Chereads / Fairy Tail - Seraph's Gate / Chapter 18 - Capítulo 18: Ecos do Passado - O Mago Negro e a Lenda de Zeref

Chapter 18 - Capítulo 18: Ecos do Passado - O Mago Negro e a Lenda de Zeref

O silêncio que se seguiu à batalha em Veridale parecia quase surreal, como se o mundo estivesse respirando fundo após o impacto das forças destrutivas que haviam colidido ali. Kira, Erya e Lisandra estavam reunidos no centro da praça, ofegantes, com os corpos dos membros derrotados da guilda negra espalhados ao redor. A energia maligna que havia invadido a cidade estava se dissipando lentamente, mas uma sensação estranha e desconfortante ainda pairava no ar. Como se a vitória tivesse sido mais amarga do que parecia à primeira vista.

— Isso não está certo... — Erya murmurou, olhando para o altar profano que começava a desaparecer à medida que a magia negra se desfazia. Ela sentia algo estranho no fundo de sua mente, uma sensação de que o mal que enfrentaram ali não era um fim, mas apenas um eco distante de algo muito maior e mais antigo.

Lisandra se aproximou, observando o altar que agora estava desmoronando lentamente. No entanto, algo chamou sua atenção entre os destroços. Uma folha de papel, antiga e desbotada, havia sido deixada cair de uma das pilastras que sustentavam a estrutura. Era uma página, ou talvez um fragmento, de um grimório. A magia que emanava dela era densa, uma aura fria que parecia imitar a energia sombria que Malthus havia tentado invocar.

— Erya, Kira, vejam isso. — Lisandra se agachou, pegando cuidadosamente o pedaço de papel. Ela sentiu um arrepio ao tocá-lo, como se as palavras escritas naquele fragmento estivessem imbuídas de uma energia que não era deste mundo.

Erya e Kira se aproximaram, curiosos, mas também cautelosos. Erya olhou para o papel com um olhar atento, analisando as inscrições esotéricas que estavam desenhadas na folha. O que quer que fosse, parecia um feitiço de magia negra, uma conjuração poderosa que parecia ter um propósito bem mais sinistro do que qualquer coisa que haviam enfrentado até então.

— Isso... isso não é apenas magia negra comum. — Erya sussurrou, seu olhar fixo nas runas antigas. As letras eram diferentes das runas que ela conhecia, mas de alguma forma, havia uma familiaridade estranha nelas. Ela se sentiu atraída pelaquelas palavras, como se estivessem chamando-a, sussurrando algo sobre um futuro sombrio.

Kira franziu a testa, observando as palavras com desconfiança. Ele tinha uma sensação de que algo mais estava por trás daquela página. Seu olhar passou do papel para o altar destruído e, finalmente, para o céu nublado. A atmosfera estava carregada, como se o próprio espaço ao redor estivesse saturado com uma energia antiga que não poderia ser ignorada.

— O que é isso, Erya? — Kira perguntou, sua voz cheia de urgência.

Erya não respondeu imediatamente. Seus olhos estavam fixos nas runas, analisando cada símbolo e tentando entender o que estava escrito. Mas, então, seu olhar se iluminou com uma realização. Ela ergueu a cabeça e olhou para Lisandra e Kira.

— Isso... isso está relacionado com uma lenda de Fiore. Uma lenda sobre um mago negro que há muito tempo foi associado à morte e à destruição. — Ela pausou, tentando reunir seus pensamentos antes de continuar. — O Mago Negro... Zeref.

Lisandra franziu o cenho, sua mente tentando conectar as peças. Zeref. O nome ecoava nas histórias antigas e sombrias, mas muito pouco se sabia realmente sobre ele. O que estava acontecendo agora parecia ser uma reverberação de algo muito maior, algo que poderia ter um impacto devastador em todo o continente de Fiore.

— Zeref... — Lisandra disse em voz baixa. — Ele é mencionado em algumas lendas. Mas ninguém sabe exatamente o que ele era ou o que ele queria. Dizem que ele era o mago responsável por algumas das maiores catástrofes na história de Fiore.

Erya assentiu lentamente, ainda analisando as runas na página, enquanto a imagem de Zeref se formava em sua mente. O mago negro, imortalizado nas lendas como a personificação do mal, parecia ter deixado uma marca indelével em todas as histórias e mitos de Fiore.

— Ele foi uma figura misteriosa, uma sombra na história, envolto em magia proibida. — Erya continuou. — Mas o mais assustador é o que dizem sobre ele: ele estava à procura da imortalidade. Uma busca que, de acordo com as lendas, o levou a criar criaturas monstruosas, a desestabilizar reinos e a trazer destruição onde quer que fosse. Ele procurava algo muito mais poderoso, mais perigoso do que qualquer outra magia conhecida.

Kira olhou para a página nas mãos de Lisandra, seu olhar se aprofundando. A lenda de Zeref era algo que ele ouvira falar em murmúrios entre magos experientes, mas nunca tinha dado muita atenção. Agora, no entanto, a conexão estava ficando mais clara. Malthus e sua guilda não eram apenas buscadores de poder; eles estavam tentando algo muito maior, algo relacionado ao que Zeref havia tentado há séculos.

— E o que isso tem a ver com a guilda negra que enfrentamos? — Kira perguntou, seus olhos fixos na página. — Malthus estava tentando algo relacionado a isso, não estava?

Erya olhou para o papel novamente, observando as inscrições com mais atenção. As runas não apenas formavam um feitiço de imortalidade, mas também estavam ligadas a um poder sombrio que parecia ter o mesmo tipo de energia que os relatos antigos descreviam sobre Zeref.

— Sim, isso é exatamente o que Malthus queria. — Ela respondeu. — Esse feitiço... o ritual que ele estava tentando completar... é a chave para algo muito mais antigo. Eu tenho a sensação de que ele estava tentando usar a magia negra que Zeref usou para alcançar a imortalidade. Malthus estava tentando reacender a chama da sua busca, um poder que poderia corromper e consumir tudo ao seu redor.

Lisandra franziu a testa, um medo crescente tomando conta dela. O que quer que fosse, aquilo era muito maior do que qualquer batalha que eles já haviam enfrentado.

— Então, Zeref está de alguma forma relacionado a tudo isso? — Lisandra perguntou. — Esse feitiço pode estar conectado a ele de alguma forma, certo?

Erya assentiu, sua mente girando com a informação. Zeref, o mago negro, que poderia ter morrido ou sido banido há séculos, ainda estava deixando suas marcas no mundo. E agora, os ecos de sua magia estavam surgindo novamente, com novas facções tentando reviver sua busca pela imortalidade.

— Sim... esse feitiço... provavelmente foi inspirado por Zeref ou criado por ele, uma forma de reviver sua busca insaciável por poder. — Erya disse com uma seriedade crescente. — E Malthus, ao tentar realizar esse ritual, estava apenas seguindo os passos de algo que já havia sido tentado antes, mas que nunca havia falhado tanto... até agora.

Kira olhou para Erya, o peso das palavras dela caindo sobre seus ombros. O que eles haviam enfrentado até agora era apenas uma parte de algo muito maior, uma sombra que se estendia desde os tempos antigos e agora estava ameaçando ressurgir.

— Então, temos que procurar mais sobre Zeref. — Kira disse com determinação, sentindo o peso da responsabilidade que estava sobre eles. — Não podemos permitir que o que ele começou seja completado agora.

Lisandra e Erya concordaram com um aceno de cabeça. Eles sabiam que agora não era apenas uma luta contra uma guilda negra ou contra Malthus. Era uma luta contra algo muito mais profundo e antigo, algo que podia ameaçar a própria essência do mundo em que viviam.

E, enquanto a página amarelada de feitiço queimava suas mãos com seu poder oculto, sabiam que o destino de Fiore poderia depender de suas próximas ações. O Mago Negro, Zeref, ainda era uma sombra à espreita nas lendas, e os três magos estavam prestes a se aventurar em um caminho que os levaria diretamente ao centro dessa escuridão ancestral.