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Chapter 2 - Capítulo 2: Construindo uma Base

Marcos observava o planeta árido ao seu redor, absorvendo cada detalhe com uma curiosidade crescente. O chão era seco e quebradiço, coberto por rachaduras que pareciam abrir janelas para um mundo subterrâneo. Pequenos cristais brilhavam ao longe, refletindo a luz dos dois sóis. Um vento quente soprava pelo vale desolado, levando consigo partículas de poeira dourada.

Seus novos olhos de formiga captavam detalhes que ele nunca teria percebido como humano. Ele sentia as vibrações no solo sob suas patas, um ritmo constante que parecia indicar vida abaixo da superfície. As duas rainhas estavam ao seu lado, imóveis, mas prontas para agir. Ele sabia que precisava dar o primeiro comando.

"Rainha Nutriz," ele pensou, e imediatamente, uma conexão foi estabelecida. Ele não precisou falar. A comunicação era telepática, uma troca de intenções e emoções. "Comece a produzir operárias. Precisamos explorar o ambiente e encontrar recursos."

A rainha inclinou levemente a cabeça, como se reconhecesse a ordem, e começou a se mover em direção a uma pequena depressão no solo. Lá, ela começou a cavar, suas mandíbulas trabalhando com precisão e força. Em questão de minutos, ela desapareceu sob a terra, criando o que seria o primeiro túnel da colônia.

Marcos voltou sua atenção para a Rainha Bélica. Ela era maior, com mandíbulas afiadas que pareciam capazes de partir rochas. "Você será responsável pela segurança. Crie soldados para proteger a colônia e patrulhar a área."

Assim como a outra rainha, ela acatou a ordem sem hesitar, descendo para as profundezas e começando seu trabalho.

Enquanto suas rainhas trabalhavam, Marcos decidiu explorar o terreno próximo. Seus novos instintos como formiga o guiavam de forma quase automática. Ele seguiu as vibrações no solo, sentindo que algo interessante estava enterrado a poucos metros de onde ele estava.

Chegando ao local, ele começou a cavar com suas patas dianteiras. O trabalho era rápido e eficiente, e em pouco tempo ele encontrou o que parecia ser uma veia de minerais cristalinos. Uma notificação surgiu em sua mente:

"Recurso encontrado: Cristais Brutos (50 unidades). Pode ser utilizado para aprimorar a colônia ou trocado por outros recursos no sistema."

Marcos sorriu internamente. Era um bom começo. Ele sabia que cristais eram recursos valiosos, usados para acelerar o crescimento da colônia e aprimorar as habilidades de suas unidades. Ele marcou o local mentalmente para que as operárias pudessem minerar assim que fossem produzidas.

De volta ao ponto inicial, ele encontrou as primeiras operárias emergindo do solo. Pequenas, mas ágeis, elas imediatamente começaram a se espalhar, coletando pequenos pedaços de madeira seca e outros detritos que estavam espalhados pelo terreno. A eficiência delas era impressionante, e Marcos sentiu um orgulho estranho ao vê-las trabalhando.

Com as operárias em atividade e os soldados começando a surgir, Marcos sabia que o próximo passo era estabelecer uma base subterrânea. Ele acessou o painel de construção, que agora estava ativo.

"Construções disponíveis:

Câmaras de Depósito: 100 unidades de recursos.

Câmaras de Reprodução: 150 unidades de recursos.

Salão do Líder: 200 unidades de recursos."

No momento, a colônia só tinha 80 unidades de recursos básicos, coletados pelas operárias. Ele decidiu priorizar as Câmaras de Depósito, necessárias para armazenar os recursos que seriam coletados no futuro.

"Construir: Câmaras de Depósito."

Imediatamente, as operárias começaram a trabalhar, ampliando o túnel inicial e criando uma ampla câmara subterrânea. Elas trabalhavam em perfeita sincronia, sem precisar de instruções adicionais. Em questão de horas, o espaço estava pronto, e a notificação apareceu em sua mente:

"Câmaras de Depósito concluídas. Capacidade de armazenamento: 500 unidades de recursos."

Marcos sentiu uma satisfação crescente. Ele estava começando a entender como funcionava sua nova vida. Cada passo, por menor que fosse, era uma conquista.

Enquanto a colônia crescia lentamente, Marcos percebeu algo que fez suas antenas se levantarem. Uma vibração estranha no solo. Não era o mesmo ritmo constante que ele sentia das formigas ou do ambiente ao redor. Era algo irregular, pesado.

Ele se deslocou rapidamente para a superfície e viu uma criatura emergir de uma fenda próxima. Parecia uma espécie de escorpião, mas era muito maior, com uma carapaça negra e pinças afiadas. Seus olhos brilhavam com uma luz amarela intensa, e ele parecia estar farejando o ar, provavelmente atraído pela atividade da colônia.

Marcos sabia que a colônia ainda era frágil. Seus soldados eram poucos, e as operárias não tinham como se defender. Ele precisava agir rápido.

"Soldados, para a superfície!" ele ordenou mentalmente.

As primeiras formigas soldados, três no total, emergiram do túnel, suas mandíbulas prontas para a batalha. Elas se posicionaram entre o escorpião e a entrada do túnel, aguardando o comando de Marcos.

O escorpião avançou, atacando com uma de suas pinças. Uma das formigas soldados foi atingida e caiu, imobilizada. As outras duas avançaram, mordendo a carapaça da criatura, mas ela era resistente.

Marcos sentiu sua mente se acelerar. Ele precisava pensar rápido. Ele acessou o painel de habilidades da colônia e viu que havia uma habilidade disponível para uso imediato:

"Habilidade: Frenesi da Colônia (Aumenta temporariamente a força e velocidade das unidades). Custo: 20 unidades de energia."

Sem hesitar, ele ativou a habilidade. As duas formigas soldados restantes começaram a se mover com uma velocidade impressionante, atacando as juntas do escorpião com precisão. A criatura tentou contra-atacar, mas as formigas eram rápidas demais.

Em poucos minutos, o escorpião estava no chão, derrotado. Uma notificação surgiu na mente de Marcos:

"Inimigo derrotado: Escorpião Terrestre. Recurso coletado: Carapaça (10 unidades), Carne Exótica (20 unidades)."

A vitória contra o escorpião deu a Marcos a confiança que ele precisava. A colônia ainda era pequena, mas tinha potencial. Ele sabia que os desafios só aumentariam, e que as outras raças no planeta eventualmente representariam uma ameaça muito maior do que um simples escorpião.

De volta ao túnel, ele acessou o painel novamente. Com os recursos coletados, ele decidiu construir as Câmaras de Reprodução, permitindo que as rainhas aumentassem a produção de soldados e operárias.

Enquanto observava as operárias trabalhando, ele sentiu um misto de ansiedade e determinação. Ele não havia pedido para liderar formigas em um planeta árido, mas aquela era sua realidade agora. E ele faria o que fosse necessário para transformar aquela pequena colônia no início de um império.

"Apenas o começo," ele pensou, enquanto o som rítmico das patas ecoava pelo túnel.