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Chapter 2 - Procura

As pessoas o observavam, porém com certo receio ou medo. Assim que ele passava, retornavam silenciosamente aos seus afazeres.

Era um jovem garoto negro. Seu olhar sério, marcado por noites mal dormidas, permanecia parcialmente oculto pela sombra de sua boina preta. Usava uma capa e roupas largas, porém bem trabalhadas. Mantinha o foco no horizonte, ignorando tudo ao seu redor. Entre os lábios, segurava um charuto ainda aceso.

Ele cavalgou até uma velha casa de três andares. A porta larga, logo na entrada, dava acesso a uma escadaria. Dois homens se apressaram para abrir a porta para ele. Ele ajeitou sua boina e entrou sem hesitar. As portas se fecharam atrás dele.

Horas antes, no coração do Reino de Veridian...

No palácio, um cavaleiro entrou apressado na sala do trono, onde haviam quatro assentos imponentes. Um era adornado com tecidos verdes, outro em azul e um dourado. Porém, o trono central, de coloração vermelha, era o mais imponente. Nele, sentava-se uma jovem imperatriz de expressão entediada.

O cavaleiro se ajoelhou rapidamente diante dela, mantendo a cabeça baixa.

"Imperatriz Vitória, ele apareceu!"

Os olhos da imperatriz brilharam com atenção, e sua postura imediatamente mudou.

Momentos depois, seus passos apressados ecoavam pelos corredores iluminados do castelo. O brilho vívido das tochas refletia em seus longos cabelos ruivos, que balançavam junto ao vestido que segurava para se mover mais rápido. Atrás dela, as empregadas reais corriam, tentando alcançá-la enquanto erguiam suas saias para não tropeçar.

"Majestade, não é conduta adequada para vossa soberania ir atrás de alguém com status inferior! O justo seria chamá-lo até a sala do trono para preservar sua reputação."

Mas Vitória mal ouvia. Conhecia as regras imperiais, mas pouco se importava com elas naquele momento.

Quando finalmente chegou ao pátio, uma carruagem já a aguardava. A empregada ainda insistia em chamá-la, mas assim que Vitória entrou e se acomodou no banco, voltou-se para a mulher com um olhar firme.

"Vai ficar tagarelando o óbvio, ou vai calar a boca e vir comigo até lá?"