obsessão do meu professor e um segredo

Vamos, kin! Vamos nos atrasar. Ouvindo minha amiga, eu grito: "Já vaiii! Estou colocando meus sapatos." Dessa vez, ouço minha avó: "Vamos, filha! Você não quer ir para a faculdade cedo?" Aí eu grito: "Já vai, vó!" e acabo dizendo "decido" quando ouço Lara com minha vó na cozinha e Lara comendo bolo. "Bom dia, vó!" "Bom dia, Lara!" Ela me responde: "Bom dia!" Vó, pergunta: "Venha, meu amor, venha, senta, mas a gente não vai. Já vamos indo." Lara responde: "Ah, vamos comer aqui um pouquinho." Eu revirei os olhos. "Lara, não era você que estava com pressa?" Ela sorri para mim, arregalando os olhos. Vou na direção dela e puxo: "Bora!" Ela grita: "Deixa eu pegar mais um pedaço de bolo!" Eu saio arrastando ela. "Minha vó, filha!" E eu falo: "Não se preocupe, vó, eu tenho dinheiro aqui guardado. Compro no caminho, passo na doceria." Passando pelo caminho, passo e compro meu pão doce que eu mais gosto. Vamos em direção à faculdade, que não é muito longe da nossa casa, mas é uma distância muito cansativa. Mesmo assim, prefiro andar a pé, pensando. Nem escuto Lara falando. Chegando na pista para atravessar, nem percebi que estava bem no meio da rua. Avisto, do outro lado, o homem que matou meus pais conversando com outra pessoa. Ele nem ficou preso muito tempo; tinha boas condições e acabou pagando sua dívida e a dos advogados. Mas, para mim, doeu. Fiquei ali parada, como se fosse ontem que eu visse o acidente acontecendo. Meus batimentos cardíacos ficaram acelerados, fiquei sem ar e lágrimas saíram do meu rosto sem esforço. Fiquei ali olhando para ele, como se nada tivesse acontecido, feliz enquanto meus pais foram mortos. Eu vi seus últimos suspiros e vi minha mãe falando que me ama. Foi quando as buzinas me tiraram dos meus pensamentos e um carro vinha na minha direção. Eu ouvi Lara gritar: "Kin!"