O campo de batalha silenciou como se o mundo tivesse parado para testemunhar a presença de Arthur Auguste Angel. A chegada do paladino mais forte do Vaticano era como um farol no meio do caos, sua luz dourada ofuscando as chamas e as trevas ao redor. O ar se tornara pesado, carregado com uma força divina que até mesmo os demônios hesitavam em enfrentar.
Arthur desceu de seu cavalo com a graça de um verdadeiro guerreiro celestial. Sua armadura brilhava como um sol em miniatura, refletindo cada fragmento de luz ao seu redor, enquanto sua espada sagrada, Auriel, parecia pulsar com uma energia viva. Ele ergueu o olhar para o general da Illuminati, seus olhos fixos e implacáveis como os de um juiz divino.
— Em nome do Vaticano e da vontade de Deus, esta invasão termina aqui, — ele declarou, sua voz ressoando como um trovão no silêncio.
Keyon, ainda segurando sua espada, sentiu um arrepio percorrer seu corpo. Mesmo com o controle de seus poderes demoníacos, a presença de Arthur era avassaladora, como se estivesse diante de uma entidade superior. Ele fechou os punhos, lembrando a si mesmo que, mesmo que Arthur fosse um aliado, ele precisava provar que não era uma ameaça — nem para o Vaticano, nem para si mesmo.
— Keyon, recuem, — disse Arthur sem sequer olhar para ele, seus olhos fixos no general da Illuminati.
— Recuar? — Keyon respondeu, dando um passo à frente. — Com todo o respeito, Paladino, esse é o meu combate também.
Arthur virou-se levemente, seus olhos dourados avaliando Keyon por um breve instante. — Sua presença aqui é perigosa. Você está brincando com forças que ainda mal entende.
Keyon respirou fundo, apertando o cabo de sua espada. — Eu domino minha própria escuridão agora. Estou aqui para lutar, não para assistir.
Arthur não respondeu imediatamente, mas algo em sua expressão suavizou-se ligeiramente. Finalmente, ele assentiu. — Então prove.
O general da Illuminati riu alto, sua voz ecoando em desafio à presença do paladino. Ele ergueu a foice negra, que brilhou com uma energia sombria, quase devoradora.
— Vocês exorcistas são tão previsíveis, — disse ele, com um sorriso sinistro. — Sempre confiando em suas luzes e bênçãos. Mas mesmo a luz mais brilhante cria sombras, e eu sou a sombra que nenhum de vocês pode apagar!
Ele avançou, sua foice rasgando o ar com força destruidora. Arthur ergueu sua espada Auriel para bloquear o golpe, e o impacto criou uma onda de choque que sacudiu o campo de batalha. A luz dourada da espada e a escuridão da foice se chocaram em um espetáculo de poder puro, iluminando o céu com explosões intermitentes.
Enquanto isso, Ayla, Kieran, Mira e Lucas continuavam enfrentando as hordas de demônios, cada um lutando com tudo o que tinha. Nyx, agora em seu tamanho aumentado, rasgava inimigos com ferocidade, enquanto Ayla recitava cânticos de suporte para proteger o grupo. Mira e Lucas lutavam em sincronia perfeita, cortando e atirando com uma precisão impressionante.
Keyon observava o confronto entre Arthur e o general, sentindo sua própria energia fervilhar. Ele sabia que não poderia ficar parado.
— Ayla, Kieran, Mira, Lucas! — ele gritou. — Formem uma barreira e segurem os demônios! Eu vou ajudar Arthur.
Os quatro hesitaram por um momento, mas confiaram em Keyon o suficiente para obedecer. Ayla ergueu uma barreira mágica, enquanto Kieran comandava Nyx para criar uma linha defensiva. Mira e Lucas avançaram para enfrentar as ondas de inimigos que ainda vinham.
Keyon correu em direção à batalha principal, onde Arthur e o general trocavam golpes que rasgavam o ar. Ele ergueu a mão, e a terra ao seu redor começou a se moldar, criando pilares e lanças de pedra que dispararam em direção ao general.
O demônio desviou habilmente, mas isso deu a Arthur a abertura que precisava. Com um golpe rápido, Auriel cortou o braço direito do general, fazendo-o rugir de dor e recuar alguns passos.
— Isso é trabalho de um paladino, — Arthur disse, lançando um olhar de advertência para Keyon.
— E de um exorcista, — Keyon respondeu, levantando sua espada.
O general rosnou, segurando o braço ferido enquanto sua energia sombria começava a se concentrar. Ele não estava acabado — estava apenas começando.
O general ergueu a foice com sua mão restante, canalizando uma onda de energia escura que explodiu em direção a Arthur e Keyon. Arthur rapidamente ergueu sua espada, criando uma barreira de luz que bloqueou o ataque, mas a força foi tão grande que o paladino deu um passo para trás.
Keyon aproveitou o momento, canalizando sua energia para moldar o chão sob os pés do general. A terra se transformou em correntes que subiram e prenderam as pernas do demônio, imobilizando-o.
— Agora! — Keyon gritou para Arthur.
Arthur não perdeu tempo. Ele avançou, sua espada brilhando com uma luz tão intensa que parecia rivalizar com o próprio sol. Ele desferiu um golpe direto no peito do general, que soltou um grito ensurdecedor enquanto a luz divina atravessava seu corpo.
Mas, mesmo gravemente ferido, o general não desistiu. Com uma força desesperada, ele quebrou as correntes de pedra e contra-atacou com sua foice, acertando um golpe lateral que atingiu Arthur de raspão, derrubando-o.
Keyon avançou sem hesitar, sua espada colidindo com a foice do general em um duelo feroz. Cada golpe era acompanhado por tremores no chão e explosões de energia. A terra ao redor de Keyon parecia viva, respondendo a cada movimento seu e protegendo-o de ataques.
Finalmente, com um movimento rápido e preciso, Keyon desarmou o general, sua espada atravessando o peito do demônio. O general congelou, sua expressão de choque se transformando em ódio antes de finalmente sucumbir.
Quando o general caiu, os demônios restantes começaram a recuar, como se sua força estivesse diretamente ligada ao líder que acabara de ser derrotado. Ayla, Kieran, Mira e Lucas avançaram, eliminando os poucos inimigos que restavam, até que o campo de batalha finalmente ficou em silêncio.
Arthur se levantou, apoiando-se levemente em sua espada. Ele olhou para Keyon, sua expressão séria, mas com um toque de respeito.
— Você provou seu valor hoje, Keyon, — ele disse. — Mas isso é apenas o começo.
Keyon assentiu, respirando fundo enquanto olhava para o corpo do general caído. Ele sabia que Arthur estava certo. Essa batalha era apenas uma peça em um jogo muito maior.
Enquanto o grupo se reunia, exausto mas aliviado, Ayla colocou uma mão no ombro de Keyon.
— Você realmente se superou, — ela disse com um sorriso.
Keyon olhou para ela, sua expressão firme, mas um pequeno sorriso surgiu em seus lábios. — Estamos apenas começando.