O cenário da execução de Kuchiki Rukia era opressivo. O céu, tingido de vermelho com nuvens escuras, parecia antecipar o caos que estava prestes a se desenrolar. Shinigamis das 13 Divisões cercavam a Sokyoku, garantindo que nada interrompesse o ritual. Keiyon estava entre os guardas da Quinta Divisão destacados para vigiar os arredores, seus olhos fixos na cena com uma expressão neutra. Por dentro, porém, ele sentia que algo estava terrivelmente errado.
Enquanto observava a tensão crescente, Keiyon sentiu um arrepio familiar percorrer sua espinha. Ele olhou para o céu e viu a figura imponente de Sousuke Aizen, acompanhada por Kaname Tosen e Gin Ichimaru. O silêncio caiu sobre a arena. Ninguém ousava se mover.
Keiyon sentiu o peso do reiatsu de Aizen envolver o lugar. Era frio, calculista e absolutamente avassalador. Ele apertou a empunhadura de Burado Tenshis, pronto para reagir, mas hesitou. Mesmo com seu reiatsu oculto de nível capitão, ele sabia que Aizen não era alguém a ser subestimado.
Aizen desceu lentamente, flutuando como se a gravidade não fosse mais um fator. Seu olhar estava fixo em Rukia, que parecia paralisada entre o medo e a confusão.
— Obrigado por guardar isso para mim, Kuchiki Rukia, — disse Aizen com sua voz serena, mas carregada de desprezo.
Antes que alguém pudesse reagir, ele estendeu a mão, envolvendo Rukia com uma onda de reiatsu. De dentro dela, ele retirou o Hogyoku, um pequeno orbe brilhante que parecia pulsar com uma energia incompreensível.
O Comandante Yamamoto ergueu sua voz como um trovão.
— Aizen! O que está fazendo?
Mas Aizen apenas sorriu, olhando para o Comandante como se ele fosse irrelevante.
— Estou ascendendo, Comandante. Algo que vocês nunca tiveram coragem de fazer.
Num piscar de olhos, os Shinigamis presentes atacaram. Capitães como Komamura e Hitsugaya avançaram com suas Zanpakutous liberadas, mas Aizen era imbatível. Ele desviava de cada golpe com precisão milimétrica, como se estivesse brincando com eles.
Keiyon observava a batalha, seus pensamentos em turbilhão. Ele sabia que intervir revelaria seu poder oculto, algo que vinha mantendo em segredo por anos. Mas, ao ver companheiros sendo derrotados tão facilmente, algo dentro dele despertou.
— Dance, Burado Tenshis! — Keiyon murmurou, liberando seu Shikai.
O anjo de sangue surgiu ao seu lado, suas asas tremulando com energia pura. Keiyon saltou, cortando o ar em direção a Aizen. O golpe foi rápido e preciso, forçando Aizen a recuar momentaneamente.
— Interessante, — disse Aizen, analisando Keiyon com um olhar curioso. — Um poder escondido entre as fileiras. Isso explica muita coisa.
Keiyon não respondeu. Ele sabia que palavras eram inúteis contra alguém como Aizen.
Antes que a luta pudesse se intensificar, Tosen e Gin intervieram, cobrindo Aizen enquanto ele erguia um portal para o Hueco Mundo. Aizen olhou para trás uma última vez, seu sorriso ainda intacto.
— Vocês ainda têm um papel a desempenhar, Gotei 13. Aproveitem bem o tempo que lhes resta.
Com isso, ele desapareceu, levando o Hogyoku e deixando Seireitei em ruínas, tanto fisicamente quanto moralmente.
Após o confronto, Seireitei estava em silêncio. A presença de Aizen havia deixado um rastro de destruição e incerteza. Keiyon se retirou para os limites da Quinta Divisão, onde encontrou Hinamori. Ela estava ajoelhada no chão, as mãos ensanguentadas.
— Ele me enganou... — murmurava ela repetidamente.
Keiyon não sabia o que dizer. Ele se ajoelhou ao lado dela, colocando a mão em seu ombro.
— Hinamori, vamos superar isso. Mas precisamos nos preparar. Ele não vai parar por aqui.
Ela olhou para ele com os olhos cheios de lágrimas, mas havia uma centelha de determinação em seu olhar.
— Você está certo... não podemos desistir agora.
Keiyon apertou o punho, sentindo o peso de sua decisão. Ele sabia que, para derrotar Aizen, precisaria revelar todo o seu poder, mas isso também significava enfrentar a desconfiança de seus superiores.
Ele olhou para o horizonte, onde o portal de Aizen desaparecera.
— Isso é só o começo, — pensou Keiyon. — Se ele está ascendendo, nós também precisamos.
Nos dias seguintes, Keiyon começou a treinar intensamente, testando os limites de sua Zanpakutou e buscando maneiras de liberar seu Bankai completamente. Ele sabia que Aizen não era um inimigo comum. Cada movimento precisaria ser calculado, cada aliado precisaria estar preparado.
Enquanto isso, Seireitei reorganizava suas forças, com os Capitães sobreviventes se reunindo para planejar o próximo passo. Mas no fundo de sua mente, Keiyon sabia que Aizen estava sempre um passo à frente.
E ele estava determinado a mudar isso.