"Aperte com força Charlie, não seja gentil, só pelo seu olhar sei o que vai acontecer se ela se soltar." Pediu Steve Trevor, abaixado na área de carga do iate de luxo, que já está parado a um bom tempo.
Do outro lado dessa sala que fica no deque inferior do iate e está cheia de caixas de todos os tamanhos postas encostadas nas paredes deixando apenas um pequeno espaço no meio para qualquer um se mover, Charlie, está fazendo o nó mais complicado da sua vida usando cordas grossas achadas aqui mesmo. Dalma, amazona que foi banida, é quem está tendo seu corpo amarado a uma caixa bem pesada, suas mãos e pés já estão amarrados, e ela tem um pedaço de pano sujo enfiado na boca, tudo que ela pode fazer agora é olhar para eles, um olhar frio e assassino num par de belos olhos azuis.
Os três tiveram muita sorte de pegar a amazona de guarda baixa, e junto de uma queda nas escadas para encobrir seu pequeno ataque a deixando desacordada tempo o bastante para achar uma corda e deixar como está agora, mas não foi sem ferimentos, Charlie ganhou um belo corte na testa por conta dos degraus, ele depois improvisou um curativo usando uma parte da manga da sua camisa, parando o sangramento.
"Sameer, como vai nosso telefone?" Perguntou Steve para seu outro aliado presente do outro lado da sala.
Sameer, achou um interfone preso a parede, uma forma para facilitar a comunicação dentro do iate, ele agora está mexendo nos fios e circuitos tentando criar uma conexão na mesma frequência que seu outro aliado no ar usa.
"Me de mais alguns segundos, essa coisa não foi feita para transmitir áudio para o exterior de sua rede, sorte sua que já fiz isso antes nos meus dias como espião." Respondeu o espião movendo seus dedos sem parar, se culpando por não ter escondido outro comunicador no seu corpo.
Sem seus equipamentos, todos estão presos aqui em baixo até conseguirem pensar num plano ou terem alguma informação do lado de fora.
"Acho que consegui!" Gritou Sameer enfim, levando a sua boca ao microfone.
"Chefe, você pode nos ouvir?" Perguntou ele em seguida, esperando um sinal claro do seu amigo voando acima deles.
{Sameer!? Aonde diabos vocês estão!?} Perguntou seu amigo do outro lado, os alto-falantes eram altos o bastante para todos na pequena sala escutarem sua voz tomada de urgência.
"Qual é a situação?" Perguntou Sameer.
{Um monstro de amadura negra apareceu e conseguiu facilmente capturar o nosso reforço alien laranja, depois disso, ele disparou um raio contra a barreira revelando a ilha, repito, ele já está na ilha!}
A pior resposta possível então.
"Com certeza o cara de armadura negra é o Ares, meu Anjo e os outros devem ter tido problemas." Steve falou passando sua mão pelo seu rosto.
"Não se preocupe com ela, não é a primeira e nem vai ser a última vez que a Mulher-Maravilha se meteu em situações como essa, ela sempre volta para fazer o certo e lutar contra a injustiça." Charlie, após acabar de amarrar sua prisioneira, tentou animar Steve.
{Steve, quais são suas ordens? Devo entrar pela abertura e tentar dar suporte aéreo para as amazonas?}
"Não Chefe, você tem o visual da Verônica Cale?"
{A Loira louca responsável por toda essa bagunça atravessou também a abertura com o iate.}
Supondo que o Ares, não tinha aguentado esperar muito e já está lutando contra as Amazonas, isso deixa o local onde eles estão agora desprotegido, fora a amazona presa é claro.
"Chefe, entre em contado com os outros heróis, enquanto isso, nós três vamos tentar ajudar as Amazonas e capturar Verônica, não vamos conseguir fazer muito contra um deus, mas temos que tentar." Ordenou ele então.
"TRUMM!"
Dalma, acabou de bater com a parte de trás da sua cabeça contra a caixa que ela está encostada.
"TRUMMMMM!"
Dessa vez ela se inclinou o máximo que suas cordas permitiam para frente e voltou a bater contra a caixa fazendo ainda mais barulho.
"Pare com isso, você vai acabar se machucando!" Charlie, que estava mais próximo dela se abaixou para segurar seu corpo, mas ela já tinha tomado distancia mais uma vez.
"TRUMMMMM!"
Charlie, finalmente a segurou pelos ombros a empurrando contra a caixa parando seu ato louco, e depois olhou sua cabeça procurando ferimentos, a cabeça da Amazona era dura, a única coisa que se machucou foi a caixa.
"TRINININ!"
Outro barulho, dessa vez vindo da parte sul da sala, bem no fundo dela. Todos olharam para esse local, mas a iluminação aqui dentro não era boa, o fim da sala é escuro demais para eles verem o que causou o barulho.
"Huhuhuhu!"
Dalma, sabendo o que era, começou a rir ainda com um pedaço de pano enfiado na sua boca.
"O que tem aqui embaixo?" Charlie perguntou para ela segurando seu rosto a forçando a olhar para seus olhos, a única resposta que ele ganhou foi mais uma risada abafada.
"TRINININ!"
Uma caixa se quebrou.
"Vamos para as escadas, lentamente." Ordenou Steve, em voz baixa dessa vez.
"Shiffff!"
Lentamente, os três começaram a dar passos para trás sem virar suas costas para a escuridão, Steve está mais perto das escadas, e logo sentiu o primeiro andar tocar a parte de trás dos seus pés.
"Shifff!"
Algo parecia estar se arrastando na direção deles.
Nesse recuar, eles esqueceram da Dalma.
Antes do Steve conseguir colocar seu pé em cima do primeiro andar, ela olhou para eles com um sorriso aberto, esticou as cordas para frente, e depois bateu com sua cabeça na caixa atrás dela com mais força que às vezes anteriores.
"TRINININ!"
Imediatamente todos ficaram congelados em sincronia, o motivo? Apenas instinto.
"Shiifffffffffffffffffff!"
Aquele que causou isso foi atraído pelo barulho, e se arrastou mais rapidamente na direção deles, ainda na escuridão, os três homens presentes não viram o que era a coisa, mas eles perceberam que ela era grande, com três metros de altura e um corpo mais largo que o normal, e sem pernas.
Lentamente, a coisa veio para a luz se arrastando pelo chão do meio da sala, ficando cada vez mais visível para todos.
Era uma mulher, mas também não era, seu corpo, com certeza é feminino, já que seus seios estão amostra assim com todo o resto, só que não são seios humanos, sua pele não é humana, e sim verde enrugada com escamas grossas e duras também verdes, toda aparte inferior do seu corpo da cintura para baixo era de uma serpente, grossa, de um metro de largura, e a ponta do seu rabo tremulava atrás dela enquanto o monstro se arrasta, seus cinco dedos são mais longos que o normal, assim como suas unhas, longas, curvadas e aficadas como de um felino.
Agora seu rosto ficou visível, é aí que as coisas ficam mais assustadoras. O molde do rosto e sua forma realmente dão a impressão dela ser uma bela mulher, mas a pele verde e escamas quebram essa ilusão, assim como sua língua bifurcada e longa, saindo e voltando para dentro da sua boca como se estivesse provando o ar. Cega, seus olhos estão cobertos por uma terrível cicatriz na horizontal passando pelos dois, parecia uma queimadura, mas a luz pode engalar, e por fim, mas não menos importante, jiboias no topo da sua cabeça aonde deviam ter cabelos, grandes cobras de um metro de comprimento que se torciam e contorciam no topo, cada uma delas tem vida própria, e todas estão colocando suas línguas para fora e depois para dentro parecendo querer se soltar da cabeça dela.
Qualquer idiota sabe quem é esse ser, mas alguém com um conhecimento mais aprofundado se pergunta se ela é a primeira, ou apenas uma da sua raça sem ligação com ela, de qualquer forma, a górgona avançou deslizando pelo chão na direção das escadas, com os três ainda parados olhando para ela em choque e pavor. Dalma, ainda amarrada no meio do caminho apenas olhou para eles, gostando muito do medo em seu olhar. Foi então que a górgona chegou até ela chamando sua atenção, e assim que Dalma moveu sua cabeça na direção dela, unhas curvadas e afiadas passaram pelo seu pescoço num golpe limpo e rápido.
"Flusss!"
O sangue espirrou como uma explosão nas caixas laterais a que ela estava amarrada, seu rosto de choque só conseguiu olhar para baixo, tentando ver o que sobrou da sua garganta arrancada, até que ela começou a engasgar com seu próprio sangue.
A górgona levantou sua mão sangrenta, e na frente dos três, lambeu o sangue da mulher que ela matou lentamente com sua longa e fina língua.
Dalma cometeu um erro, ela pensou que o monstro na carga era racional o bastante para ignorar ela e focar sua atenção nos três que estão soltos, enquanto ela estivesse lidando com eles, se soltar e pegar o apito de controle que está junto das coisas retiradas do seu corpo bem na sua frente não seria um problema, ela errou, e pagou por isso com a sua vida.
"crak!"
"SHIIIIFFF!"
Algo chamou atenção da górgona, um dos meninos acabou de pisar num pequeno pedaço de madeira no chão, por conta do silêncio no local, o barulho foi alto o bastante para chamar atenção dela.
"Corram!" Gritou Steve.
Não importava mais ser discretos, os três correram escada acima com tudo que podiam.
"SHIIIIFFF!"
"TRUNUNU!"
Se movendo como uma cobra, a górgona balançou seu longo e grosso rabo para esquerda e direita destruindo as caixas dos dois lados enquanto avançava projetando seu corpo para frente com as mãos abertas e garras prontas ela também subiu escada acima.
"Para onde nós vamos!?" Gritou Charlie, quase que sem folego correndo pela sua vida agora pelo corredor acima das escadas.
"Equipamento!" Foi tudo que Steve, sendo aquele que está na frente conseguiu dizer para não se permitir diminuir sua velocidade.
"Tun!" "Tun!" "Tun!"
Sameer, o último da fila, olhou para trás e viu no fim da escada o enorme monstro quase que espremido no pequeno espaço, se torcendo e movendo seu corpo para esquerda e direita como se não tivesse ossos, um segundo depois, a mão dela tocou o chão, e projetando seu corpo para frente, deslizou por ele.
"Ela está atrás de nós!" Avisou ele.
Steve, que já estava de frente para a segunda escada, parou do nada virando seu corpo para a parede esquerda, aonde estava um extintor de incêndio.
"O que você está fazendo?" Perguntou Charlie, diminuindo a velocidade da corrida.
"Apenas vá, logo!" Gritou Steve, arrancando o extintor vermelho de quatro quilos da parede.
No momento que o Sameer, passou por ele e começou a subir as escadas, Steve conseguiu levantar o extintor vermelho acima da sua cabeça o segurando com as duas mãos ficando de frente para o monstro que está a cinco metros de distância e se aproximando rápido com sua língua bifurcada saindo da boca e algo que parecia um sorriso no rosto.
Com força, ele jogou o extintor, mas não na direção da górgona, e sim no chão um metro a sua frente, por causa da força do arremesso, o extintor quicou uma vez e subiu dois metros no ar ficando bem na frente do rosto dela, que mesmo sem sua visão, atingiu o extintor com suas garras demostrando nenhuma dificuldade em acertar o alvo.
"BLOMMMMMMMMMMMMMMMM!"
Steve só teve tempo de virar suas costas para o monstro antes da explosão causada pela abertura de um recipiente com pressão, isso junto do fato que eles estavam num local fechado, a força da explosão foi o bastante para o jogar dois metros à frente o fazendo cair de cara no chão. Sentindo gosto de sangue na boca e um pouco tonto, ele se forçou a se levantar e correr quase que sem equilíbrio na direção da escada ignorando a fumaça do CO₂ do extintor tomando conta do corredor.
Depois de mais um lance de escadas e mais um corredor, ele finalmente chegou a proa, aonde Charlie, já está com seu rifle apontado para o peito da Verônica Cale, que mudou de roupa e está com os dois braços levantados acima da cabeça, não parecendo nada intimidada com a situação.
"Steve!"
Sameer o chamou, e depois jogou para ele sua arma prateada que ele pegou com facilidade no ar e virou seu corpo na direção da entrada que ele usou, a górgona deve vir por esse caminho.
Após jogar a arma para Steve, o Espião correu na direção da Starfire, que já estava acordando depois daquele golpe, ele não conseguiu tirar as correntes mágicas ao redor do seu corpo, mas está ajudando o melhor que ele pode.
"Parece que vocês encontraram meu bichinho." Brincou Cale, com um sorriso no rosto.
"TRUNNN!"
Eles não tiveram tempo para responder, a górgona acabou de quebrar as portas de vidro com seu copo para poder sair de dentro do iate, sem ferimentos com o corpo coberto por pó branco, o monstro ficou em pé na frente deles.
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As generais Antíope e Philippus, estavam mais próximas do Ares, e foram as primeiras a entrar em combate acertando as laterais dos seus transportes os fazendo avançar numa arrancada contra o Deus da Guerra, que também está correndo na direção delas com sua arma em punho.
Philippus, passou na frente da sua amiga ficando à esquerda do deus, e quando ela estava passando, ela balançou a espada querendo dar um golpe rápido, mas Ares, demostrando grande habilidade, levantou seu ombro o bastante para fazer a espada acertar apenas a parte da armadura, tirando faíscas. Antíope, veio logo atrás, e em vez de fazer o mesmo que sua aliada fez, ela pulou do seu cavalo se aproveitando da altura dele para tentar partir Ares ao meio com sua espada longa. Ares, mais uma vez não parou, ele apenas torceu seu corpo um pouco para esquerda a fazendo perder o golpe, logo depois ele acertou seu ombro no peito dela a fazendo cair de costas no chão.
"Falanges!" Gritou a General Philippus para suas irmãs, agora de frente para o deus da guerra.
As lanças longas de setes metros apontadas para frente sendo mantidas assim por estarem acima do escudo das amazonas, se moveram sobre a ordem da sua líder, e a primeira fileira inteira de amazonas deu um passo à frente em sincronia, quase que enfiando as pontas no corpo do Ares, salvo por alguns centímetros.
Foi aí que Ares pulou, a três metros no ar, ele levantou sua Labrys acima da cabeça a segurando com as duas mãos.
"Arqueiros!" Voltou a gritar a general Philippus.
Algumas fileiras atrás dos soldados da infantaria, arqueiras bem treinadas levantaram seus arcos e dispararam quase que no mesmo segundo. Ainda no ar, algumas flechas passaram pelos lados do corpo do deus, as duas generais também não ficaram fora da linha de fogo, mas elas se defenderam com facilidade usando seus braceletes, quando ao Ares, apenas dez flechas acertaram seu corpo, ficando pressas na sua armadura, então ele caio sobre a primeira fileira da infantaria, aquelas que tinham avançado contra ele.
"BLOMMMMMMMMMMM!"
"TRUMMMMMMMMMMMM!"
A Labrys acertou o chão e criou uma pequena explosão de poder destruindo toda a fileira da frente, aquelas que ficaram embaixo da sua queda foram amassadas, as que estavam dos lados, jogadas três metros no ar, e as outras da fileira mais próxima caíram no chão por conta da onda de impacto.
Muito bem treinadas, as amazonas que apenas caíram no chão se levantaram o mais rápido que podiam soltando as lanças e puxando as espadas antes descansando nos seus quadris, cinco delas não tiveram tempo o bastante de sacar as espadas completamente, a Labrys passou violentamente de um lado para o outro na horizontal ar cortando ao meio e jogando os pedaços para longe. Ele balançou sua monstruosidade para todos os lados cortando qualquer coisa próxima com facilidade, segundos depois da sua queda, a segunda fileira foi totalmente destruída.
"Arqueiros!" Gritou Antíope, balançando sua espada contra Ares, que defendeu com sua lâmina e contra-atacou no mesmo movimento.
Não querendo medir forças contra o Deus da Guerra, Antíope torceu seu corpo para trás deixando as lâminas duplas passarem por cima do seu nariz, o golpe foi tão amplo que ela caio de costas no chão, ela quase teve seu peito aberto antes de poder se levantar, foi Philippus quem a salvou defendendo o próximo ataque, a força do golpe realmente a colocou de joelhos no chão. Antes do Ares, ter a chance de se livrar dessas duas, as flechas fizeram um arco no ar e ameaçaram cair sobre os três.
Depois de soltar uma mão da sua arma, ele a balançou como se estivesse afastando moscas, e as flechas magicamente pararam no ar, viraram suas pontas para quem as disparou e fizeram o caminho contrário caindo sobre as arqueiras e alguns outros soldados próximos.
Tanto as armas, braceletes e armaduras das Amazonas foram feitos com um metal único e magico que só a nessa ilha e no Olimpo, tão resistente e afiado quando o metal negro do submundo. Ou seja, todas as armas usadas pelas Amazonas aqui podem perfurar a carne de um deus, e elas já fizeram isso, duas flechas do ataque anterior perfuraram sua carne, não foram ferimentos graves, mas mesmo assim, são ferimentos.
Ares, pulou mais uma vez sem se importar com as arqueiras, agora caindo bem no centro do exército, mesmo com centenas de pessoas o cercando, ele não se intimidou, apenas balançou sua Labrys para todos os lados limpando qualquer pessoa viva ao seu redor, criando um círculo de sangue e corpos no chão.
Uma das amazonas teve a sorte de sobreviver a esse movimento inicial abaixando seu corpo, com coragem, ela puxou sua espada e atacou as costas do seu inimigo só para ter seu rosto agarrando pela mão gigante dele, depois de um movimento rápido, ela foi atirada como um foguete atravessando todo o exército até acertar a estátua do Zeus, que fica no lado esquerdo de um dos lados do arco de entrada da cidade, a estátua e a amazona se destruíram mutualmente, e o arco também veio abaixo, mas ninguém ligou para isso, Ares, agora estava avançando enquanto as amazonas de todos os lados o atavam.
Uma névoa negra, um pouco sutil, envolveu o corpo dele durante esse pequeno massacre, e as lanças, espadas e flechas que entravam em contato com seu corpo durante seu movimento em alta velocidade pareciam acertar metal, tirando apenas faísca, mas isso não era absoluto, Ares estava sim sendo ferido enquanto lutava, mas tudo isso era muito superficial para matar um deus, nem mesmo perder um membro seria o bastante para ferir gravemente um deus grego.
O Deus da Guerra está tão animado com sua luta que nem percebeu a mudança na formação das amazonas, a parte de trás se separou em dois grupos, criando um caminho bem no meio da formação que o leva até ele, da esquerda, cavalo galopando foram escutados correndo em alta velocidade, a cavalaria saio de trás da formação fazendo uma curva pela esquerda entrando no caminho criado galopando em formação, mais de duzentas amazonas e cavalos juntas.
Ares, finalmente percebeu esse movimento e após cortar ao meio mais dez amazonas na sua frente, ele se virou e ficou de frente para o caminho aberto com os cavalos vindo na sua direção, antes dele consegui agir, vinte seres pularam por cima das amazonas a direita dele.
São os sátiros, seres humanoides masculinos com pernas peludas de bode, a parte de cima do seu corpo descoberta e fortes, longas barbas e chifres também de bode saindo do topo das suas cabeças. Cada um dos vinte sátiros tem uma força descomunal em suas pernas, conseguindo facilmente pular por cima das suas aliadas as amazonas com longas lanças de madeira levantadas acima das suas cabeças.
Pela primeira vez, Ares usou sua magia de forma mais aberta, apontando sua mão aperta para o ar, disparando um feixe de calor acertando os sátiros antes deles conseguirem jogar suas lanças, Ares moveu sua mão varrendo o céu, e tudo que sobrou dos sátiros foram seus ossos em chamas que caíram em cima das amazonas, as chamas ao entrarem em contato com as amazonas pareciam ter ganhado vida e força, incendiando todas que estavam próximas, logo muitas mulheres começaram a gritar envolvidas pelo fogo correndo desesperadas até mesmo caindo sobre suas irmãs.
Voltando mais uma vez sua atenção para a cavalaria, ele percebeu que elas já estavam bem em cima dele, então ele golpeou, acertando nada. A cavalaria foi esperta, em vez de entrar em contato direto contra a montanha que era Ares, elas se dividiram em duas fileiras com ele no centro, e quando elas passaram por ele, laços feitos de corda dourada voaram envolvendo os braços, pescoço e corpo do Deus da Guerra.
As que avançaram na frente da cavalaria começaram a puxar primeiro, e os laços se apertaram no corpo dele o puxando para trás, Ares lutou contra isso firmando seus pés no chão, mas as amazonas não são mortais, esses não eram cavalos normais, e a união faz a força, então lentamente, após ser envolvido por mais de cinquenta laços, ele começou a ser arrastado.
Foi uma cena única, o Deus da Guerra parado no meio de dois exércitos com longas cordas atrás do seu corpo esticadas com a cavalaria na outra ponta parada tentando o puxar forçando seus cavalos ao máximo.
"HAAAAAAAAAAA!" Ares rugiu fazendo força com os dois braços e seu corpo, chamas vermelhas brilhantes explodiram pela sua boca e olhos.
"TRUM!"
O Deus da Guerra deu um passo para frente, puxando os cavalos na direção oposta que eles querem ir, quase fazendo com que todos eles caíssem causando um grande incidente.
"ARES!"
O grito da General Philippus foi alto o bastante para abafar toda essa confusão chamando atenção dele o fazendo parar por um segundo, e olhar para a mulher negra montada num unicórnio branco que está correndo na direção dele. O unicórnio abaixou a cabeça mirando seu chifre branco de quarenta centímetros que fica bem no topo do seu crânio no meio do peito do deus o acertando em cheio.
O unicórnio sofreu a pior nesse impacto, seu chifre se quebrou e ele acabou no chão ferido com todos os ossos do seu corpo quebrados sobre a General, mas isso foi o empurrão que a cavalaria estava precisando.
"Shifffffffffffffffffffffffffffffffffffffffff!"
Ares perdeu seu apoio, e os cavalos correram livremente com as amazonas segurando os laços puxando o deus, que agora está sendo arrastado pelo chão abrindo uma vala natural do tamanho do seu corpo enquanto eles se movem na direção da cidade.
"BLOM!"
"SLUNFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFF!"
Em formação, os cavalos correram juntos um lado do outro agora, arrastando o deus logo atrás delas entrando pela cidade e correndo pelas ruas com um destino em mente.
"TRUMMM!"
"BLOMM!"
"TUMMMMMMMMMMM!"
Durante as curvas em alta velocidade, os laços se estiavam indo para esquerda e direita transformando o corpo do Deus da Guerra numa bola de demolição destruindo muitas construções próximas as levando abaixo, não foi uma visão bonita, Ares estava literalmente pulando como um louco rosnando e cuspindo fogo enquanto atravessava casas, templos, e outros tipos de edifícios com seu corpo, criando um rastro de destruição por onde passava.
Finalmente, o destino estava à frente, o coliseu das amazonas.
O coliseu é um edifício de forma elíptica enorme com assentos para mais de vinte mil almas, e seu centro, um espaço aberto plano só com areia já viu muitas competições e lutas das Amazonas. Com as suas postas abertas, a cavalaria entrou no seu centro fazendo uma curva soltando seus laços.
"BLOMMMMMMMMMMMMMMM!"
Ares finalmente parou, mas não antes de quicar duas vezes no chão parando quase que no centro do coliseu, a cavalaria, por outro lado, já tinha dado a volta e estava saindo pelas mesmas portas que entraram, portas que agora estão se fechando.
"TRUN!"
Com as portas fechadas, Ares se levantou do chão tirando todos os laços ao redor do seu corpo os jogando no chão com sua armadura intocada e limpa fora os danos causados pelas amazonas que não são tantos, ele parou de cuspir chamas, mas havia agora uma nevoa negra em volta do seu corpo, e o clima parecia ter caído vinte graus.
{Suas malditas, eu realmente vou as fazer pagar por essa brincadeira!} Falou ele em voz alta, seus sentidos não mentiram, ele não está sozinho.
Dos corredores na parte mais alta do coliseu, amazonas surgiram correndo em disparada se separando de forma ordenada tomando lugares em pé ao redor do centro da arena, todas elas estavam com arcos longos, arqueiras.
Logo em seguida vieram aquelas portando lanças comuns que se posicionaram mais abaixo dos lugares escolhidos pelas arqueiras, e por fim, a infantaria, que tomaram posição nos acentos mais próximos do centro da arena, essa infantaria estava portando lanças longas agora apontadas para frente, criando um porco-espinho ao redor da arena, uma medida clara para evitar que Ares, chegue até elas.
Em poucos segundos, as amazonas tomaram suas posições com Ares, dentro da sua armadilha e com elas em terreno elevado, a vantagem estratégica com certeza deveria estar do seu lado, mas estamos falando de um deus.
A General Antíope, entrou no coliseu no ponto mais alto dele montada no seu cavalo negro, e sem olhar duas vezes para o deus no centro do campo de batalha, ela gritou.
"FOGO!"
As arqueiras dispararam para cima duas vezes mais rápido que qualquer mortal poderia, antes mesmo das primeiras flechas fizerem seu arco e cair no chão, a segunda rodada já tinha sido disparada. As lanças curtas na segunda linha defesa foram as próximas a serem jogadas, sendo mais pesadas que as flechas, as lanças caíram primeiro.
Ares, levantou sua mão acima da cabeça vendo as lanças chegando, e um halo de poder negro ao redor do seu corpo se expandiu criando uma proteção que parecia bem solida ao seu redor.
As lanças caíram com velocidade e força, muitas acertaram o halo de energia de cima e acabaram se quebrando, outras passaram raspando por ele, mas a grande maioria caio ao seu redor ficando presas no chão.
As flechas vieram então, conquistando o mesmo resultado que as lanças.
Só que as amazonas não desistiram, Ares não se machucou dessa vez por estar focado na defesa, mas isso vai mudar em algum momento, tudo que elas têm que fazer é continuar bombardeando o escudo até que ele caia.
Dois minutos depois, toda arena está cheia de flechas e lanças pressa ao chão.
{Isso acaba agora!}
Falou Ares por fim levantando sua perna até altura do joelho, todo esse tempo, ele estava se preparando para fazer isso.
"TRUMMMMMMMMMMMMMMMMMM!"
Seu pé acertou o chão com força, e o chão vibrou, não, todo coliseu tremeu tão forte, que as amazonas tiveram que parar seu ataque.
"SHUFHFUH!"
Fissuras finas surgiram dos pés de Ares, se espalhando por todos os lados, e areia de todo o centro da arena começou a cair no andar subterrâneo usado para as participantes dos jogos se prepararem. Essas aberturas no chão continuaram se expandindo, até atingiram as paredes cercando tudo.
"TRUMMMMMMMMMMMMMMMMMM!"
"TRUMMMMMMMMMMMMMMMMMM!"
"TRUMMMMMMMMMMMMMMMMMM!"
Foi súbito, as paredes racharam e os lugares próximos a ele também, as fissuras agora tem mais de um metro de largura e estão subindo lentamente por todo coliseu.
{Uma guerra fica chata quando se tem que lutar sozinho!} Gritou Ares, com os braços abertos vendo as primeiras amazonas da infantaria caírem pelas fissuras.
"Recuem, recuem agora!" Ordenou Antíope.
{Por isso mesmo, vou trazer o exército das profundezas, todos os que lutaram e morreram durante as guerras, são meus para comandar!}
"TRUMMMMMMMMMMMMMMMMMM!"
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A General Philippus, está correndo sem seu amado unicórnio seguida pelo primeiro exército vindo logo atrás dela, elas estão seguindo o caminho de destruição deixado para trás pelo Ares, o destino é o coliseu, aonde junto da cavalaria e o segundo exército, elas vão cercar o Deus da Guerra e o caçar lentamente. No meio do caminho subindo a cidade, as coisas mudaram.
"TRUMMMMMMMMMMMMMMMMMM!"
Não foi uma explosão, e sim um tremor.
O coliseu ficava próximo do pico da ilha, sendo então bem visível mesmo daqui, é por isso elas viram o vermelho primeiro.
"TRUMMMMMMMMMMMMMMMMMM!"
"TRUMMMMMMMMMMMMMMMMMM!"
"TRUMMMMMMMMMMMMMMMMMM!"
"TRUMMMMMMMMMMMMMMMMMM!"
"TRUMMMMMMMMMMMMMMMMMM!"
Finalmente, ela ficou de frente para entrada do coliseu, mas em vez de encontrar a cavalaria ou uma batalha, ela encontrou o Hades.
Fissuras enormes saíram de todos os lados ao redor do coliseu, e como a cavalaria não estava em sua posição, ela supõe que todos eles caíram, com as habilidades aumentadas das amazonas, isso não seria tão grave, mas não foi a queda, e sim a luz vermelha da lava saindo de dentro dessas fissuras, que deu cabo da cavalaria.
O resto do exército parou com sua general, e montou sua formação padrão atrás dela esperando ordens, até que.
"TRUMMMMMMMMMMMMMMMMMM!"
Agora foi uma explosão, vindo diretamente do centro do coliseu, a fumaça começou também a se manifestar subindo para o céu, um incêndio talvez.
"General Philippus, algo está vindo!" Avisou uma de suas irmãs logo atrás.
Ela voltou sua atenção para as fissuras, e viu uma mão pálida agarrando a beirada do buraco, ela não foi a única.
Só foi depois que o primeiro ser conseguiu sair de dentro do buraco que ela percebeu que não era uma mão pálida, e sim um esqueleto.
Mais de trinta esqueletos de olhos negros brilhando em energia vestidos com armaduras gregas antigas armados com espadas, lanças, machados, arcos e qualquer outro tipo de arma branca que você possa pensar.
Não eram apenas esqueletos gregos, em seguida, esqueletos vestidos com uniformes militares apareceram armados com armas de fogo, das mais novas até mesmo os mosquetes mais antigos.
Eles começaram com trinta, segundos depois eram quarenta, agora são cem e aumentando.
Um exército de soldados mortos.
Philippus, finalmente entendeu que isso poderia ser realmente o fim da sua casa, mesmo assim, ela puxou sua espada e se preparou para a luta da sua vida, assim todas as suas irmãs atrás dela.
Antes dos mortos atacarem, a voz de Ares vinda de dentro do coliseu, ecoou por toda a ilha.
{Queimem tudo!}
Essa foi a ordem, e a batalha que pode por fim no paraíso delas finalmente começou.