Pensei em certas coisas...
E nós estamos destinados a nos encontrar.
Comigo amando infinitamente a ti.
E você voando alto para longe, sem olhar para o chão.
Serei apenas uma simples passagem para você.
E para mim... Você será um marco em minha vida.
Eu morrerei de saudade, enterrado pela mágoa.
Pois até hoje, você nem consegue se lembrar do meu nome.
... Para você...
Não passei de um colega, não um amigo, um colega.
Unicamente um colega.
Um milagre seria não ter me apaixonado por você.
Quanto mais eu olho para você,
Mais consigo ver...
Não faço parte desse quadro.
Meu amigo combina mais ao seu lado do que eu.
É por isso que não sou eu aí, é por isso que estou do outro lado.
Não sou eu quem pinta. Não sou eu no teu lado. Não sou eu a quem você gosta.
Não sou eu.
Um canhoto bravo, muitas vezes irritado e ranzinza.
Cheio de cinismo. Cheio de medo disfarçado com arrogância.
Não é inveja.
Não sinto isso.
Só sinto fora do enquadramento.
Fora do quadro.
Complexo e complexado.
Mas fora do quadro.
A terceira pessoa.
Não. Talvez a quarta.
Meu coração só bate ao teu lado.
E longe deste lugar...
Não teria motivos para bater.
Pois nunca houve um motivo de qualquer forma.
Já não ligo mais, ou eu nunca liguei? Ou só me auto enganei?
Somos destinados a nos encontrar.
Para ver você ir embora.
'Em boa hora'.
... As cortinas caem. Estou (não em hipérboles) realmente em uma eterna solidão.
Na mente do espectador sempre houve o desejo de ter tudo.
De estar dentro desse quadro, ser parte do real.
Mesmo que talvez não valesse nem mesmo o pensamento.
Como vou voar? Minhas asas são de cera.
Eu entendi que sou um homem arruinado, um poeta.
Então poderia escrever para mim?
Que tal trocarmos cartas?
Pode apaixonar-se por mim?
Em alguma mentira?
Não, Gabe, você deveria parar.
Você é um corvo tentando viver com uma coroa.
Suas origens estão erradas, são diferentes demais.
Quero pintar um quadro.
Tudo bem se for mentira.
Quero que você me escreva.
Que egoísmo o meu.