Não sei como te dizer isso, não sei como fazer isso.
Estou com medo de fazer isso.
Sei que não é certo.
Está bem!? Eu sei disso.
Eu consigo entender que não é certo.
Eu poderia fazer as coisas do jeito mais fácil, e sem dúvidas seria o melhor jeito.
Talvez você realmente não tenha percebido, mas...
Isso eu duvido um pouco.
Provavelmente você já sabe, só brincamos esses tempos, você fingia que não via e eu fingia que estava tudo bem.
O engraçado é que fiz o final do meu livro antes mesmo de ter o começo.
Só queria dizer obrigado, eu realmente gosto de você.
Foi você.
Você quem me fez mudar.
Você que foi minha musa de inspiração.
Quase tudo que escrevi foi para ti, pensando como se estivesse conversando com você.
Eu sei que isso é arrogante, eu sei que isso é egoísta.
Hoje, no dia em que estou escrevendo isso (28/10), vou me confessar, junto com esse texto vou mandar os outros.
Já sei o final, é uma história que se repete incontáveis vezes na minha cabeça.
Já cheguei a imaginar nós dois juntos, abraçados, vivos, você sorrindo e eu te amando, sem cacos de vidro, sem coisas cortantes.
Peço desculpas.
Eu não deveria, eu não poderia, mas gosto de você.
Esses sentimentos deveriam morrer dentro de mim.
Mas assim como todas as flores do meu jardim insistem em viver até o dia em que alguém chega e as queima.
Estou mais que consciente dos meus erros, só isso que tenho certo? Erros.
Esse é meu paradigma, e por mais que eu odeie o destino, vejo ele constantemente na minha vida.
Talvez seja por isso que eu o odeie, talvez seja por isso que eu o negue.
Só não quero aceitar fatos.
Nesse ponto, Deus talvez também exista.
Quero ver o pôr do sol contigo, andar numa roda gigante enquanto a luz refletida do horizonte faz parceria com os seus olhos, posso ver o mundo só olhando seus olhos.
Sua altura chega aos céus.
Eu me odeio, jogando sempre com duplos e triplos sentidos, incapaz de falar uma única coisa de cada vez.
Estou me confessando para você, falando de você e o pior de todos, falando sobre mim mesmo.
...
As reticências também são silêncio.
São todas as minhas ideias inacabadas.
É toda minha voz muda que saiu em silêncio logo após pronunciar o seu nome.
É seu nome, que não deixei escrito nesse livro, nem nessa carta.
O vermelho rubro e tinto que escorre da minha cabeça nesse dia.
A chuva petricor e qualia que escorreu dos meus olhos naquele dia.
Contraste.
Se os opostos se atraíssem então essa carta de amor não teria se transformado em outra coisa que não sei nem mais dizer o que é.
Estou vendo um mundo diferente, ele é cinza e as cores são escuras, pois ferem meus olhos e isso me faz chorar.
Falei tanto de chorar, mas faz tanto tempo que não choro.
De fato eu sinto a amargura, sinto a dor, sinto o desgosto, sinto a desmotivação, sinto meus olhos lacrimejarem, sinto tudo isso, mas o choro não escorre pelo rosto.
É para permanecer forte, mas para quem?
Tentei diversas coisas.
Juro que tentei.
Tentei tanto.
Já sei o gosto do pranto.
Já sei que o avião é branco.
Todos os finais são depreciativos.
Como se não fossem pra ser, saca?
Acho que esse é o fundo do poço.
Posso dizer que vai ser a primeira vez que me confesso pra alguém (e a última também).
Como se o destino fizesse um enredo pra me dar um tapa na cara.
Como se estivesse dizendo que nunca vou conseguir algo que quero.
Eu sei que quando você disser o seu não para minha pergunta eu irei chorar, mas não se preocupe, vou ficar bem, já falei, sou um covarde.
No que estou me preocupando? Você não se preocuparia com isso.
Quero segurar sua mão.
Toda vez que levantei e estiquei minha mão era que, pelo menos em meus sonhos mais loucos, você segurasse essa minha mão estendida.
Entrelaçasse meus dedos com os teus dedos.
Me sinto patético.
Especialmente hoje e amanhã.
Olhar seus olhos, você sorrindo pra mim.
Eu queria isso.
Droga.
Se o que eu receber for um silêncio...
Relaxe.
"Está tudo bem".
Mas essa fala eu não digo a ti, digo olhando para o espelho que reflete um ser humano fraco, egoísta e muito, mas muito mentiroso.
Quando comecei a atuar? O que é atuação? O que não é?
Meu único eu verdadeiro era quando eu conversava com você nesse maldito chat? Não sei te dizer.
Ou de forma inconsciente não quero dizer para você a resposta.
Seria uma espécie de revolta contra o seu silêncio?
Que infantil.
É uma conversa de diferentes linhas temporais.
Não gosto de como faço as coisas e certamente você também não.
Queria te ver.
Segunda vai ser tudo normal.
Vou olhar você chegando e me cumprimentará como se nada tivesse acontecido.
Dizer agora é para cortar esses meus sentimentos que envenenam meu espírito e apodrecem seu sorriso.
Com toda certeza.
Mas mesmo tendo certeza.
Vou perguntar...
Você aceitaria meus sentimentos?
Esses mesmos sentimentos confusos...
E não! Não se obrigue.
O lixo deve morrer no lixo.
Vermes rastejam pelo chão ansiando as aves que voam no topo.
Boa sorte, de seu amigo irrelevante.
...
Pode não parecer, mas já passou um dia.
A festa está aqui e eu estou nela.
Eu posso estar sorrindo, posso estar me divertindo, mas sem você parece, com certeza, que falta algo.
Singular.
Um número primo.
Você não se sente confortável por eu gostar de você...
Sua mãe não se sentiria confortável se soubesse que gosto de você...
E por fim, como seu pai reagiria se soubesse que gosto de você?
Nenhuma pessoa é beneficiada por esse amor.
Tudo foi feito para nada poder ser feito.
Aliás
Uma última coisa, depois de enviar isso pra você, por medo ficarei longe da internet, tentarei deixá-la desligada, então se por acaso você responder algo, não irei conseguir ver.
Por medo, estou assim. Covarde? Sim, muito. Mas não estou 100% preparado pro não.
E se por acaso precisar usar a internet, vou colocar em uma pasta com o seu nome, para não ver a resposta ainda.
Somente talvez na tarde de domingo ou na segunda eu veja.
Era isso. Esses são meus conturbados sentimentos.
Acho que quero ir para casa...
Mas onde é minha casa? Eu tenho casa?
Não sei mais...
Ass: Algum animal que você ache horrível ou não goste.