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Chapter 20 - Tarde demais para esquecer!

Mira estava sentada no seu trono observando seu avô, que estava conversando com Abhya, ela sabia que algo estava errado assim que viu que sua avó olhava para o seu avô com um olhar mortal, como se ela quisesse que ele morresse ali.

— Mira, o que foi? — Yin Chang pergunta enquanto observa sua esposa olhar para seus avós com um olhar desconfiado.

— Há algo errado! — Mira diz enquanto alisa a barriga de 4 meses e depois olha para o marido e fala: — Sinto como se estivesse deixando algo passar.

Yin Chang fica sem entender o que a esposa diz e apenas franze a testa enquanto olha para ela, e logo depois suspira enquanto sorri para a sua esposa e lhe pega a mão.

— Mira, não tem nada de errado, querida! — Yin Chang diz enquanto lhe faz carinho na mão esquerda, que se encontrava em cima do ventre já pontudo[♪CN1] .

— Há sim ,Yin Chang... O meu avô não pode sair da Montanha da Redenção e minha avó o está olhando como se fosse matá-lo, e ela é capaz disso, Yin Chang. — Mira sussurra para seu marido e depois suspira enquanto se vira para olhá-lo... Seus olhos vermelhos se encontram com os olhos dourados de Yin Chang. — Ela não se importa com ele e nunca se importou, e Xing está muito quieta... Ela não é de ficar quieta.

— Mira... — Yin Chang começa a falar, mas ele vê Alina caminhando na direção deles com um olhar duro e com a mão na espada.

— O que foi, Yin Chang? — Mira pergunta observando o rosto de seu marido, antes limpo como o céu e agora se encontrava escuro e como se uma tempestade estivesse chegando.

Ela pôde observar que ele olhava para o centro do salão, o que fez com que ela voltasse seus olhos para o centro dando de cara com Alina caminhando até eles com passadas rápidas e os ombros tensos... Sim, Mira sabia a verdade por de trás da história da Alina.

— Majestade! — Alina diz assim que se coloca na frente de Yin Chang e Mira.

Alina se encontrava com um vestido azul claro, com mangas longas e enfeitado com pequenas conchas na bainha, ela se encontrava curvada na frente de Mira, com seus cabelos cor-de-rosa como cortina cobrindo sua face.

— O que aconteceu, Alina? — Mira pergunta com os olhos observando Alina, ela sabia que Alina só a chamaria de majestade se algo muito grave tivesse acontecido, por isso assim que Alina parou na sua frente ela já tinha certeza de que algo muito grave aconteceu.

— Minha Senhora, precisa vir comigo! — Alina diz enquanto ergue a cabeça e olha com os olhos azuis para Mira.

Mira olha para Alina, há uma troca de olhares entre as duas e mensagens trocadas que apenas elas conseguiam entender.

— Tudo bem! — Mira fala logo depois de um breve suspiro, enquanto se levanta de seu trono e se vira para Yin Chang. — Fique aqui, não deixe que ninguém me siga!

Yin Chang ao ver que sua mulher estava séria e com os olhos vermelhos brilhando como pequenas lâmpadas no escuro apenas acena a cabeça, e a ver jogando a saia do seu longo vestido para trás enquanto caminha entre os Reis com sua postura de governante, e ao ver que os Reis se afastam e se curvam como se temessem perder a vida, Yin Chang apenas sorri para o nada por saber que sua mulher era capaz de causar medo até no mais poderoso Rei.

Ele sabia como sua esposa era e sabia também que ela seria capaz de ir para a guerra se algum dos seus filhos fosse feito refém de algum outro reino, sim... Yin Chang sabia que por ter se casado com Mira em vez de Derya muitos reinos do Imperio Imortal temiam que seus filhos e sua esposa fossem mais forte de que todos eles juntos... Mira além de Princesa do Reino de Umlilo, era neta da Rainha do Reino das Fadas, Imperatriz do Reino Imortal e esposa do Novo governante do Mundo.

Tudo isso fazia de Mira uma mulher poderosa e temida, além também do fato dela ser capaz de se defender e defender seu povo.

Yin Chang sorria como um bobo apaixonando, que no caso ele era... Ele era louco pela esposa, a amava com todo o seu coração.

— Acho melhor você manter esse sorriso de bobo apaixonado escondido! — Yin Chang ouve alguém lhe falar e se vira para o lado dando de cara com Fun Xu, que apenas observava sua neta deslizar entre os Reis com uma taça de gelo nas mãos.

— Majestade! — Yin Chang diz se levantando do Trono e fazendo uma breve mensura para Fun Xu, que apenas dá um pequeno sorriso de canto.

— Ora essa, Yin Chang, não precisa de tanta formalidade! — Fun Xu diz enquanto sorri e olha para Yin Chang com seus olhos azuis encobrindo o vermelho.

— Mas estou apenas seguindo as formalidades! — Yin Chang diz com um sorriso enquanto Fun Xu lhe aperta o ombro.

— Já somos da mesma família! — Fun Xu diz enquanto abraça de lado Yin Chang, que se encontrava com a face sombria e tentando descobrir o que Fun Xu queria.

— É bom cuidar muito bem da minha neta... Não sou como Volkan e Cixi! — Fun Xu diz enquanto leva a taça de gelo aos lábios, fazendo com que Yin Chang engula em seco.

Mira andava pelo corredor do palácio de gelo com Alina do seu lado, seus passos faziam eco pelo corredor de gelo, enquanto Mira tentava imaginar o que poderia ter acontecido para que fosse chamada às pressas por Alina, que caminhava com passadas curtas.

— Alina, o que aconteceu? — Mira pergunta outra vez depois de um tempo de silêncio.

Alina apenas para e olha para Mira com seus olhos azuis.

— Mira, tem uma pessoa querendo falar com você! — Alina diz depois de um longo suspiro e contorna Mira, que estava parada na sua frente e volta a caminhar pelo corredor de gelo, fazendo com que Mira se vire e a observa caminhar pelo corredor.

Mira não conseguia pensar em quem poderia querer conversar com ela.

Desde que ela se tornara Rainha eram poucos que tinham indo procurá-la, e também não se pode esquecer o que acontecera a mais de treze anos.

Suspirando ela começa a andar atrás de Alina, que a estava esperando encostada na parede de um dos corredores, assim que Mira se coloca ao seu lado Alina se põe a caminhar até o quarto de Yasmine.

— Chegamos! — Alina fala enquanto bate na porta e pode se ouvir alguém falando que podia entrar.

Mira olha rapidamente para Alina, que estava com os olhos voltados para a porta de gelo, ela não sabia o que poderia ser encontrado do lado de dentro, por isso apenas suspira e com a mão na maçaneta a abre e entra no quarto de Yasmine.

— Mira, aqui! — Ela consegue ouvir a voz de Yasmine lhe chamando da sacada, de onde vinham pequenas pétalas cor-de-rosa que deslizavam pelo ar até ela.

Mira então caminha até a sacada do quarto do Rei e da Rainha de Kon, a sacada era toda branca e tinha pequenas estátuas de anjos perto da mesinha de gelo, que em cima da mesma tinha um pequeno bule de gelo e uma travessa com pequenos biscoitos.

— Sente-se, sente-se! — Yasmine fala enquanto serve uma xícara de chá para a pessoa que estava sentada ao lado da mesma.

Mira desconfiada apenas se senta na cadeira de gelo que lhe é oferecida, enquanto Yasmine oferece à mesma uma xícara de chá, que Mira nega com um aceno de mão fazendo com que Yasmine colocasse a xícara em cima da mesinha.

— Mira deixe-me apresentar o Wang Xu! — Yasmine diz com um sorriso enquanto Mira olha para o homem que se encontrava com a xícara na mão.

— Olá, Rainha! — Wang Xu diz enquanto Mira apenas faz uma mensura com a cabeça, Wang Xu então olha para Mira com os olhos azuis a analisando como um escultor observa sua obra logo após o termino da mesma...

Fascinando, o que fez com que Mira sentisse que suas bochechas ficassem vermelhas.

— Posso saber o porquê de terem me chamado aqui? — Mira pergunta logo depois de ter pegado um pequeno biscoito que estava na travessa na sua frente e leva a boca.

— Rainha, eu estou aqui por ordens do Rei do Reino Distante, mas na verdade estou aqui em missão em nome do General! — Wang Xi diz enquanto coloca a xícara na mesa e olha para Mira com seus olhos azuis como o mar.

— E o que isso tem a ver comigo? — Mira pergunta com os olhos desconfiados e o lábio entre abertos, prontos para dizer que aquilo não tinha nada a ver com ela.

— Tem tudo a ver com a senhora e sua filha! — Wang Xu diz enquanto sorri para ela e logo depois se vira para Yasmine, que lhe serve mais uma xícara de chá.

— O que isso pode ter a ver comigo e com a minha filha? — Mira pergunta enquanto Yasmine apenas servia ambos.

— Você quer que Derya deixe o trono e Xo Bou tem que conquiste o Príncipe! — Wang Xu diz enquanto se levanta da cadeira fazendo com que a capa que ele usava fosse jogada para trás.

Wang Xu caminha até o parapeito da sacada e passa a observar a paisagem... A paisagem que se podia ser vista dali de cima era linda. Havia um vasto bosque não muito longe dali e também se podia ver um lago no meio do bosque, onde a neve caía dia e noite, não importava qual fosse a estação.

— Aquela é a Floresta Negra, um lugar onde nossos poderes não funcionam, mas se chegarmos perto do Lago Sagrado os poderes voltam a funcionar, já que é a divisa entre o Reino Mortal e o Imortal! — Mira diz enquanto se coloca ao lado de Wang Xu, que apenas fica a observar a Floresta Negra.

— Quando eu era mais novo meu pai me levava para visitar minha mãe no Reino Mortal e eu sempre via essa floresta de longe! — Wang Xu diz fazendo com que Mira se vire para ele, ela então se vira para a janela da sacada e coloca a cintura contra o parapeito da mesma, enquanto cruza os braços embaixo os seios.

— Sua mãe é mortal? — Mira pergunta enquanto o olha com seus olhos vermelhos como sangue.

— Sim, meu pai teve um caso com uma mortal, mas ele a amou até o fim da vida dela! — Wang Xu diz com um sorriso nos lábios e depois se vira para Mira e seu sorriso some como um pressagio. — Mas não vamos falar sobre minha mãe, e sim sobre você e sua filha!

— Fale! — Mira fala entre um suspiro e outro, seus olhos se dirigem para o céu onde ela consegue ver um pássaro de fogo deslizando entre as nuvens.

— Eu sei que a Rainha está querendo tirar Derya do poder e eu posso ter a chave para que isso aconteça! — Wang Xu diz enquanto coloca as mãos nos bolso da calça de seda negra e ergue a cabeça, olhando as nuvens coloridas que se encontravam como uma pequena moldura.

Mira, que antes estava com o quadril contra o batente da sacada apenas se coloca na frente de Wang Xu com seus olhos vermelhos o observando, e deixando claro que ela queria saber o que ele sabia. Wang Xu quando se dá conta de que Mira queria o que ele poderia lhe dar apenas sorri para a Rainha.

— Mas eu quero algo em troca! — Wang Xu diz com um sorriso vitorioso para Mira, que apenas o olha.

Ela sabe que, sempre para se obter uma informação há uma troca... Só que ela não sabia que tipo de troca o jovem homem poderia querer, seria poder? Algo mais valioso como à espada das Almas? Ou a Fire?

— Fale-me o que você quer em troca que eu lhe darei! — Mira diz e logo depois engole em seco por saber que talvez ela se arrependa das suas próprias palavras.

— Eu quero que a Rainha vá ao mundo mortal e consiga fazer com que Xo Bou salve uma jovem moça! — Wang Xu diz enquanto olha para Mira.

— Isso é fácil! — Mira diz com um sorriso enquanto bate as palmas das mãos uma na outra.

— Não, minha Rainha, não seria fácil, já que ela cometeu um pecado no mundo mortal e a senhora sabe que não podemos nos envolver nos assuntos dos mortais! — Wang Xu diz para uma Mira pálida.

— Mesmo assim Xo Bou pode, ela tem a licença celestial! — Mira fala enquanto anda de um lado para o outro na frente de Wang Xu, que apenas sorri.

Ele sabe que mesmo se a Rainha se envolver, Xo Bou não poderia fazer nada pela jovem porque a única missão que ela possui no Reino Mortal é fazer de Amir Rei e mais nada.

— Mas ela só tem a licença para poder interferir no Destino de Amir e de mais ninguém!

— Então peça outra coisa! — Mira fala girando para ficar de frente a Wang Xu, que apenas a observa.

— Não, minha Rainha! — Wang Xu diz enquanto cruza os braços e a olha com os olhos determinados.

— O que você espera que eu faça? Não posso pedir para Xo Bou interferir já que ela pode ser punida!

— Faça com que Xo Bou peça para que Amir peça clemência em nome da jovem e lhe darei o que a senhora quer para tirar Derya do poder! — Wang Xu diz enquanto puxa um leque da manga e sorri para Mira.

— Alina! — Mira diz fazendo com que Alina apareça ao seu lado.

— Sim, Majestade! — Alina fala enquanto se curva ao lado de Mira e logo depois olha para Wang Xu, que se encontrava a observar a Floresta Negra.

— Avise ao meu marido que irei ao Reino Mortal ver minha filha! — Mira fala enquanto se vira em direção as portas abertas do quarto do Rei e da Rainha de Kon.

Assim que Mira atravessou o arco das portas abertas Alina se virou para Wang Xu e se coloca ao lado dele observando a Floresta Negra.

— Acha que foi justo fazer isso com uma mãe? — Alina pergunta enquanto se inclina e coloca os cotovelos contra o parapeito da varanda, e passa a observar as pessoas no grande pátio que tinha ali.

— Ora essa, Alina, Mira não é tão delicada assim, e além do mais a Rainha é uma das poucas que é capaz de fazer isso! — Wang Xu fala enquanto ri e vai em direção a Yasmine, que lhe serve uma xícara de chá enquanto Alina fica ali parada olhando para a Floresta Negra.

Xo Bou estava sentada na cama enquanto observava sua irmã tentando encontrar um vestido para a mesma, sendo que ela se encontrava a tocar a pulseira que se encontrava no seu pulso com um sorriso bobo nos lábios carmesim e o coração a dar pequenos pulos.

Ela ainda não conseguia acreditar que Amir tinha lhe dado uma pulseira e tinha uma igual a que ela usava. Sua mão esquerda deslizava pelo couro macio enquanto em mente ela revivia o momento em que a mão de Amir pegou seu pulso. Era uma sensação boa ter aquela mão grande em volta do seu pulso, mesmo que ela soubesse que aquela sensação passaria e o que sobraria seria apenas o frio... Ela sabia que Amir não estava apaixonado por ela, ele apenas a queria... E ela também o queria.

Eles eram dois bobos que queriam-se e ao mesmo tempo não se queriam, mas como é o ditado: Quanto mais se nega mais a verdade se torna real, e naquele momento a verdade para Xo Bo era que Amir apenas a queria e não que estava apaixonado por ela... Bem, era essa a verdade que ela queria acreditar.

— Que estranho! — Lótus diz enquanto pega uma pequena caixa de madeira toda preta e mostra para Xo Bou, que apenas a observa.

Era uma caixinha quadrada, a madeira estava toda pintada de preto e tinha pequenos detalhes de dourado como se fossem pequenos ramos de flores que se entrelaçavam e formavam pequenas ondulações.

— Eu não me lembro dessa caixinha! — Xo Bou fala enquanto pega a caixinha da mão de Lótus, que apenas volta a procurar no armário da irmã algum vestido para que a mesma pudesse usar no Festival das Lanternas dali a um dia.

Xo Bou passa a mão em cima da tampa da caixinha e sente as ondulações que os pequenos ramos de flores douradas fazem e logo depois a abre, para encontrar no interior protegido por seda negra e em cima de uma bolsinha dourada um pequeno guizo dourado com fios vermelhos.

Ela apenas fica olhando, seus olhos passam do pequeno guizo para a bolsinha dourada decorada com fios de ouro com seu nome, e ela consegue sentir algo dentro da bolsinha, e ao abrir ela encontra um papel dobrando.

Use-a no Festival!

— Nossa que bonita essa bolsinha! — Ela consegue ouvir uma voz conhecida lhe dizer por cima do ombro a fazendo se virar e dar de cara com os olhos vermelhos da sua mãe, que apenas sorri para a Xo Bou.

— Mãe! — Lótus assim que percebe que sua mãe estava ali no quarto apenas atira o vestido que tinha escolhido para sua irmã no chão e corre até a mesma a abraçando com os braços ao redor da sua cintura, como uma cobra ao dar o bote.

— Minha pequena Lótus, como você está maior do que a última vez que nos vimos! — Mira diz enquanto se ajoelha na frente da filha e toca seu rosto com a palma da mão.

— Mãe, o que a senhora está fazendo aqui? Já sei, veio ver o Festival das Lanternas? — Lótus fala sorrindo para Mira, que apenas a observa com um sorriso na face.

— Festival das Lanternas? — Mira pergunta enquanto se senta na cama de sua filha e toca no ventre, enquanto Lótus começa a falar sobre o Festival das Lanternas para sua mãe.

— Lótus, a mamãe não veio ver o Festival... Não é, mãe? — Xo Bou fala enquanto olha para sua mãe, que estava sentada na sua cama e sabe que ela a estava observando.

— Não é à toa que todos falam que você se parece muito com seu pai! — Mira fala enquanto coloca os cotovelos contra os joelhos e fica com a cabeça entre as mãos observando sua filha.

Mira consegue ver algo que poderia passar despercebido por qualquer outra pessoa, mas ela era a mãe de Xo Bou, então para ela era muito fácil saber quando a filha estava diferente, como naquele momento e Xo Bou quando se deu conta que sua mãe a estava observando apenas a olha nos olhos e fica parada no meio do quarto, porque ela sabia que sua mãe era capaz de descobrir o que quisesse se assim fosse o desejo dela, mas Xo Bou sabia muito bem esconder os seus sentimentos e pensamentos, até mesmo da própria mãe.

— Você está diferente! — Mira diz enquanto a observa, seus olhos vermelhos se encontravam cravados nos olhos dourados de Xo Bou.

— É só a sua imaginação, mãe! — Xo Bou diz enquanto coloca a bolsinha e a pequena caixinha preta em cima da mesinha ao lado da cama.

— Não é não, posso ver a sua aura.... Ela parece brilhar mais do que antes! — Mira diz enquanto Xo Bou engole em seco.

— Mãe, a senhora não veio aquilo por isso, então vamos logo ao que interessa... O que a senhora veio fazer aqui? — Xo Bou pergunta com os olhos dourados analisando sua mãe enquanto que sua face parecia sombria como a noite que se encontrava do lado de fora daquele quarto.

— Tire essa face de guerreira da cara, Xo Bou, não sou sua inimiga! — Mira diz se levantando da cama e indo até a mesma, que apenas a observa. — Estou aqui para lhe pedir um favor!

Xo Bou então olha para a sua mãe com outros olhos, ela não conseguia deixar de lado seu lado guerreira e pronta para guerra, como a sua mãe também não conseguia, era algo natural nas duas, já que elas foram feitas e criadas no calor dos campos de treinamentos e no suor dos corpos em batalhas.

— Mas que tipo de favor seria esse, minha Mãe! — Xo Bou diz enquanto observa a paisagem pela janela.

— É do tipo que você terá que pedir para Amir! — Mira diz enquanto caminha até a janela aberta e fica ali a observar a lua, que se encontrava alta.

— Por que eu deveria pedir um favor a Amir? — Xo Bou pergunta enquanto dá um sorriso de lado, porque ela sabia que o que ela pedisse para ele... Ele com certeza faria.

— Porque é a única forma de conseguirmos fazer com que Derya saia do poder!

— Como assim? O que Amir tem a ver com isso? — Xo Bou pergunta.

— Ciúmes, minha filha? — Mira pergunta enquanto sorri para Xo Bou, que apenas a olha e ao ver o sorri de sua mãe... Ela já sabe que sua mãe tem algo em mente.

— Não, por que eu teria ciúmes de alguém que eu nem amo!

— É uma boa resposta, mas ela é falsa! Mas vamos deixar de lado isso porque preciso que você salve uma jovem que vai ser morta amanhã!

— Mas amanhã é o Festival das Lanternas!

— Por isso que preciso que você a salve, ela vai ser condenada a morte amanhã pela Rainha! — Mira diz enquanto se senta numa cadeira que estava ao lado da janela e depois de observar a lua por alguns minutos fala mais uma coisa: — Eu preciso ir porque seu pai deve estar me procurando, mas amanhã estarei de volta.

Antes mesmo de que Xo Bou ou Lótus possam dizer algo Mira já tinha desaparecido entre pequenas fagulhas de fogo, deixando para trás duas Princesas que não sabiam que o amanhã poderia ser banhando de sangue por uma escolha tola de uma Princesa.

Amir estava no pátio da Casa das Rosas com sua espada treinando enquanto sua irmã apenas afiava a espada da mesma já que ela apenas queria lutar com alguém, e esse alguém era um jovem de olhos vermelhos que estava sempre por perto quando Xo Bou estava, mas Bu Bu era esperta, e por ser esperta ela podia ver que ele também a seguia assim como naquele momento.

Lou Jin estava numa árvore ali perto, só os observando com seus olhos vermelhos protegidos pelas folhas e flores da árvore, enquanto Amir estava com sua espada sendo cravada no boneco feito de palha que se encontrava fincado ali no chão do pátio.

— Sério que você a convidou para ir no Festival? — Bu Bu pergunta enquanto afia ainda mais sua espada contra a pedra, e logo depois com um pano desliza a mão na afiada lâmina da espada.

— Sim! — Amir fala enquanto ergue a espada e o brilho da lâmina ofusca a visão de Bu Bu, que apenas suspira pelo fato do seu irmão ser um tolo.

— Você é tolo! — Bu Bu fala enquanto se ergue da pedra grande que tinha ali no pátio, e com sua espada na bainha caminha até seu irmão, que se encontrava com a espada erguida contra o céu. — Você é tolo por ter se deixado levar pela sua luxúria pela Princesinha Imortal!

Com um sorriso Bu Bu tira sua espada da bainha e dá um pulo para trás, conseguindo fugir da lâmina afiada da espada de seu irmão que a olha com os olhos negros furiosos, mas Bu Bu não tem medo do irmão, ele era o único homem de quem Bu Bu não tinha medo, e por isso ela coloca um sorriso nos lábios enquanto ele desliza o lâmina da espada contra ela, mas a espada não encosta na sua barriga, já que ela dá um passo para trás e com sua espada consegue bloquear um ataque direto do seu irmão.

— O que foi, Amir, eu só disse a verdade! — Bu Bu diz enquanto sorri para seu irmão, que a olha com os olhos negros como granadas enfurecidas.

— Bu Bu, às vezes acho que você gosta de provocar os outros? — Amir diz enquanto desliza a lâmina da espada contra o ar e a direciona na direção de sua irmã, que desvia dando um giro para o lado.

— Nunca, meu irmão, o único que gosto de provocar é você! — Bu Bu diz com um sorriso, enquanto joga areia para todos os lados com os pés, enquanto desliza de um lado para o outro fugindo da lâmina da espada.

Os dois continuaram a lutar até que cansados se jogaram-se contra o chão empoeirado do pátio, e passaram a observar a lua que se encontrava limpa e bela naquele momento.

— Se nossa mãe estivesse viva, ela estaria agora aqui conosco, olhando a lua e falando que um dia herdaríamos os olhos da cor da lua! — Amir fala ofegante enquanto Bu Bu se coloca deitada com a cabeça contra os braços.

— Eu não tenho muitas lembranças da nossa mãe, mas sei o quanto ela era bonita! — Bu Bu diz enquanto gira na areia até parar com a cabeça contra o peitoral do seu irmão, que apenas a abraça com um dos braços e faz carinho no seu ombro.

— Nossa mãe era a mais linda e mais poderosa! — Amir fala apertando Bu Bu contra si por se lembrar de quando a Rainha se tornara sua madrasta, a mesma apenas dera uma risada enquanto que seu pai e eles estavam em luto.

— Por isso que ela nos odeia? — Bu Bu pergunta.

— Sim, por isso, porque ela sabe que se eu quiser posso entrar na disputa pelo trono e o conseguir! — Amir diz enquanto se ergue.

Bu Bu já sabia onde ele iria e por isso apenas coloca os braços atrás da cabeça e passa a observar a lua sozinha...

Bem, não por muito tempo já que do seu lado se deita um homem alto, forte e com olhos vermelhos, eles ficam calados apenas observando a lua.

— O que você está fazendo? — Bu Bu pergunta enquanto seus olhos se concentram na Lua.

— Apenas observando a lua, Princesa! — Lou Jin diz enquanto cruza os braços embaixo da cabeça.

— Sei que não é isso, guerreiro! — Bu Bu diz se levantando e ficando sentada, enquanto inclina a cabeça para o lado e passa a observar Lou Jin deitado ali do seu lado.

Ele parecia nem se dar conta de que Bu Bu o estava observando, os olhos da jovem Princesa estavam voltados para aquele jovem homem deitado na areia do pátio ao seu lado, ela conseguia ver os músculos dele por debaixo daquela camisa negra e os cílios longos que causariam inveja numa mulher.

— Gostou do que vê, Princesa? — Lou Jin pergunta sorrindo para a Princesa, que apenas bufa e logo depois dá uma risada.

— Já vi coisa melhor! — Bu Bu fala, mas por dentro algo rasteja com suas afiadas unhas em direção a mente de Bu Bu.

Lou Jin assim que se dá conta do que a Princesa falou apenas se levanta num pulo, se colocando sentado e a puxa para o chão, fazendo com que o corpo da mesma bata contar o chão batido de areia e ele fique por cima dela...

Bu Bu apenas o olha assustada, seus olhos se tornam maiores e sua respiração fica ofegante, seu corpo começa a tremer e Lou Jin consegue ver algo como pânico no fundo dos olhos negros da Princesa.

— Não vou tocá-la e nem machucá-la, Princesa, apenas quero deixar claro... Não me provoque! — Lou Jin diz enquanto rola para o lado deixando com que a Princesa Bu Bu pudesse observar a lua, que naquele momento se encontrava encoberta por uma tensa nuvem negra.

Mas antes mesmo que ela conseguisse controlar sua respiração Lou Jin já tinha desaparecido entre fagulhas de fogo e brasa, deixando para trás uma Princesa deitada na areia enquanto a mesma batia com as mãos fechadas contra o chão, sim, Bu Bu estava furiosa pelo fato de Lou Jin a ter feito ter uma crise de ansiedade, e nesse momento de fúria Bu Bu apenas podia socar o chão, sujando suas mãos de areia.

Não existia meios de se esquecer o que tinha acontecido entre eles e nem tinha como ser esquecido, assim com Xo Bou não poderia esquecer de sua missão, Xing não podia esquecer do homem que um dia ela amara.. Mas perdera por um motivo tolo e egoísta.

Xing sabia que Wang Xu ainda tinha magoas dela assim como Fun Xu tinha de Cixi, as duas estavam pagando caro pelos erros que cometeram no passado, assim como Xo Bou estava carregando a cruz que não era dela, suspirando Xing começa a andar pelo grande salão com sua taça na mão esquerda e um sorriso de Rainha nos lábios, mas por dentro ela se sentia acuada e desprotegida porque naquela sala tinha três inimigos que poderiam lhe cravar uma espada nas costas, ou no coração sem se preocuparem com os outros que estavam ao redor.

— Xing! — Ela ouviu uma voz masculina dizer enquanto se esquivava de um dos Reis, que com sua mão envelhecida toca seu ombro com certa luxúria.

Ao se virar ela dá de cara com olhos azuis que ofuscavam o vermelho oculto pelo azul e um sorriso que lhe dizia para tomar cuidado, e engolindo em seco Xing apenas dá um tapa na mão envelhecida do Rei e vai caminhando em direção a Fun Xu, que estava a esperando encostado contra um dos pilares de gelo da Grande Sala do Trono.

— Hummm... Devo dizer obrigada ou você me chamou aqui por outro motivo? — Xing diz enquanto leva a taça de gelo aos lábios, e com os olhos da cor da lua observa Fun Xu, que parecia relaxado demais para alguém que vivera na Montanha da Redenção.

— Pode ser o obrigado! — Fun Xu diz enquanto leva a taça de gelo aos lábios e depois sorri para Xing, que apenas o olha.

— Fun Xu, você não me chamaria até aqui apenas para que eu lhe diga obrigado, não é? — Xing diz enquanto caminha até a parede ao lado do pilar e fica ali ao lado de Fun Xu com os braços cruzados e com a mão esquerda mantendo a taça de gelo entre seus dedos, enquanto o líquido deslizava de um lado para o outro dentro da taça.

— Sempre esperta, não é, Xing? — Fun Xu diz enquanto puxa um pequeno papiro das vestes e entrega para Xing, que apenas olha desconfiada para o objeto.

— Bem, é melhor ser esperta do que viver sempre com medo! — Xing diz enquanto pega o papiro da mão de Fun Xu, que dá um sorriso de lado para a mesma.

— Não se preocupe, não coloquei nenhuma maldição nesse papel! — Fun Xu diz enquanto se afasta do pilar e começa a andar entre os Reis, que se curvam para ele.

Xing dá uma risada pelo nariz, porque ela sabe que Fun Xu é muito convencido e que se aqueles Reis deixarem, ele com certeza faria deles seus meros bonequinhos num jogo e Xing esperava por isso... Ah, como ela esperava, ela queria ver até onde Fun Xu estava disposto a ir nesse novo jogo que ela e Cixi deram início.

— Espero que não esteja pensando em seduzir meu marido, Xing! — Ela consegue ouvir a voz de Cixi nas suas costas, e ao se virar dar de cara com os olhos violetas da Imperatriz Cixi e um sorriso de Rainha que passaria despercebido por todos, mas por Xing nunca.

— Ora essa, Cixi, mesmo que eu tentasse Fun Xu só teria olhos para você! — Xing diz enquanto deixa os olhos vagarem entre aqueles Reis, que mais pareciam abelhas querendo chegar ao pote de mel antes da hora.

— Nós duas sabemos disso, mais ele não! — Cixi diz enquanto observa sua neta com o marido dançarem ao som de uma pequena orquestra.

Os sorrisos daqueles dois eram como o sol por detrás de uma nuvem, iluminava a tudo ao seu redor com o brilho jovial e belo daquele amor.

— Não acha que tá na hora de dizer a verdade para o Rei do Reino de Asūla! — Xing diz enquanto cruza os braços embaixo dos seios, e com a ponta do dedo bate na taça de gelo.

— Não, o deixe ser feliz enquanto puder! — Cixi fala enquanto observa sua neta girar nos braços do marido, e ele sorri para a mesma.

— Você sabe que em algum momento eles terão que cumprir a profecia, não sabe? — Xing pergunta enquanto também observa Mira girar com Yin Chang.

Ela sabe que em algum momento aqueles dois teriam que cumprir algo que eles não tinham como evitar, algo que duas mulheres ambiciosas e que queriam poder foram capazes de começar.

— Eles receberam o direito de viver esse amor nessa vida!

Elas puderam ouvir uma voz masculina dizer nas costas delas, as fazendo se virarem para poder ver Wang Xu parado ali, observando Mira e Yin Chang felizes.

— Wang Xu? — Xing e Cixi dizem ao mesmo tempo enquanto que Wang Xu apenas fica com as mãos nos bolsos da calça e com uma postura relaxada enquanto observar Mira e Yin Chang dançando pela Sala do Trono.

Mira e Yin Chang dançavam como um casal apaixonado, que no caso eles eram, eles eram aquele tipo de casal que quanto mais o tempo passa, mais apaixonados ficam e Wang Xu sabia disso, sabia também que eles tinham um destino a cumprir, assim como Xo Bou tinha a sua missão a cumprir.

— Por que eles teriam direito a se amar nessa vida? — Xing pergunta enquanto observa Wang Xu.

Suas vestes negras e seus cabelos lhe davam a sensação de lidar com a escuridão enquanto que os olhos do mesmo lhe dava a sensação de que ela poderia mergulhar ali e nunca mais sair.

— Ora essa, vocês duas sabem o porquê! — Wang Xu diz com um sorriso misterioso e ergue a taça de gelo para as duas mulheres ali na sua frente, que rapidamente trocam um olhar de medo e depois apenas com um sorriso falso erguem também as taças de gelo para Wang Xu.

Mira dá um giro enquanto que Yin Chang a seguia pelo centro da sala do trono a levando pelas mãos, com a leveza de um dançarino e com um sorriso de um bobo apaixonado.

— Faz tempo que não dançamos, não é, minha Rainha? — Yin Chang pergunta enquanto ergue as mãos entrelaçadas deles e começa a dançar.

— Sim, depois de tudo sempre deixamos de lado um momento como esse! — Mira diz para Yin Chang com um sorriso nos lábios.

Sim, os dois não dançavam tanto como antes, porque agora eles não podiam mostrar que se amavam tanto assim na frente daqueles Reis que estavam dispostos a tudo para ter poder, Mira sabia que mesmo que ela ansiasse por tocar Yin Chang em certos momentos ela não poderia... Ela teria que recolher suas mãos para longe do marido.

— Vamos repetir essa dança mais vez! — Yin Chang diz enquanto conduz Mira pelo centro do salão, até que ele sente uma batida no seu ombro, os fazendo parar de dançar.

— Posso ter a honra de dançar com a minha filha? — Volkan pergunta enquanto sorri para os dois, fazendo com que Mira de um passo em direção ao pai, que já se encontrava em posição para guiá-la pelo centro do salão deixando Yin Chang sozinho, mas não por muito tempo.

Derya tinha acabado de chegar com seu vestido azul e seu perfume de sereia, mesmo que todos estivessem a observando, ela apenas tinha os olhos voltados para Yin Chang, que se encontrava observando Mira dançar com o pai.

Com um sorriso Derya se dirige a Yin Chang, seus passos parecem devagar e seu corpo parecia ondular, como se ela quisesse chamar a atenção do mesmo, mas ele se encontrava encantado demais por sua esposa sorridente nos braços do pai para poder ver a sereia que vinha na sua direção com um olhar predador.

Assim que Derya para na sua frente, Yin Chang pode ver que a visão de sua esposa é tampada por olhos negros e cabelos castanhos com californianas azuis...

— Derya! — Yin Chang diz enquanto tenta ver sua esposa por detrás da cabeça de Derya, já que o mesmo era mais alto que ela por uma cabeça apenas.

— Yin Chang, não gostaria de dançar comigo? — Derya diz com uma voz sedutora tentando fazer com que Yin Chang dance com a mesma.

— Desculpe-me, Derya, mas eu estou cansado! — Yin Chang diz enquanto se vira e vai até onde estava Yasmine e Abhya, mas mesmo antes dele conseguir dar um passo Derya pega no braço dele, deslizando as unhas muito bem afiadas pela manga da camisa branca dele e tenta lhe tocar a palma da mão, que Yin Chang desvia.

— Mas, Yin Chang, você dançou com sua mulher! — Derya fala com a mão no ar como se tentasse pegar algo que estava lhe fugindo entre os dedos.

— Para Mira eu nunca estou cansado! — Yin Chang diz com um olhar gelado e com a voz carregada de frieza, fazendo com que a mesma sentisse um calafrio na espinha enquanto Yin Chang se distanciava em direção a Abhya e Yasmine.

Derya sente o ódio a corroendo enquanto a mesma apenas abaixa o braço com um sorriso para esconder a vergonha que estava sentindo... Já que a mesma fora rejeitada na frente de todos.

Mira mesmo dançando com seu pai não tirava os olhos de Yin Chang, já que Derya estava por perto pronta para dar o bote, e isso ela não deixaria, ah, não, Mira não deixaria que Derya consiga o que ela queria a mais de treze anos atrás, se ela achava que Mira tinha esquecido o que ela fizera... Derya estava muito enganada, ela era esperta o bastante para saber que a Rainha das Sereias iria tentar algo com Yin Chang, e por isso com um sorriso nos lábios apenas olha para o seu pai, que a olhava com um olhar desconfiado.

— O que foi pai? — Mira pergunta enquanto pisca os olhos como uma menina doce e inocente.

— Esse sorriso é o mesmo que sua mãe tinha nos lábios antes de aprontar uma das dela! — Volkan diz enquanto sorri para sua filha.

Volkan ainda se lembrava de quando Yuri decidira que queria ter um filho, não importava a maneira, ela tinha decidi até mesmo seduzir Volkan, mesmo sabendo que ele não tinha interesse nela, tinha até mesmo ameaçado fazer greve de fome se ele não lhe desse um filho... Uma filha, e no dia em que a mesma conseguira o sorriso dela fora o mesmo que de Mira naquele momento.

— Que bom, porque pode ter certeza que se aquela sereia tentar algo com meu marido eu vou assá-la na brasa do Rio de Lava da Reino de Umlilo! — Mira diz com uma voz doce, que por detrás escondia uma mulher forte e que seria capaz de fazer de uma Rainha um exemplo para todos.

Assim que ouviu as palavras de sua filha, Volkan apenas dá uma risada porque aquelas com certeza seriam as palavras que Yuri diria se ainda estivesse viva...

Ah, como ele poderia esquecer a doce e amável Yuri? Que fora sua companheira por tantas centenas de anos? Mesmo ele amando Kadar, Yuri tinha um lugar no seu coração, assim como que Dulal tinha um lugar no coração de Mira.

Não era fácil esquecer alguém que tinha um valor muito grande para você, Volkan sabia disso, e por isso ele cultivava a memória de sua esposa, ela não poderia ser esquecida e nem seria, se dependesse dele e de todos Yuri seria sempre lembrada, assim como Dulal seria lembrando como o homem que se sacrificara por amor, Yuri seria lembrada com a mãe que se sacrificara pelos filhos no final...

Não tinha como esquecer o passado!