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Chapter 44 - A Queda dos Vampiros (4/4).

A Madame Xanadu, está vestindo um longo vestido amarelo com outros panos azuis por cima, usando várias pulseiras douradas finas, anéis e colares, assim como brincos de argola grandes, ela está bem maquiada, aumentando ainda mais a beleza dos seus olhos verdes e longos cabelos negros.

Tudo nela grita a palavra cigana, mas o realmente incrível nela, é sua aura, uma mistura de bondade com puro poder, gentil, mas também agressivo ao mesmo tempo. E só pelo fato dela ter conseguido se teletransportar até nós com Caim indo modo rampage, prova que ela vai ser de grande ajuda.

"Xanadu, finalmente uma boa notícia." Grita Zatanna, que parece estar familiarizada com ela.

"Desculpe pela demora minha amiga, mas o destino tem sua própria agenda, e a Madame Xanadu só pode o seguir." Falou ela gentilmente.

Fora o jeito dela falar na terceira pessoa, ela parece ser confiável, já que Zatanna recuperou sua confiança na vitória só com a chegada dela.

Não sei muito sobre a Madame Xanadu, lembro dela como ajudante em algumas sagas, mas nada como principal. Estou um pouco arrependido de não ter lido a revista dela, um sentimento que tenho bastante desde que nasci nesse mundo, não ter lido mais.

Tudo que sei dela, é que Xanadu está viva desde os tempos do Rei Arthur, e parece ter tido um caso com o próprio Merlin. E que ela tem uma habilidade assustadora para prever o futuro usando as cartas, uma habilidade que a tornou muito requisitada para todo o mundo magico.

"Ai vem ele de novo!" Avisa Starfire, levantando sua postura.

Na nossa frente, Caim na sua forma monstruosa de três metros de altura com membros bem alongados se baixa, e pula na minha direção.

"BLOMMM!"

Explodindo o chão e vindo na minha direção como um foguete, lembro da cena aonde Mary foi partida ao meio e até agora não voltou para a luta, abaixo-me, deixando-o passar por cima de mim.

"BLOMMM!"

Sem controle sobre seu corpo no ar, Caim atravessa duas construções atrás de mim.

"Precisamos de um plano novo, e um dos bons!" Grito para o grupo.

"BLOMMM!"

"Ótimo, agora ele pode voar." Diz Zatanna, olhando para Caim, agora com duas asas de morcego saindo de suas costas.

Caim, bate suas asas e vem voando em nossa direção, do nosso lado, Starfire voa também, e os dois se chocam no ar, e para minha surpresa, é Starfire que cai no chão o destruindo com seu corpo.

"Ele está mais forte!" Avisa ela se levantando, e com seus punhos brilhando, volta ao ataque.

"Temos que ir." Falou então Xanadu, tirando algo do seu vestido.

"Ir?" Pergunto para ela sem entender.

"A vitória não se encontra aqui, Pequeno Cavaleiro Negro, não há como obter uma vitória aqui." Falou ela, com um baralho nas mãos.

Xanadu, embaralhou rapidamente as cartas, e depois puxou a primeira de cima guardando as outras.

"Boston, assuma o controle do corpo de John Constantine por favor, lastimavelmente, vamos precisar da ajuda dele." Pedi Xanadu para nosso amigo fantasma.

[Claro, Xanadu.] Claro, que Boston também conhece, Xanadu.

Ele então voa e entra no corpo de Constantine, que ainda estava sobre o carro com fumaça saindo do seu corpo. Logo em seguida, Constantine sai de cima do carro, e anda lentamente até nós.

[Odeio entrar no corpo desse cara, é tão desconfortável.] Fala Boston, com sua voz saindo da boca de Constantine, era meio estranho.

"Zatanna, minha amiga, e heróis, por favor, enquanto estivermos em nossa missão, tentem de todas as formas possíveis limitarem Caim a esse lugar." Pediu Xanadu, olhando para Batman, que acenou com a cabeça concordando.

Ela então joga a carta que pegou antes, a carta fica parada em pé no ar e depois se expandi, ficando bastante visível para todos.

O Carro, um homem em cima de uma carroça sendo puxada por dois leões com asas. Era uma carta bem realista, ao ponto de parecer estar viva.

Cartas de tarot, muito usadas por feiticeiros que querem prever o futuro, não é preciso ser um vidente nascido para as usar, mas os resultados de uma previsão de um vidente usando essas cartas é muito mais precisa.

"Vamos Boston, e Pequeno Cavaleiro Negro."

"Por que eu? Zatanna com certeza é uma escolha melhor para a missão, seja lá qual ela for." Não posso deixar de ficar curioso com a escolha dela.

Não que eu suspeite dela, só que a forma que ela me tratou até agora é um pouco boa demais para alguém que ela encontrou pela primeira vez, sei que ela e Zatanna são amigas, mas ser um pupilo da sua amiga não deveria ter tanto peso para ela.

"Ai é que você está errado, é verdade, Zatanna tem mais experiencia e poder que você, mas você tem o sangue do seu pai correndo por suas veias, e precisamos urgentemente disso para onde vamos."

Sei que tem mais coisa aí, mas também sei que ela não vai me fazer mal, e não é a hora de ficar pensando nisso.

"Vamos então." Dou minha resposta.

Xanadu fica de frente para carta gigante e levanta a mão, então uma maçaneta aprece na carta, ela agarra e a gira, para depois a puxar, a carta se transformou numa porta dimensional.

Dentro da carta, apenas uma forte luz escondendo o nosso destino.

Xanadu é a primeira a entrar, Constantine/Boston vão depois.

"Tenha cuidado." Pedi Raven para mim, antes deu entrar.

Os outros já se moveram para ajudar a lidar com Caim, só ela ficou para tras.

"Você também." Respondo, e depois entro na porta.

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Assim que passei pelo portal, me encontro sentindo algo que nunca senti antes, uma sensação única de estar pisando no literalmente nada.

Tudo era preto, mas não a cor, seria mais como a falta de tudo, até mesmo da cor, por isso não havia chão, mesmo assim, eu estava pisando em algo, o que realmente está sendo difícil processar.

"Haha, você se acostuma depois de um tempo." Ri Xanadu, olhando para meus movimentos cauteloso a cada passo.

Estou entre ela e Boston/Constantine, andando num ritmo bem lento.

"Onde estamos?" Pergunto para ela.

[Eu chamo de Estrada do Nada] Responde Boston.

"Vou precisar de mais detalhes amigo."

"A Estrada do Nada, é o que está entre o mundo dos vivos e o pôs-vida." Explicou melhor Xanadu.

"Estamos no purgatório?" Pergunto, ainda sem entender muito bem.

"Isso não está inteiramente errado, você sabe que o mundo dos vivos e dos mortos são realidades ou reinos diferentes, elas ocupam o mesmo "espaço", mas não se tocam para evitar o caos e assim mantem o equilibrou, entre essas duas realidades, sendo esse espaço, está a Estrada do Nada, normalmente, os feiticeiros ou qualquer ser com poder ou habilidade pula essa estrada para chegar até os céus ou infernos, por isso, ela é raramente usada, a não ser por uma certa pessoa."

"Quem?"

"A Morte!"

Não posso evitar olhar para todos os lados, esperando encontrar, com minha má sorte, a própria morte olhando para mim nas minhas costas.

"Não se preocupe, a Senhora Morte é gentil demais, ela não se importa em usarmos sua rota favorita, na verdade, se ela nos encontrar, pode até mesmo nos ajudar." Tenta Xanadu me tranquilizar.

Ela pode estar certa, a versão da Morte em certos hqs da DC é bem tranquila, ainda bem que não estou no universo Marvel, aquela Morte é uma vadia manipuladora louca.

Espere.

"Você quer trazer Andrew, de volta a vida?"

Não vejo mais nenhum motivo para estarmos andando em direção do mundo dos mortos.

"Não." Mas a resposta dela cortou minha imaginação.

"O que vamos fazer então?"

"Trazer Andrew de volta para o mundo dos vivos."

Essa mulher está brincando comigo?

Não, espere, ela falou trazer para o mundo dos vivos, mas não de volta a vida, isso quer dizer que.

"Andrew, ainda está vivo?"

"Claro!" Afirma ela.

"Eu preciso de mais explicações." Eu realmente não gosto muito de ficar perguntando tanto, mas Xanadu me deixa bastante relaxado para fazer isso.

[Espere!]

Boston/Constantine, para de andar, e nos também.

[Ele está acordando.] Avisou ele, saindo do corpo de Constantine, que cai no chão de joelhos.

"Cof! Cof! Cof!" Constantine, começa a tossir, e depois levanta a cabeça olhando para nós três na frente dele.

"Inferno sangrento, nos morremos?"

"Não, mas nossos amigos vão, se você não se levantar e começar a andar." Foi minha resposta.

"Logo imaginei, não acordei rodeado de demônios brigando para saber quem tem direito sobre minha alma." Diz ele, se levantando.

"É a única coisa nele que muitos brigam para pôr as mãos, sua alma."

"Xanadu, já faz algum tempo, quer tomar uma bebida após salvarmos o mundo?"

"Prefiro ver a Caça às bruxas de novo." Ela respondeu, se virando e continuando a andar, assim como eu e Boston, deixando Constantine sozinho acendendo um cigarro.

Xanadu ganhou alguns pontos comigo agora, mas com a fama de Constantine no mundo magico, duvido que muitas pessoas aceitam tal pedido dele, sei muito bem que Zatanna só aceitou por que no tempo, ele não era o que é hoje.

"Não que eu não goste de viagens supressas, mas por que estamos aqui, e podemos ir mais rápido?" Pedi ele, com um pouco de presa na sua voz.

"Porquê?" Pergunto, curioso.

[Constantine, foi um dos poucos que tiveram a cara de pau de tentar cortejar a Morte, não terminou muito bem, já que esse idiota estava bêbado.]

O que!?

"Sabe Constantine, sei que você é um babaca e cretino, mas com certeza é um babaca cretino corajoso." Digo por fim.

A Morte é uma dos Endless, seres que tem um poder inimaginável, só perdendo para os dois primeiros arcanjos e o próprio Criador, então, cortejar um ser desse, mesmo estando bêbado, é um grande feito de coragem.

[Tudo que Constantine tem, é a coragem dos babacas.] Brinca Boston.

"A Madame Xanadu, estava prestes a explicar por que estamos aqui, e o que vamos fazer." Volto para o que é importante.

Xanadu do meu lado acenou.

"Bem, isso é história antiga, tudo começou quando Caim, cansou de viver…"

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Em Gotham, as coisas ficaram mais frenéticas depois que o Diomedes e os outros foram embora.

Caim, totalmente descontrolado, e liberando um poder muito mais terrível que antes, atacou qualquer coisa que estava na sua frente a destroçando.

No ar, Zatanna, Raven e Starfire, as únicas que podiam voar, atacaram com tudo Caim, chamando sua atenção apenas para elas, então, uma batalha aérea começou, e tudo que ficou no caminho deles, foi destruído.

Caim, com suas longas asas de morcego, rodeado por sua energia vermelha em sua forma monstruosa, conseguiu segurar Starfire pelo pescoço e com seu corpo a frente, se lançou contra os prédios, atravessando quatro deles, até que Raven surgiu acima deles acertando Caim com uma explosão de energia.

Caindo por conta da força do golpe girando sem controle, Zatanna, flutuando em cima de um círculo transparente de energia, apontou sua varinha para ele disparando um raio, que explodiu as janelas com seu poder até acertar o corpo do primeiro vampiro.

Caim caio no telhado de algum edifício, com queimaduras de terceiro grau por todo seu corpo, e o local aonde ele foi acertado, estava negro carvão. Mesmo com esses ferimentos, ele se levantou, e sua maldição começou a agir, curando seu corpo.

Raven, diminuindo sua altitude, levantou suas mãos acima da cabeça, seus olhos começaram a brilhar em negro, e todos os cacos de vidro ao seu redor das janelas quebradas por conta do raio de Zatanna, ficaram negros, cobertos por sua energia negra, começaram a flutuar antes de cair no chão, os pedaços de vidro subiram acima da cabeça dela, e giraram lentamente ganhando velocidade na forma de um anel.

Raven abaixa a mão, e os vidros caem como uma cachoeira negra acertando o corpo de Caim.

Eles não tiveram uma grande força de impacto, mas cobertos pela energia dela, e por conta da velocidade, cada caco de vidro se transformou numa espada aficada, dilacerando o corpo de Caim.

Então foi a vez de Starfire.

Ela ficou no alto esse tempo todo, após ver o ataque de Raven acabar, ela disparou para baixo com os dois braços esticados atingindo sua velocidade máxima enquanto liberava seus starbolts. Seu corpo ficou brilhando em verde, e seus cabelos se ascenderam em vermelho.

Vendo isso a distância, Starfire se transformou num cometa, que acertou o primeiro vampiro.

"TRUMM!"

"BLOMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM!"

Antes do choque, Starfire rompe a barreira do som e depois cai como um míssil, causando uma destruição imensa levando abaixo várias construções ao redor da que Caim estava.

E agora, acima da nuvem de poeira que se levantou dessa destruição, está Starfire, ofegante olhando para baixo.

"Você exagerou um pouco." Falou Raven, aparecendo do seu lado.

"Mas Kírix, falou que eu podia parar de me conter." Avisou ela, quase um pouco preocupada com a destruição abaixo.

"Está tudo bem!" Avisou Zatanna, flutuando do lado delas.

"Não tinha ninguém próximo, pelo menos humano, então tudo bem." Continuou ela.

"Isso é bom, eu odeio levar bronca do Kírix ou do Robin, quando destruo algo que não deveria." Suspirou Starfire, realmente aliviada.

"Como é que está?" Perguntou Zatanna para Reven, olhando para a nuvem de poeira abaixo, que cobriu a visão delas.

"Ele está subindo, os entulhos que caíram em cima dele estão dando um pouco de trabalho."

"Coisa boa que ele perdeu seu raciocínio, senão, ele poderia apenas se transforma em algo e escapar facilmente."

"Você não deveria fazer isso, senhorita Zatanna." Avisou Starfire.

"O quê?" Perguntou ela confusa.

"Falar frases como essa, o pessoal me avisou que dá má sorte."

"TUMMMMM!"

O destino escutou, e da nuvem de poeira, um bando de morcegos voou para alto na direção delas. Raven tomou a frente e conjurou uma esfera de energia as protegendo dos morcegos.

"Viu, má sorte" Suspirou Starfire.

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Estamos andando pela Estrada do Nada a algum tempo, pelo menos é o que sinto, o conceito de tempo aqui é bastante estranho, então pode ter se passado meia hora pelos meus cálculos, ou apenas um minuto, é difícil saber, já que nem mesmo Xanadu ou os outros conseguem dizer.

Durante esse tempo, Xanadu contou a história de Caim.

Uma história simples, mas também complicada.

Depois de milênios vagando pelo mundo, Caim começou a procurar formas de acabar com sua vida imortal, claro que ele não teve sucesso, já que quem colocou a maldição nele foi o Criador de tudo que ele usou para conseguir se livrar dessa maldição.

Então ele encontrou com o Sonho, outro dos Endless, irmão da própria Morte e senhor do sonhar.

Não se sabe o que aconteceu nessa reunião, mesmo o Sonho não podia tirar a imortalidade de Caim, mas podia dar um local para ele encontrar um pouco de paz no seu reino, só que Caim, estava ligado à Terra, e isso o impedia de ir para o sonhar.

Sonho, não podia remover sua imortalidade, mas ele podia burlar algumas regras, então com seu poder, ele separou Caim em duas entidades.

Uma delas, era o próprio Caim, um humano imortal com a marca dada pelo próprio criador.

O outro, era o vampiro, uma criatura de puro mal, que só se preocupava em criar destruição.

Para que esse lado sombrio não fosse solto na Terra, Sonho alterou a realidade, e selou o primeiro vampiro no corpo de um vampiro recém transformado, Andrew Bennett, os tornando um, sendo duas faces da mesma moeda, assim enquanto Andrew estivesse vivo, o Caim não seria libertado.

Como um dos Caim estava na Terra, o segundo Caim estava livre, e fui para o Sonhar, aonde Sonho, o deu a Casa dos Segredos para ele morar, um local aonde fica uma biblioteca bem peculiar, uma biblioteca que contém todas as histórias não escritas da humanidade, todas as histórias dos seus sonhos.

E esse Caim serve o Sonho até hoje em sua casa.

"Por isso o feitiço do Constantine não deu certo, porque o Caim vampiro e o Andrew são a mesma pessoa!" Ligo os pontos sobre algo que me incomodou.

Constantine usou um feitiço bem desagradável para matar Andrew, o feitiço depois deveria matar todos ligados a ele, mas isso não aconteceu, já que Mary não morreu. Isso deveria ter acontecido mesmo se Caim tivesse sido libertado, mas como Caim também é Andrew, ele tecnicamente não morreu.

"Isso, o feitiço de Constantine nunca iria funcionar, já que é impossível matar Caim." Concordou Xanadu, após eu contar o que ele tentou fazer.

"Eu não sabia dessa história antes, se soube-se, não teria tentando matar ele."

"Mas como você sabia que o nosso Caim, não tinha a marca?" Pergunto para ele.

"A uma lenda circulando a muitos anos atrás, que Caim encontrou uma entidade poderosa, e ela ajudou a remover a marca." Explicou ele.

Parece que a história real se transformou na lenda que Constantine sabe hoje, mas isso também levanta outra pergunta.

"Madame Xanadu, como você sabia dessa história então?"

Sei que ela é antiga, mas duvido que ela estava com Caim e Sonho no momento ou que eles contaram para ela.

"Você pode me chamar apenas de Xanadu." Começou ele, me dando um olhar gentil.

Do meu lado, Constantine olhou para mim com cara feia por algum motivo que não me importo de descobrir.

"Mas quem me falou disso tudo foram os Senhores de Ordem, sou uma das agentes deles no plano terreno, minha obrigação como agente, é proteger a magia." Contou ela.

Os Senhores da Ordem, outro grupo de entidades superpoderosas com quase total controle sobre a magia, e sempre em briga com os Senhores do Caos, mantendo o equilíbrio cósmico.

Muita informação foi bombardeada em mim agora, mas pelo menos, tudo foi respondido.

[Estamos chegando.]

"Com você sabe?" Pergunto para Boston.

[É um das minhas habilidades, posso viajar para qualquer lugar ou plano.] Explicou ele.

"Por isso que ele veio conosco, ele é melhor que ninguém para se viajar entre os planos." Explicou Xanadu.

Acredito nela, por que mesmo ele falando que estamos chegando, nada mudou para mim, só vejo a mesma coisa ao meu redor, escuridão e nada.

"Você não vai encontrar nada usando apelas seus olhos, você tem que usar seu terceiro olho, ou tudo vai parecer uma grande sopa de cores." Guiou-me Constantine, entendendo minha confusão.

"Sopa de cores? Tudo que vejo é nada." Digo surpreso.

Todos param, e olham para mim.

"O quê?"

"Você não vê o grande número de cores girando ao nosso redor?" Perguntou Xanadu.

"Não, para mim, não há nada a nosso redor, tudo aqui é apenas vazio, sem cores, sem ar, sem tempo ou espaço, apenas o nada." Explico o melhor que posso.

Por algum motivo, eles continuam olhando para mim como se eu fosse um animal raro num circo, não gosto disso, então continuo andando a frente, os deixando para trás.

Pode ser que eu veja esse lugar diferente deles por que tenho esses olhos especiais que podem ver através das coisas, e frustrantemente, não encontro nenhuma informação sobre eles, pelo menos não detalhada.

[Pare, você está de frente para entrada!] Boston grita, e eu paro.

Os três se juntam a mim, e Xanadu toma a frente.

"Vamos." Diz ela.

Todos andaram, e tudo ao nosso redor mudou.

Se antes tudo era nada, agora estamos numa tela em branco.

Essa dimensão branca tem uma luz bem fraca, e um pouco mais a frente, vemos perfeitamente um homem sentado no chão com as mãos abraçando suas pernas com o rosto entre elas.

Ele está sem camisa, mas pelo cabelo negro com mecha branca, sabemos muito bem quem é ele, Andrew Bennett.

Nos aproximando, e Xanadu tomou a frente mais uma vez se abaixando e colocando a mão no ombro dele gentilmente.

"Andrew Bennett, você precisa acordar." Pediu ela, em voz baixa.

Andrew, não se move.

"Ei cara, se você estiver bravo por que eu ter te matado, lembre-se que foi você que pediu." Tenta o idiota.

Mas Andrew não se move.

"Não a o que fazer, aqui ele não tem voz ou pensamentos, temos que o levar." Diz Xanadu se levantando.

"E como vamos fazer isso? Não é uma tarefa fácil mover um ser para fora dos planos sobrenaturais, acredite em mim, eu já tentei." Constantine deve estar se referendo a alma inocente que ele deixou cair no inferno, uma história bem conhecida do passado dele, a face de dor dele confirma isso.

"Por isso, eu trouxe um filho do submundo comigo." Sorriu Xanadu para mim.

"Xanadu, isso está muito, muito acima de mim no momento."

Na verdade, nem sei por onde começar, não é só arrastar ele para o lado de fora?

"E é por isso, que a dois feiticeiros mestres aqui." Sorriu ela de novo.

Entendo, eles têm o conhecimento e eu a habilidade.

"Temos tempo para isso?" Pergunto preocupado com as coisas que estão acontecendo do lado de fora, e também não sabendo o quanto isso vai demorar.

"Não se preocupe com o tempo, ele passa de forma diferente aqui, tudo que você tem que fazer é nos seguir, você já tem as habilidades natas para manipular almas, vamos apenas as guiar." Confirmou ela.

Odeio mexer com almas, mesmo tendo uma espada cheia delas.

"Tubo bem, vou seguir você, não ele!" Deixou bem claro isso, apontando meu dedo para Constantine.

"Você é sábio para sua idade, Pequeno Cavaleiro Negro." Ri ela.

E assim, a operação de salvamento num lugar que não faço ideia onde seja começou.

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O céu se tornou território dos morcegos, milhares deles cobriram as nuvens como uma tela negra móvel.

Esses morcegos não eram apenas Caim, como todos os vampiros que ainda estavam vivos nessa parte da cidade, que sobre o controle inconsciente de Caim, se juntaram ao corpo dele no ar.

"Não vamos conseguir parar isso." Falou Zatanna.

Com esse movimento, os efeitos da energia vermelha de Caim ficaram mais fortes, as forçando a parar de voar, as três agora estão num telhado, olhando para cima.

A tela negra então se moveu, caindo na direção delas como uma cachoeira. Por conta da quantidade e número, os morcegos estavam se movendo bem lentamente, tomando uma forma inesperada.

Poucos segundos depois, uma mão feita de morcegos agrupados com os dedos bem abertos e mais de quarenta metros de largura e comprimento envolvida pela energia vermelha se aproximava cada vez mais do chão.

Era uma cena assustadora e desesperadora, tudo isso acontecendo num mundo de escuridão tingindo de vermelho.

"Vamos atacar juntas, irmãs!" Gritou Starfire para animar elas, mas suas mãos levantadas brilhavam com uma luz verde bem fraca.

Starfire foi tão drenada, que seus starbolts nem mesmo podem mais ser liberados.

"Eu cuido disso!" Gritou uma voz de longe.

O Lanterna Verde, veio voando como um cometa e parou bem abaixo da mão gigante. Ele apontou seu anel para cima, e disparou seu feixe de energia verde transparente.

O feixe no ar começou a se expandir formando a mesma forma da mão de Caim, com o mesmo tamanho, e às duas se chocaram no alto.

"CLAPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPP!"

O barulho causado pelo choque foi como um bater de palmas de um gigante.

E para surpresa das três mulheres olhando abaixo, às duas mãos gigantes explodiram no ar, mas diferente da construção do Lanterna, os morcegos não foram destruídos e só perderam a forma, e talvez bravo com outro inimigo que chegou o parando, Caim desceu toda aquela massa de morcegos para o chão sem tomar nenhuma forma, um enxame de morcegos caindo do céu como chuva.

Zatanna levantou sua varinha para o alto, pronta para dar tudo de si, e talvez parar seu inimigo a um grande custo.

Raven fez o mesmo, abaixando a cabeça usando sua verdadeira forma que mudou a cor natural branca do seu corpo, mas com toda a atenção em Caim, ninguém percebeu isso.

Starfire não tinha mais muita energia, mas isso não desanimou ela, ainda podendo voar foi o bastante para não minar seu espirito.

O enxame desceu destruindo os andares superiores dos maiores edifícios primeiro, descendo lentamente causando pura destruição.

"Isso acaba agora!"

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Finalmente voltamos para à Terra fazendo o caminho contrário e saindo pela carta que Xanadu, deixou na rua.

Foi uma viagem calma, a não ser pela última cena, aonde vimos uma mulher longe, tão longe que minha visão aumentada não captou muitos detalhes dela, a não ser pela forma que ela estava nos dando tchau dando pequenos pulos de alegria. Ninguém presente tem uma visão como a minha, e mesmo com ela eu só podia ver a pessoa como um pequeno ponto, então contei para os outros achando a cena bem divertida.

Até que Xanadu me contou que a pessoa era provavelmente a Morte.

[Nossa, as coisas estão feias.]

Olho para o céu, e concordo com Boston, as coisas estão realmente feias.

Não vejo nenhum herói próximo, eles com certeza estão ocupados.

"Eu posso o sentir." Falou o ressuscitado Andrew Bennett, usando apenas calças jeans azuis do nosso lado.

Tecnicamente, era para que no momento em Andrew, viesse para essa realidade, Caim fosse selado de novo, mas como trapaceamos para o trazer de volta, ele tem que empurrar Caim sozinho pela porta, pelo menos foi isso que Xanadu explicou, mas de acordo ela, Andrew agora não é inferior a força de Caim.

"Bem, essa cidade com certeza é a pior."

"Constantine, só quem é de Gotham, pode falar mal de Gotham, então cale a boca!" Grito com ele.

O tempo passou de forma bem estranha, então ficamos um bom "tempo" juntos, e Constantine não conseguiu mudar minha opinião sobre ele, na verdade, só piorou, mais ainda.

"Eu tenho que ir." Voltou a falar Andrew, olhando para uma onda de morcegos destruindo Gotham.

"Vá então Andrew Bennett, cumpra seu destino." Encorajou Xanadu.

Asas cresceram nas costas dele, quatro asas de morcego, e Andrew voou na direção norte.

" Pequeno Cavaleiro Negro e Boston, vamos o seguir para ver se tudo vai correr bem, Constantine." Ela olhou diretamente para ele.

"Não faça nada, absolutamente nada." Avisou.

Xanadu tirou uma carta de seu vestido e a jogou no chão, a carta cresceu, ficando com dois metros de altura, e um e meio de largura.

"Suba, vamos." Gritou ela comigo, pulando em cima da carta.

Fiz o mesmo, e a carta começou a voar na direção que Andrew foi, com Boston do nosso lado.

"Isso acaba agora!"

Rugiu Andrew no ar olhando para os morcegos, que não pararam.

Abaixo, pude ver Raven, Starfire, Zatanna e o Lanterna Verde, fiquei muito aliviado em ver todos bem aqui.

Andrew, levantou sua mão para o alto, e ordenou.

"Do Pó, Ao Pó!"

Assim, como num passe de mágica, todos os morcegos se transformaram em poeira que caio como chuva na cidade.

No meio de toda essa poeira, Caim surgir na sua forma monstro envolvido por sua energia vermelha voando com suas longas asas na direção de Andrew, e assim que ele se aproxima demais, Andrew aponta para ele.

"BLOMMMMMMM!"

Foi uma explosão de energia, do mesmo tipo que Caim já usou antes, mas a diferença, é que a de dele é vermelha, e a do Andrew é azul-celeste brilhante.

Caim cai no chão com seu corpo todo queimado.

"TRUMMM!"

Andrew, lentamente vai até ele na estrada. E para minha surpresa, Caim volta a sua forma humana e olha para Andrew com puro ódio.

"Você, o que eles fizeram com você na outra vida!?" Perguntou ele confuso e com raiva.

"Eu sou o seu contrário, então devolvi tudo que você roubou." Explicou ele.

É verdade, sinto a mana no ar voltando ao seu normal.

"Não importa, seus grandes poderes são finitos, e eu sou eterno, você não pode me matar!" Gritou Caim.

"Não posso, mas posso te devolver para onde você pertence!" Andrew, estendeu seu braço, e um pouco da poeira que ainda está caindo se transformou numa espada na sua mão.

Ele bateu suas asas, aparecendo no chão atrás de Caim, que teve sua cabeça cortada.

Não houve mais palavras, o corpo de Caim se transformou em poeira.

"E tudo volta para seu devido lugar." Diz Xanadu.

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Então Caim foi embora, deixando para trás uma bagunça de proporções bíblicas.

Assim que batalha acabou, toda a equipe se reuniu de novo, fiquei imensamente feliz por saber que todos estão bem, mas a situação das roupas deles me fez rir, e eles também riram do buraco na lateral da minha armadura.

A reunião não durou muito, Batman começou gritar suas ordens, nos separando para ajudar a procurar e mover feridos, foi quando conheci o Flash, o cara era legal, e tão rápido, que eu nem podia ver ele correndo.

Andrew Bennett, não ficou para receber os louros da vitória, ele disse que sua raça já fez o bastante, então seu corpo de transformou em névoa e ele voou para longe, também não ouvimos falar de John, mas como não encontramos o corpo dele, o velho deve estar bem.

A Madame Xanadu, não ficou para ajudar, após se despedir da Zatanna, ela veio até mim e me deu um beijo na bochecha, fazendo a boca do Kid Flash que viu tudo ficar aberta como num desenho animado. Antes de ir, ela me contou como eu poderia a encontrar se precisasse.

Ainda tenho que perguntar por que Xanadu é tão boa comigo para a Zatanna, mas isso pode esperar.

Boston também não ficou, não havia muito o que ele pode-se fazer aqui, antes de sair, ele me falou uma forma de entrar em contato com ele também, o bom dessa confusão toda, acabei ganhando um novo amigo.

O último problema foi Mary, não encontramos ela, e tenho certeza que a maldita Rainha ainda está viva e bem, e vai dar trabalho no futuro de novo.

Então, aqui estou eu, sentando nos entulhos do que sobrou de uma casa ou loja.

"O que você quer, Constantine?" Pergunto para o feiticeiro inglês, na estrada na minha frente.

"Só quero dizer que minha parte no trato foi oficialmente cumprida, vou embora, tomar um belo banho, e talvez conseguir uma prostituta." Contou ele, na maior cara de pau.

"Suas palavras sempre são belas."

Ele acena, da meia volta andando pela estrada.

Sei muito bem porque ele veio aqui, é um aviso, ele está me lembrando que vai cobrar no futuro a minha parte.

Sempre tento cumprir minha palavra, mesmo não tendo um contrato mágico ligado a ela, para provar isso, tenho uma promessa que fiz para o fim da luta que devo cumprir a todo custo.

Uso o movimento das sombras aparecendo atrás de Constantine e seguro seu ombro.

"Oque?" Viro o corpo dele para mim o pegando de surpresa.

"BLOMMMMMMM!"

Acerto um soco com toda minha força no rosto dele o fazendo girar no ar e entrar de corpo inteiro num carro do outro lado da rua.

Ele está vivo, vi perfeitamente uma proteção magica o envolvendo, mas com certeza quebrei alguns ossos.

"Agora, eu preciso de umas férias." Digo por fim sorrindo de felicidade, nunca gostei tanto de dar um soco.

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Num dos becos, um pouco depois da morte de Caim, Mary, está se arrastando no chão na sua forma nua para longe da confusão toda.

Suas pernas foram religadas, mas elas ainda não se curaram o bastante para poder andar.

"Mary." Chamou ele, uma voz que ela reconhece muito bem.

Mary fez força virando seu corpo para olhar Andrew Bennett, parado no beco, sem camisa.

"Você está vivo, isso com certeza é um novo truque." Ri ela.

Andrew, se abaixa e a ajuda a ir até à parede do beco, aonde ela fica sentada encostada.

"Então, os bonzinhos ganharam?" Perguntou ela.

"Sim." Respondeu ele.

"Ótimo, eu não queria viver num reino sem humanos, ou sem ser rainha, seria muito chato."

"Você está morrendo, Mary." Contou Andrew.

"Até mesmo a cura de um vampiro tem um limite, mas eu só preciso de uma coisa antes de ir embora." Pediu ela, olhando-lhe com seus olhos molhados cheios de lagrimas.

Andrew não pode se controlar, e tocou o rosto de Mary gentilmente.

"O oque você precisa?" Perguntou ele.

"Seu sangue!" Gritou ela em resposta.

Mary juntou todas suas forças num ataque, mirando no pescoço dele.

"Pam!"

Uma bala atravessa a cabeça de Mary vinda do lado.

No fim do beco, John, amigo de Andrew, está segurando um rifle velho, que ele abaixa quando vê o corpo de Mary se transformar em poeira lentamente no chão.

"Não deveria ser você." Disse o velho, nada feliz com essa morte, já que ela fez seu amigo sofrer.

Andrew ficou por alguns momentos olhando para a poeira no chão.

"Obrigado, eu realmente não achei que poderia." Agradeceu ele.

O motivo para ele vir aqui, era exatamente lidar com Mary, ele estava quase fazendo isso no ataque dela agora, um pouco antes de John acabar com tudo para ele.

"Vamos Andrew, vamos beber."

"Sim, vamos." Aceitou Andrew.

Antes de se levantar, ele moveu sua mão em cima do que sobrou da Mary, a poeira se juntou e se transformou numa bela urna branca, que Andrew pega antes de ir embora.