Chereads / Armagedom / Chapter 4 - Capítulo 4:Escolhas

Chapter 4 - Capítulo 4:Escolhas

Capítulo 4: Escolhas

Nero estava deitado em uma cama. Ao seu lado, havia uma criatura híbrida reptiliana com porte humanoide. Sua pele não era carne, mas sim uma couraça de escamas negras que se entrelaçavam como uma armadura natural. Seu torso robusto era protegido por um casco obsidiano, tão rígido quanto pedra vulcânica, contrastando com seus membros ágeis e musculosos.

Os padrões das escamas pareciam um traje ancestral, dando a impressão de uma vestimenta viva, ajustada à perfeição ao seu corpo. Seu olhar brilhava com um tom verde-marinho—uma aberração majestosa.

De repente, Nero acordou e foi recebido por uma mão que o impediu de se levantar.

— Calma! Você vai bater no seu primo assim? — O ser humanoide falou, tentando sorrir, mas o gesto ficou estranho em sua boca de tartaruga.

— Crispus... o que...?

— O que fizeram comigo não importa. Pelo menos saí vivo...

— Eles liberaram vocês também?

— Liberar? Como assim? Eles nos fizeram lutar até restarem apenas trezentos de nós.

"Eu sabia que algo assim podia acontecer depois daquele discurso."

— Então… por que você está segurando o tio desse jeito?

— Ele queria testar minha força, e deu nisso. Por falar nisso, você tem uma grande resistência. Aquele soco deveria ter aberto seu peito. — Crispus falou calmamente.

— Você tentou me matar?!

— Calma aí! Eu também não esperava que você estivesse tão forte… e ainda parecendo um cadáver. — Crispus apontou para a pele pálida de Nero.

"Realmente, minha pele está mais pálida... Mas eu me sinto mais forte. Será que essa transformação é progressiva?"

O tio de Nero abriu a porta de repente, com um olhar alegre.

— Nossa, a conversa está interessante, mas eu já fiz a comida. Então levantem essa bunda e venham comer. — Ele falou enquanto fumava.

— Eu já falei que fumar enquanto cozinha não é higiênico! E você quer nos mandar pelos ares por acaso?! — Nero repreendeu, caminhando até a mesa e se sentando.

Na cozinha, uma cena calorosa podia ser vista: uma família reunida, comendo em uma mesa farta.

— Ah, é mesmo! Vocês ainda não falaram o que vão fazer.

— Como assim, tio?

— Ora, eles deram a vocês um tempo para escolher se vão se juntar a eles ou não, certo? Fala aí, quanto tempo foi?

Um silêncio se instalou, mas Nero o quebrou:

— Até amanhã.

— Entendo… Vocês vão precisar ir embora.

— Pai, nós podemos lutar. Não se preocupe. — Crispus tentou evitar esse destino.

— Filho, você acha que vai escapar deles? Não minta para si mesmo. Eles são muitos e, além deles... tem eu.

— Tio, do que você está falando?

— Eu sou um purista, Nero. Meu dever é matar monstros, e vocês são monstros agora… Mas eu não quero matar vocês. Então, vou ajudá-los a fugir.

— O que é um purista, pai?

— Um purista é um servo da organização "Os Puristas". Somos divididos em ranks, mas isso é segredo. O que posso dizer é que somos as pessoas que limpam a bagunça.

— Tio, você sabe o que aquelas pessoas fizeram conosco?

— Nada. Eles não fizeram nada. Isso foi puro destino... o fim de uma era.

— Como assim, fim de uma era, pai?

— Deixe-me explicar… Com o passar das eras, os humanos avançam para o futuro. Mas isso é uma mentira. Afinal, a balança do mundo não permite isso. Cada vez que o lado humano ou monstro dá passos à frente, ela iguala os dois.

— Então foi só uma ação da balança para ajudar os humanos, tio?

— Não. Essa balança acabou de quebrar. Segundo a profecia, na última geração, monstros e humanos igualaram seus números, e todos os seres seriam deixados por conta própria, sem ajuda ou limitação.

— Então quer dizer que agora tem uma bomba prestes a explodir neste mundo?

— Exatamente. Sem limitações, este mundo pode ser completamente destruído… Mas isso só acontecerá no pior dos cenários. Afinal, se todos usarem essa chance para avançar juntos, tudo isso será uma bênção. Tudo depende de suas escolhas.

"Então estamos totalmente fodidos… Os dois lados querem se matar." — Nero pensou, levando a mão ao rosto.

— Não precisam se preocupar. Eu vou ensinar vocês a sobreviverem.

— Não tem como, pai. Estamos no fim do mundo.

— Claro que tem. Olhem.

O tio de Nero jogou um livro sobre a mesa. Na capa, lia-se: "O Caminho da Imortalidade Mágica".

— Ainda acham que não há saída? Vocês não conhecem nem um por cento deste mundo.

Ele acendeu mais um cigarro e tragou lentamente.

---

Em outro lugar...

— Agente Hórus, necessitamos de você para uma missão. Resgate o "Herói".

---

Próximo capítulo: O Caminho do Fim