"Rainha Hipólita, permissão para entrar em Themyscira?"
O lugar pode estar sendo atacado agora, mas isso não quer dizer que as suas regras foram jogadas fora, homens são proibidos de entrar na ilha, por isso mesmo, antes de mover a Casa, fez esse pedido formal.
"Permitido!" A Rainha Hipólita, agora recuperada depois do seu sono, está usando algo diferente do vestido de antes, a Rainha agora está com uma armadura feminina no estilo grego de cor bronze com detalhes dourados, sua coroa foi substituída por um capacete presente apenas na frente da sua testa que desce pelas laterais do seu rosto, em suas mãos, o cetro dourado gigante com a águia no topo e uma espada descansando no seu quadril.
Supreendentemente, ela tem mais familiaridade com mágica que sua filha, ele demostrou isso conjurando essa armadura e arma após conseguir seu cetro.
"Mova a Casa para a praia, vemos ter uma visão de tudo de lá." Diana, falou comigo do lado da sua mãe alguns passos atrás de mim, como sua mãe, ela também parecia muito pronta, ainda usando sua armadura característica, laço dourado e espada descansando nos seus quadris, seu escudo foi perdido, deixado para trás.
Antes de mover a casa, olho para trás das duas amazonas, e vejo Raven e Zatanna, todas prontas também, minha mentora reparou seu traje preto e estava de volta com sua varinha, mas sem a cartona dessa vez, Raven, com o rosto coberto pelo seu capuz, mas pela sua respiração e postura, sei que ela está quase que completamente recuperada.
"Então vamos matar um deus!"
Nem precisei pedir para Casa se mover, ela também estava animada com a ideia de ver o Ares, levar uma surra. Demorou quase quatro horas, cerca de quarenta minutos no tempo da Terra, para todos conseguirmos nos recuperar o bastante para continuar a luta, quarenta minutos que Ares, ficou livre numa ilha inteira sem precisar se conter, quatro horas que ficamos sentados pensando em nada mais a não ser o pior resultado possível.
A mudança no tempo no Sonhar foi estranha, não deveria ter se passado apenas quarenta minutos no mundo mortal depois de quatro horas aqui, talvez o próprio Morfeus ou o Matthew, tenham feito isso, nos dando tempo para curar, de qualquer forma, agradeço quem quer que seja o responsável.
E assim, com nenhuma mudança ao redor da Casa, chegamos no nosso destino.
Estamos quase que na frente da porta de entrada, por isso só foi preciso alguns passos meus na direção dela para sair da casa. A porta se abriu sozinha comigo na frente dela, e o cheiro de toda a ilha me acertou com força.
Fogo, fumaça, sangue, suor, ferro e morte, essas foram os cheiros que me acertaram como um soco assim que a porta se abriu, essa mistura tão forte me fez fechar os olhos, lutei com meu controle por um segundo, antes de finalmente conseguir abrir os olhos e sair da casa.
A segunda coisa que me acertou em cheio foi o som, um pouco depois do cheiro, o som da ilha é uma sinfonia de gritos, explosões, tiros de armas de fogo e um riso bem abafado, riso vindo de uma voz que reconheço ser do Ares.
Por fim, a visão.
A Casa pousou bem próxima do mar virada para frente da ilha, dando uma visão clara de toda a montanha.
"Grande Hera!" Exclamou Diana, atrás de mim.
Todas as outras mulheres ficaram caladas, olhando para a cena de destruição na nossa frente.
A ilha de Themyscira foi construída numa pequena montanha subindo até o topo, aonde deveria ser o palácio da sua rainha, nunca antes vi essa cidade com meus olhos, mas pelas descrições que a Diana me deu durante os anos, sei que ela não deveria ser vermelha, não, são chamas.
Do ponto mais baixo até quase seu pico, as construções estão em chamas, até agora apenas o palácio no topo está intocado, o ponto principal dessas chamas, é com certeza algo que se parece um coliseu no lado esquerdo da montanha, no centro desse coliseu aonde se deveria antes acontecer as batalhas e treinamentos das amazonas, a fogo, um fogueira tão alta quanto aquela que iluminava toda a dimensão de Areópago, mas isso não é o pior. Ignorando a fumaça e fogo, posso ver muito bem que em todos os cantos da cidade a batalhas sendo travadas, as amazonas estão espalhadas, lutando contra algo, morrendo por esse algo também.
O cheiro de sangue mais forte está alguns quilômetros de distância de nós depois da pequena floresta a nossa frente, talvez causada pela batalha inicial.
"Steve!" Falou Diana do nada.
Assim que ela falou, também o percebi, Steve, parece estar ferido não muito longe de nos na praia, ela também não está sozinho. Não consigo escutar a Starfire próximo deles, mas uma luta acontecendo na floresta, alguém está lutando com algo bem grande.
"Algum plano?" Perguntei para elas.
Foi então que a Rainha, se recuperou da visão de sua cidade em chamas, e tomou a frente.
"Eu, minha filha e a feiticeira vamos ir até Ares, vocês dois vão ajudar o marido da minha filha, depois que isso for feito, se juntem a nós." Ordenou ela.
Não foi um plano muito bem elaborado, e a Diana, não gostou nada de não fazer parte do time de salvamento do seu marido, mas isso é o que temos agora.
"Tenho outra coisa que pode aumentar só um pouco nossas chances, mas vou precisar de mais uma permissão sua, Rainha Hipólita." Pedi mais uma vez olhando para ela.
"Pra quem seria essa permissão?" Perguntou ela, com presa em sua voz.
"Um demônio que firmou contrato com meu sangue, ele vai obedecer minhas ordens, garanto isso."
Minha professora olhou para mim sabendo quem eu estava me referindo, ela já sabe do Etrigan, mesmo assim, achei um pouco estranho seu olhar, mas não tenho tempo para pensar sobre isso agora.
"Apenas faça, não temos tempo, e qualquer ajuda e bem-vinda nesse momento!" A Rainha deu sua autorização para liberar um demônio louco na sua cidade em chamas.
Zatanna, se moveu criando duas plataformas incolores embaixo dos pés dela e da Rainha Hipólita, que começaram a levantar voou na direção da cidade em chamas.
Diana, não foi logo atrás delas, em vez disso, ela se virou e olhou para mim.
"Tenha cuidado, e lembre-se, temos que pegar a Verônica Cale, para conseguir a cura." Falou ela com preocupação em sua voz para logo depois voar na direção da sua mãe e da Zatanna.
"Você também está pronta?" Perguntei para Raven, sabendo muito bem sua resposta, que veio com nada menos que um aceno com sua cabeça.
"Vamos!" Falei para ela levantando voou.
O caminho mais próximo para onde Steve está, é simplesmente fazer uma curva na praia, mas quero ver a situação dentro da cidade, por isso levantei voo até uma certa altitude, está um pouco difícil de ver com a quantidade de fumaça, mas o vento me ajudou um pouco, me dando uma visão mais detalhada do que está acontecendo nas ruas da cidade.
Parece um pandemônio.
As amazonas, vestidas com suas armaduras e outros seres mitológicos como sátiros, estão lutando espalhados por toda a cidade contra esqueletos vestidos com vários tipos de uniformes militares, desde armaduras a roupas camufladas usadas hoje em dia. Ares, convocou todos os soldados caídos em batalha para essa guerra, não todos é claro, se fosse, estaríamos enterrados num mar de corpos, graças aos deuses, que seu poder está limitado.
A batalha é uma bagunça sangrenta. Elas estão lutando com tudo que tem, a maioria das batalhas são físicas, com espadas, lanças e machados, os soldados realmente estão morrendo após serem cortados, mas elas também estão sofrendo muitas baixas, um grupo de amazonas portando arcos, subiu no telhado das construções e estão agora dando cobertura para suas irmãs, mas o inimigo também tem armas de longo alcance, as balas e flechas inimigas acabaram de matar e ferir dez amazonas de uma só vez.
"Elas precisam de ajuda!" Falou Raven, voando do meu lado.
Olhei para ela, e percebi que seu corpo está tremendo, não por medo ou qualquer coisa do tipo, ela está sentindo as emoções da ilha inteira, nem posso imaginar sentir todo esse medo e terror de uma só vez, mas ela está treinando para isso a muitos anos, antes mesmo de ter se juntado a equipe, e seu controle não vacila.
"Você vai ficar bem?" Perguntei mesmo assim.
"Assim que eu começar a fazer algo, vou ficar melhor." Garantiu ela.
"Eles precisam de ajuda!" Ela voltou a dizer.
Raven, não está errada, vamos focar nossa luta no Ares, se a cabeça da cobra for cortada, esses soldados vão voltar para o pôs vida, mas até lá, o massacre vai continuar. Eu poderia conjurar meus soldados esqueletos, mas seu número é nada comparado a essa cidade, e eles provavelmente iriam ser confundidos com os inimigos e destruídos pelas amazonas, por isso mesmo, quero invocar aquele demônio.
Já vim preparado, e a invocação foi mais rápida que da última vez.
No meio do ar, conjurei o feitiço que criou um pentagrama do tamanho de um ser humano feito de puras chamas, de dentro dele, uma mão de pele amarela com longas garras saio, assim como sua voz, ecoando ao nosso redor.
{Vá, vá, forma mortal!} Como sempre, ele falou rimando.
Segurando as laterais das linhas do pentagrama de fogo que pareciam ser solidas, o demônio se forçou a entrar nessa realidade.
{E levante-se mais uma vez, o demônio Etrigan!} Gritou ele rimando quando sua cabeça e corpo saíram de dentro do pentagrama.
Essa é a segunda vez que invoco o Etrigan, da primeira, não pude dar uma boa olhada nele por conta dos meus ferimentos e da situação da batalha, mesmo assim, cheguei na mesma conclusão quando o vi pela primeira vez, o cara era muito feio.
Sem cabelo, olhos vermelhos sem pálpebras, orelhas parecidas com barbatanas de peixe, dentes pontudos, um corpo forte, mas curvado usando uma longa capa azul, camisa e calças simples de cor vermelha, uma roupa quase que medieval, por fim, mas não menos importante, o forte odor de fumaça e enxofre saindo do seu corpo.
Também posso sentir a mana saindo do seu corpo, como um vulcão prestes a entrar em erupção, e as chamas saindo pelas laterais da sua boca aberta não eram chamas comuns, eram chamas do inferno, essa chama é potente o bastante para ferir até mesmo deuses, e os demônios, são uma das poucas raças que podem utilizo com um certo nível de segurança.
Como estamos no ar e ele não pode voar, o que vai acontecer agora é claro, por isso, quando a gravidade o agarrou e ele começou a cair, gritei minhas ordens.
"Etrigan, proteja os vivos e mate os mortos!"
"O sangue amaldiçoado comanda, e o demônio obedece!" Gritou o demônio rimando enquanto caia.
Eu realmente não gosto disso, Etrigan é na verdade um humano amaldiçoado, que está aqui contra sua vontade obedecendo algum tipo de pacto magico que ele foi forçado aceitar por minha mãe, a feiticeira quase imortal Morgana, de certa forma, não sou diferente dela agora, ordenando ele a fazer isso, mesmo que seja uma boa ação e que vai com certeza salvar muitas vidas.
Esse, é mais um dos pequenos pesos que levo na minha consciência, assim como tirar uma vida.
Tudo que posso fazer depois disso, é procurar com mais intensidade o recipiente do Etrigan, Jason Blood, e pedir desculpa pessoalmente, e isso não é uma tarefa fácil. Ele deve saber quem é minha mãe, e já me considera seu inimigo, Jason provavelmente está se escondendo de mim, não o culpo por isso.
"BLOMMMMM!"
Enquanto estava pensando, Etrigan, chegou no chão bem na frente da entrada da cidade logo depois da pequena floresta, seu impacto não foi sutil, criando uma pequena explosão de chamas vermelhas, e dessa chamas, o demônio correu curvado quase que tocando o chão numa velocidade sobre-humana na direção do seu alvo.
As amazonas com certeza vão o atacar também, mas diferente dos meus esqueletos, ele pode pensar por si mesmo e vai conseguir desviar ou evitar esses ataques enquanto as salva e destrói o inimigo.
"Dio, eles precisam de ajuda também!" Lembrou Raven, se referindo a Steve e os outros.
Depois de dar o máximo de ajuda que posso no momento para as Amazonas, fomos o mais rápido que podemos na direção dos feridos.
XxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxXNo Início da InvasãoXxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxX
A coisa rastejante na frente deles não parou nem por um segundo, assim que ela explodiu as portas de vidro, a górgona abaixou seu corpo e deu um bote, projetando seu corpo para frente com os dois braços esticados.
"TRRUNNU!"
Steve, rolou para esquerda saindo da frente do monstro meio mulher meio cobra, mas ele esqueceu da cauda, que chicoteou para os dois lados assim que ele passou por ela, a ponta da cauda acertou bem no local onde fica o umbigo dele, o fazendo rolar para trás por conta da força do golpe.
Os outros levantaram suas armas apontando para o monstro, mas não dispararam, dessa vez, a górgona está com sua atenção focada na sua inimiga, Verônica Cale, ainda parada com os braços cruzados olhando para o monstro em pé na frente dela sem medo.
"Cof!" "Cof!" "Cof!" "Cof!"
Steve, ainda não chão, começou a tossir sem ar, fazendo muito esforço para conseguir se levantar.
"Precisamos, dela, viva…." Falou ele entre suas respirações, se esforçando para dizer essas palavras.
Só que era tarde demais para fazer algo, o braço com os dedos esticados da górgona já estavam indo na direção do pescoço da Cale, que antes do braço descer sobre seu corpo, tirou algo do bolso e o levou até os lábios.
Assim como magica, as unhas grandes e afiadas como navalhas pararam a poucos centímetros do pescoço dela, a górgona parou.
Charlie, ainda que surpreso pela parada súbita do monstro, mas querendo se aproveitar dela, levantou seu rifle e atirou na parte de trás do crânio.
"BLAW!"
A bala acertou em cheio, mas ricocheteou para cima.
Assim, a górgona se moveu girando seu corpo ignorando Cale.
No momento que ela se virou, Steve e os outros tiveram sua visão livre, mostrando Cale, assoprando um apito prateado que não emitia nenhum som que eles pudessem escutar, como um cachorro, essa figura mitológica foi treinada para ignorar esse som.
"Para praia, agora!" Gritou Sameer, já colocando o corpo da Starfire, ainda se recuperando, em cima do seu ombro.
A górgona avançou mais uma vez, dessa vez pulando em cima do Charlie, que foi esperto passando por de baixo dos braços dela, e sem perder a velocidade, correu na direção da proa passando bem de lado da Cale, que não se moveu um centímetro para o deter, depois ele pulou na areia da praia sem pensar duas vezes.
O segundo a fazer isso foi o Sameer, que teve que jogar a Starfire, assim que pulou. Mesmo que a areia abaixo amorteça a queda, eles estão a mais de dez metros de altura do chão, e cair com outro corpo em cima dele poderia causar ferimentos graves, ainda mais com o peso anormal da menina laranja.
Steve, estava atrás dos três, agora quase que completamente recuperado, só que mais uma vez, ele foi alvo.
Dando as costas para o monstro e correndo na direção do fim da proa, assim que ele pulou, sentiu algo queimando levemente passando rapidamente pelas suas costas, então veio a dor e o impacto na areia.
"TRUN!"
Algo caio também não muito distante dele, algo grande, e não era outra coisa a não ser a górgona, que rolou na areia estranhando o chão por alguns segundos antes de se levantar e focar sua atenção naquele que ainda está no chão.
"BLAW!" "BLAW!"
Sameer, usando uma pistola simples e Charlie com seu rifle, dispararam juntos no peito e no pescoço da criatura, dois pontos mortais, mas as balas ricochetearam nas escamas duras como ferro.
Steve, de costas na areia da praia, tentou se levantar, mas não conseguiu sendo atingido por uma dor súbita nas costas, ele foi ferido durante seu pulo.
"Cuidado, Steve!" Avisou gritando Charlie.
Ele olhou para frente levantando um pouco seu pescoço, e viu a mulher cobra bem em cima dele já com o braço levantando, e nas suas unhas, sangue, o sangue dele.
Não podendo desviar, ele olhou para esquerda aonde viu sua arma prateada, o mais rápido que podia, agarrou seu cabo apoiando coronha no ombro fazendo força para apontar a boca da arma para o peito da górgona.
A mão e as unhas desceram mirando sua cabeça no mesmo segundo que ele apertou o gatilho.
Armas de energia não são um novidade nesse planeta, elas estão presentes desde a primeira invasão alienígena anos atrás, fora também aquelas recolhidas pelos governos em segredo durante as quedas de óvnis ao longo da história, o único motivo para elas não serem comercializadas hoje em dia, aonde não é mais um segredo a vida em outros planetas, é seu preço e também por conta do seu grande poder de fogo.
A.R.G.U.S, tem acesso a essas armas em abundância, mas ele escolheu esse para vir para uma batalha desse nível, um protótipo, criado a não muito tempo graças pelo Lex Luthor, em sua cooperação com a chefe da A.R.G.U.S.
Mesmo odiando o cara, ele sabe muito bem das suas habilidades.
O feixe vermelho de fina espessura saio do cano da arma acertando o centro do peito da górgona, diferente das balas, o feixe não ricocheteou, em vez disso, pareceu se espalhar por todo o peito da criatura a empurrando para trás.
"HIHSAIHIHISAHIASHI!!!"
Ao cair de costas no chão, o monstro soltou um grito que era uma mistura de dor e de uma cobra, tudo na mesma língua.
Ela não estava morta, e ele ainda não podia se levantar.
Foi então que ele sentiu alguém agarrando seus ombros.
"Vamos!" Gritou Sameer, que começou arrastar seu corpo para longe.
"BLAW!" "BLAW!" "BLAW!"
Charlie estava logo do lado, com sua arma levantada atirando sem parar na górgona se levantando. As balas foram inúteis, mesmo ele tendo mirado no peito da criatura, que agora não era mais verde, e sim preto, como se uma pequena bomba tivesse explodido no centro dele, deixando uma marca de queimadura negra.
"Pegue minha arma!" Gritou Steve, levantando ela para Charlie.
Ele não teve tempo nem mesmo de soltar seu rifle, numa velocidade anormal da que ela vem usando até agora, a górgona deu um bote aparecendo quase que em cima deles, Charlie, só teve tempo de por sua arma de lado na frente das garras do monstro, que cortou a madeira e o metal do rifle e depois o seu peito, o jogando para trás rolando na areia a manchando de sangue.
"Charlie!" Gritou Steve, com sangue do seu amigo agora no seu rosto.
Sameer, soltou os ombros do Steve, sabendo muito bem que não podia fugir, ele puxou duas facas pequenas de modelo militar do seu cinto, sua pistola e única arma acabou de ficar sem balas, os carregadores ficaram no iate, então ele vai tentar usar lâminas, arriscando um lançamento duplo nos olhos queimados da criatura, único lugar que ele pode pensar ser um ponto fraco no momento.
Foi um lançamento perfeito, um movimento duplo com as duas mãos em sincronia, e as duas lâminas voaram quase que iguais uma do lado da outra girando no ar bem a tempo que a górgona, moveu seu corpo o deixando bem de frente para as duas facas.
Não deu certo.
Como uma cobra, ela torceu seu corpo inteiro para a esquerda deslizando pela areia com uma certa graça, e as duas facas, passaram inutilmente do seu lado.
Pode ter sido um arremesso perfeito, mas isso não quer dizer muito quanto seu alvo não é um humano.
"Sameer, me levanta ou pega a minha maldita arma!" Gritou Steve, antes de ver a grossa e longa calada da cobra passar por cima dele acertando o peito do seu último amigo como um chicote.
"CLWA!"
A força dessa vez foi muito anormal, comparado ao golpe que Steve, levou a pouco no iate.
Todos seus amigos estão no chão agora, e Steve, começou a fazer força como nunca para tentar dar mais um tiro, tendo esperança que esse talvez possa ser o tiro da vitória. O ferimento nas suas costas pode não ter atingido sua coluna, mas é grave o bastante para tirar sua mobilidade, e ele mal conseguiu levantar sua cabeça usando seus cotovelos.
Não importa, era tarde demais.
A górgona, já está bem em cima dele, mais uma vez com a sua mão ensanguentada levantada.
Steve, não desistiu, mas também não se moveu, em vez disso, olhou para sua esquerda.
"Você está atrasada!" Gritou ele numa mistura de alívio e humor.
Dois feixes de energia verdes brilhantes passaram por cima dele atingindo a górgona em cheio a empurrando no chão na direção da floresta.
"BLOMMMMMM!"
Os feixes eram tão quentes, que mesmo estando acima dele, que o forçou a fechar seus olhos e virar seu corpo para se proteger do calor, então quando a górgona, atingiu as arvores, elas se incendiaram quase como se estivessem encharcadas de gasolina.
Acabou logo depois, e Steve, pode abrir seus olhos e olhar para a responsável pelo ataque que salvou sua vida.
Roupas justas num corpo belo e fantástico, pele laranja, cabelos longos vermelhos um pouco desarrumadas voando ao vento literalmente em chamas, olhos brilhando em verde num rosto ainda um pouco inchado pelo ataque anterior, e suas duas mãos envolvidas por halos da sua energia.
Starfire, finalmente se recuperou, e ela não está nada feliz.
"TRUNUN!"
A górgona derrubou as árvores em chamas na sua frente se erguendo sobre os troncos em chamas, ela não parecia nada machucada pelo fogo, pronta para avançar contra um inimigo digno dessa vez.
"TRUMMMMMMMMMMMMM!"
Ela não teve tempo de fazer isso, Starfire, deu uma arrancada voando próxima do chão acertando o tronco da górgona a empurrando na direção da floresta.
"TRUMMM!"
"SHUGUHGG!"
"TRUMMMM!"
Starfire continuou voando em frente, usando o corpo do monstro como aríete derrubando as árvores em linha reta até subitamente virar para esquerda e depois direta, arrasando a floresta por onde passava até chegarem num espaço aberto no cento dela, com um pequeno lago no meio.
"TRUMMMM!"
"BUFFFFFFFFFF!"
As coisas caíram de frente na água, a alta temperatura da energia ao redor do corpo da Starfire, criou uma pequena explosão de vapor que se transformou em algo parecido com névoa cobrindo todo o centro do lugar.
A Alien foi a primeira a sair do que sobrou do lago, sendo jogada no ar e recobrando o controle do seu corpo alguns metros de distância do lago. Olhando para seu ombro, ela viu que foi cortada a pouco pelas garras da sua inimiga, três cortes retos paralelos que pareciam ter sido feitos por lâminas, foi um corte fundo.
"TRUMMM!"
Do fundo do lago, o monstro deu um bote se projetando para o ar com seu corpo reto, a górgona não sabia disso, mas combate aéreo é o ponto forte da Starfire, e por isso, com graça, ela moveu seu corpo para esquerda, deixando a górgona passar por ela só até seu rabo esticado ficar na sua frente.
Starfire agarrou o rabo com as duas mãos e girou o corpo da górgona trezentos e sessenta graus por quatro vezes no ar, ganhando velocidade para depois o soltar contra as árvores na floresta abaixo.
"TRUMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM!"
O corpo da górgona acertou duas árvores quebrando seus troncos, fazendo com que a parte de cima delas caíssem sobre o seu corpo.
Sabendo que isso não era o bastante para matar esse monstro, Starfire disparou dois starbolts contra as árvores na sua potência máxima.
"BLOMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM!"
Agora uma fogueira imensa foi criada bem no centro da floresta na parte esquerda, e desse ponto no ar, Starfire parou um segundo olhando para a madeira em chamas em cima do monstro que machucou seus aliados, aonde ela vai ser queimada lentamente sem poder fugir. Com essa certeza, ela olhou ao seu redor no ar, vendo pela primeira vez a montanha aonde a cidade de Themyscira foi construída em chamas.
Apenas seu treinamento a manteve sobre controle, mesmo não considerando esse lugar sua casa e só estando aqui uma vez, ela sabia muito bem o quão belo e raro é esse lugar, tanto de cultura quanto de qualquer outro aspecto, com o conhecimento maior que os outros sobre as várias especiais no espaço, ela sabia o quão raro era um povo encontrar esse nível de paz.
"TRUIM!"
Abaixo dela, nas chamas, o seu inimigo que estava enterrado em madeira conseguiu atravessar pelas frestas entre os troncos, torcendo seu corpo até outra árvore também em chamas, mas em pé, ela torceu seu corpo ao redor do tronco subindo numa velocidade sobre-humana, e pulou na direção da Starfire, quando ficou quase que na mesma altura que ela.
A górgona acertou precisamente o peito dela fazendo as duas caírem no lago abaixo, durante a queda, em vez de tentar cortar sua inimiga mais uma vez com suas longas unhas, a górgona escolheu torcer seu corpo ao redor do da Starfire, a perdendo num abraço usando a sua grossa parte de baixo.
"TRUMMMM!"
As duas caíram no lago, e começaram a afundar rapidamente graças ao peso conjunto. Starfire, estava completamente envolvida com os dois braços junto ao corpo, a parte de baixo da cobra era largo e forte demais para ela, talvez quatro a cinco vezes mais forte que a parte superior do seu corpo, e esse abraço mortal estava se fechando cada vez mais.
"Crack!"
Escutando seus ossos tremerem um pouco de dor, a alien laranja começou a fazer força contra o aperto, sem sucesso, então ela escolheu liberam seus starbolts, que por serem apenas a energia que ela naturalmente absorve, eles não vão a machucar, mesmo sendo disparados colados a sua carne, a górgona, por outro lado.
A luz verde saindo entre as dobras da cauda iluminou o fundo do lago, e a temperatura começou a subir, criando pequenas bolhas no fundo, não vai demorar muito para água começar a ferver, mesmo assim, a górgona se manteve firme.
Ela não era completamente invulnerável ao fogo, a pouco quando ela foi coberta pelas árvores em chamas, suas defesas foram destruídas, metade do seu rosto assim como as cobras acima da sua cabeça foram queimadas, todas as suas escamas verdes ficaram mais negras com uma aparência mais fraca, agora recebendo os feixes continuou contra seu corpo, a górgona está quase gritando de dor, mas diferente da Starfire, ela pode prender a respiração por horas graças aos seus pulmões aprimorados.
Para piorar as coisas, com quase toda a parte de cima do seu corpo livre, e apenas a cabeça e um pouco do pescoço da Starfire para fora do seu abraço, a górgona abriu sua grande boca e mordeu com força o pescoço dela, e se manteve assim.
O lago começou a ferver, e o sangue saindo da Starfire, se juntou a ele não muito tempo depois.