Vemos um vazio infinito se estendendo em todas as direções, um mar de silêncio onde o tempo não existia. No centro desse nada, havia uma sala branca, sem paredes, sem teto, sem chão—apenas uma luz suave e interminável.
E dentro dessa sala, ele observava.
Ninguém sabia seu nome. Ele sempre esteve ali. Sempre existiu. Seu corpo era feito de luz e vazio ao mesmo tempo, um ser branco, etéreo, com buracos brilhantes espalhados por sua forma, cada um refletindo as cores de incontáveis universos.
Os fios dos universos se estendiam diante dele, conectando realidades e cruzando destinos. Um ser tão poderoso, mas incapaz de afetar e mudar diretamente os universos. Ele podia apenas guiar ações e definir escolhas para que elas acontecessem. Ele era um manipulador, um mestre observando seus peões.
Então chegou o grande momento. Em um movimento suave, ele mergulhou sua mão em um de seus próprios buracos brilhantes e retirou de lá sete cristais, cada um reluzindo com uma cor única. Poder puro, encapsulado em formas perfeitas, onde apenas os mais fortes poderiam controlá-los. Caso não fossem fortes o suficiente, os cristais acabariam controlando seus portadores.
Vermelho, Laranja, Amarelo, Verde, Ciano, Azul e Roxo. Esses eram os sete cristais universais.
Ele ergueu a mão e declarou:
— Cada um de vocês será necessário para o equilíbrio de cada universo.
E então, soltou os sete cristais.
Eles foram lançados pelo espaço, cruzando galáxias, espalhando-se pelos universos e caindo como meteoros em planetas. Alguns seriam encontrados por boas pessoas, outros por tiranos. Alguns se perderiam no vazio, esperando um portador forte o bastante para despertá-los.
Após esse acontecimento. Em um dos universos, o vazio do espaço era cortado por faíscas de energia enquanto duas forças colidiam com brutalidade.
De um lado, uma criatura colossal, de pele escamosa e olhos brilhantes como sóis em miniatura. Seu corpo era uma fusão grotesca de músculos e matéria desconhecida, moldada pelo poder do Cristal Amarelo, o Cristal da Alteração, que pulsava em seu peito como um coração vivo.
Do outro, um guerreiro extraterrestre de porte imponente, seu corpo envolto em uma armadura que parecia ter sido moldada pelas estrelas. Em seu braço direito, ele carregava uma espada. Ele era o portador do Cristal Verde, o Cristal da Destruição, e sua missão era clara: eliminar qualquer ameaça ao equilíbrio do universo, pois esse portador estava sob o controle do cristal.
A criatura rugiu e, num instante, o espaço ao seu redor se distorceu, dobrado pela influência do Cristal Amarelo. A criatura alterou algumas estrelas, transformando-as em enormes meteoros, que dispararam em alta velocidade contra o guerreiro. Mas ele já esperava por isso e, com sua espada, os reduziu a pó.
O guerreiro, com um grito de guerra, disparou em alta velocidade, deixando um rastro pelo vácuo. Seu punho se fechou, concentrando energia destrutiva, e quando atingiu a criatura no tórax, uma onda de choque se espalhou pelo espaço, empurrando-a para fora de sua rota.
A criatura cambaleou, mas seu corpo se regenerou instantaneamente, a matéria se rearranjando de forma grotesca. Com um estalar de dedos, seu braço se multiplicou em dezenas, todas as mãos se alongando como lâminas cortantes. Elas avançaram em todas as direções, mas o guerreiro se teleportou no último segundo, reaparecendo acima da criatura. Com um único golpe, cortou quase todos os seus braços. A criatura tentou mordê-lo, mas ele a segurou pela boca e, em alta velocidade, jogou-a contra um planeta próximo.
O impacto foi devastador, formando uma enorme cratera.
Mesmo assim, a criatura se levantou e, rapidamente, atacou o portador. Mesmo assim, a criatura se levantou e atacou o portador. Antes que suas garras o atingissem, ele a segurou e, com um golpe no peito, lançou-a a quilômetros de distância. O soco foi tão destrutivo que o corpo do monstro começou a se desintegrar lentamente, suas células incapazes de suportar a energia destrutiva do Cristal Verde.
A criatura rugiu, tentando se reformar mais uma vez, mas dessa vez, não houve volta. Seu corpo explodiu em incontáveis fragmentos, espalhando-se como poeira estelar.
O guerreiro respirou fundo, observando os destroços ao seu redor.
Estava feito.
Então, algo aconteceu.
Entre os restos da criatura, uma pequena partícula de carne começou a brilhar. E, num instante, disparou em alta velocidade pelo espaço—em direção à Terra.
E dentro dela estava o Cristal Amarelo, agora livre, pronto para alterar o destino de um novo planeta.
O guerreiro tentou agir, mas, naquele instante, o ser cósmico interveio.
Uma força invisível prendeu seu corpo, impedindo-o de seguir. Ele não podia interferir mais, pois o ser cósmico ainda tinha controle sobre os cristais, caso os cristais dominassem seus portadores.
O portador do Cristal Verde apenas observou enquanto o fragmento cortava o espaço como um meteoro dourado, entrando na atmosfera terrestre e desaparecendo em um clarão.
Ele sabia o que isso significava.
Que a Terra jamais seria a mesma.