Seu nome é
Ela olhou para ele, suspirou alto, e respondeu:
— Por que se importa?
— Bem...
— Look, você ia tomar a culpa por mim, e por isso eu te ajudei. Não estamos devendo nada um ao outro.
— Eu só fiquei intrigado com você.
Eu só fiz uma pergunta. Calma, garota.
— Agora eu estou mais preocupada ainda.
Gabriel quis soltar uma leve risada, mas se segurou.
— Eu não sou nenhum estranho, eu tenho cara de estuprador ou algo do tipo? Digo, você deve ser mais forte que eu. Eu acordei faz menos de um mês.
— Isso explica muito, você deve estar sem grupo também então, certo?
— Não, na verdade, eu tenho um grupo sim.
— Quê? Eu tô aqui faz dois fuckings anos e não arrumei absolutamente ninguém.
Acho que eu realmente devo ficar feliz com minha sorte. As coisas estão melhor do que parece.
— Eu tenho a minha história, se você quiser escutar.
Ela olhou para ele, abriu um sorriso e disse:
— Okay, conte.
Gabriel explicou tudo desde que acordou, a garota, apenas olhou, com um rosto neutro.
— Eu conheço um lugar para você comprar seu malho. — foi a única coisa que ela respondeu sobre tudo.
— Onde?
— Mas eu só conto se você fizer algo em troca.
Bom demais para ser verdade, né? Mas talvez seja uma boa ideia escutar o que ela quer, ela não parece ser alguém ruim.
— O que?
— Eu quero que você me apresente ao seu grupo, eu sou uma guerreira.
— Eu não sou o líder nem nada, não posso garantir que você entre, você sabe, não sabe?
— Sim, eu prestei atenção na sua história, quero falar com Larissa e ver no que dá.
— Okay, temos um acordo. Onde vende o malho?
Ela sorriu, levantando e apertando sua mão, o puxando para levantar também.
A medida que eles se aproximavam do local, Gabriel ficava com mais medo. Atualmente, eles estavam subindo uma ladeira. A mesma ladeira que Gabriel subiu para vender a armadura.
Estava um silêncio estranho após o bom momento que os dois tiveram, as únicas palavras que saíam da boca da garota era: "por aqui".
Eu realmente preciso perguntar o nome dela, cara. - ele pensava o tempo inteiro, mas não tinha coragem. Não deveria ter, estava indo pro local mais assustador que já havia visto, deveria pensar sobre isso, e não sobre o nome de uma garota qualquer. Homens...
E finalmente, de volta ao local em que ele vendeu a armadura. Foi uma coincidência incrível.
Como eu não pensei em perguntar se eles tinham malho? Jesus, agora só quero sair vivo daqui.
Enquanto ela abria a porta da loja, ele começou a finalmente perguntar:
— Ei, qual o seu no... — ela estava começando a virar o rosto, mas ele foi interrompido, e ela chamada.
— Eae, Zoe!
Peter a chamou.
— Fala. — Zoe apressou o passo e foi rápido ao balcão. — Você tem malha aqui, né?
Ao Gabriel chegar do lado dela, Peter o olhou, e respondeu:
—Tenho sim. Você de novo? Está com ela?
— hã... — meio nervoso, Gabriel não soube o que responder, mas rapidamente Zoe o cortou e falou:
— Sim, ele me ajudou com um lance daquela escola.
— Ah sim, vou pegar a malha, fiquem aqui. — Peter falou, dando as costas aos dois.
— Aliás, qual o seu nome?
Eu nem lembrava que ela também não sabia meu nome.
Após um breve delay, Gabriel respondeu:
— Meu nome é Gabriel, Zoe.
— Então, Gabriel, eu espero que você tenha dinheiro aí. Sabe que malho é meio caro, né? Apesar que aqui fica mais barato, umas 8 moedas de prata.
— Ele é seu amigo, não é? Pede um desconto, eu só tenho 6, eu contei antes.
— Eu pensei que seus amigos tinham lhe dado mais, como eles queriam que você comprasse uma malha por 6 moedas?
Merda de ser ladrão, classe cara do caramba, pensei que eu teria mais dinheiro que o normal. Perdi tudo, tô quase no negativo.
— Mas suave, acho que ele faz por 6 para mim. — ela continuou.
— Obrigado, vou tentar fazer a cabeça de Larissa quando chegar a hora.
Peter voltou, com o malho nas mãos, pôs no balcão. Não importa a maneira em que você olhe, era um simples malho, um simples, difícil de encontrar e caro malho.
— Então, eu vou falar sobre aquele negócio com que conversamos agora a pouco com o Peter, rapidinho ok?
— Que negócio? — Peter resmungou.
— Vem cá.
Zoe pulou a bancada de Peter e os dois viraram de costas, com ela falando no ouvido dele. Gabriel não conseguiu escutar nada do que os dois falavam mas sabia sobre o que se tratava, então não se importou.
— Dê suas 6 moedas... — Zoe pulou a bancada voltando — a ele.
— hn. — Fez Gabriel, acenando com a cabeça.
Ele pôs 6 moedas de prata sobre a bancada, e rapidamente Peter as pegou, empurrando um pouco mais o malho, que Gabriel agarrou em seguida.
Quem ele pensa que ele é? Agindo como o tal.
Por mais que não admitisse, ele tinha medo. Quer dizer, qualquer um nessa situação também teria, ele estava num local que desafiava as leis da natureza com sua escuridão a plena tarde, com barulhos esquisitos e onde olhasse havia péssimas visões. Além da aparência assustadora de Peter, ele era alto, mas não aqueles altos magros, ele era alto e musculoso, com cicatrizes na bochecha, testa, e algumas no braço e ombro, provavelmente existem dezenas por dentro de sua regata preta e short de pano, o cheiro de álcool e cigarro também não ajudavam.
— O que foi moleque?
— Vamos, tá esperando convite? — Zoe soltou, chamando com a mão já dá porta, enquanto Gabriel estava paralisado olhando para Peter.
Rapidamente voltou a si mesmo, falando:
— hãm, não é nada, desculpa — Fazendo um legal com a mão, então, virou e foi na direção de Zoe — Tô indo, calma — continuou.
Os dois olharam bem a entrada para as garotas de antes não implicarem.
Pensando bem, eu não perguntei o porquê daquilo tudo, mas eu tenho uma idéia, e provavelmente ela não quer falar sobre. Se ela não tem grupo, não tem onde ficar, nem trabalho. Ela invade esse colégio para ter onde dormir, e os moradores não gostam nem um pouco.
Pelo menos é o que eu acho.
— Tá com medo de quê agora? Vamos, vem logo. — Zoe, já no meio do caminho o chamou.
— De nada! Eu nem fiquei com medo antes, por que você acha isso? — Gabriel apressou o passo.
Eu não tava com medo, oush.
Já estava escuro, eles não passaram pelo relógio, mas com certeza já eram mais de 18:00 horas. Por incrível que pareça, o dia passou rápido para Gabriel, e talvez as "aventuras" de hoje tenham valido mais a pena que goblins.
— O que você tava pensando? — logo antes de abrir a porta para o quarto dos garotos, Gabriel segurou a maçaneta sem abrir após escutar isso. Larissa reclamando.
— Calma, passou e estamos bem, isso que importa.
— O que importa é não nos arriscarmos, e ela se arriscou, ela ultrapassou o limite de magia e caiu no chão. O que ela faria se nós não conseguíssemos protegê-la?
— Pelo menos, espere ela se recuperar, ela está quase inconsciente aqui.
— uffffff. Depois eu vou continuar, Laura. E Gabriel, ainda não chegou?
Ele olhou para trás, levantando ambas sobrancelhas e fazendo careta para Zoe.
Eu nunca vi Larissa irritada desse jeito, nem antes do apagão. As coisas realmente são sérias, e eu ainda não consegui me provar.
— Parece que eu vim no pior momento — Zoe falou baixo.
Gabriel apenas abriu a porta, com Zoe entrando logo após ele.
— Hãm, eae, essa é a Zoe.
— Oi, pessoal.
Sem resposta. Todos estavam estressados, então só observaram. E Gabriel continuou:
— Ela me ajudou a conseguir o malho mais barato, ela quer saber se pode entrar no nosso grupo. Ela é uma guerreira e eu acho que seria uma boa adição.
Todos olharam Zoe por alguns segundos, com expressões desconfiadas no rosto.
Acho que ela não gostou, bom, é o que temos pra hoje.
— Eu... — Antes que Larissa completasse, Zoe interrompeu.
— Eu não espero uma resposta agora. Eu sei que vocês não tem guerreiro, mas não estão desesperados. Eu sou uma desconhecida completa e é difícil acreditar em mim ou minhas habilidades, então eu deixo vocês pensarem o tempo que for preciso, e caso queiram testar minhas habilidades, posso ir com vocês alguma vez. Sei que falar assim não adianta muito, but, juro que sou confiável.
— Está certo. Então, discutirei amanhã sobre você com todos do grupo e lhe dou uma resposta — Larissa respondeu brevemente.
— Ok. Irei me retirar e amanhã às 19:00 estarei aqui.
— Ok.
Zoe deu as costas e estava saindo, no meio do caminho Gabriel tentou seguí-la.
— Gabriel! — Larissa o chamou.
Tanto ele, quanto Zoe olharam rapidamente.
Droga, ela deve estar querendo me dar uma bronca, mas eu realmente quero falar com Zoe agora. - ele olhou para Zoe, depois para Larissa novamente, e então...
— Desculpa Larissa, eu já volto e escuto o que você tem a dizer.
— Mas o quê?!
Que diabos eu tô fazendo?
Eu não sei, só tô surtando.
Vou ser expulso do grupo isso sim.
Ele alcançou rapidamente Zoe, que havia voltado a ir em direção da saída, pois não escutou nada da conversa.
— Hey, pra onde você vai?
— Não sei.
— Olha, eu vou tentar falar com ela...
— Pode parar, I know that look, ela não vai me aceitar. Eu tenho alguma experiência em rejeições
— Você não tem onde dormir, certo? Por isso vinha aqui escondida.
— Sim, e por acaso você vai me arrumar moradia?
— Talvez, eu conheço um cara. O cara que encontrei quando acordei. Era noite então ele me levou para sua casa e me deixou dormir lá, talvez somente um dia ele deixe você também. E amanhã com certeza convencerei Larissa.
— Hurrg, eu não tenho a mínima expectativa para isso, mas eu não tenho nada a perder. E sabendo que você chegou agora no grupo, primeiro você tem que convencê—la a não te expulsar antes de fazer ela me pôr.
— De qualquer jeito, vamos, vou te mostrar o local.
Gabriel a levou a casa de João. Ele ficou com medo de ele não estar em casa, mas assim que bateu na porta ele respondeu rapidamente :
— Eae.
— What a fuck, que que tu quer?
Deu merda talvez, cara muito grosso. Sempre foi assim?
— Tu pode deixar ela dormir aqui só hoje?
— Cara...
— É só hoje, ela é confiável, é alguém que eu conhecia antes do apagão, relaxa. Olha, daqui uns dias vou caçar e te dou algumas moedas, ok?
— Meu Deus, beleza, só essa noite e só essa vez. Não somos amigos, cara.
— Hã, obrigado — Zoe falou.
— Vamos, entre logo, eu já vou dormir.
Ela entrou rapidamente, e deu uma olhada para trás antes de ele fechar a porta, trocando olhares com Gabriel.
Eu só quero ajudá-la porque ela me ajudou, só isso. Não é nada além.
Agora eu preciso voltar ao colégio, e lidar com problemas maiores que isso.