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Chapter 32 - Viagem Astral

─ Claro, só preciso encontrar o livro e retorno imediatamente. ─ ela está se concentrando para realizar a viagem astral, com a ajuda de seus amigos, que passam energia para o seu corpo e mentalizam, visualizando-o subindo.

─ Sua consciência está em seu corpo astral, sua consciência está em seu corpo astral, sua consciência está em seu corpo astral… ─ Alan e Soraia repetem esta frase infinitamente em voz baixa.

Amanda está se concentrando no exercício que a fará se projetar, após controlar a sua respiração, ela imagina-se deitada dentro do cesto de um balão que sobe sem parar enquanto repete infinitamente a frase; minha consciência está em meu corpo astral…

Depois de dez minutos, ela sente o seu corpo sacudir por inteiro, ela mantém-se relaxada pois sabe que está perto de sair do corpo. Esta sacudida faz parte de um dos bloqueios para evitar que consigamos realizar a Viagem Astral. Depois de mais uns 5 minutos, finalmente se vê flutuando e se aproximando do teto da sala. Ela vira-se para baixo, vê o seu próprio corpo e o de seus amigos, ela vê inclusive o cordão de prata que sai da sua testa no corpo físico e liga-se a nuca do seu corpo espiritual. Ela consegue ver também a energia emanando das mãos de Alan e Soraia e sendo absorvida pelo seu cérebro.

─ Amparador, preciso da sua ajuda! Por favor, preciso encontrar o livro escrito por esta caneta. ─ ela pede ajuda a um amparador, apenas se concentrando nele.

─ Onde este livro está, não é seguro para você. ─ o amparador desce atravessando o teto da sala, lentamente. Ele é um senhor japonês já com a idade bem avançada.

─ Eu preciso muito ir até ele, muita coisa está em jogo! Por favor me ajude!

─ Técnica projetiva muito interessante. Geralmente nós ajudamos as pessoas a realizar a viagem astral desta forma! Me diga uma coisa, você conhece o livro? ─ o projetor observando os amigos dela passando energia para o seu corpo.

─ Sim.

─ Concentre-se bem nele. ─ apontando as duas mãos para ela e envolvendo o seu corpo com uma quantidade enorme de energia.

Imediatamente os dois vão desaparecendo e reaparecem dentro de um corredor de um apartamento…

─ Eu não posso ficar aqui, nem você pode. ─ o amparador fica imóvel enquanto ela vai voando lentamente e observando o número do quarto na porta.

─ Tudo bem, eu volto rapidamente se algo perigoso acontecer. Muito obrigado mesmo por me ajudar! ─ ela acena, se despedindo, enquanto ele desaparece ao juntar as duas mãos e abaixar a cabeça em reverência.

Amanda entra atravessando a porta e vai enfiando a cabeça pelas paredes, cômodo por cômodo. Ela finalmente vê o nome do hotel em um roupão de banho, e o lê em voz baixa. ─ Palácio de Copacabana! ─ logo em seguida, sente a presença do Mestre das Sombras caminhando na varanda, ela vai diretamente para lá e fica escondida atrás da parede, ouvindo o que ele está falando ao telefone.

─ Presta atenção no que eu vou falar! Agora que recuperei o meu poderoso medalhão podemos em fim dar início ao nosso plano, ativar o Portal da Última Sombra! ─ ele está observando a praia que a esta hora do dia está lotada. Na cama, bem atrás dele dá para ver a sua mala pronta. ─ Vou tomar um banho e seguir para o esconderijo, leve as cinco crianças para a abertura do primeiro portal! ─ ele desliga.

─ Ela já está fora do corpo. ─ Soraia ao observa os olhos fechados dela se mexendo.

─ A esta altura ela já deve estar vendo onde está o livro. ─ Alan. Os dois então relaxam, retirando as suas mãos da cabeça dela.

Amanda olha para a mala encima da cama e consegue ver o livro dentro dela, devido à vontade de encontrá-lo, ele está envolto de energia branca assim como a caneta plasmada do seu pai também está na sua mão. Ela observa o Mestre das Sombras, que está enrolado na toalha de costas, mas ele parece sentir alguma coisa e olha na direção dela, e depois caminha como se estivesse olhando para ela, que acaba despertando com o susto.

─ Temos que ir agora, pois ele está se preparando para partir! ─ Amanda levanta-se e liga para pedir um táxi.

─ Eu vou pegar as minhas coisas. ─ Soraia corre para o seu quarto para se aprontar.

─ Partir?! Ele disse alguma coisa? ─ Alan correndo atrás dela.

─ Algo sobre ir para o esconderijo, envolve crianças e alguma coisa sobre o Portal da Última Sombra, primeiro portal… ─ ela fica gesticulando enquanto vai se lembrando das coisas.

─ Eu não acredito! Haverá mais mortes de inocentes? ─ Alan passa as mãos na cabeça e depois vai se preparar também.

─ Pronto, o táxi já está nos esperando lá embaixo. Chame a Soraia e vamos descer logo, é melhor estarmos preparados para recuperar o livro do meu pai, pois o inimigo é um bruxo muito poderoso! ─ Amanda ao descer as escadas da mansão.

Em quanto isso, em uma igreja muito bonita…

─ Por favor padre, o senhor não pode fazer isso comigo! O que eu vou dizer na minha comunidade? Estão todos esperando por essa água sagrada e eles esperam que o senhor benza a água pessoalmente viu?! ─ Almir tenta arrumar água benta com o padre pouco antes da missa, Francisco está com ele.

O padre que já possui uma idade bem avançada, não parece muito disposto a arrumar a quantidade de água pedida.

─ Padre, as mulheres da nossa comunidade estão preocupadas com essa crescente onda de violência, isso só pode ser coisa do… ─ ele aponta para baixo enquanto faz uma careta horrível. ─ … por isso padre é que elas precisam da água benta, para trazer um pouquinho de paz para seus lares. ─ Francisco, tentando convencê-lo.

─ Eu prefiro que elas venham aqui semana que vem com os seus familiares e tragam um frasquinho, ou comprem aqui mesmo em nossa paróquia, assim é muito melhor. ─ ele vai virando as costas quando…

─ Pois é justamente isso que a maioria pensa em fazer semana que vem, só que elas estão com medo, o senhor sabe como são as mulheres, não é? ─ Almir.

─ Por favor padre! ─ Francisco de joelhos, enquanto isso Almir faz pose com as mãos como se fosse rezar e ainda fica olhando para a imagem de cristo que está dentro da igreja.

─ Tudo bem, pode pegar a vasilha que transportarão a água sagrada. ─ o padre percebendo que não está conseguindo livrar-se dos dois chatos, acaba cedendo à pressão.

─ É para já, pega lá no carro a vasilha. ─ Almir.

Quando o padre vê o Francisco chegando com a vasilha, ele arregala os olhos, pois é um galão daqueles de azeitona enorme.

─ Meu Deus! Eu já vi de tudo durante estes anos todos de devoção, mas isso já é loucura!

─ Aqui está. Ops! ─ Francisco meio atrapalhado tropeça, mas não cai. ─ Quase que eu fui para o chão, ufa!

─ Onde eu pego a água para encher? ─ Almir.

─ Eu não vou benzer isso tudo de água não, mas nem pensar!

─ Por favor padre. ─ Almir

─ A água benzida, não é água para beber ou tomar banho! ─ o padre sobe os degraus do altar da igreja.

─ Não podemos voltar sem esta água benta! ─ Francisco se aproximando do padre.

─ Quem disse que lhes deixarei sem proteção? ─ o padre enche uma garrafinha plástica com água benta da bacia da igreja.

─ Esta água é especial, ela foi benzida por sete missas consecutivas. Hoje na oitava eu costumo benzer os fiéis com ela e muitos são agraciados pelas benções divinas. ─ ele dá a Francisco a garrafa.

─ Será que o senhor poderia me dar uma garrafa também? ─ Almir se aproximando do padre.

─ Se me prometer que vai me deixar prosseguir com a missa. Meus fiéis já estão ficando impacientes.

─ Claro padre. Me desculpe, eu não queria causar transtornos. ─ diz, enquanto observa ele enchendo outra garrafa.

─ Apenas molhe a ponta do dedo e encoste na testa das pessoas, já será o bastante para que recebam o toque sagrado do divino. ─ lhe entregando a garrafa.

─ Muito obrigado! Sete missas? Então esta água benta seria sete vezes mais forte que uma benzida apenas em uma? ─ Almir pergunta curioso.

─ Você precisa entender que a água benta verdadeira é só aquela benzida por um santo! Esta água de sete missas, possui um poder semelhante a ela. Agora vão com Deus, eu preciso começar a missa.

─ Mas o senhor é santo, então o poder da água sagrada é muito mais forte! ─ Francisco muito eufórico.

O padre chega perto deles e diz bem baixinho…

─ Na Terra pouquíssimos foram santos de verdade. É melhor pensar nisso como uma condição humana, por exemplo; aqueles coroinhas estão santos, mas daqui alguns anos, quem sabe não é mesmo?! Só Deus sabe meu filho! ─ cochicha próximo dele.

─ Tudo bem padre, somos todos seres humanos. ─ Almir cochicha também.

─ Por isso, meu coroinha mais jovem benze a água junto comigo. Ele tem vocação e devoção verdadeira, muito profunda para com o nosso Deus. Com seus 10 anos, nunca pronunciou nem um palavrão se quer e nem deseja mal a ninguém, ao contrário. Se nele não se encontra o verdadeiro estado para ser reconhecido como um santo… eu não sei mais em quem poderia se encontrar! Espero vê-los na missa em breve meus filhos. ─ o padre indo até o meio do altar, onde está o cálice para iniciar a sua missa.

─ Será um pouco difícil, estaremos ocupados combatendo o mal por estes dias. ─ Almir observa o pequeno coroinha, aperta bem o seu frasco de água benta, antes de virar-se e seguir em direção a saída da igreja, ao lado do seu amigo.

─ Meu filho, não vai levar o seu galão vazio?

─ Não padre, pode ficar com ele. ─ acenando com a mão direita.