Grio andava com um sorriso assassino em seu rosto, assim que viu algumas pessoas olhando em volta da floresta partiu para o ataque. Mas, nesse momento seus olhos captaram algo estranho, a cidade que deveria estar mais ao longe havia sumido.
(Que merda e essa? Deve ser coisa dele. Estranho, ainda sinto que ele esta a frente em algum lugar!)
Grio sacudiu a cabeça, o que estava acontecendo não era problema dele. Ele caminhou mais a frente, seu trabalho era matar qualquer os desgarrados e ele faria isso com todo prazer do mundo.
"Que droga! Que houve?"
"Você me pergunta!? como vou saber merda?"
"Parece que tem uma parede aqui!"
Muitas vozes apareceram assim que ele se aproximou mais do local onde ficava a cidade. A confusão entre as pessoas era como um bando de filhotes sem os pais. Um sentimento sádico brotava de seu âmago, como seria os rostos de desespero deles?
Grio avançou ainda mais rápido, o barulho de suas patas começou a aumentar, agora todos poderiam ouvir algo chegando. Pela floresta ele veio rapidamente, com um grande salto pousou sobre um carroça.
As pessoas lá olharam em choque, suas bocas se abriram para gritar, mas não houve tempo. O corpo armadurado dele projetou espinhos de cristal por todo seu corpo, eles passaram pelos corpos humanos com se fossem feitos de folhas de papel.
Mas ainda não acabou, sua mana fluiu e os os espinhos começaram a rodar, abrindo buracos ainda maiores nos corpo, e disparam em todas a direções.
As pessoas correram, pularam ou tentaram se esconder, mas com pouca sorte, os que estavam mais perto foram o perfurados, braços ou pernas para os mais sortudos, cabeça, peito ou barriga para os azarados.
"Merda!"
Um guarda gritou, ele era muito mais bem equipado do que a maioria, sua armadura era um peitoral de metal assim com suas braçadeiras e tornozeleiras, um elmo metálico protegia sua cabeça tendo apenas uma fresta para os sua visão, em sua frente ele usa um grande escudo de ferro que tinha dois grandes espinhos de cristal presos nele e um deles tinha atingido sua coxa.
Grio sorriu bestialmente, o homem havia aguentado seu ataque, estava claro que ele não poderia correr com sua coxa perfurada daquele jeito. O homem sacou sua espada com sua mão direita e esperou.
Grio saltou da carroça de corpos e avançou contra o homem, suas garras dianteiras se alongaram e ficaram cristalinas. Ele iria corta-lo junto com seu escudo, o homem sorriu por de trás do escudo e elmo e bateu a espada escudo.
Por de trás dele uma figura apareceu, magra e coberta por um manto, Grio não conhecia mais se lembrou de alguém que havia matado recentemente, alguém que o chamava de cão.
A figura começou a fazer gestos com as mão esquerda enquanto segurava uma varinha com a direita. Palavras confusas caíram nos ouvidos de Grio, mas mesmo que não entendesse não quer dizer que não sentia perigo.
Mas era tarde para mudar de trajetória, uma e esfera de fogo acertou Grio, um explosão de fogo poeira engoliu seu corpo. O guarda segurou seu escudo com mais fervo do que nunca para se proteger e a maga logo atrás.
Maga cerrou os olhos para ver melhor na poeira, essa tinha sido sua magia mais forte e mais ainda por ser a queima roupa. Contudo, assim que sua visão pegou algo, um longo cristal saiu do chão contra seu peito empalando ela.
O guarda olhou incrédulo quando o grito de agonia dela soou. Logo mais a frente uma figura estava parada de uma maneira quase literal, era uma estátua de cristal na imagem da pantera, que começou a quebrar. Revelando um corpo marcado pelas chamas, mas mais ainda um olhar enfurecido.
(Merda, merda, merda! Isso quase me matou mesmo!)
Seu corpo cristalino começou a rachar enquanto ele se movia, das suas patas dianteiras a esquerda havia sido destruída então ela era um tipo de prótese de cristal agora. Seu olho esquerdo tinha ficado queimado, limitando seu campo de visão.
A raiva brotando de seu estado atual era quase palpável para os sobreviventes ao redor. Isso era especialmente para o guarda logo a frente, suor escorria de seu rosto sob o elmo enquanto o unico olho da fera o encarava.
"Sem mais brincadeiras, morram logo!"
Ninguém no local entendia o que uma besta magica poderia falar normalmente, não que isso o interessasse. O guarda a frente fez uma menção falar algo, mas era tarde, Grio bateu suas patas no chão e algo como um pilar de terra surgiu debaixo do guarda o elevando.
Com movimento de bater no chão Grio saltou sobre o guarda no pilar e abaixo de suas patas uma grande rocha se formou. A pressão do movimento do pilar e o cristal ainda atravessando a perna do guarda o impedia de tentar pular, no fim seu destino foi ser esmagado entre a rocha e o pilar como um inseto sobre as botas de alguém.
Grio ficou no topo da rocha enquanto o sangue escorria pelas pedras. As pessoas em volta ficaram em choque, mas apenas por um instante. Em um segundo eles todos começaram a correr com todas as forças para o mais longe possível da fera, eles derrubam, caiam e jogavam tudo que fosse pesado fora, não importava desde que pudessem fugir.
Aquilo era um deleite para ele, mas não tirava o gosto ruim do próprio estado atual ao qual se encontrava. Grio saltou em direção ao maior numero de pessoas e com um rugido soltou uma chuva de rochas sobre eles.
As rochas caíram como raios, esmagaram, rasgaram e perfuram os corpos das pessoas em fuga. Os coitados que ficaram presos sob elas tiveram pouco tempo para lamentar já que mais e mais rochas caíram sobre eles, o sons de carne esmagada foi ouvido por todos.
Ninguém escaparia dele, nem uma única pessoa poderia escapar dele. Mesmo os mais corajosos, ou que viram que não poderiam fugir e voltar a lutar, morreram como gado sendo abatido.
Enquanto rasgava um qualquer que se aproximava dele Grio olhou para onde a cidade ficava, aquela sensação de que Vantru estava la era forte, mesmo que não o visse. Ele não entendi essa sensação, era como uma corrente que ligava eles.
(Um dia eu vou dar um jeito de me libertar! Mesmo que eu morra tentando)
Sua determinação queimava como uma chama infernal em seu interior, mas sabia que não podia fazer nada agora. Mais uma pessoa o atacava, um guarda qualquer.
Ele apenas pisou no chão, os pés do guarda ficaram preso a terra e quando olhou para cima viu as mandíbulas dele em sua frente. O pescoço do guarda e sua cabeça foram arrancados e mordidos por Grio.
Nenhuma daquelas pessoas era pare-o para ele, aquela maga o pegou desprevenido e isso não aconteceria de novo.
Uma pressão o atingiu repentinamente, um calafrio subiu por sua espinha. Seu único olho bom se voltou para onde ficava a cidade, uma forte onda de mana saiu de lá, mas o que mais o deixava assustado era a sede de sangue, a mais pura intenção assassina.
Toda fera, especialmente as magicas, podem emitir uma intenção agressiva. Normalmente era para deixar os intrometidos fora de seus assuntos, mas aquilo era uma vontade de matar agressiva.
(Isso e ele?! como alguém tão jovem pode ser tão forte e ainda poder emitir isso?! nem meus pares mais velhos conseguem... que tipo de monstro e você?)
Sua visão repentinamente voltou para o seu local atual, mas algo o incomodava. Nenhuma das pessoas que ainda estavam vivas pareceram notar aquilo. Era como se somente ele pudesse sentir.
A marca em sua alma queimava fortemente ao sentir a intenção assassina de quem a colocou, sem nem saber disso Grio partiu para terminar o que tinha começado. Os sobreviventes morreram sem dificuldade.
Não havia como escapar de uma fera magica, muito menos uma que estava com fome de matar. Naquela noite ele se sentaria em um campo de rochas com cadáveres sob seus pés.