Usando a habilidade de teletransporte, levei a Jinx e eu para o último local onde estive, onde conheci a Kai'Sa. A fissura continua do mesmo jeito desde a última vez que a observei.
Jinx continua sendo a Jinx de sempre.
- Oh, olha o tamanho desse buraco! - disse ela, animada, olhando para a fissura. - Se eu jogar uma granada lá embaixo, será que aumenta de tamanho?
- Nem pense nisso, - um suspiro involuntário escapou sem que eu percebesse. Ela parece mais uma criança arteira.
Observo no mapa que consegui da Caitlyn para poder navegar com mais precisão em Runeterra.
Jinx, de forma inquieta, tenta olhar para o papel.
- Então, já decidiu nosso destino? Nunca saí de Zaun, então não sou a melhor guia - afirmou ela.
Colocando o mapa perto, nós dois olhamos. Deslizo o dedo pelo mapa, mostrando para ela Piltover e Zaun.
- Estamos em Kumungu... - informei, deslizando até embaixo. - Nosso objetivo é chegar em Ixtal e pegar um barco até Águas de Sentina.
- Vai ser uma longa caminhada... - afirmou ela, dando ênfase ao tédio.
Levanto a sobrancelha. - Nunca imaginei ver você sem energia... - Ela está incomodada com algo...
Notando seu olhar inquieto para os lados antes de voltar para mim, pergunto-me o que a está perturbando.
- Ren, por que você continua do meu lado? - perguntou Jinx.
Era isso que incomodava ela? Conheço o passado dela, e ela não sabe disso. Para Jinx, talvez seja estranho alguém gostar de uma criminosa com sangue nas mãos.
Me aproximo dela, segurando seu queixo, e a beijo de forma intensa. Ao separar nossos lábios, observo seus olhos arregalados.
- Obviamente, você é minha terrorista favorita. Com quem mais eu poderia me divertir se não fosse com você? - respondi, sorrindo de forma descontraída. - Teve sua resposta?
- Heh, você sabe como estimular uma garota, - comentou ela de forma provocativa.
Isso soou estranho. - Bem, vamos antes que escureça, deve levar alguns dias até chegar em Ixtal... - afirmei começando a caminhar, esperando que ela faça o mesmo.
- Oh, espera por mim! - gritou Jinx correndo para me alcançar, não posso deixar de rir com a reação dela.
Iniciamos nossa jornada através das densas florestas de Kumungu, o ar repleto de fragrâncias exóticas e o som constante da vida selvagem preenchendo o ambiente. A luz do sol filtrava-se pelas copas altas das árvores, lançando padrões dançantes de sombra e luz sobre o caminho que seguíamos. A vegetação era exuberante, com folhas enormes e flores de cores vibrantes que pareciam quase irreais de tão intensas.
Nós caminhamos em um ritmo constante, cada passo nos aproximava do destino. A cada passo, o cenário mudava ligeiramente, mas a beleza selvagem da floresta permanecia constante. Árvores gigantescas com troncos que pareciam ter séculos de idade dominavam a paisagem, e cipós grossos pendiam como serpentes verdes dos galhos mais altos. Pequenos riachos cruzavam o nosso caminho de vez em quando, a água cristalina oferecendo uma visão refrescante em meio à densa folhagem.
- Este lugar é incrível - comentou Renier, admirando a beleza natural ao redor.
- Sim, nunca imaginei que existisse algo tão... verde. Zaun é uma selva de aço e fumaça - respondeu Jinx respirando o ar puro, com um brilho curioso nos olhos.
Acho que pelo menos vale a pena essa caminhada, ver ela assim chega a ser revigorante.
Enquanto caminhamos, pequenos animais estavam espionando curiosos de suas tocas, e pássaros de plumagem iridescente saltavam de galho em galho, cantando melodias desconhecidas. O ar era fresco e limpo, uma mudança revigorante para Jinx, acostumada com a poluição constante de Zaun.
- Então, Jinx, o que você acha de tudo isso? - perguntei, virando-me para olhar para ela.
- Sabe é diferente, mas... acho que posso me acostumar com isso - respondeu ela, com um sorriso genuíno iluminando seu rosto.
- Eu sei que você está pensando em explodir a floresta, então nem tenta - afirmei com os olhos afiados.
Jinx soltou um sorriso enquanto guardava sua arma no cinto novamente. - Heh, você me pegou... mas mesmo assim, é diferente de Zaun, então gostei do ar que é mais limpo - afirmou ela.
Solto um suspiro novamente. - Meu Deus... - espero que ela esteja só brincando e não solte alguma granada por aí...
À medida que a tarde avançava, a floresta parecia ainda mais mágica. Os raios de sol se tornavam dourados, e a luz do entardecer dava um tom quase etéreo à vegetação ao redor. Em um ponto, eles passaram por um pequeno campo de flores selvagens, suas pétalas parecendo ouro e púrpura à luz do sol poente.
- Vamos descansar um pouco aqui - sugeri, indicando um tronco caído que oferecia um lugar para sentar.
Melhor não avançar durante a noite, Runeterra não é um dos lugares mais seguros.
Vendo Jinx se sentar com um suspiro aliviado e retirando seus sapatos. - Finalmente posso descansar meus pés, já não aguentava mais... - comentou ela, ao fazer massagem em seus pé.
Caminho perto das árvores, para pegar alguns galhos secos, para servir para a fogueira, coloco perto da gente os galhos empilhados.
- Agora só preciso colocar fogo... - Um disparo feito da arma da Jinx, contra os galhos fez com que o fogo fosse acesso. - Ou você pode fazer isso.
- Vem cá, Ren... Já estava há algum tempo me perguntando, - exclamou ela dando uma pausa e apontando para minha mão. - Esse anel azul tem algum significado?
Olho para o anel. - Fiz uma promessa de nunca deixar uma pessoa próxima, para trás... Mas não consegui cumpri... - respondo abaixando a mão, me sento ao lado da Jinx.
- Não me importo. - comentou ela olhando para mim com um sorriso.
Fico confuso com as palavras dela. - Uh? O que você quer dizer com isso?
- Contanto que você não me abandone com o todo mundo, não me importo se você gostar de outra pessoa - afirmou Jinx soltando um sorriso malicioso. - E acho que quanto mais melhor.
Não sei se Runeterra funciona desse jeito. - Mas de qualquer forma ela está em Ionia, então não tem como a gente se encontrar novamente.
- Uh? Sua habilidade de teletransporte deveria funcionar para trazer ela, não? - indagou Jinx.
Meus olhos se contraíram por um breve momento. É claro! Eu esqueci completamente que a habilidade funciona também para transportar coisas para perto de mim!
Seguro o rosto da Jinx com as mãos, e beijo ela de forma espontânea. - Jinx, você é incrível! - afirmei soltando os lábios dela.
- Vou acabar me acostumando se você ficar me beijando assim, - afirmou ela.
Vou para o centro da clareira de flores, sentindo o olhar atento de Jinx em mim. Ela parece tão curiosa quanto eu para ver se isso realmente funciona.
Fecho os olhos por um momento, respirando fundo para me concentrar. Sinto a energia fluindo dentro de mim, uma força se manifestando de maneira única. Quando abro os olhos, estendo a mão, criando um grande círculo mágico no ar. A energia azul começa a emanar, o brilho vibrante como néon iluminando a clareira.
O círculo se forma lentamente, carregado com várias runas e símbolos desconhecidos que flutuam ao redor, brilhando intensamente. Embora as inscrições sejam enigmáticas, elas fazem sentido para mim de uma maneira instintiva, quase como se fossem parte de quem eu sou. O poder flui através das linhas do círculo, cada runa pulsando com uma energia própria, e sinto uma conexão profunda com esse antigo feitiço.
Jinx observa, fascinada, os olhos arregalados enquanto o círculo mágico toma forma completamente. O ar ao nosso redor parece carregar-se de eletricidade, e as flores ao nosso redor tremulam levemente, como se estivessem respondendo à magia.
- Espero que dê certo... - murmurei fechando a mão. No mesmo instante o clarão ofuscante cobre toda a clareia, me obrigando a fechar os olhos por uma fração de segundos.
O círculo mágico pulsa uma última vez, sua luz azul brilhando intensamente antes de suavizar. No centro do círculo, uma figura começa a tomar forma. A energia ao redor se dissipa lentamente, revelando-se a Ahri, caída no chão, claramente desorientada pela súbita abdução.
Ela levanta a cabeça, os olhos confusos piscando na luz suave do círculo. Quando ela me vê, a confusão desaparece, substituída por uma expressão de alívio e alegria.
- Renier! - exclama ela, sua voz carregada de emoção.
Ahri se levanta rapidamente e corre em minha direção, envolvendo-me em um abraço carinhoso. Sinto seus braços ao redor de mim, seu corpo quente e familiar. Retribuo o abraço, sentindo a suavidade de suas caudas envolvendo-nos, criando um casulo aconchegante.
- Eu estava tão preocupada... A senhorita Karma, nao conseguia achar você de modo algum... - murmura ela, sua voz suave junto ao meu ouvido.
- Está tudo bem agora, Ahri - digo, acariciando suas costas gentilmente. - Você sabe que é difícil eu morrer, hehe.
Jinx, observando a cena, solta um assobio baixo, obviamente surpresa pela súbita aparição da Vastaya e pela nossa familiaridade.
- E quem é essa gata? - pergunta Jinx, curiosidade evidente em sua voz.
Ahri se afasta ligeiramente, olhando para Jinx com um sorriso caloroso, mas ainda mantendo um braço ao redor de mim. Seus olhos se estreitaram levemente enquanto se olhavam.
- Sou Ahri, a raposa mais carinhosa de Ionia, - afirmou ela.
- Essa é a Jinx, ela é de Zaun, - afirmei a apresentando. - Sei que tenho muita coisa para explicar, então porque não conversamos enquanto eu faço o jantar dessa noite? - sugeri, para não criar uma tensão no ar.
Espero que essa noite eu seja tranquila... Urg... Eu sinto que levantei uma bandeira negra...
Continua...