O Presságio da Tempestade
A academia estava inquieta desde o evento da noite anterior. Os boatos sobre Cael se espalharam como fogo. Alguns achavam que era uma coincidência, outros começavam a suspeitar que ele não era um simples plebeu.
Mas, naquela noite, ninguém esperava que o verdadeiro perigo já estivesse dentro das muralhas da academia.
Os céus escureceram de forma anormal. Não havia lua, nem estrelas, apenas um breu absoluto.
Os sinos da torre, que nunca tocavam àquela hora, ecoaram de repente, um som grave e distorcido.
Foi quando tudo começou a desmoronar.
O Início do Caos
Cael estava sentado em sua cama, concentrado em seu selo instável, quando sentiu.
"Magia hostil… dentro da academia."
Ele levantou-se de imediato, pegando seu casaco e saindo do dormitório. No instante em que pisou no corredor, uma explosão ecoou do lado de fora.
— "ATAQUE!"
O grito de um dos guardas ressoou pela noite.
O campus se iluminou em chamas, e várias figuras encapuzadas surgiram das sombras, assassinos da Ordem do Eclipse.
Eles se moviam como espectros, suas lâminas e feitiços atingindo qualquer um que estivesse no caminho.
Os professores e alunos de elite reagiram rapidamente, conjurando barreiras e iniciando contra-ataques, mas era uma emboscada bem planejada.
Cael observou de longe, analisando tudo.
"Eles não estão apenas atacando… estão buscando algo. Ou melhor, buscando alguém."
Ele já sabia quem era o alvo.
— "Eles vieram por mim."
Enquanto os combates ocorriam por todo o campus, um grupo de assassinos avançou diretamente para a Praça Central—onde Cael já os esperava.
Seis deles o cercaram, seus olhos brilhando sob os capuzes.
O líder do grupo deu um passo à frente.
— "Nosso líder quer sua cabeça."
Cael sorriu de leve, mas seus olhos eram frios.
— "Ah, que honra. Mas vocês têm certeza de que não querem reconsiderar isso?"
Sem responder, os assassinos atacaram simultaneamente.
Cael se moveu no último instante, desviando de uma lâmina sombria e desferindo um chute direto no peito de um dos inimigos. O assassino foi lançado para trás com força, quebrando uma estátua de pedra.
Antes que os outros pudessem reagir, Cael ergueu um dedo.
— "Gravidade Zero."
Uma onda de mana invisível se espalhou, e os assassinos sentiram seus corpos sendo lançados para o alto como se não houvesse peso.
Eles tentaram conjurar feitiços para se estabilizar, mas Cael já estava um passo à frente.
Ele esticou a mão, e uma pressão esmagadora desceu sobre os inimigos.
— "Agora, Gravidade Triplicada."
Em um instante, eles foram puxados de volta ao chão como se um monstro invisível os estivesse esmagando. O impacto destruiu o piso da praça, rachaduras se espalhando em todas as direções.
Os assassinos gritaram de dor, incapazes de resistir.
O líder do grupo tentou fugir, mas Cael estendeu a mão calmamente.
— "Sem escapatória."
O ar ao redor do homem se torceu violentamente, e ele foi puxado de volta, caindo de joelhos diante de Cael.
O jovem inclinou a cabeça, analisando-o.
— "Agora me diga… quem mandou vocês?"
O assassino tentou resistir, mas Cael pressionou um dedo contra sua testa, e uma onda de poder absoluto percorreu seu corpo.
— "Fale."
Seus olhos se arregalaram, e contra sua própria vontade, ele respondeu.
— "O Arcebispo da Ordem… Lorde Sareth…"
Cael estreitou os olhos.
— "Então finalmente decidiram agir."
Ele tocou a testa do assassino novamente, e num instante, o homem desmaiou. Não havia necessidade de matá-lo. Ainda.
Mas antes que Cael pudesse decidir seu próximo movimento…
— "CAEL!"
Ele se virou e viu Elara correndo em sua direção, com os olhos arregalados.
Ela olhou ao redor, vendo os assassinos caídos ao redor dele, as rachaduras no chão, e percebeu imediatamente que ele os derrotou sozinho.
— "O que… O que você fez?!"
Cael suspirou.
"Droga. Eu me expus demais."
Elara se aproximou lentamente, sua voz carregada de choque.
— "Você… não é um plebeu, é?"
Cael a encarou em silêncio.
Ele poderia mentir. Poderia tentar mudar de assunto.
Mas… para sua própria surpresa, ele sorriu levemente.
— "Nunca fui."
Elara sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Pela primeira vez, ela percebeu que Cael não era apenas alguém fora do comum.
Ele era algo muito maior do que ela imaginava.
E ela ainda nem sabia a verdade inteira.