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Chapter 3 - Cap. 3

Obrigada por hoje.

Caroline Almeida

Me afastei com o meu coração quase saindo pela minha boca, Carlos já estava quase desmaiado, ainda havia algumas meninas sorrindo para o Bryan, até mesmo as garotas que estavam ao lado do Carlos.

— Calma aí irmão! — meu irmão falou segurando em um braço do Bryan e o rapaz que estava com ele segurou no outro, foi assim que conseguiram tirar ele.

Carlos ficou deitado no chão recuperando seu fôlego, com suas mãos sobre seu próprio pescoço esfregando, olhando para o céu. Eu continuei ali parada com o meu coração batendo violentamente no meu peito, eu nunca vi o Bryan tão violento assim, André segurou no ombro do Bryan e sussurrou alguma coisa que o fez assentir. Bryan se virou e falou algo baixo e foi a vez de André concordar.

Bryan pegou minha bolsa do chão e caminhou até mim, passando a mão sobre o corte de sua boca limpando o sangue que havia escorrido, ele parecia tranquilo como se nada tivesse acontecido. Enquanto observei por cima dos seus ombros meu irmão dizer alguma coisa ao seu amigo, e em sequência apontar para o Carlos que havia se sentado no chão.

— Desculpa carolzinha! — olhei para o Bryan a minha frente — Eu não suportei ver aquele imbecil tirando uma onda com você. Podemos ir?

— Aí estudantes circulando, bando de pau no cu do caralho!! — Pelo palavreado do meu irmão ele estava nervoso... — Você não seu arrombado! — ele apontou para o Carlos que havia se levantado —Tira uma onda com o irmão da garota que você fica perturbando!!! Tira onda comigo agora porra!!!!...

Bryan segurou na minha mão, enquanto eu estava olhando meu irmão de olhos arregalados, o que ele vai fazer?

— Vamos Carol? — Bryan falou, mas meus pés estavam travados no chão.

Vi meu irmão, ele estava com o Carlos sendo segurado por seu amigo e o socando na barriga, com raiva... Um suspiro de espanto escapou dos meus lábios.

— Meu Deus!! Bryan o André vai matar ele e acabar indo para a cadeia. — Soltei da mão do Bryan e corri ate o meu irmão, tentei puxá-lo para trás falando — Para André, irmão para por favor!!

— Fica no meio não maninha, isso aqui já é problema de cria de favela... Você sabe como resolvemos! — ele me falou ainda me olhando sério, não parecia meu irmão. Ele parecia outra pessoa, estava com uma expressão diferente e seus olhos estavam vermelhos, oh! André pelo amor de Deus pare.

— Para André, você vai acabar matando ele e ainda vai ser preso por minha culpa... Daqui a pouco algum responsável da escola chama a polícia, para por favor — implorei.

Meus olhos estavam cheios de lágrimas, mas consegui ver perfeitamente a cruz pequena que o meu irmão tem tatuado abaixo do seu olho esquerdo, 'O símbolo da facção do morro'... Ele parece muito com o nosso pai, loiro dos olhos claros e alto, meu irmão está prestes a completar dezoito anos e não tem juízo nenhum. Agora tem tatuagem até sobre a sobrancelha esquerda só não sei o que está escrito. Nos braços e no pescoço também tem um monte. Só não sei no resto do corpo, mas o jeito que ele está, provavelmente esta cheio, sem contar o pincing no nariz.

— Se preocupa não Carol, os cana não sobem aqui... — ele apontou para mim — Mais por você garotinha, esse verme vai viver por mais alguns dias... — André apontou para o Carlos que cuspiu sangue ao chão — Vaza mané e nunca mais se aproxima da minha irmã, deu para entender?

Carlos apenas concordou, enquanto recolheu suas coisas e saiu do local quase correndo... André colocou seu braço em volta do meu ombro e sorriu me olhando, porque todo mundo age como se nada tivesse acontecido, eu estou aqui com minhas pernas moles...

— Vô voltar pros corre, vai pra casa Carol, depois eu colo lá pra ficar com você e a mãe um pouco! — ele me deu um beijo no topo da minha cabeça.

Concordei, enquanto caminhamos até o Bryan novamente. Franzi minha sobrancelha quando percebi que o Bryan estava encostado em uma moto preta com um capacete em mãos, neste momento os outros alunos já estavam se retirando, enquanto sussurravam nos olhando... André parou comigo próximo ao Bryan e o olhou

— Leva ela pra casa chapa.

— Pode deixar.

Os dois apertaram as mãos em seguida meu irmão subiu na agrupa do menino e ambos saíram a caminho de algum lugar deixando o meu coração apertado. Eu estava olhando ele seguir quando Bryan direcionou um capacete para mim.

— Vamos?

— Vai me contar primeiro de onde veio? — Perguntei sorrindo, em sequência consegui ver um lindo sorriso se formando em seus lábios.

— Era para ser uma surpresa... — Bryan coçou sua nuca ao continuar — Mas eu acho que estraguei né? Eu comprei ela hoje. Tipo ela é semi nova, meu patrão passou ela parceladinha — Ele olhou a moto em seguida sua atenção se voltou para mim e um sorriso mais puxadinho ao lado direito do seu rosto se formou novamente...

— Não estragou não. Parabéns Bryan por correr atrás dos seus sonhos. — O abracei.

Mas ao sentir suas mãos virem se envolver na minha cintura, algo no meu estômago me fez sorrir.

— Pra mim? Não. Para nós, você e minha mãe, foram quem sempre me incentivaram a correr atrás dos meus sonhos. — ele falou ainda me abraçando, em seguida levantei minha cabeça e o olhei, enquanto ele olhou para baixo para mim e continuou — E aí vai me dar a honra da sua presença?

— Claro! — Sorri ao pegar o capacete e posicioná-lo na minha cabeça, sem saber direito o que fazer, Bryan se aproximou ao prender a jugular de segurança, sorri enquanto observo ele prender atentamente, antes que ele se afaste eu apenas disse — Não corre por favor!

Novamente ele me deu aquele sorriso lindo e após assentir subiu na moto, levou seu capacete a sua cabeça e o prendeu, iniciou a partida da mesma e a deixou funcionando enquanto retornou sua atenção a mim... Coloquei as duas alças da minha bolsa nos meus ombros e subi na sua garupa, o vento soprou meu rosto, então observei que já não tem mais ninguém na escola.

— Segura carolzinha!

Como eu estava apenas segurando na sua camiseta, Bryan levou sua mão sobre a minha e voltou meus braços em volta de sua cintura, bem próxima dele engoli em seco, caminhando levamos trinta minutos até a minha casa, vamos ver agora.

Segurei forte em sua cintura, quando ele engatou a moto e começou a sair do lugar, eu nunca tinha andado em uma antes, então imagina o medo de cair ou dele bater, Bryan não tem carteira, sei que o patrão mandava ele buscar as coisas nos depósitos foi assim que ele aprendeu a dirigir... Acho que foi uns vinte minutos ele já estava parando em frente da minha casa. Foram os vinte minutos mais emocionantes da minha vida, nossa é muito legal andar de moto, ainda mais porque o Bryan anda de vagar

— E aí, como foi? Nem corri né? — ele falou ao me observar descer da moto, enquanto parei ao seu lado.

— Eu sempre vou repetir que, você é um tudo! — Lhe estendi o capacete e ele pegou sorrindo

— Olha quem fala minha... — Seu olhar foi lindo neste momento, porém ele não terminou a sua frase e engoliu em seco ao continuar — Vou ter que voltar para o trabalho carolzinha, nos vemos mais tarde!? — Perguntou ele pendurando o capacete no guidão da moto.

— Sempre! — sorri — Até mais Bryan... — Observei que ele tirou o capacete, me aproximei levando uma de minhas mão sobre o seu braço e beijei a sua bochecha — Obrigada por me defender hoje!

Peguei ele desprevenido porque ele ficou sem reação, puxa vida eu me surpreendi! Porque eu fiz isso? Nunca passamos da amizade... Ele apenas está sorrindo feito um bobinho e olhando para meus lábios e eu sentindo o meu rosto esquentar, sem dizer nenhuma palavra me virei nos calcanhares e caminhei para dentro de casa com o meu coração batendo violentamente contra o meu peito, engoli em seco e me segurei para não olhar para ele, apenas ouvi o barulho da moto, ele está saindo, graças a Deus Bryan entendeu que eu estou morrendo de vergonha neste momento, droga Carol, porque você esta agindo assim?...