A primeira coisa que me chamou atenção ao chegar nessa parte da praia foi o iate de luxo encalhado no início dela, acho que nem com a mare alta, para ele se soltar sozinho e voltar ao mar, o que era bom, porque tenho negócios a tratar com a dona, ela está dentro dele, posso escutar seu coração, mas primeiro, os feridos.
Raven e eu descemos em alta velocidade mirando as areias da praia, fora Steve, a mais dois homens aqui, um deles e o Charlie, que estava durante o casamento, o outro está virado de costas para mim, e não pude reconhecer. De qualquer forma, todos estão feridos e sagrando.
"Como você está?" Perguntei para Steve, pousando do seu lado, ele é o único que está consciente.
Na minha esquerda, Raven vai para o segundo mais próximo que está de cabeça contra areia.
"Corte nas costas, mas ainda sinto minhas pernas, então tudo bem." Falou ele bem-humorado, mas sua voz está fraca, e sua pele bem mais branca que o normal.
"Vou dar uma olhada." Falei para ele enquanto segurava seu braço e ombro, gentilmente movendo seu corpo para o lado, o tirando do chão.
"O que aconteceu aqui?" Perguntei, uma tentativa de tirar atenção dele da dor de ser movido, enquanto olhava para o ferimento.
"Estamos lutando contra uma górgona cega, você acredita nisso?" Steve, claramente se esforçou para falar isso, não é de menos, seu ferimento é grave.
Três linhas retas paralelas iam da lombar até o posterior do ombro direito, passando por todas suas costas, os cortes são retos e profundos, quase atingindo o osso, por isso a uma enorme quantidade de sangue está sendo absorvido pela areia abaixo, que criou uma grande mancha vermelha de cor forte. Steve, não pode sangrar mais.
Enquanto o colocava gentilmente mais uma vez suas costas retas na areia, pensei em outra coisa, no responsável por isso.
Górgonas são um pouco complicadas de serem explicadas, tecnicamente, elas são três irmãs, sendo a Medusa, a mais conhecida delas, só que as górgonas também são monstros comuns gregos, como os centauros, e as pessoas normais também podem ser transformadas em uma delas, graças a mesma maldição que Atena, usou na Medusa, resumindo, nem todas as górgonas são as três irmãs, e nem todos os monstros górgonas nasceram assim. É uma origem complicada, mas todas essas versões têm os mesmo poderes e aparência, sendo habilidade de transformar a carne em pedra seu maior trunfo.
Agora, onde ela está?
Fecho meus olhos por um segundo filtrando os sons de morte e dor na cidade não muito distante procurando algo específico.
"TUM!" "TUM!" "TUM!"
Aí está.
Era o coração da Starfire.
Depois de tanto tempo vivendo, treinando e lutando juntos, as pequenas diferenças entre os sons nos corações se tornaram mais fácies de serem diferenciados, e de todas as pequenas diferenças nos sons do meu time, o coração não humano da Starfire, é o mais fácil de ser encontrado.
Ela está alguns quilômetros de distância e lutando contra algo, seu coração está acelerado, mas não vejo sinais de fraqueza, isso significa que ela não está gravemente ferida.
"Foi o Ares, quem a trouxe aqui?" Perguntei para ele abrindo meus olhos, agora me preparando para começar a cura.
"Não, ela estava na carga, a Cale fez algo nela, está a controlando com um apito ou algo parecido." Ele está mais fraco, não tenho muito tempo.
Raven, acabou de checar os outros dois, e veio até mim, se abaixando do meu lado.
"Eles estão em estado grave, um deles teve todos os ossos do tórax quebrados, e o outro recebeu cortes profundos na frente do corpo." Ela deu o relatório em voz baixa.
De joelhos no chão, fiquei ereto e levantei minhas duas mãos viradas para cima, como se estivesse rezando para os céus.
"Επικαλέστηκα την τιμωρία του ποταμού Φλέγηθων!" {Eu invoco a Punição do Rio Flegetonte!}
Flutuando em cima das minhas palmas, pequenas gotas de magma liquido brilhantes apareceram, seis delas no total.
Levei minha mão com quatro na direção da Raven, que levantou sua mão esperando eu passar as gotas para ela, antes de fazer isso, juntei as gotas, reduzindo quatro para dois, agora as gotas estão mais concentradas e vermelhas, o dobro do poder de cura, mas também o dobro de dor ao ser curado.
Raven, usou sua telecinese para pegar as duas gotas evitando tocar nelas, se levantou e foi até o mais ferido, me deixando com Steve, e as última duas gotas, que também se juntaram formando apenas uma.
"Steve, isso vai...."
Parei de falar, ele acabou de perder a consciência por conta da perda de sangue.
Normalmente em tratamentos sem anestesia como esse, isso seria algo bom, evitando que o paciente, sentisse qualquer dor ou desconforto, infelizmente para Steve, o Rio Flegetonte não permite truques como esse, sua cura e punição vão ser sentidas.
Coloquei minha mão livre em cima da testa dele, liberando meu ectoplasma cinza cobrindo todo seu corpo, depois usei telecinese para abrir sua boca, e num só movimento, a tampei com minha outra mão jogando a gota vermelha para dentro do seu corpo.
A gota mal deve ter chegado no seu estomago, e ele acordou com os olhos esbugalhados, ele tentou gritar e se mover, mas minha mão estava na sua boca, e meu ectoplasmas o manteve congelado no lugar, um movimento necessário, já que é suas costas que estão sendo curadas.
Não me agrada nada ver a dor nos seus olhos, por isso levantei minha cabeça e vi a Raven, mantendo um dos amigos do Steve, parado no chão com sua energia negra em pé na frente dele, segurando agora apenas uma gota na mão.
A dor do Steve, durou cerca de quatro minutos, que não foram nada agradáveis para ele, a dor que ele sentiu com certeza seria o bastante para fazer um humano adulto desmaiar muitas vezes, mas isso não aconteceu até que os efeitos da gota passaram, agora curado, ele fechou os olhos.
O mesmo aconteceu com aquele curado pela Raven, que se levantou e foi andando na direção do último amigo do Steve na praia, ele foi deixado para ser curado agora por que seus ferimentos não eram muito sérios comparado aos outros dois.
Deixei então Steve, inconsciente na praia, e como Raven, está curando o último, e a batalha contra górgona ainda está acontecendo, tenho algum tempo para falar com um organizadores desse show de horror.
Flutuei até a proa do iate, pousando próximo de uma cadeira de praia virada, o lugar está uma bagunça, com sangue e cacos de vidro espalhados por todos os lados, também vejo alguns equipamentos militares deixados para trás, mas ela não está aqui fora, e sim lá dentro.
Passo pelo que sobrou da porta de vidro e entro no interior do iate, passando pelo corredor seguindo o som do coração dela até chegar no que só posso me referir sendo o que sobrou da sala de estar, que antes provavelmente já foi luxuosa.
Parece que houve uma pequena guerra no local, os sofás brancos estão destruídos espalhados pelo chão, a marcas de tiro pelas paredes e colunas, a corpos também, homens usando ternos largados no chão aqui e ali. Não ligo muito para eles, olho para a dona do lugar atrás da bancada de um mini bar a esquerda dessa confusão.
Muitas das garrafas de bebidas na estante atrás dela foram quebradas, deixando apenas alguns pedaços e a bebida escorrendo, mas algumas conseguiram se safar, duas delas estavam na mão dela, que está agora preparando um drinque diretamente no seu copo.
"Posso oferecer algo? Por causa dos seus amigos as opções diminuíram um pouco, mas ainda posso fazer um bom martíni." Propôs ela colocando as duas garrafas em cima da bancada e pegando seu corpo, e sem cerimônia, bebeu metade dele num só gole.
Diga o que quiser da Verônica Cale, mas a mulher tem uma postura admirável, ficar de frente para um inimigo dessa forma e não ficar alterada, é algo bem difícil de se conseguir, claro que muitos fingem muito bem ficar calmos, mas seu corpo sempre é mais honesto, um coração acelerado, por exemplo, é impossível se acalmar, isso se você tiver um treinamento físico parecido com o que o Batman e Robin tiveram, os dois controlam os seus batimentos e respiração num nível absurdo.
Cale não está mentindo ou fingindo, seu coração está estável, sua respiração também, a mulher nem mesmo está suando.
Ela tem outra carta na manga?
Isso é outra armadilha?
Perguntas como essa surgiram na minha mente, com uma postura assim, é difícil não pensar dessa forma. Mesmo assim, caminhei até ela levantando o banco que estava no chão me sentando bem de frente da bancada.
"Uísque, por favor." Pedi.
"A Mulher-Maravilha criou um aprendiz com bom gosto!" Brincou ela enquanto tirava um copo de baixo da bancada o colocando na minha frente.
Já falei isso várias vezes, de todas as bebidas alcoólicas, só o vinho tem um pouco do meu interesse, não poder ficar bêbado, tira toda a graça de beber, só escolhi o uísque, porque foi a primeira garrafa inteira que vi atrás dela, um macallan de aparência bem velha, e foi exatamente essa garrafa que ela pegou.
"Então, como vai ser?" Perguntou ela, enchendo meu corpo até a metade.
"O que você acha?" Perguntei, para logo depois tomar um gole da bebida colocando o copo de volta na mesa.
"Eu não sei, talvez uma rodada de perguntas sem respostas até chegar num ponto de tortura física leve quando a mãe da sua irmã começar a ter falha nos órgãos, mas nada muito grave é claro, vocês são os heróis." Falou ela, apoiando seu braço em cima da bancada, deixando seu corpo projetado para frente com um sorriso no rosto.
Cale é uma mulher jovem e muito, muito bonita, sua postura é o que mais chama atenção como falei antes, mas posso ver a frieza atrás disso tudo.
"Tortura leve? Eu estava pensando em dar você para o Batman, a propósito, isso é muito gostoso." Falei para ela levantando a meu copo e tomando outro gole.
"Obrigado, gastei quase dez mil dólares nessa garrafa, é bom saber que foi um dinheiro bem gasto."
"O veneno não alterou o gosto, mas minha meu feitiço, sim, sinto por isso." Foi minha vez de dar um sorriso convencido para ela, a fazendo fechar o seu próprio.
"Como você sabia? Era um veneno insípido, inodoro e incolor, o mesmo que usei na bala para envenenar sua professora naquela distração" Perguntou ela se afastando da bancada.
Ela está falado da vez que usou o Doutor Psycho, para nos distrair enquanto atacava A.R.G.U.S, para recuperar a maldita arma do Ares.
"Sou um feiticeiro e um pouco paranoico, me acostumei a sempre usar um feitiço de desintoxicação quando vou beber ou comer algo que me foi dado, estava no copo, não estava?"
"Bravo Diomedes, bravo." Aplaudi-o ela lentamente.
Não fiquei surpreso por ela saber meu nome verdadeiro, ela esteve sobre o controle da mãe da Vanessa esse tempo todo, essa talvez fosse mais uma tentativa para me fazer revelar ou fazer algo, isso quer dizer que ela tem mais uma carta na manga.
"Então, eu quem pergunto agora, como vai ser?" Falei bebendo o que sobrou do copo num só gole, estava realmente muito bom.
"O plano inicial, era correr para carga aonde achei que minha outra aliada estava presa, ela é uma amazona treinada, com suas habilidades, seria possível atrasar você o bastante para eu fugir usando um bote, do lado de fora seria fácil providenciar um transporte usando o telefone via satélite." Ela explicou se aproximando da bancada de novo e pegando seu corpo.
"O que deu errado?" Perguntei.
"Meu pequeno animal de estimação acabou matando minha amazona, talvez no momento que ficou livre, então só me sobra negociar."
"A cura é sua única moeda de troca."
"Verdade, e ela não tem muito tempo, e você não sabe quanto tempo vou me manter diante o interrogatório e a futura tortura leve, e fui treinada para resistir a telepatia, vou acabar cedendo é claro, mas vocês não têm esse tempo."
Ela não está errada nesses pontos.
"O que você quer?" Perguntei.
"Não vou pedir muito ou exagerar, quero apenas uma saída, assim que estiver longe dessa ilha, vou enviar os dados do medicamento usado diretamente para o hospital que ela está internada."
"Eu aceito." Falei para ela fazendo de cara feia, não gostando lada disso.
Ela sorriu para mim e estendeu sua mão.
O que ela falou não está errado, não temos tempo, nem mesmo sei quanto tempo temos, precisamos de uma cura rápido.
Também estiquei minha mão para apertar a dela, foi então que Cale, tirou uma arma prateada calibre 38 com seis balas de baixo da bancada e apontou para minha cabeça. Foi um movimento rápido, pensado cuidadosamente com a intenção de me pegar de surpresa no momento que o trato foi feito, nesse momento, qualquer pessoa pensaria que tudo estava acabado, e acabaria abaixando a guarda.
Eu não sou assim.
"BLAW!"
"TRAUAW!!!"
A bala passou pela esquerda da minha orelha no momento que minha capa feita de fumaça e escuridão atravessou a bancada de madeira a destruindo. Transformada em três tentáculos, ela acertou precisamente o corpo da Verônica, prendendo seus braços separados e pernas juntas a jogando contra a parede.
"BALWALWA!"
O que sobrou das bebidas foi quebrado, agora ela está presa na posição de cruz, com os braços esticados e pernas juntas, os tentáculos do meu golem vão a manter assim.
Levantei do banco e passei por cima da madeira que sobrou da bancada, e fiquei bem de frente para ela, que continua um pouco atordoado com o que aconteceu. Segurei seu rosto com minhas duas mãos, e gentilmente, levantei ele deixando seus olhos azuis olharem para os meus, que devem estar cobertos por pura energia da minha mana negra, que está um pouco fora de controle no momento.
Quando seus olhos azuis ficaram mais brilhantes, e sua atenção foi recobrada, falei com ela calmamente, dizendo cada palavra o mais sério que posso.
"A família é o ponto fraco de muitos, você teve coragem de escolher a família de seres como eu, então agora te dou duas opções, você pode me dar livremente a senha de acesso para seus documentos sobre a droga que você usou, ou vou arrancar sua alma do seu corpo, e ler suas memórias!"
Para mostrar que estou falando sério, minhas mãos começaram a brilhar em cinza, dando um leve choque na alma dela.
"Nunca fiz isso antes, e não sei os efeitos colaterais de arrancar uma alma de um ser ainda vivo, mas em nome te todos os deuses, eu vou fazer!"
Levei minha cabeça mais próxima dela, olhando para seus olhos, e pela primeira vez, o coração e corpo dela começam a trair sua postura controlada, ela está com medo.
"Então, como vai ser?"
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"Não Diana! Continuei em frente, é a melhor forma de ajudar a todas." Pediu sua mãe mordendo com força seus lábios, ela deve ter se sentido terrivel ao dizer essas palavras em voz alta, mas era verdade.
As três estavam sobrevoando a cidade em guerra, olhando para suas irmãs lutando contra os mortos e morrendo para os mortos. Num ponto, ela viu uma amazona sozinha presa num corredor fechado sendo perfurada por quatro lanças ao mesmo tempo, o grito de dor que ela deu, continua ecoando na sua mente. Esse evento foi o basta, ela estava prestes a descer sobre a cidade desencadeando uma ira divina sobre os mortos, só para ser parada por sua mãe, a Rainha dessa ilha, a única mulher que com certeza, está se sentindo pior que ela.
Então sem dizer mais nada, as três aumentaram a velocidade voando na direção do coliseu.
A falta de palavras pela visão da sua cidade mudou agora para choque, elas não estavam esperando tal mudança.
De perto, elas podem ver melhor que toda arena do coliseu se transformou numa fogueira gigante, com chamas altas o bastante para sair de dentro da construção, o chão ao redor dele também cedeu num círculo completo, é desse buraco em chamas brilhando em vermelho que os mortos estão lentamente escalando e se espalhando pela cidade.
Ares, abriu uma porta para o Hades, bem no centro da sua cidade.
Parada em cima dos mortos, elas foram ignorados, pelo menos no momento, e Zatanna, tomou a frente das duas em cima da sua plataforma transparente. Ela guardou sua varinha a fazendo desaparecer no ar e juntou as duas mãos na frente do seu corpo.
"receT amu eder ed aigrene!"{Tecer uma rede de energia!}
Ao separar suas mãos, no meio delas conectada as palmas, uma rede de energia de fios grossos brancos foi criada. A ponta dessa rede levada pela magia, se estendeu parecendo ser carregada pelo vento até chegar na ponta do buraco, grudando nas duas bordas e fazendo uma volta em todo ele, quando essa rede passou pelos zumbis que estavam saindo do buraco, os cortou ao meio.
"Isso não vai os parar por muito tempo." Falou Zatanna, olhando para as mãos agarrando os fios de energia da sua rede do lado de dentro do buraco.
"Por Themyscira!" Gritou Diana não se importando mais, escolhendo esse momento para libertar sua fúria mergulhando com tudo nos mortos abaixo que ainda não se espalharam pela cidade.
"TONNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNN!"
Ao atingir o chão, Diana liberou uma de suas explosões de energia divina, criando uma cúpula de poder ao seu redor limpando vinte mortos num só golpe, depois disso, na sua velocidade máxima, ela avançou contra o que restou balançando sua espada os partindo num só golpe sem diminuir a velocidade, em vez disso, só aumentando cada vez mais.
Os soldados mortos que estão portando armas brancas não tiveram a chance nem mesmo de as levantar antes de serem cortados, os que estão usando armas de fogo e flechas, dispararam contra o vento antes de também serem mortos.
Em trés minutos, Diana deu uma volta completa ao redor da rede de energia e do coliseu, destruindo cerca de cem soldados mortos que estão agora largados no chão. Tudo isso sozinha, sem ajuda das outra duas que continuam flutuando.
"BLOMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM!"
No exato momento que ela parou o mar de mortos, a parede do coliseu na frente delas explodiu jogando pedras brancas do tamanho de carros sobre os corpos dos mortos. Da poeira, o vulto de um ser enorme foi visto se movendo para fora do lugar ignorando as chamas banhando seu corpo.
Com certeza era Ares, sua armadura está bem visível agora, mas ele não está mais intocado.
Lanças quebradas, flechas, espadas e até mesmo dardos, estão presas a sua carne por toda a sua armadura, principalmente no tronco e quadril, e dessas pequenas perfurações no corpo enorme agora medindo cinco metros de altura, o brilho do sangue dourado, dando um contraste belo ao ser de armadura um pouco amassada e destruída, mas os olhos amostra dentro do seu elmo, ardiam como sois vermelhos.
Essa, é a prova que suas irmãs dentro do coliseu lutaram bravamente até o último soldado.
"Antíope!" Gritou Hipólita.
Ares, tenha duas coisas em suas mãos, numa delas estava sua Labrys, com sua cor bronze coberta pelo vermelho do sangue das amazonas, arma que também cresceu para se adaptar ao tamanho do seu mestre, e na outra mão, uma mulher loira com cabelos despenteados sangrando bastante na testa. A mão do deus da guerra agora é tão grande, que cobria quase todo o tronco dela, que parecia um pequeno brinquedo sendo levantado com apenas uma mão livre segurando uma espada quebrada na metade.
Não se sabe se ela escutou sua rainha e irmã ou não, mas com um grito de guerra, Antíope enfiou o que sobrou da sua espada no pulso da mão que a segura, mais uma espada perfurando o corpo do deus.
"Morra, monstro!" Gritou a General Antíope, enfiando tudo que sobrou da espada no pulso do deus.
Em resposta, Ares levantou o corpo dela acima da sua cabeça e a jogou na direção da sua irmã como se ela fosse um brinquedo.
"Eu a pego!" Gritou a Mulher-Maravilha.
O corpo da General girou como um boneco no ar sem controle, até ser pego no abraço da Diana, que não lutou contra a força do arremesso para não machucar sua tia.
{Elas lutaram bem Hipólita, como guerreiras, você deveria estar orgulhosa.} A voz de Ares, agora se parece com um monstro, rouca, poderosa e num tom que ecoa por toda cidade.
"Seu monstro, você vai pagar por isso!" Gritou Hipólita, apontando o topo do seu cajado para o peito dele.
Assim que a rainha chegou à cidade, ela reconheceu o plano de contenção de ameaças posto em prática aqui, por isso ela sabia que dentro do coliseu deveria haver pelo menos duas mil amazonas, prontas para enterrar qualquer inimigo usando um local alto em sua vantagem. Se a general está do lado de fora, e não a vozes ou gritos dentro do coliseu, isso só quer dizer uma coisa, todas estão mortas.
"Zatanna, por favor leve minha tia para um lugar seguro!" Pediu Diana, se aproximando delas com a General em seus braços, ela está inconsciente e muito ferida, mas fora de perigo.
{A poupei por conta da sua bravura, por isso ela ganhou o direito dela viver mais alguns dias, já que não vai sobrar muito mesmo desse planeta quando o remodelar!}
"Você não vai ganhar nada Ares, dou minha palavra e juro em nome dos deuses, minha espada vai cortar sua cabeça fora até o final desse dia!" Gritou Diana, já com as mãos livres, sua tia foi teleportada por um feitiço simples da Zatanna.
"anúeR o redop ocitsím.…" {Reúna o poder místico…} Zatanna, falou em voz baixa se aproveitando da conversa e se preparando.
{Então venham, venham até mim e me divirtam ainda mais!}
Ares, em seu tamanho anormal, andou em frente pisando nas linhas de energia branca da rede criada a pouco pela Zatanna, pisando sobre elas como se fossem feitas de algo solido, cruzando o buraco ao redor do coliseu chegando em terra firme.
Zatanna, foi a primeira a se mover ficando bem na frente das suas amigas, e com os braços abertos e a mana ao seu redor quase que tangível pela sua quantidade concentrada por meio do seu encantamento anterior, gritou seu feitiço o mais alto que podia.
"hknA!" {Ankh!}
Um ankh de energia azul aparece na sua frente medindo dez metros de altura e quatro de largura, e desse símbolo de poder, luz de cor roxa brilhando como um sol surgiu sobre tudo a sua frente.
{HAAAAAAAAAAAAAAAA!}
Dentro da forte luz, um grito de dor vindo do deus, o primeiro desde muito, muito tempo.
Ankhs, representam a imortalidade e vida, e foi usado pelos antigos egípcios como um símbolo de proteção contra o mal, e o que representa mais o mal aqui do que o deus da guerra? Banhado com o sangue de milhares dessa terra?
Era exatamente isso que essa forte luz roxa está fazendo, acertando Ares, com puro poder queimando seu corpo imortal.
"Mulher-Maravilha, agora!" Gritou Zatanna, ainda com os braços abertos e com seus olhos brilhando mantendo o feitiço.
Confiando na sua amiga, a semideusa amazona não hesitou e voou na direção do feitiço deixando seu corpo ser banhando pela luz, a sensação dela era agradável para sua pele, mas não foi só isso, ela também conseguiu ver normalmente mesmo em tal claridade. Sem tempo para pensar na estranheza da magia, ela focou sua atenção no importante, no monstro protegendo seu rosto com o braço levantado. Diana, aproveitou isso, mirando no pescoço dando um golpe rápido e perfeito.
Mesmo com seus olhos cobertos Ares, conseguiu girar sua arma.
"TIN!"
A Labrys e a espada se chocaram no ar soltando faíscas. Diana, ainda não tinha desistido do ataque, e já no chão na frente do gigante, avançou com seu corpo quase que deitado, usando seu voo para a dar propulsão. Ares levantou a Labrys com uma só mão acima da cabeça, e a desceu com força, querendo partir ela ao meio, mas o aumento no seu tamanho o fez perde um pouco da sua velocidade, permitindo ela virar seu corpo para esquerda ficando de lado, para depois girar seu corpo movendo sua espada rapidamente.
A espada forjada por Hefesto, passou pela armadura dele cortando sua carne nos pés com certa facilidade, foi um golpe amplo, e assim que a lâmina terminou seu arco, sangue dourado foi espirado só para evaporar no ar ao entrar em contado com a luz do ankh.
{Chegar disso!} Gritou Ares, torcendo seu corpo para esquerda e lançando a Labrys que girou no ar na direção do ankh, e da feiticeira que o conjurou.
"Zatanna, cuidado!" Avisou Diana, dando as costas para Ares, para interceptar o lançamento.
Foi um erro.
Assim que ela virou as costas, um soco caio de cima acertando o topo da sua cabeça a enfiando no chão.
"BLOMMMMMMMMMMMMMMMM!"
"TRRINNNN!"
O primeiro barulho foi do corpo da Diana sendo enterrando no chão pelo punho gigante, o segundo foi da Labrys, que acertou o ankh, o fazendo se quebrar como vidro apagando finalmente as luzes.
Assim que isso foi feito e a luz acabou, o corpo imponente do Ares foi revelado fumaçando, e a Diana, enterrada num buraco no chão na sua frente. No ar, a Rainha Hipólita ainda estava atrás da Zatanna, que agora segurava seu ombro sangrando abaixada com um joelho sobre a plataforma incolor.
"Solte minha filha!" Gritou Hipólita, agora podendo também ver, sem pensar, ela pulou da plataforma para logo correr na direção do seu inimigo.
Ares, não ligou para os gritos da Rainha, ele levantou seu braço convocando de volta sua arma, e assim que ela chegou em suas mãos de novo, seu corpo começou a magicamente diminuir, indo dos cinco metros de volta para os três, ao fazer isso, todas as armas que estavam perfurando seu corpo foram expulsas, caindo no chão ao seu redor.
"Ares!" Gritou Hipólita, quase em cima dele com a ponta do seu longo cajado brilhando.
Para o grito dela, ele chutou Diana, que estava bem na frente do seu pé se levantando, a jogando na direção da sua mãe, acertando seu corpo fazendo as duas caírem no chão.
Depois disso, ele olhou para trás, para o topo da montanha ainda intocado, para o castelo. Seu objetivo estava lá, a vitória que ele tanto quer está lá, esperando para ele a tomar.
"Você quer abrir os Portões, mesmo que consiga, isso só vai levar ao caos sem sentido!" Hipólita, já em pé com sua filha do seu lado, sabia do objetivo dele escondido no seu castelo.
{Porta da Perdição!} Falou Ares, em voz alta, ainda olhando para o topo da montanha.
"O que é isso?" Perguntou Diana.
"Um dos nossos segredos, o maior deles, uma fenda no coração da montanha que leva diretamente para o nível mais baixo do Tártaro, proteger esse portão é uma das nossas missões, e muitas das nossas irmãs cairão para isso." Explicou sua mãe.
{O nível mais profundo do Tártaro, local aonde se encontram todos os mais poderosos inimigos dos deuses, os Titãs, e até mesmo o próprio Tifão, todos trancados, esperando a liberdade.}
O Deus da Guerra foi banido de toda criação divina grega, ele não pode ir diretamente para o Submundo sem ser acertado pelos outros deuses, e mesmo se ele pode-se, o ponto mais baixo do Tártaro, só pode ser acessado diretamente pela Porta da Perdição, sem isso, ele demoraria mil anos descendo pelos caminhos até chegar no seu destino.
"Eles nunca vão servir a você Ares! São bestas descontroladas agora, vão apenas destruir tudo na sua frente."
{Eles vão Hipólita, assim que eu usurpar o controle do Submundo daquele tolo do Hades!}
Todos os seres presos dentro do Tártaro, mesmo sendo imortais, estão num estado de quase morte, ao roubar o título de Deus do Submundo junto da sua própria divindade da guerra, Ares, poderia sim ter o controle sobre eles, e com esse poder reunido, nenhum deus poderia se igualar a ele.
Todas elas ficaram em choque com esse objetivo, as amazonas, sabem muito bem do terror que são os titãs e o ser chamado Tifão, que sozinho lutou contra todo o Olimpo na antiguidade, e quase venceu.
Sem esperar uma resposta, o Deus da Guerra segurou sua arma com as duas mãos, e avançou contra elas lentamente.
{Agora que vocês já sabem meu plano final, está na hora de matar todas, seu sangue serão o sacrifício final, abrindo as portas para uma nova era, a minha!} Gritou ele balançando sua arma.