rouca se intensifica quando eu o respondo. Por enquanto, eu jogaria esse joguinho em que eles fingiam se importar comigo e eu fingiria acreditar nisso. Mas não espere amor de mim, só o pensamento deles me tocando me deixava com vontade de vomitar.

"Por favor, fiquem aqui, vou pedir ajuda médica" Diz a mulher ao sair da sala com o celular na mão.

Instantaneamente, uma atmosfera estranha se instala no quarto. Cada um deles olhou na mesma direção, tão semelhante, mas, ao mesmo tempo tão diferente... Havia algo estranho em seu filho... Desde ele passando três meses no hospital, há ele chorando sangue... E agora... Essa negação de aproximação.

''Filho...? Como você está se sentindo...? Pergunta-lhe a mãe com um sorriso, mas em sua mente ainda preocupada com o estado de seu filho.

Sua mãe espera sua resposta pacientemente, mas mesmo depois de alguns minutos nada foi ouvido de sua boca.

''Filho, o que aconteceu? Porque você não responde sua mãe? Aconteceu alguma coisa?'' A voz do seu pai quebra o silêncio que se forma.

''Pai...''

''Mãe...''

''Olivia...''

Enquanto abraça Yuna, pronuncia seus nomes com o maior desgosto possível enquanto olhava nos olhos de sua irmã mais velha.

''Sabem... Não esperem mais nada de mim, nunca mais. Porque esse direito vocês não terão mais.''

''Irmão...?'' Yuna fica preocupada com as palavras repentinas de seu irmão.

''Filho? O que você está dizendo para sua mãe!

'Não se aproxime...'

''Filho? O que você quer dizer com isso? O que significa: 'Não espere mais nada de você?' '' Seu pai pergunta enquanto caminha em sua direção.

'Não se aproxime...'

''O que está acontecendo filho?''

'Não se aproxime...!'

''Estou preocupado com você.''

Cada vez mais perto, cada vez mais perto, mais perto de mim, mais perto de Yuna... Uma súbita nausea surge quando ele está a poucos passos de distância.

''Não se aproxime...!''

''Irmão...'' Yuna se assusta com seu grito repentino.

''Não se aproxime...!!''

Memórias passaram pela minha mente que me deixam desesperado.

''Não se aproxime!!!''

"O que está acontecendo?" Uma voz masculina emerge de repente no quarto agitado.

'' Não sabemos, meu filho está agindo de forma estranha, ele não parece querer ninguém por perto...''

'' O paciente ficou 3 meses em coma, senhores, é normal agir de forma estranha. Peço-lhe que saia da sala para que possamos fazer o que temos de fazer.'' Mais duas pessoas entram na sala, afastando sua família do quarto.

''Garotinha, você poderia sair da sala para que pudéssemos cuidar do seu irmão?'' A mesma enfermeira de antes fala com Yuna atenciosamente. Que agora estava em meus braços.

Suas mãos se apertam em minha camisa quando ouve que deveria deixar seu irmão outra vez...

''S-Sim...'' Seu corpo que tremia de relutância, no final ela obedeceu...

"Não! Ela não vai a lugar nenhum!" Mas eu não deixei. Eu a segurei com força e não a soltei.

''Ah...'' Yuna é pega de surpresa, de repente sendo puxada e abraçada por seu irmão.

''Moçinho, preciso que voc...''

''Alicia, deixa pra lá, parece que eles são próximos. Eles não se reúnem há três meses, não é?.'' O mesmo grande homem interrompe novamente.

''Ok, senhor.''

''Garoto, você poderia me dizer o que sente?''

....

....

'Yuna... Eu não vou deixar você ir a lugar nenhum.'

....

Meu coração é como um espelho quebrado e eu não consigo encontrar os cacos estilhaçados...

...

Não sei o que aconteceu com os sentimentos que sentia a 5 meses atrás, mas sei que onde eles habitavam só existe um grande vazio agora.