Chereads / Lendários / Chapter 2 - Capítulo 2: O Poder da Alteração

Chapter 2 - Capítulo 2: O Poder da Alteração

Em Nocturnes, conflitos entre as espécies eram comuns, e as mortes se tornaram parte do cotidiano.

As coisas estavam desandando por ali.

Para manter a ordem, surgiu a organização conhecida como Os Guardiões, um grupo dedicado a proteger a população de ameaças que surgiam, e seriam os responsáveis por tomar as decisões em Nocturnes. No entanto, mesmo com seus esforços, não conseguiam conter todos as ameaças. Com o tempo, os conflitos aumentaram tanto que havia o risco de uma guerra total.

Foi então que os Guardiões tomaram uma decisão ousada: reunir seis indivíduos com habilidades extraordinárias para formar um time especial. Seu propósito seria evitar o colapso de Nocturnes. Assim, nasceram Os Lendários.

O Surgimento dos Lendários

O ano era 1948, e o Brasil foi o berço do primeiro grupo dos Lendários. Seus membros eram:

• Alaric, um guerreiro de Hiperbórea com poderes de luz e regeneração.

• Samuel, um Ultra-Humano metamorfo capaz de mudar sua forma à vontade.

• Luana, uma Ultra-Humana com asas e força sobre-humana.

• Diego, um homem com super velocidade.

• Mesur, um assassino habilidoso, mestre em combate furtivo.

• Medusa, uma mulher cujo DNA alterado a transformou na versão viva da Medusa da mitologia grega.

Juntos, eles se tornaram a esperança de Nocturnes. O grupo conseguiu neutralizar várias ameaças, trazendo segurança e estabilidade ao continente. Por um tempo, as coisas pareciam estar melhorando. Mas o destino sempre tem planos inesperados…

A emboscada

Naquela noite, os Lendários estavam em uma missão importante. Um grupo de tiranos de Valkar Forge havia sido identificado contrabandeando materiais de forma ilegal para Nocturnes. A informação indicava que a entrega aconteceria em um beco, e os seis estavam posicionados nos telhados de prédios próximos, aguardando o momento certo para atacar.

Alaric fechou os punhos, inquieto. Seu olhar varria o beco abaixo.

— Eles já deviam estar aqui. O horário e o local estão corretos, mas até agora, nada…

Mesur sorriu e deu um leve tapa nas costas do companheiro, disse com sarcasmo.

— Paciência, meu amigo. O trânsito deve estar uma bosta hoje.

Alaric revirou os olhos, impaciente.

— Não estamos aqui para brincar, estamos aqui para quebrar esses caras.

Medusa cruzou os braços, convencida.

— Estamos aqui para ficar de tocaia. Quando for a hora certa, pegamos eles.

Mesur pegou uma pedrinha no chão e começou a girá-la nos dedos.

— Ainda bem que desliguei o fogão antes de sair. Sem pressa.

— Vamos ver… — Alaric suspirou, ignorando o comentário.

Medusa olhou de relance para ele, depois para Mesur, que continuava distraído com a pedra.

— Eles não devem demorar.

— Correção — retrucou Alaric. — Eles já deviam ter chegado.

Medusa bufou, frustrada.

— Você precisa relaxar.

Mesur riu e se virou para Medusa, encarando seus óculos escuros.

— Sabe, é engraçado pensar que, se não tivessem feito esse óculos especial para você, poderia nos petrificar só de olhar para a gente.

Medusa deu um sorriso torto e ajeitou os óculos.

— Se quiser, eu posso tirar e te mostrar a cor dos meus olhos.

Antes que Mesur pudesse responder, Alaric levantou a mão.

— Silêncio. Ouçam...

O ronco de um motor ecoou pelo beco.

— Caminhão se aproximando. É agora.

Os Lendários se prepararam. Assim que o veículo entrou no beco, Luana saltou do telhado e pousou na frente dele, forçando o motorista a frear bruscamente e perder o controle. O caminhão derrapou e bateu contra a parede.

Os outros cinco saltaram para o combate. Mas, assim que o container foi aberto, um grupo de homens fortemente armados surgiu, disparando contra eles.

— DROGA! — gritou Alaric, desviando dos tiros.

Diego avançou para derrubar os guardas que estavam atirando.

— Eu dou cobertura! — rugiu ele.

A batalha se intensificou. Luana foi forçada a se manter no solo para evitar ser alvejada. Mesur e Samuel lutavam corpo a corpo, mas eram pressionados pela quantidade de inimigos.

Diego conseguia lidar bem com os inimigos, mas os reforços inimigos não paravam de chegar, até que ele foi acertado e precisou se recuperar.

A luta se espalhou para as ruas, e os Lendários começaram a perder terreno.

Medusa petrificou vários guardas e destruiu outros com golpes precisos.

— São muitos! De onde eles estao vindo? — gritou ela.

Alaric disparou feixes de luz, derrubando dois inimigos.

— Não sei! Isso está pior do que imaginávamos!

No combate, Mesur correu até o container para se proteger, mas antes que pudesse entrar, um tiro atingiu sua costela e outro acertou sua coxa.

— PORRA! — ele gritou, cambaleando.

Ele conseguiu se arrastar para dentro do container, mas percebeu que sua arma estava sem munição. Sem saída, começou a procurar qualquer coisa que pudesse usar… até que viu uma caixa com uma inscrição peculiar:

"Fruta do Sacrifício."

Ao olhar para ela, sentiu algo estranho. Como se a fruta o chamasse.

— O que é isso?

Mas antes de pensar muito, guardas começaram a se aproximar de Mesur.

— Merda...

Ele estava sem saída e sem forças. Sem hesitar, pegou a fruta e deu uma mordida.

A luz que a fruta parecia emanar sumiu instantaneamente. Seu corpo começou a brilhar em um tom vermelho intenso. Seus olhos adquiriram um brilho rubi e, em um instante, quando um dos guardas se aproximava, Mesur disparou um feixe de energia de seus olhos, atravessando o crânio do inimigo.

Com uma única mão, Mesur pegou o outro guarda, esmagou o maxilar dele, sentindo os ossos se partirem sob seus dedos. Antes que o último pudesse reagir, agarrou sua cabeça e a arrancou com um único movimento brutal.

Em seguida, ergueu o próprio container e o jogou sobre um grupo de inimigos, esmagando-os.

Os tiros que vinham contra ele não faziam efeito. Com um soco veloz, ele perfurou três guardas de uma vez. Depois, começou a usar seu laser para exterminar os que restavam.

Quando a poeira baixou, Alaric o observava, atônito.

— Mesur?? O que é isso?

Mesur começou a descer lentamente até o chão.

— Eu não sei... — Mesur olhou para suas mãos. — Eu vi coisas... E -Eu não sei...

Luana, com um olhar totalmente preocupado.

— Que merda foi essa? Você sempre teve esse poder com você?

Mesur passou a mão no rosto, ainda atordoado.

— N-Não... eu ganhei quando comi aquela fruta do container.

— Do container? — Samuel arregalou os olhos, assustado. — Você diz a Fruta do Sacrifício?

Mesur, ainda sobrecarregado.

— Sim... Como sabe?

Samuel cruzou os braços, preocupado.

— Essas "Frutas do Sacrifício" crescem graças ao cristal. São raras e nascem principalmente em Valkar Forge. Elas são conhecidas assim porque dão um poder incrível e único para quem as come… — Samuel suspirou, ainda tentando engolir a situação. — Mas também têm uma perda ou maldição, como se fosse uma troca. Dizem que, ao mordê-las, você tem uma visão do que vai acontecer…

Mesur ficou incrédulo e pensativo. Ele teve essa visão. E, antes que alguém perguntasse algo, voou dali em alta velocidade.

Voando pela cidade, Mesur chegou em sua casa e, sem perder tempo ele abre a porta. Ao entrar, Mesur ficou completamente paralisado, pois conseguia ver o corpo de sua esposa e filha no chão da sala desacordadas.

Ele viu que seus corações não estavam mais batendo, no local, não havia nenhuma gota sangue ou nenhum problema físico em seus corpos, apenas como se a alma delas tivesse sido arrancada.

Mesur se aproxima dos corpos delas, naquele momento cada segundo pareciam demorar dias. Ele havia perdido sua esposa e filha por causa da fruta, não parecia ser o mesmo dia, que ele havia se despedido delas pela manhã para trabalhar. Ele se ajoelha, totalmente em prantos, lágrimas caíram, ele já não tinha mais nada a fazer. Naquele momento nada mais importava.

Vidas, pelo o grande poder que ele conseguiu.

"Como se fosse uma troca"

Era o que passava na cabeça de Mesur no momento.

Valeria a pena perder o seu mundo, para salvar o mundo dos outros?