Maya corria sem olhar para trás, seus pés tropeçando nos buracos e pedras da estrada de terra. O coração batia como um tambor descontrolado, impulsionado pelo medo. Atrás dela, Sofí vinha em disparada, gritando seu nome com uma voz cheia de raiva e desespero.
— Maya! Pare agora! Você não pode fugir de mim! — gritava Sofí, com o rosto contorcido pela fúria.
Maya, ofegante, sabia que não podia parar. Cada vez que olhava para frente, buscava um sinal de salvação, mas tudo ao redor era escuridão e a estrada poeirenta que parecia não ter fim.
Finalmente, suas pernas cederam por um momento, fazendo-a cair de joelhos. Antes que pudesse se levantar, Sofí a alcançou e agarrou seu braço, puxando-a com força.
— Por que você faz isso? Eu só quero que você entenda! — Sofí exclamou, seu tom oscilando entre mágoa e loucura.
— Entender o quê? Você me machucou! Você me traiu! — Maya respondeu, tentando se soltar do aperto de Sofí.
A luta começou. As duas caíram no chão, rolaram na terra enquanto lutavam. Sofí tentava dominar Maya, mas esta lutava com toda a força que tinha, guiada pelo puro instinto de sobrevivência.
Maya viu uma pedra solta no chão, pequena, mas pontiaguda o suficiente para ser uma arma. Com um impulso desesperado, ela conseguiu agarrá-la. Sofí tentou segurá-la, mas Maya, com um grito que misturava medo e coragem, acertou a pedra contra a lateral da cabeça de Sofí.
O impacto fez Sofí cambalear e soltar Maya. Ela caiu de joelhos, segurando a cabeça e gemendo de dor.
— Por favor, Sofí, não me obrigue a fazer mais isso — Maya disse, sua voz trêmula enquanto observava a ex-amiga em estado de choque.
Sofí não respondeu, seus olhos se enchendo de lágrimas enquanto o sangue começava a escorrer de onde a pedra havia acertado. Maya viu sua chance. Com as mãos tremendo e os joelhos machucados, ela se levantou e começou a correr novamente.
Os gritos de Sofí foram ficando mais distantes, até que o silêncio tomou conta. Mesmo assim, Maya continuou correndo, sem olhar para trás, determinada a alcançar a cidade e se livrar de vez daquele pesadelo.