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Chapter 11 - Capítulo 11 - Domando o Caminho de Casa

As informações em sua mente eram claras, porém limitadas, como um mapa mostrando apenas o início de uma jornada muito mais longa.

Ren conseguia ver os primeiros passos do cultivo do seu esporo com perfeita clareza: os tipos específicos de cogumelos necessários, as exatas condições para o crescimento, os rituais de fortalecimento.

Havia algo que ele poderia levar do túnel para o passo final do seu cultivo.

Mas as outras partes necessárias para o cultivo dele?

Nenhuma delas estava perto daqui.

"Os primeiros cogumelos que eu preciso...", ele murmurou, processando a informação, "crescem nas zonas de pântano ao norte da cidade rival. Não nessa floresta."

A revelação o atingiu com frustração e alívio.

Entretanto, algo mais brilhava nas bordas desse novo conhecimento, uma promessa.

Quando seu esporo atingisse a Classificação Bronze, uma possibilidade se abriria que fazia seu coração bater mais rápido: um segundo contrato.

Uma segunda besta.

O resto era nebuloso, como olhar através de águas turvas.

Mas a certeza estava lá, cada evolução do seu esporo não só o fortaleceria como também expandiria seu entendimento das bestas e seus caminhos.

"Eu preciso voltar", ele disse em voz alta, desta vez com determinação ao invés de medo ou arrependimento. "Eu preciso pegar um monte de coisas e começar a cultivar desde o início."

Os cogumelos em seu cabelo pulsavam suavemente, como se concordassem.

Era hora de voltar para casa.

Seus pais estariam preocupados ao extremo se ele chegasse muito tarde, e agora... agora ele tinha um plano real. Não uma busca desesperada, mas um caminho claro.

Embora primeiro, ele teria que encontrar uma maneira de sair dessa caverna.

♢♢♢♢

A densidade de mana nessa caverna era insana; Ren seria envenenado se não saísse logo.

Como poderia haver tanta mana em um lugar no anel Bronze era um mistério para ele, mesmo com seu conhecimento expandido.

Ele queria levar alguns dos enormes cristais de mana da caverna, mas nenhum estava solto, era uma grande formação conjunta, como se fosse o trabalho de alguém do passado ao invés de algo natural. Já que era impossível quebrar as formações incrivelmente duras, talvez ele pudesse retornar para tentar outra vez.

Um cristal de mana tornava-se muito mais resistente quanto maior crescia; ele precisaria de algo realmente poderoso para extraí-lo. Muito mais do que uma picareta, até o Louva-a-deus de Nível Bronze provavelmente não conseguiria quebrá-lo.

Decidido a recuar...

Ren observou o túnel pelo qual tinha chegado.

Os esporos ancestrais ainda estavam lá, dançando na escuridão com seu brilho dourado doentio.

Mas agora ele os via de forma diferente, entendia a natureza deles com uma clareza surpreendente.

"Eles não são agressivos por natureza", ele murmurou, processando o conhecimento fluindo em sua mente. "Eles atacam porque estão famintos após séculos de hibernação, mas seu verdadeiro método é..."

Ele parou, uma ideia se formando.

Os esporos ancestrais, como todos os fungos, seguiam padrões comportamentais básicos. Eles buscavam nutrientes, sim, mas mais importante: respondiam a sinais químicos específicos.

Ren pegou um pouco de lama.

"E se eu combinar isso com..."

Um mofo amarelado se formou onde os esporos ancestrais caíram, como se analisasse sua composição...

Ren fechou os olhos, concentrando-se.

Os cogumelos em seu cabelo pulsaram, liberando esporos cinzentos que se misturaram com seu suor. Era nojento, mas agora ele entendia o propósito da informação pulsando em sua cabeça: os esporos de sua própria besta continham marcadores químicos que o identificavam como "parte da colônia".

Ele esfregou a mistura em sua pele exposta cheia de esporos.

"Os esporos ancestrais deveriam me reconhecer como outra colônia fúngica agora", ele murmurou. "E deveriam me manter a uma distância suficiente para..."

Ren se ajoelhou ao lado dos restos do Mantis Espelho. Sob as placas quebradas e o mofo amarelado, ele podia ver o que procurava, o núcleo cristalino, uma estrutura das bestas que agia como seu centro de poder.

Era do tamanho do seu punho.

"Núcleos das Feras", ele sussurrou, o conhecimento desdobrando-se em sua mente, "são como ovos concentrados. Eles contêm toda a informação genética da criatura, seus padrões de mana, sua essência... E há uma maneira de revivê-los."

Ele pegou algumas das placas do louva-a-deus, aquelas que ele podia carregar na mochila, e o fungo dourado dos esporos ancestrais que havia se formado enquanto consumia o louva-a-deus.

Ele deu um passo em direção ao túnel. Os esporos dourados rodopiaram ao seu redor, mas não atacaram. Para eles, ele era agora apenas outro organismo fúngico da mesma espécie, não a presa.

"Funciona", ele sussurrou, maravilhado com seu próprio conhecimento. "Realmente funciona."

Enquanto avançava cuidadosamente pelo túnel, Ren não pôde evitar de sorrir. Algumas horas atrás, ele estava convencido de que seu esporo era inútil.

Agora, aquele mesmo "monstro mais fraco" havia lhe dado o conhecimento para sobreviver onde uma besta de Nível Bronze havia perecido.

E o núcleo em suas mãos... qualquer outro veria apenas como um troféu. Mas Ren conseguia ver seu verdadeiro valor: uma opção para obter o Mantis Espelho.

Uma criatura que, algum dia, ele poderia precisar.

♢♢♢♢

O túnel dos esporos ancestrais acabou sendo o trecho mais fácil da jornada de volta.

Ren emergiu coberto de lama e uma mistura de esporos cinzentos e alguns dourados errantes, mas vivo e com um tesouro valioso na mochila.

Ele primeiro limpou cuidadosamente o excesso de lama e esporos dourados.

Agora, enfrentando o caminho de volta, tudo parecia diferente. Onde antes havia terror e incerteza, agora havia entendimento.

Os túneis do Escavador Noturno não eram um labirinto aleatório como ele pensava. "Eles sempre escavam em espirais", ele murmurou para si mesmo, reconhecendo os padrões no teto. "E eles marcam seus territórios ativos com arranhões mais profundos nas paredes leste."

Graças a isso, ele poderia evitar zonas onde outros escavadores pudessem estar ativos enquanto procurava uma armadilha menos íngreme para sair.

Ao emergir na zona dos Sapos da Lua, ele parou para ouvir. O coaxar melodioso vinha de distante, mas agora ele entendia seu significado.

"Três tons ascendentes, eles estão caçando. Quatro tons descendentes seriam acasalamento", ele sussurrou. "E eles sempre deixam um sapo vigiando rotas de fuga enquanto os outros perseguem a presa."

Ele esperou pacientemente até que o padrão de coaxar mudasse, indicando que os sapos tinham se movido seguindo o rastro de alguma presa noturna.

Só então ele se moveu, mantendo-se em áreas onde o solo estava mais compactado.

"Sapos da Lua odeiam terra dura e seca", o conhecimento fluía naturalmente agora. "Seus pés são feitos para terreno macio onde podem se enterrar rapidamente. Em solo firme, seus corpos perdem umidade."

Até as zonas de armadilhas naturais eram óbvias agora.

Os Escavadores sempre deixavam pequenos sinais: pedras dispostas de certas maneiras, padrões de erosão no solo. Para olhos não treinados pareciam coincidências, mas para Ren agora eram como sinais de aviso brilhando na noite.

Os cogumelos em seu cabelo, ainda brilhando com aquele tom amarelado mais intenso do que antes, iluminavam seu caminho enquanto ele avançava com confiança renovada. Eles mostravam o padrão dos olhos dos sapos; Ren não estava mais preocupado em ser traído pela sua luz, agora até serviam de camuflagem.

Cada passo era calculado, cada decisão informada por conhecimento que até poucas horas atrás ele nem sabia que existia.

"É como se eu tivesse sido cego a vida toda", ele pensou enquanto habilmente evitava uma zona que mostrava claros sinais de atividade dos Sapos.

"E agora finalmente posso ver."

A noite que começou como uma luta desesperada para sobreviver, tornou-se uma lição prática sobre a verdadeira natureza das bestas. E sua suposta "maldição", o esporo mais fraco, revelou-se a chave para entender todos esses segredos.

O fim da floresta mágica finalmente apareceu diante dele, as últimas 'árvores mágicas' brilhando (de urina de sapo) contra o céu noturno.

Ren parou um momento, tocando inconscientemente o núcleo da Mantis em sua mochila. Ele saiu em busca de uma segunda besta, um milagre para mudar seu destino.

O que ele encontrou foi algo muito mais valioso: entendimento.