Havia um potinho quebrado no meio da festa.
No meio da festa, um potinho estava quebrado.
Em uma festa, um potinho acabaria quebrado.
Nessa festa, o potinho se quebrou no chão.
Essa festa não existe, e o potinho também não.
...
Assim como na música que ouvi:
"Sou uma folha em branco e você é um poema."
Mostrar canções para você é apenas um pretexto para revelar o que há no meu peito.
...
Era uma festa que ainda ia acontecer.
Mas eu já sabia até os segundos de quando iria morrer.
Amando como um louco, mergulhando de cabeça, mas com medo de me afogar toda vez que me jogo.
Meus amigos dizem para eu ver que você não é meu sol, que devo procurar outros corpos, outras pessoas, mas -
Como? Assim como o sol, você dá cor às coisas ao redor do meu mundo.
Voltando àquela festa que ainda não aconteceu.
Depois de enviar uma certa mensagem para você, desligo o celular, vendo as seguintes informações:
28/10 18:30 Mensagem enviada
A noite passa, celular desligado, sem internet.
Me encontro com meus amigos à tarde.
Começamos a beber, e a beber.
Jogos por toda parte, balas sendo arremessadas.
Cheiro de erva queimada.
Amigos ao redor.
Tudo para te esquecer.
Tudo para aguentar a antecipada recusa.
Não sabia mais o que dizer a você, não, não tinha mais o que fazer. Era o nada ou o nada.
Meu estômago doía, ânsia de vômito desde ontem.
E no relógio da parede, eu reparo nos ponteiros.
Um grande -
Outro pequeno.
Minha mente começa a gritar, e -
Estamos em uma festa, uma festa grande, olhando para o celular, percebo a data:
15/10 & 08/10 o relógio estava distorcido.
Você estava lá, linda, toda produzida.
Uma ninfa.
E eu um ninguém.
Você falava poucas palavras, mas sorria muito.
Você estendeu a mão para mim e eu agarrei com uma leve ansiedade e receio.
Estava lotado, muito barulho.
Meu peito ardia de medo.
Sua mão era linda, ficaria mais linda com um anel, mas aceitaria um anel meu?
Cuidava para evitar as pessoas que nos apertavam.
Nossas mãos se separaram.
Tentei acompanhar seus passos.
Você é tão alta.
Tão rápida.
Tão tudo.
Eu.
Pequeno.
Meus passos eram ansiosos, e você sumia mais rápido da minha visão.
Tinha dito que veríamos todas as coisas ao redor.
Mas -
Não conseguia te alcançar.
Perdi você no meio da multidão.
Procurando você em volta e chamando seu nome inutilmente, pois minha voz tinha medo de aparecer.
Nem eu mesmo podia escutá-la.
O tempo passava, o tempo estava acabando.
As pessoas estavam indo embora, e então pude ver você, perceber você.
Você ficou parada me olhando, sorrindo e acenando.
Com meus passos pequenos e desastrosos, fui até você, perguntei onde você estava e com um sorriso, você disse:
"Fui ver as atrações e você fez o quê?"
"...Também..."
"Estava bem legal, você gostou?"
"Sim, foi bem legal, que bom que gostou."
Você sorriu.
Você deu meia volta, e vi como sempre suas costas altas e ombros retos, claramente confiante.
As pessoas começaram a aparecer novamente, me consumindo, ou estariam me afastando de você?
Na festa, havia um potinho quebrado no chão.
...
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Acordei abruptamente, o suor escorrendo das minhas roupas, você não estava lá, mas meus amigos estavam.
Estavam se divertindo ali, e eu no canto chorava com o peito ardente.
Saí da casa e olhei para o céu escuro, já sabia qual era a sua resposta.
Não mereço te amar, minha natureza submissa e fraca te enoja.
Estaria atrapalhando você se eu estivesse por perto.
Foi o certo.
Cortar meus sentimentos pela raiz.
Precisava de ar gelado.
Que queimasse meu peito e me transformasse em cinzas.
A noite passou.
Lágrimas escorriam dos meus olhos, e os soluços na garganta se intensificavam, chorando como um bebê.
Um bêbado.
Um vagabundo.
O celular estava desligado, e eu queria ligá-lo.
Queria ver você dizendo que me amava.
Mas o que eu queria -
Não era o certo.
Sempre estive errado quando confrontado por você.
Não quero sentir isso.
Dói.
Porra, dói.
Vômito escorria pela boca, espalhando-se pelo corpo.
Olhei para a lua.
Iluminada pelo sol, as coisas estavam coloridas.
Graças ao sol.
Fechei os olhos, e tudo ficou escuro.
Passei o domingo deitado.
Cheguei à segunda e me sentei na mesma cadeira de sempre.
07:40, você chegou, me cumprimentou com um tchau normal, como se nunca tivesse acontecido nada.
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Às 18:30, abro o celular e você apenas visualizou
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Às 18:30, abro o celular e você deu algumas desculpas e disse que não me via desse jeito.
...
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Chego à segunda e me sento na mesma cadeira de sempre.
07:40, hoje você não veio.
...
Os finais são ruins, quero chorar e me espernear.
Quero culpar alguém.
Mas a culpa seria de quem, se não minha?
O potinho foi deixado na festa quebrado.
E como estava quebrado, ninguém veio procurá-lo.
Não, ninguém viria procurá-lo mesmo se não estivesse.